quinta-feira, 29 de julho de 2021

Receitas SBCenses... e boa conversa... e boa música

Reencontrar amiges, fazer e refazer amizades... é muito bom... disso é feita a vida, de bons encontros.

Já que a Flora Gil esteve presente na nossa reunião anterior, começamos essa reunião com troca de receitas:

. Minina, muito boa a sua coalhada, adorei! e, claro, pedi a receita...

. Não! não precisa essa tal de "isca", a "isca" é um yogurte natural. Você compra um "lidileite", integral viu? ferve... aí deixa esfriar... qdo ele estiver morninho, daqueles que a gente bota o dedinho dentro do "lidileite" e conta até cinco e não queima o dedo, entendeu? você joga o yogurte dentro e mexe. Aí você liga o forno e conta até 20... isso mesmo! é só um pouquinho quente. Você enrola aquela vasilha do leite misturado com o yogurte num pano preto que você tiver e coloca lá no forno. Isso tudo você faz a noite viu? no outro dia você tira do forno e abre. Encontrará uma bela coalhada, ou yogurte, ou até mesmo a consistência de um creme de leite, pode ser usado também pra isso.

. Claro que experimentei! e deu certo!!! ficou espetacular!!! Só fiz umas pequenas modificações na "receita": Fervi o leite e tirei um pouquinho para fazer um choconhaque. HUUUMMM. No inverno é uma delícia: leite, chocolate e conhaque. Você não acredita! Quando fui procurar o conhaque, não tinha! tinha cachaça... não hesitei em colocar cachaça em vez de conhaque. Fica ótimo!!! então, bebida nova: CHOCACHA... kkkk. Voltando à receita: você toma a chocacha... devagar... quando estiver terminando o leite vai estar no ponto de morninho pra fazer a mistura. Aí você liga o forno e faz um lanchinho delicioso: pega um pão velho, corta horizontalmente, joga umas gotas de molho de alho, põe encima umas fatias de queijo e joga um orégano encima do queijo. Leva ao forno, rapidinho o queijo derrete. Minina, fica uma delícia, parece uma variação da Bruschetta (em italiano) ou brusqueta (aqui entre nós, no Brasil). Você come essa delícia e, assim que acabar, o forno vai estar "no ponto" de esquentamento necessário. Aí você pega umas blusas de frio pretas que você tem, com certeza... umas duas, amarra na vasilha do leite (que já está misturado com o yogurte), é bom a blusa de frio porque as mangas da blusa ficam fáceis de amarrar... e põe no forno... e vai dormir, porque já está tarde. Minina, no outro dia você terá, de café da manhã, um yogurte maravilhoso! Mel pra quem gosta, misturar com umas frutas cristalizadas fica também uma delícia! ou com banana picadinha... 

E passamos ao nosso repertório musical do dia:

Grande Caetano, super SBCense! Mas ele não é o compositor dessa música, viu? GOOGLE, às vezes, desconhece a história e nos informa erroneamente. "Chuvas de verão" é uma composição de Fernando Lobo, grande pernambucano, feita em 1949. E Fernando Lobo é o pai do conhecido e respeitado Edu Lobo! e "Chuvas de verão" recebeu várias outras gravações, como as de Maysa, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Waleska, Joyce, e outrxs.

Edu Lobo a direita, Fernando Lobo a esquerda e, provavelmente, um netinho ao centro.

. Ressentimentos passam como vento... ou com o vento... não sei bem... mas trata-se de uma música caminhando para a "libertação", em processo, como tudo na vida. O SBC tem um "conceito" de músicas libertadoras, está no post de 12 de junho de 2018, leiam lá.

. Sim... e nossos ressentimentos tem uma relação direta com as expectativas criadas. SBCence publicou no face e no insta essa semana: "Chega um tempo na vida que a gente aprende que ninguém nos decepciona, nós que colocamos expectativa demais sobre as pessoas. Cada um é o que é e oferece aquilo que tem para oferecer".  Sim... concordo plenamente. E acrescento: somos relacionais... e, muitas vezes, a outra pessoa seduz, nos acena com muito mais a dar para a relação do que ela está disposta. Nem é por má fé, pode ser pela fragmentação entre cabeça e corpo, entre o que ela fala (ou deseja) e o que ela faz. Por exemplo, a fala é sobre a construção, em todos os níveis de relação, de um mundo de relações mais simétricas, mais igualitárias. Porém, ao ocorrer um conflito relacional, a primeira coisa que "bate" é o machismo estrutural. E se ela não está disposta a, permanentemente, rever seu machismo, ela corre o risco de, nessa situação, "inverter sua percepção",  e dizer que não está sendo respeitadx na sua opinião, que está "sofrendo relação abusiva, entre outras coisas. E a pessoa "fica de mal", como na música MARINA, como uma pessoa de 3 anos, que é o caso do inspirador da música, o filho do Caymmi, que tinha 3 anos e gostava de dizer "tô de mal" quando se sentia contrariado. Leiam nossos posts de 8 de de 17 de julho., sobre Marina e Machismos estruturais.  E essa pessoa, um adultx, termina a relação "virtualmente", não alcança a maturidade para o presencial... e ainda diz que "está sempre aberto ao diálogo", isso não seria uma distância enorme entre a fala e a ação? Claro, essa pessoa é tema das conversas SBCenses... até a "libertação". Infantil... imaturo... e sofre muito com isso... e faz sofrer x oxtro.

. E aí percebemos que o inferno é povoado de maniqueísmos, de polarizações. De desumanidades, enfim... "se o outrx não concorda (leia-se "se submete") comigo é meu inimigo. O inferno é feito de inimigos. Dá muito trabalho aprender "superações dialéticas" num movimento relacional. O "senso comum" fica no "quero ser respeitado na minha opinião". O senso comum é maniqueísta, polarizador e autoritário.

. Aprender a dialogar dá trabalho...Viver dá trabalho...

. E fazendo o duplo movimento de compreensão e interpretação do mundo do Particular para o Geral e para o Particular... e vice versa: do Geral para o Particular e para o geral... o SBC faz isso sempre, trata-se de um pressuposto para ampliar nossa compreensão|ação no mundo... uma pessoa das nossas,  super SBCense, citou livro recém lido: 




. Vejam a contracapa, já diz de que se trata. Livro de Francisco Bosco, ensaísta, doutor em teoria da literatura e autor, entre outros livros, de: Banalogias, Orfeu de bicicleta: um pai no século XXI, Alta ajuda. No livro "A vítima tem sempre razão?" ele mostra como a cordialidade, traço constitutivo da nossa identidade brasileira, deu lugar, de uns 10 anos pra cá, ao confronto aberto - e fala sobre as consequências dessa mudança. Segundo ele mesmo, o objetivo fundamental do livro é responder à pergunta: é legítimo agir  "injustamente" (isto é, de forma desequilibrante) em resposta a estruturas de poder que tornam injustas situações experimentadas cotidianamente por minorias? Ele se refere à afirmação crescente dos movimentos identitários, em especial o movimento negro e o movimento feminista,  e seu protagonismo na luta por direitos e reconhecimento. E diz: "Não podemos estabelecer meramente princípios de justiça formal sobre situações de desequilíbrios históricos". 
. E vale a pena falarmos aqui sobre a sua conclusão: ... "é preciso que o conjunto da sociedade tenha consciência quanto à justiça das reivindicações desses movimentos, sempre que se trate de lutas por igualdade. As condições sociais extremamente injustas sob as quais vivemos instauram um campo de possibilidade sujeito a todos os tipos de violência. Enquanto essas condições não forem profundamente modificadas, pedir às pessoas que sofrem graves injustiças cotidianas "ponderação", "civilidade" ... tem algo de inútil, e até de ridículo. Um ganho de consciência em larga escala da justiça dos pleitos identitários contribuirá para que as condições de injustiça social sejam modificadas. É pelo que eles lutam."

Sim... é pelo que lutamos...

E terminamos resgatando Toquinho e Vinícius:



À vida!!!


SantuzaTU










4 comentários:

  1. As lutas identitária muita das vezes são vistas por algumas pessoas ou mesmo por partidos como lutas que certamente irão fazer a divisão do proletariado. Penso completamente diferente. Temos que empoderar negros, mulheres, LGBT QI a mais para que eles possam lutar por seus direitos e contra o capital. Nenhum ser submisso guerreia contra o seu opressor.

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  2. Tb acho Antonieta. E Francisco Bosco tb... bjokas

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  3. Muito bom!Que conteúdo rico,obrigada por compartilhar Santuza

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