segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

CARNAVAL SBC 2013

Okuribito (A Partida, no Brasil), é um filme japonês dirigido por Yojiro Takita. Foi vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009. Minha memória é muito estranha, ela “tem razões que a própria razão desconhece”, mas com alguma ruminação eu descubro. Vocês não acreditam que ao me sentar para escrever sobre nosso carnaval, a memória desse filme foi a primeira que me ocorreu. Conto o filme e descobrimos: Daigo toca violoncelo numa orquestra que de repente se dissolve, ele tem que vender seu violino e resolve voltar pra sua cidade natal com sua mulher. Lá, procurando emprego, vê um anúncio no jornal e pensa que se trata de emprego de agente de viagens, porém ao chegar à empresa percebe que é uma funerária. Se vê obrigado a trabalhar como preparador de mortos. De início Daigo tem nojo da situação, mas aceita pelo dinheiro. Aos poucos ele passa a compreender melhor a tarefa de preparar o corpo de uma pessoa morta para que tenha uma despedida digna. Passa por situações incrivelmente delicadas, emocionantes, hilárias. Seu chefe, que lhe ensina o ofício de vestir e maquiar a pessoa morta, é uma peça raríssima. E ao final ele percebe (ou o chefe lhe diz, não me lembro) que qualquer coisa feita com profundo cuidado, dedicação, precisão, delicadeza, não tem jeito de dar errado, só vai sair maravilhoso. Então, tudo isso prá dizer que nosso carnaval foi um EPETÁCULO (assim mesmo, sem o esse... mais tarde explico).

Primeira cena do carnaval propriamente dito: já na praça Tejo, a pessoa vem e diz: já saímos na TV, tá dando mais IBOPE do que a renúncia do Papa!!! Rápido momento de latência para compreensão, logo em seguida a turma cai na risada... essa pessoa aprendeu sobre humor com o Kant, Immanuel Kant, que alegava que o humor surge da “transformação repentina de uma grande expectativa para o nada”... Claro que pesquisei sobre Kant, inclusive encontrei outras coisas interessantes sobre o humor, do tipo categorias de humor: ironia e sátira. “...Corrosiva e implacável, a sátira é utilizada por aqueles que demonstram a sua capacidade de indignação de forma divertida, para fulminar abusos, castigar, rir dos costumes, denunciar determinados defeitos, melhorar situações aberrantes, vingar injustiças… Umas vezes é brutal, outras mais sutil”. Quer dizer, ilumina Kant, o SBC, ilumina!!! Descobri que a passada dos dedos nos cantos dos lábios seguida do tapinha no pé (prá limpar gotinhas de veneno) é puramente kantiniana... (tem gente que não presta...)



Fantasias SBCenses: a noiva cadáver foi a que mais brilhou, com os olhos sempre fechados, parecia que estava dormindo em pé, depois fiquei sabendo que era prá aparecer melhor a maquiagem;  também achei que a noiva cadáver era do livro “Mulheres que correm com o lobos”, um livro que fala sobre os arquétipos femininos, mas não, é do filme do TIM Burton!!! ...tinha Avatares, onças, bonecas, palhaços e palhaças não podia faltar no bloco do SBC... tinha a Tia da Pedrita, maravilhosa, exuberante, muito mais sexy que a Pedrita... e tinha a fantasia “meu sonho é um silicone”, era um cara com um vestidinho de chita bem simplesinho e dois limões nos peititos, um de cada lado, numa ligeira alteração de ângulo (um mais baixo que o outro) que o fazia mais sexy... aí eu perguntei, qual é a sua fantasia? E ele responde prontamente: meu sonho é um silicone!”... não é tuudooo!!! Gracinha!!! Por falar em gracinha, a Hebe Camargo andou no nosso ensaio com o bloco Cai&çara, assim como a Dilma, estavam muito felizes com nosso sucesso.








O carnaval é uma festa alegre por excelência, todos somos muito alegres no carnaval, ou ficamos. A alegria dos velhinhos e velhinhas nas casas jogando água na gente... do tipo “não faço isso há muito tempo, desde criança”, é uma delícia, bom demais a sensação de estar levando às pessoas que não queriam ou não podiam sair de casa um tanto de alegria, assim como sermos correspondidos na mesma medida, não tem preço.






Papo SBCense de carnaval: porque será que os homens adoram se vestir de mulher? Um dos motivos provavelmente é por que se permitem mais... se nossa cultura e o mundo atual ainda  é muito cruel com as mulheres, sobre esse ponto de vista é mais cruel com os homens, estes são mais reprimidos no seus afetos, aí no carnaval se permitem liberar seus afetos na forma feminina, liberar seu lado “yin”  (princípio feminino, a terra, a passividade, escuridão, e absorção) sem se sentirem ameaçados. O "yang" (princípio masculino, o céu, a luz, atividade, e penetração) fica intacto. E continua a fragmentação... ou não... Caetano que o diga.



Mas voltando ao assunto, todos ficamos alegres no carnaval. E temos as cantadas alegres: se a pessoa chega perto de você e te pergunta: você joga em que time? Não pense que ela está te perguntando se você é atleticana ou cruzeirense...  tem também: você é entendida? Não pergunte de que? Todo mundo já sabe essa. Mas essa eu nunca tinha ouvido, serve pra gente de todos os times: vamos fazer a unha?... ou se a pessoa te conta... Há, nós estamos fazendo a unha juntos... rsrsrs. Se você fizer o gesto vai compreender. É o seguinte: tirando o polegar, junte os quatro outros dedos uns com os outros e vire a mão prá baixo, aí você dá uma balançadinha (na mão!!!), assim, prá baixo... entendeu? Pois é, isso é fazer a unha!!! Pode!!! Fiquei rosa chiclete!!! Me amarrota que to passada!!! Continuando no mesmo tema... nosso carnaval foi EPLÊNDIDO, EPETÁCULO!!! (não sei porque, não me pergunte, mas não se diz o esse... acho que é porque fica mais... divertido.

Enfim, trata-se de uma responsabilidade de todos nós: fazer a vida ficar cada vez mais divertida, fazermos muitos carnavais na vida. Agora, a pergunta que não quer calar: somos um grupo anarquista ou é o carnaval uma festa anárquica? Apesar dos termos anarquista e anarquismo serem utilizados de maneira pejorativa, o anarquismo “...é uma filosofia política fundamentada em teorias e atitudes que apóiam a obsolescência de todas as formas de governo e coerção, uma vez que estas encontram-se fundamentalmente ancoradas em princípios e práticas autoritárias”. Pronto: a resposta é: somos, o SBC e o Carnaval, anarquistas, lutamos contra o autoritarismo em todas as suas formas, inclusive a pior delas, o autoritarismo do submisso, assim como daquele que se diz não autoritário. 

Texto: Santuza TU



quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Desfile do bloco SBC!

Podem preparar os instrumentos, as fantasias e os confetes!!!


Segue os dados da concentração do Bloco SBC no carnaval de Belo Horizonte:

Data: 12/02/2013 (terça-feira)
Horário: 14 horas
Local: Bar do Bolão - Rua Vila Rica, 637 - Bairro Padre Eustáquio - BH/MG > Como chegar