segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

IDÉIAS SBCenses

Caríssimos amigos e amigas,

Como todos(as) sabem, a nossa Presidenta andou viajando, como sempre...  rsrsrs... a do SBC, não a do Brasil...
Viagens sempre servem para abrir horizontes... e nessa última andança ela passou pela nossa linda terra de Minas, Araxá. Passando por lá não podemos deixar de lembrar a Dona Beja (ou Beija), a cidade faz muitas referências a ela.
E a Presidenta começa a se lembrar do que conhece da pessoa: uma mulher que viveu no século XIX,  atraia pela sua beleza, amava Antonio e ficou noiva dele, foi ele que lhe deu o apelido de Beija, pois ela lembrava a doçura do Beija Flor. Mas foi raptada por um ouvidor do imperador que matou parte da sua família e a levou para outra cidade e a fez sua amante. A mulher era foda, não se submetia, quando o Ouvidor estava ausente ela recebia outros homens e foi acumulando jóias!!! Uns dois anos depois o cara volta prá Portugal e ela volta rica prá Araxá. Aí foi procurar Antonio e o bosta já tinha casado com outra. Aí ela, por vingança, abre um bordel e fica cada noite com um homem, o que lhe der mais jóias. Todos os homens de Araxá ficam com ela, e a mulheres ficam loucas. Uma manda prá ela, como se fosse um quitute, um prato de bosta!!! Ela devolve uma flor!!! Sacaram!!! Inteligente demais, né? Ela recebe uma noite o Antonio e tem uma filha com ele, depois manda matar o cara!!! E depois vai prá uma cidade chamada Bagagem, hoje Estrela do Sul, onde torna-se empreendedora de garimpo, fica muito rica, a pessoa!!!
Ai a nossa Presidenta pensou: Essa pessoa é SBCence, super SBCence!!! Tá dentro de toda filosofia SBCence... no SBC só tem gente inteligente, né? Empreendedora... meio burra também rsrsr matar por amor!!! Antes isso que morrer, mas não precisava, enfim, ninguém é perfeita... mas vocês não acham essa pessoa uma autêntica SBCence?



  
Aí a idéia, e o desafio (melhor, o convite):
SBCences (homens e mulheres) :
Vamos publicar no BLOG figuras bacanas que podem ser consideradas SBCences?
Pesquisa antropológica sobre ilustres SBCences históricos (na memória) e contemporâneos (ou atuais).

Na verdade a idéia começa antes de D. Beja, mas se concretiza com ela. A Presidenta (da qual sou apenas uma ouvidora) me pede prá contar a história: desde quando ela começou a ser chamada de D. Olympia (veja post de 22 de outubro de 2012) porque a mesma anda pelas ruas pegando tudo que vê de garrafinha para fazer chocalhos, e que se escolheu a D. Olympia como nossa Patrona, depois corrigido para patronesse viu gente!!! Não é patrona, é PATRONESSE!!! Desde então a polêmica na diretoria: Patrono, Patronesse, Padrinho, Madrinha.

Foi então elaborada a seguinte teoria: Padrinho e Madrinha do Bloco deve ser gente em memória. Já Patrono e Patronesse trata-se de gente presente, tipo um homem e uma mulher que o SBC homenagearia (de preferência pessoas que pudessem “doar” alguma coisa que o SBC precisa... e o SBC precisa muuuito de instrumentos!!!

Daí a necessidade da pesquisa antropológica, não só para decidir sobre  Patrono e Patronesse, mas também para homenagear/incluir pessoas bacanas no SBC, assim como também para conhecermos mais pessoas ilustres, tanto atuais como históricas.

A idéia é essa, de fazer semelhante ao post acima,  ditado pela Presidenta sobre a D. Beja: falar um pouco sobre a pessoa, situá-la historicamente, e principalmente dizer por que a mesma está no SBC, qual ou quais eventos ou características a fazem SBCence. Mandem para o mail: sbccoletivo@yahoo.com.br que será publicado no nosso blog com o maior prazer... participem!!! O SBC agradece.

Inclusive já em conversas da nossa Presidenta com a Diretoria (ou seja, todo SBCence...) já apareceram inúmeras sugestões de pessoas bacanérrimas, históricas e atuais, super SBCenses, só falta fazer a pesquisa antropológica, as sugestões estão a seguir:

Ângela Diniz, Leila Diniz, Brigite Bardot, Dolores Duran, Dercy Gonçalves, Elza Soares, Solange do Bar Cartola, Dóris da História do Samba, Aline Calixto...

Homens: Jamelão, Tom Zé, Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, Seu Marcelo (pai do Carlito, nosso compositor), Warley Henrique, grande cavaquinho, Bolão do Choro, Seu Ronaldo Coisa Nossa do Bar Opção...

E assim vai...

Estamos aguardando, vai ser uma brincadeira super legal...

Bjus

TU

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

NÍVEIS DE ALCOOLISMO 2

Leiam nossa primeira teoria sobre níveis de alcoolismo (postagem de 5 de março de 2012)...
Agora, a segunda: No SBC ter dupla personalidade é para os fracos... temos múltiplas!!!
Então, olha o cara: TU, tem um EU que não gosta de beber, e um outro EU que não tem limites, bebe até ficar brincando de tourada com tudo quanto é mulher no meio do salão.
Não Fil (não falo qual Fil, no SBC tem uns cinco), vamos beber só um pouco!!!
Fil: Este é o problema: tem esse Fil número dois que bebe só um pouquinho, mas depois desse pouquinho ele desperta o Fil número três, que bebe muuuito e chega no Fil número quatro... entendeu????
Fazer o quê?????....... rsrsrsrsrs
Nessa noite conseguimos o nível dois e conversamos até espumar o canto da boca.

                                                          Obrigada Fil, pela sua amizade.

                                                                           Beijos, querido, até...

Texto: SantuzaTU


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UM ANO DE SBC, nosso encontro do dia 11 de novembro de 2012


Foi no Cartola Bar, onde tudo começou. A Solange, grande SBCense, nos recebeu com alegria e com um gostoso macarrão. Cerveja também, é claro, geladinha. Obrigada Sol!!!
Ficou confirmadíssima nossa patrona, Dona Olímpia, eleita por unanimidade. Precursora dos hippies, dos catadores, do ecológico. Todos e todas podem (e devem) ir aos encontros do SBC criando uma fantasia inspirada na D. Olímpia, isso significa abrir o seu guarda roupa e inventar sobreposições (saias uma por cima da outra, chapéus com flores, blusas sobrepostas). Ronaldo Fraga que se cuide!!! Nossa estilista Jana diz que ele já fez um desfile inspirado na D. Olympia... então... ele que se cuide... nós arrasaremos.
Agora, nosso patrono está sem definição. Temos candidatos:

  1. Caetano Veloso, só por causa de  “...de perto ninguém é normal”, isso é a cara do SBC.
  2. Fernando Pessoa, só por causa dos poemas sobre amigos, uma referência filosófica para o SBC:
"Meus amigos são todos assim: metade loucura, outra metade santidade. Escolho-os não pela pele, mas pela pupila, que tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. Não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

“ Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos, nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto, e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou, pois vendo-os loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril”

Inclusive tem no SBC parentes (acho que primos) do Fernando Pessoa, bacana, né?

  1. Gonzaguinha, só por causa de “... viver, e não ter a vergonha de ser feliz”, também é a cara do SBC. Temos parentes do Gonzaguinha?

Enfim, votação aberta, inclusive aceitamos outras sugestões, coloquem aí no blog, por favor.


Turma nova no SBC – bem vindos e bem vindas! 






Obelix fez um SPA e está irreconhecível!!! 



Palhaços também são bem vindos ao SBC. 
 




Nosso Muso.




E nossa musa.



Casais lindos 




Nosso Diretor Musical 



No SBC todo mundo é diretoria e todo mundo é artista. 







Nossos músicos lindos!!! 



Nossas cantoras  







Nossa grande percussionista  



Doação do instrumento ao SBC. Nosso obrigadíssimo.



Nossa Porta estandarte – falta mestre sala – quem se candidata? Inscrições pelo blog.  



A vida me ensinou a validar as pessoas que amo, e isso me faz feliz de montão!!!  





Conversas B (de bobagem):

1.   Dizem que mulher adora dormir de conchinha, acham aconchegante, mas que não é uma posição muito confortável para o homem, cabelo na boca, braço fica dormente, essas coisas, só vale por cinco minutos, ou então acorda e finge que estava de conchinha para fuc fuc... opiniões pelo blog;
2.   Uma discussão super letrada: a questão da vírgula (ou da falta da mesma) e problemas decorrentes. Exemplos: oi Tu, como você, tá? Tu adorou a virgula...
Oi Fil, como você, tá? Fil gostou não... outro Fil adoraria...

A Diretoria de Eventos do SBC já está providenciando um réveillon na praia, provavelmente Dunas de Itaúnas, alugaremos uma casa, quem animar ou tiver outras sugestões fiquem a vontade.

Já temos nosso eventos de carnaval agendado e festa Junina em Carmo do Cajurú. Logo após o carnaval já iniciaremos nossos ensaios de forrós e músicas juninas. Agora, nosso evento em Saint Antoine of  Milk já amarradérrimo, tem diretoria que marca tudo depois amarela, ninguém merece... mas ainda vai sair em 2012.

Nossa Diretoria de Planejamento já marcou próximo encontro, não me lembro muito bem mas acho que será dia 09 de dezembro não sabemos ainda onde, aguardem confirmação.

Beijos a todos e todas.

TU 


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

É a hora do SBC

                                                      

                                                    13 de outubro de 2012

Galera do SBC - Fotos Katia


13 é um ótimo número!!! 
Encontro histórico: lançamento do nosso hino, ou marchinha, como queiram. 
Nosso grande compositor: Carlitos BrasilA letra: 
  

Agora é hora
É a hora do SBC bis
Samba, bobagem e cerveja
Cê vai querer, ou cê vai correr?

Se tem samba e tem bobagem,

Não pode faltar cerveja
Pros hômi tem pinga com torresmo
E pras muié, martini com cereja

E pra nossa alegria bis
Cada dia tem mais gente nessa filosofia

SBC é bloco original

Ele nasceu na madrugada bis
Pra fazer bonito nesse carnaval



O título: É a hora do SBC, o mesmo desta crônica. 
Quanto à melodia, aguardem gravação hehehe.

Outra grande notícia: já temos convite para o domingo de carnaval de 2013 (o carnaval do ano que vem vai ser no princípio de fevereiro, olha que coisa boa!!!). Então, iremos no Carnaval Cultural de FERROS, cidade linda de Minas Gerais, há mais ou menos umas duas horas de Belo Horizonte. Virá um ônibus pegar a gente. Quem quiser já pode ir se inscrevendo. Bom demais, gente!!!

Eu da minha parte tenho o maior prazer e a maior honra de fazer parte deste grupo, um grupo seleto de amigos: seleto (parece cachaça de Salinas rsrs) porque é aberto, aberto porque é seleto, aberto às pessoas que se selecionam: como diz a Karlinha, as que “se têm certeza”, porque “se achar” é para os fracos... CBCense não “se acha”, se “tem certeza”: de ter amigos, de cantar, de ser feliz, de cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz, ah meu Deus!!! (Gonzaguinha, nosso patrono...). 

E por falar em patrono (pode ser padrinho e madrinha, depois resolveremos isso) nossa patrona foi escolhida também: Dona Olímpia, ela é “a cara” do SBC: catadora de reciclo nas ruas de Ouro Preto, precursora dos hippies, perambulava pelas ruas daquela cidade contando histórias do tempo do império, histórias da sua vida, da sua família, diz que ela ficou meio pancada depois de uma desilusão amorosa (o pai não a deixou se casar com o homem da sua vida, acho que porque ele não era nobre), aí ela resolveu sair de casa e mais tarde se nomeou uma espécie de recepcionista do turista que chegava a Ouro Preto, ela ficava na Praça Tiradentes recebendo as pessoas até a sua morte lá pro final da década de 70, SBCense com um pouquinho mais de história se lembra dela, os que não se lembram entrem o Google e pesquisem, é muito bacana. 

Pesquisem também prá tirar idéias para se fantasiarem de D. Olímpia (e Seu Olímpio), ela se vestia com muitas sobreposições, uma roupa por cima da outro, inclusive nossa estilista Jana nos informa que o Ronaldo Fraga já até fez coleção inspirado na D. Olímpia! Legal, né?!?!

Um dos motivos da escolha da “patronagem” (ou “madrinhagem”) é que diz que um membro do SBC tá parecendo com ela, sai pela rua catando garrafinha de água prá fazer os instrumentos de percussão do SBC, dizem até que um dia a tarde numa avenida famosa de BH ela se abaixou e catou uma garrafa no chão, aí uma turma de catadores encarou a pessoa e quase correram atrás dela, essa garrafa ela teve que deixar pros catadores... mas nenhuma outra ela perde rsrsrs. Eu não sei de quem se trata, é uma pesquisa antropológica (veja nosso artigo mais antigo...)

A seguir fotos do nosso Encontro Histórico, tiradas pela nossa fotógrafa oficial Kátia, Katita. Já repararam que cada encontro do SBC tem um(a) fotógrafo(a) oficial? Todos (as) super bem vindos(as).

Beijos a todos e todas... AH, nosso próximo encontro já ficou resolvido: será dia 11 de novembro, domingo, a partir das 15 horas, no Bar Carlota... onde tudo começou...

                                                                                                              Texto: Santuza Tu


Chico o nosso Porta Bandeira - Foto: Katia

Foto: Katia

Galera SBC - Foto Katia
Estandarte SBC - Foto:  Katia
Estandarte SBC - Foto: Katia
Galera Sbcense - Foto: Katia
Instrumentos reciclados - Foto : Katia
Galera Sbcense em papo cabeça - Foto: Katia
Galera Sbcense - Foto: Katia
Ló Foto: Katia
Foto: Katia
Ló e Tu - Foto: Katia
Santuza Tu e Felipe - Foto: Katia



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PIROPA MUSICAL



Carlitos  Brasil 


Aprendi que música é arte e ciência: é arte pois expressa emoções/sentimentos através dos sons e ciência pois obedece a leis físicas.
Aprendi, ainda, os elementos da música:
A Melodia, que é a sucessão de notas musicais, por exemplo, os sons de uma pessoa cantando: La La La La La La La... não deixe o samba morrer...
A Harmonia é a combinação de notas musicais tocadas simultaneamente, respeitadas as regras musicais.
E o Ritmo, que é a pulsação, variável ou não, dentro de um espaço de tempo, e que pode definir o gênero musical: ritmo de samba, ritmo de choro, ritmo de rock...
Tudo isso para aplicar em vocês a letra da música do nosso grande compositor SBCense, a mais nova safra do samba de Minas, da melhor qualidade. Espero que estejamos logo logo  todos e todas cantando esta aula de música e de piropa.
Vejam bem, o próprio Carlito me confessou que ele pensou em colocar o nome da música “Piropa Musical”, olhem se não é uma grande piropa!!! Mas ficou outro nome:

Amor em Pauta
Autor: Carlos Magno Caetano (Carlitos Brasil)

Eu subo e desço na pauta
Costuro uma melodia
Pulando de nota em nota
Te vi sambar na harmonia.
É no compasso do choro
Que sigo teus passos, quero te alterar
Uso bemol, sustenido,
E depois um bequadro pra normalizar.
A pausa é providência,
Segura um tempinho
Que é prá respirar.
Então vem no contratempo
Dentro do andamento
Pode até improvisar.
Vou de linha em linha,
E também nos espaços
Não tenho dó si mi fá lá
Que o sol ré lá tua fá si.
No tom dessa brincadeira
É menor a tristeza e maior alegria.
A clave prá tua armadura
É cantar pianinho em forma de poesia
Meu bem não fique com fusa
Que a figura é mínima prá não complicar
E na composição
Eu uso fermata pra te sustentar.

Não é linda? Confesso que alguns termos da música eu não sei ainda, mas que não ia ficar alterada com um bequadro!!! Quem não vai parar de respirar (ou soltar um suspiro no contratempo)!!! E quem não vai ficar felizinha d+ e se desfazer de toda armadura com essa fermata!!! Não precisa entender, é só sentir...

Beijos Carlitos,  o SBC agradece e fica feliz com a sua música.

                                                 Texto: Santuza Tu




                                      

domingo, 23 de setembro de 2012

Musica forma ou deforma...





(em 07.agosto.2012)

70 anos de um SBCence famoso: Caetano.
É, o Veloso! Uai, eu posso incluir no SBC quem eu quizer! Mesmo que a pessoa não saiba! De perto ninguém é normal! Obrigada Cae... essa frase sua é muito boa...

Trabalhando em casa, liguei o radinho (rsrsrs, atualizando: radinho para Ipod, mas no caso era rádio mesmo...). Só ouço a brasileiríssima, o melhor que tá tendo... só música brasileira da melhor qualidade. Bem, nesse dia só homenagem ao Cae. Seu repertório é vastíssimo, músicas dele mesmo e outros compositores maravilhosos, além do resgate de músicas antigonas, músicas bregas, tudo! Ele consegue pegar uma música da década de 50 e dar uma repaginada, imprimir a sua marca, e fica tudo muito bacana.

E assim ouvi a famosa do Peninha: porque você me deixa tão solto, porque você não cola em mim? ... Quando a gente gosta é claro que a gente cuida...
Aí me lembrei de uma dica de amiga SBCence: observe como a música forma e deforma. Como, através da arte, os valores culturais vão sendo assimilados, introjetados, e reproduzidos. Valores conservadores ou avançados, a arte ao mesmo tempo reproduz e constrói ou antecipa idéias, valores, formas de vida.
Daí a necessidade da postura crítica, de sairmos do “espírito de manada” e pensar: “pensar é transgredir”, pensando a gente cria a possibilidade de incorporar valores que tem mais a ver com qualidade de vida e qualidade relacional.

Então, convido a pensarem comigo o que ouvi: primeiro, o Peninha: o nome da música é Sozinho, acho que ela foi composta no tempo da Jovem Guarda, anos 60. Gente essa música é muito ambígua! Me diga quem, homem ou mulher, gostaria de uma pessoa na sua cola? Agora, claro, todo mundo gosta de cuidado, cuidar e ser cuidado, mas que tipo de cuidado? Ficar na cola é cuidado? Credo, vou querer não!!! E depois o cara faz a maior ameaça! “Porque você me esquece e some? E se eu me interessar por alguém? E se ela de repente me ganha?”
Beleza! Ele está se rifando! Sai dessa cara! Sai de ser objeto e vira pessoa!
É isso, fico danada com essa música, ela passa a concepção de amor das mais horríveis da nossa cultura, como tantas outras músicas. E a gente, sem pensar, vai internalizando esse modelo furado de amor sofrimento, remoeção, carência de amor próprio.


                                                    


Ainda bem que logo depois o Cae (ou o Tutti Maravilha?) com: “mora, na filosofia, prá que rimar amor e dor?” essa música é de 1955, interpretada pela Marlene, uma cantora do rádio, composição de Monsueto Menezes e Arnaldo Passos. Pesquisei. Olha só, gente! Década de 50, já tínhamos concepções de amor bacanas!


                                                      


Não é toda música de amor triste que mostra esse amor obsessão, sofrimento, o Chico (Buarque, também SBCence) diz que não gosta de música de lama, de dor de cotovelo. Eu gosto. Acho até que a gente precisa de cantar música lama, até rir da gente mesmo e partir prá outra. Maísa, intérprete dos anos 50 e 60, era ótima nisso: “Ouça, vá viver a sua vida com outro bem, pois eu já cansei de pra você não ser ninguém! O passado não foi o bastante pra lhe convencer, que o futuro seria bem grande só eu e você. Quando a lembrança com você for morar,
E bem baixinho, de saudade você chorar, vai lembrar que um dia existiu um alguém que só carinho pediu, e você fez questão de não dar, fez questão de negar...” Canalha!!! (o canalha é de minha autoria...) Não é diferente da do Peninha? Ela está se livrando! Não remoendo, essa é música de lama...


                                                                       

Reparem a diferença entre duas músicas lindíssimas: Drão, Gilberto Gil : “... o amor da gente é como um grão, uma semente de ilusão, tem que morrer prá germinar, plantar nalgum lugar, ressuscitar no chão, nossa semeadura. Quem poderá fazer, aquele amor morrer, nossa caminhadura, dura caminhada, pela noite escura... Não despedace o coração, o verdadeiro amor é vão, estende-se infinito, imenso monólito, nossa arquitetura...Não há o que perdoar, por isso é que há de haver mais compaixão...Se o amor é como um grão, morre nasce trigo, Vive morre pão... Drão!” Que linda concepção de amor construção, processo, responsabilidade compartilhada. Bem diferente de Chico, Retrato em Branco e Preto: “Lá vou eu de novo como um tolo, procurar o desconsolo, que cansei de conhecer. Novos dias tristes noites claras, versos, cartas, minha cara, ainda volto a te escrever, prá lhe dizer que isso é pecado, eu trago o peito tão marcado, de lembranças do passado e você sabe a razão! Vou colecionar mais um soneto, outro retrato em branco e preto a maltratar meu coração...” Um dos textos mais bacanas de Freud fala sobre luto e melancolia. Melancolia vem a ser o medo do sofrimento, a evitação, aí ficamos na remoeção, estilo Retrato em Branco e Preto, “o que muito se evita se convive”;  enquanto que luto é a vivência da perda, e a renovação, o crescimento, estilo Drão. É isso: temos que aprender muito sobre o amor...

 


 Falando em Chico Buarque, outro tema de músicas que formam ou deformam é o tema feminino... Vixe Maria, a mulher é cantada de toda forma, como objeto de desejo, como objeto de mitificação, como objeto vil, repararam que como “objeto”, não como sujeito? Amélia é o hino da mulher objeto, submissa e feliz...


                                                                



O Chico já disse que foi super criticado por Mulheres de Atenas: “Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas. Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas. Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas. Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas.” A letra foi escrita por Augusto Boal, um dos maiores teatrólogos do Brasil, fundador do Teatro do Oprimido. Mulheres de Atenas é uma adaptação de Lisístrata, de Aristófanes, com música do Chico. Esta obra prima da música/teatro/literatura brasileira vale-se da alusão aos famosos poemas épicos Ilíada e Odisséia (ambos atribuídos a Homero) para chamar a atenção das mulheres que ainda “vivem” e “secam” por seus maridos. Atual, né? Super atual ainda sim! Entra no Google e pesquisa: opressão contra a mulher...



                                                       
Enfim, me lembrei de uma música Mulher Sujeito, querido Milton (Nascimento), obrigada:   “Maria, Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta, uma mulher que merece viver e amar como outra qualquer do planeta...
Mas é preciso ter força, é preciso ter raça, é preciso ter gana, sempre... quem traz no corpo a marca, ... mistura a dor e a alegria...
Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho, sempre... quem traz na pela essa marca, possui a estranha mania de ter fé na vida”.
                                                                  

                                           

                                                              


                                                                         Texto: Santuza Tu