segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Reunião SBC 14 dezembro 2014 : Vem ni mim Carnaval!!!

PRIMEIRA PARTE: A B

Disseram que o SBC está assim: o S tá desse tamaninho... s... o C tá mais ou menos... agora... o B tá uma coisa enorme...B... acho que maior ainda... um Bezão tamanho 150 (não consegui encontrar no tamanho da letra)... com a boca escancarada de vermelho... visualizaram??? é isso... contando os casos prá vocês terem uma ideia:

 
Assim deitada mesmo... chapada....

. o caso da Cachaça de JAMBU da Amazônia (vejam post anterior) tomou novos rumos: contando sobre as degustações da referida cachaça no nosso encontro anterior, a pessoa disse que as pessoas experimentam a tal e ficam com a boca (e a língua) dormentes... aí a pessoa2 pergunta: mas a boca fica dormente ou durmente? - como assim, perguntam... no que ele responde, com a sua habitual sabedoria: - Ora, temos uma diferença fundamental: se a boca ficar dormente ela vai estar DORMINDO (inclusive a língua)... agora, se ela ficar  DURMENTE, ela vai estar DURA, inclusive a língua dura... o que é outro departamento... aí foi risaiada geral...

. logo depois, comentando também sobre nossa reunião anterior e os tira gostos da mesma, incluindo o jiló:
- Minina, não gostei no jiló cru, mas vi que outras pessoas adoraram, né?
- Pois é minina, já eu detestava o Jiló e agora estou descobrindo e super explorando o mesmo... cru, cozido, na chapa...
... e daí, um povo que estava ouvindo essa conversa, começa a rir desbragadamente... então um delxs explica: é que jiló é também sinônimo de ... anus... cu... então, nessa nova interpretação da palavra, tudo fica risível... e muito... assim como a conversa, na nova interpretação, teve uma continuidade, digamos, analítica... sobre pessoas que ainda não exploraram o jiló, quem já explorou, o que achou... e por aí vai... ou melhor, fomos...
Essa conversa lembra muito aquela outra sobre a criação do bloco amigo, o Padreco e a origem do no nome do Bloco: na verdade ia se chamar "O cu do Padre" porque os ensaios se dão atrás da igreja... mas o padre não iria gostar... aí deram a ideia "Cloaca do Padre", muita gente não iria entender... não me lembro como se chegou a PC do Padre, acho que lembra a cloaca, que é multiuso... Ah, também algumas pessoas não entenderiam... Ah, gente, que tal Padreco mesmo? Eh, tá bom... e ficou...

SEGUNDA PARTE: ENCAMINHAMENTOS PARA O CARNAVAL





































Agora a parte mais, digamos, consistente. Por falar em consistente, como vocês podem observar na foto da nossa Ata de Reunião, super organizada, arrecadamos a consistente quantia de R$100,00 (CEM REAIS) para nossas despesas de carnaval. Já é um bom começo, não acham?

Nossos parceiros: Ana Luiza, Clareana, Gilson, Silvia, Felipe Fil, Loh, Santuza, Carlitos, Alice e Walter.
Sobre o carnaval, decidimos ver a possibilidade de procurar pessoas que tocam instrumentos de sopro pra puxar nosso bloco com marchinhas... em vez de trio elétrico, parece mais com o SBC.
Vamos procurar parceria com supermercado existente no nosso percurso.
Vamos também ver se dá pra fazer canecas pra vender nos ensaios e arrecadar mais um pouco de grana... pra estandarte e outras despesas que temos com o carnaval.
Por falar em ensaios, as datas dos mesmos foram decididas, dia 17, 23 ou 24, e 31 de janeiro, todos no bar da Ju, onde vai ser o desfile.
Acho que foram estes os encaminhamentos, não fotografei o outro lado da Ata, mas tem coisa escrita lá também : supermercado (Alice e Carlitos); canecas (Loh, Santuza, Carlitos)...
pronto, rasguei...
Quem quiser contribuir entre em contato pelo FACE que a gente manda a conta bancária...rsrs

TERCEIRA PARTE: CONVERSAS SBCences SOBRE O FEMINISMO (OU MACHISMO)

. Tu, nesse assunto de feminismo tenho observado uma coisa curiosa, como que há bem pouco tempo atrás uma coisa dita a uma mulher que parecia até elogiosa agora é vista pela mesma mulher como uma escrotice! e foi uma amiga bem próxima que comentou comigo: você acredita que postei uma foto no face e recebi os comentários elogiosos mais bacanas de amigos e amigas, e um bobão, querendo elogias, comentou: gostosa! que saco! me senti ofendida! gostoso não se trata de coisa de comer? não curti de jeito nenhum...
. Verdade, querida! também já passei por isso... penso que há um tempo atrás a gente ouvia e estávamos condicionadas a "gostar", nem passava pela nossa cabeça a escrotice... mas a dor a gente tinha sim, pode ter certeza, ficava lá no fundo mas era sentida... sabe que se a gente manifestava o desagrado éramos chamadas de "doidas" ou coisas parecidas... então nos calávamos... bom que algumas não nos calamos e agora já podemos falar um pouco mais sobre isso...
. Uma outra pessoa me disse o quanto um amigo, que se diz "feminista", fala no maior tom de brincadeira quando uma mulher lhe agradece por qualquer coisa: ... obrigada não!!! sugerindo que o "pagamento" deveria ser de outro jeito... olha que coisa mais desagradável!!!
. E eu penso que o desagrado deveria crescer mais, toda vez, a ponto de denunciarmos sempre... acho que este é um jeito de ir diminuindo esses "machismos velados"...

Agora, uma reflexão muito rica pra nós, mulheres e homens, sobre o assunto, foi a dessa amiga SBCense: a cena é a seguinte... ela estava numa festa, entre amigxs e, com certeza, aquela pessoa (homem) gosta muito dela, é seu amigo... mas, na cena, quando ela estava procurando uma cadeira pra se sentar, e comentou que acreditava que aquela outra pessoa estava sentada num banco e a caberia, a pessoa respondeu que não, acrescentando (num tom de "brincadeira"):  você não quer que eu pegue uma cadeira pra você, não é? no que ela respondeu: não, não precisa! mas a segunda cena, que aconteceu pouquíssimo tempo depois, foi uma outra mulher chegando perto da mesa... o que fez aquele homem dizer imediatamente: deixa que eu pego uma cadeira pra você, linda!...

Parece bobagem... mas doeu... e ela se perguntou, e nos perguntamos: qual categoria de  mulher (na cabeça daquele homem) merece a primeira cena? e qual merece a segunda? Que confusão é essa de achar que mulheres mais "resolvidas", autônomas, não merecem cuidado na relação? Merecemos, por sermos auto suficientes, tais "brincadeiras" que podem significar uma espécie de retaliação do tipo "você não é foda? então, tá reclamando de que? pegue você mesma a sua cadeira!"; ou, por outro lado, temos, para merecer o cuidado que qualquer ser humano deveria merecer, que "fingir" de frágil?
Muitas mulheres sentimos na pela, na alma, um comportamento por parte dos homens (dos mais próximos, claro, os que não estão próximos não precisam ser considerados...) de "mitificação" e, ao mesmo tempo, um certo "desprezo" que pode ser encobridor de sentimentos de raiva, inveja... por nos darmos o "direito" de crescer...

... interrogações, perplexidades, de um mundo de mulheres e homens tentando uma superação desse modelo desumano...

Até  mais... beijos a todxs...

TU

E acabamos de receber valiosa contribuição da nossa querida SBCense Iasmim, o SBC já tá em Brasília!!! salve...


 







terça-feira, 25 de novembro de 2014

Reunião: "A nata da Diretoria" em 23/nov/2014



Confirmando: a parte "B" do SBC é muito boa!!! e nela estão incluídas tanto os papos mais profundos, decisões, pesquisas antropológicas, essas coisas, como os casos mais divertidos, as piropagens (ver post de 26/janeiro/2012) e outros assuntos que fazem a gente morrer de rir, pois rir muito faz parte do conceito SBCenses, a vida não é prá ser levada muito a sério, assim como "Bobagem é coisa séria, muito séria"... Incluídas também (e se incluindo...) novas pessoas, maravilhosas, super SBCenses. Assim como ausências sentidas... fazer o quê...




O propósito da reunião foi decidir sobre nosso Carnaval de 2015, e a mesma foi muito bem sucedida nesse quesito mas, claro, não sem os casos divertidos: começamos por relembrar a criação do SBC e nosso querido inspirador, o César, o da dança do acasalamento... veja nosso post de 18/janeiro/2012. Depois lembramos nossos slogans, o preferido: "Tem gente que não presta prá nada... são as melhores pessoas", este traduz na essência o conceito SBCense: um grupo de amigos... aberto, inclusivo, democrático, anárquico e ecológico... e reafirmamos o propósito de levar o conceito SBCense a todos os níveis de relação: desde o afetivo/sexual até o exercício de cidadania, tudo passa pela filosofia de vida SBCense: a leveza, o compromisso com a vida, a alegria, o combate a qualquer tipo de preconceito... e por aí vai... tudo regado, além de cerveja (e refri, e água, prá quem não tá na onde de álcool e tá super feliz também...), de uma cachaça que dessa vez não era de Salinas mas de Belém do Pará, um "aguardente de canas composta com Jambu". Trata-se de uma folha, muita comum naquela terra, que imprime à língua uma espécie de ardor delicioso, um "barato" ótimo que dá vontade de botar a língua prá fora... e rir... e tomar mais... e procurar algo para tiragosto... e por aí vai... é uma coisa deliciosa, diferente, divertida, dizem que afrodisíaca... enfim, super SBCense... tem gente que tomou muuuiiitooo. Lembramos encontros maravilhosos, particularmente dois deles: aquele da confecção de chocalhos, depois passei uma semana tirando grãos de arroz dos reguinhos dos tacos, casa antiga é assim, o sinteco tem reguinhos e um quilo de arroz da confecção dos chocalhos ficaram dentro deles... ow trabalho soh... mas valeu a pena; e aquele outro encontro em que fizemos muita bagunça e lá pela madrugada algum vizinho foi na garagem e desligou nossa luz... então enchemos a casa de velas e continuamos até o dia amanhecer... todo mundo dormiu pelos colchões e pelo chão mesmo... e, no dia seguinte, fizemos um mutirão de faquinhas retirando as ceras das velas no piso da casa toda... em uma hora a casa já estava "um brinco", limpinha...





Destaque para dois casos divertidíssimos: o caso da nossa SBCense distraída (é o que mais tem no SBC, ou melhor, não somos distraídas, somos apenas pessoas que, às vezes, agimos num mundo e estamos em outro... simples assim). Então, a pessoa viu a porta do prédio aberta e foi entrando, aí viu o salão de festa aberto e pensou, a Tu deve estar fazendo a festa aqui... e entrou na festa e ficou por lá... algum tempo depois é que ela sentiu falta da Tu e resolveu perguntar, foi aí que disseram prá ela que não era a "festa da Tu", essa festa era mesmo na casa da pessoa... foi aí que ela subiu, de escada mesmo prá não durar mais nem um pouco na festa do salão... ainda bem que ela não resolveu abrir o vinho que tinha trazido!!!... acho que o caso foi mais ou menos assim, alguma coisa lembro, outras invento prá completar o caso... Tem um outro caso ótimo, contado por uma amiga de um ausente, caso de nível 5 de alcoolismo é super SBCense: o cara pegou uma carona com amigos prá ir prá casa, numa camionete, e deitou na carroceria, e dormiu!!! o carro parou, ele acordou... aí achou que tinha chegado e pulou da carroceria, na rua... era só um semáforo, abrindo o mesmo o carro foi embora... e o cara ficou lá... de bobeira... kkk... muito panguá...como se não bastasse, a pessoa pegou o celular prá ligar... aí o celular caiu num bueiro!!! depois de receber ajuda de um mendigo que estava pior do que ele e, claro, não conseguirem tirar o celular do bueiro, a pessoa chama o corpo de bombeiro!!! e fica esperando... pois não é que chega mesmo!!! uma duas horas depois... e conseguiram tirar a referida coisa do bueiro, em estado lastimável de sujo, porém funcionando... então a pessoa vai prá casa e enfia a coisa na pia prá lavar... aí, então, a coisa parou de funcionar... o que não se faz em nível 5... já filosofamos sobre os níveis de alcoolismo... leiam post de 5 de março/2012.






E, segundo caso, também lembramos de outra filosofia bacanérrima que ainda não foi registrada: trata-se da questão histórica da submissão feminina, quando foi lembrada uma de nossas grandes inspiradoras, Simone de Beauvoir. Pois vocês sabiam que a Simone cita, no seu livro "O segundo Sexo, livro 2: A experiência vivida" (tem também o livro 1: Fatos e Mitos, livro de cabeceira de toda mulher que deseja se conhecer e à sua história) o fato histórico que, de alguma forma, contribuiu para a submissão da mulher? Em alguma época mijávamos em pé!!! Aí alguém "inventou" o vaso, e deve ter estabelecido que a mulher mijaria sentada e o homem em pé!!! É a tecnologia contribuindo para a evolução... ou o retrocesso. Daí ficamos a noite inteira tentando restabelecer esse "direito" da mulher mijar em pé... assim como do homem mijar sentado, se ele quiser!!!... e "inventamos" (fizemos vários desenhos, ou melhor, nosso design o fez) um "vaso" que trouxesse a comodidade necessária a isso (os banheiros masculinos não são equipados com os "vasos para a mijação do homem"???). Tem também o famoso "funil", parece um coador de café de papel. Aí, alguns dias depois, recebo deste mesmo design um mail me contando que o invento já tinha ocorrido... pena... mas valeu aquela noite...
 


Presença nova e maravilhosa na nossa reunião: Eduardo Pio, compositor e cantor, nos apresentou um samba rock bacanérrimo: "Magnífica", se refere às mulheres maravilhosas de todos os tipos, fora dos padrões de beleza, idade, peso, altura, cor... tudo... super SBCense!!! e o SBC está convidadíssimo a participar da gravação do clip dessa música, que será no dia 8 de dezembro num bar do Prado e terá a participação de magníficas do SBC.



Bem, vamos então ao RELATÓRIO TEMA CARNAVAL 2015. Várias decisões importantíssimas:


1. Nosso Diretor de Som, Fil, relata participação na reunião da Belotur na quarta dia 12/novembro, quando, entre outras coisas, fomos "apresentados" ao COP (Centro de Operações), que reunirá durante o carnaval, além da Belotur, a SLU, Defesa Civil, BHTrans e outras instituições que farão monitoramento e cuidarão da segurança no carnaval. Vamos ver se funcionará, esperamos que sim... Outra coisa importante: o prazo para cadastramento: 30 de novembro... estamos em cima da hora. E recebemos o convite para adicionar no Facebook à União dos Blocos de BH, importante para ficarmos por dentro dos acontecimentos do Carnaval e da movimentação de outros blocos.Teremos ainda outra reunião no mês de dezembro, gostaríamos de contar com participação de SBCences.


2. Assunto importantíssimo: por decisão unânime dos presentes, a mudança de local e percurso do nosso bloco. Iremos para o Bairro Aparecida, por sugestão da nossa Diretoria de Percussão (Carlitos e Sol). Local e percurso a ser definido imediatamente, em função do cadastro na Belotur, a cargo do Carlitos e do Fil. Teremos, ainda este ano, um ensaio geral, lá pelo meio de dezembro, quando seremos informados do local/buteco/base de onde sairemos e percurso, provavelmente voltando para o local/buteco/base/APOTEOSE, onde ficaremos nos divertindo até o sol raiar... sairemos, como de sempre, na terça de carnaval... talvez lá prás 15 ou 16 horas.


3. Foi sugerido o "casal 20" Elaine/Olavo para elaborar e executar projeto que cuidará do "processo de migração" do Padre Eustáquio para o Aparecida.


4. E foi, também, nomeada a nossa Diretoria de Eventos e Marketing (chiquérrima!!!). Nossa querida SBCense Alice Maravilha, que fará (e executará, com auxílios preciosos de outrxs SBCenses interessadxs) projeto para arrecadar "Fundos para nosso SOM", assunto preciosíssimo que será, definitivamente/provisoriamente, resolvido para o ano de 2015. Logo, logo teremos datas estabelecidas para ENSAIO/LANÇAMENTO DO PROJETO, entre outros assuntos SBCenses... E, claro, definições para ENSAIOS, assim como OFICINAS DE PERCUSSÃO, que acontecerão durante todo o mês de janeiro, pois no carnaval ano que vem será o meio de fevereiro!!! AH, temos convite (a ser confirmado) para pré carnaval em Contagem e Ouro Preto.


5. E, por último, nossa Presidenta contou seu sonho, como já tinha começado a contar no convite/evento: "...pois é sonhei que nós estávamos ensaiando uma coreografia dentro do "TEMA" para o carnaval 2015, acreditam??? Acordei impressionada com o tema, parecia "nada a ver"... mesmo assim fui pesquisar no nosso "Grande pai": o GOOGLE (meu pai dizia "pai dos burros" do dicionário, agora é o Google)... pois não é que o significado da coisa tinha absolutamente TUDO a ver com carnaval, com SBC, com vida!!! Não vou contar... só no domingo... e aí submeteremos à apreciação/construção de todxs..."


Aí a pessoa, prá fazer mais suspense, leu o tal do "significado do bicho" que ela encontrou no google, para as pessoas "adivinharem" qual bicho:


" Ele possui qualidades que lhe dão um simbolismo do andrógeno. Também possui associações fortes com a escuridão e a obscuridade enquanto criatura da noite. Em termos Cristãos, é visto como "o pássaro do diabo", uma encarnação do Príncipe das Trevas. Apesar de inofensivo, a associação que fazemos com ele tem sempre uma conotação terrível. Há uma grande relação com a magia negra e bruxaria por sua aparição a partir do entardecer. É um modelo do símbolo do terror, desgraça e mesmo a morte. Em Dante, Satã se parece com este animal, no mais profundo dos infernos. Acredita-se que quando eles voam pro alto e depois descem rapidamente, é chegado a hora das bruxas.

É visto por alguns como um símbolo contraditório de felicidade e longa vida, na China; enquanto possuem um significado muito semelhante ao do dragão e do hermafrodita na alquimia ocidental. No Xamanismo eles são símbolo de renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas, transformação e renovação. Possuem uma história longa associada à morte e renascimento por sua natureza noturna e sua habilidade de ver no escuro. Os iniciados do Xamã passam por um ritual de morte onde eles encaram seus medos e renascem sem suas velhas identidades. O remédio deste animal nos ensina a liberar os nossos medos e qualquer outro padrão que não se encaixa mais em nosso crescimento. Portanto, eles significam perturbações, demônios, mas também pode ser o livrar-se de velhos hábitos que não mais se adaptam a seu novo crescimento.


Por ser um animal que habita as cavernas, consideradas uma passagem para o domínio dos imortais, foi associado à longevidade ou imortalidade. No Extremo Oriente, é tido também como símbolo de felicidade. Entre os maias, era uma das divindades que encarnavam as forças do mundo subterrâneo, era o senhor do fogo, destruidor de vida e devorador de luz; assim como entre os mexicanos era igualmente uma divindade da morte.


Na África, uma tradição iniciática dos fulas, apresenta uma ambígua significação esta animal: o dom da perspicácia ou cego para as verdades. O primeiro por ter a propriedade de enxergar no escuro e o segundo por ver as coisas de cabeça para baixo, ao contrário do que deve".


Esta foi a leitura do "significado do bicho" que, depois de poucos chutes (águia, papagaio,...) do meio para o final todo mundo já tinha sacado:





E as ideias já começaram a surgir: cores preta (do morcego) e laranja (do SBC); uma máscara preta com um coração vermelho no meio; todo mundo de batom vermelhão... ótimas, todas elas... todo mundo não, quem quiser, sabemos que o SBC é contra a padronização e a obrigação... ideias para a música/marchinha 2015... para os estandartes novos, sendo que os anteriores devem ir também (cadê nosso primeiro estandarte??? aquele lindo???), assim como as músicas anteriores... e assim foi... aprovadíssimo, nossa Diretoria de Arte já está trabalhando no tema.


E, por último, já criamos o slogan para nosso Carnaval 2015, inspirado no morcego, contrário aos padrões e melhorando o mundo, sempre... super SBCense:


"Vendo o mundo de cabeça prá baixo"



Acho que é isso... quem quiser acrescente... quem quiser se inclua... e vamo que vamo...


beijos a todxs, até a próxima...

TU

Ah, um lembrete importante: nosso grupo SBC no face acabou. Agora nossa comunicação é através do face SBCcoletivo, quem ainda não é amigo, por favor, adicione o SBCcoletivo que ele aceita....




































quinta-feira, 24 de julho de 2014

AO QUERIDO RAPHAEL... E AXS AMIGXS SENSÍVEIS... Uma reflexão sobre o Feminismo

Sim Rafa... Você tem toda razão: mesmo as pessoas mais alienadas da história estão irremediavelmente atreladas a ela. E eu te contei da minha pesquisa sobre a história do feminismo, a propósito do acompanhamento de posts interessantíssimos, cheios de avanços e retrocessos (a história não é linear meu querido Rafa...) sobre o "feminino contemporâneo", que surgiram no FB nos últimos dois meses, a partir do primeiro: "A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer". O mérito do texto é evidenciar que décadas de intenso debate feminista não foram em vão. Enfim as mulheres estão conquistando novos e inesperados espaços. E é justo que mudanças nos tragam dúvidas e incertezas. O texto é bacana, me levou a refletir sobre o acúmulo de tarefas da mulher contemporânea, já conversamos tanto sobre isso, não é?: dona de casa, filhos, trabalho, marido, uma jornada tão pesada que a "última etapa", o sexo, vira "estupro", segundo a descrição de uma amiga. Você tem alguma dúvida que inúmeras mulheres vivem assim? das várias classes sociais, querido!

Mas o mesmo texto cai, de novo, no "buraco", ou melhor, no "erro histórico" de nos moldarmos ao padrão "amor romântico", ou seja, o destino de toda mulher de casar e ter filhos e, claro, para isso ela precisamos  de "ser do jeito que o outro quer que eu seja"... e você duvida que, também, inúmeras mulheres, não estejam vivendo este "esticamento" entre  construir sua identidade ("ser o que eu quero ser") e ser do jeito que me impõem ser, cumprir meu destino, meu "desejo fabricado" de ser esposa e mãe? Quando nós, mulheres, vamos tomar a coragem para mudar também o que entendemos por “felicidade”?

Pois então, esse texto, que eu diria quase ingênuo, gerou inúmeros outros textos, uns rebatendo de maneiras simplistas e até desonestas, outros irresponsáveis e agressivos, de análises mais superficiais e a-históricas até as análises comprometidas e ricas. Como você gosta de citar Rafa, um dos nossos inspiradores, G. Rosa: "o que não me mata me torna mais forte", os textos que li nos suscitaram conversas tão boas, o que me impulsionou a pesquisar sobre o movimento feminista no mundo e no Brasil, assim como rendeu também o seu belo texto sobre a História para a vida, nosso post anterior.

Mas claro, antes um resumo dos textos lidos:
  • Tem um ótimo da Michele Escoura, antropóloga, pesquisadora do NUMAS – Núcleo de estudos sobre os marcadores sociais da diferença da USP, que responde assim (ao primeiro texto, já citado): "Cara Ruth, compadeço com suas palavras e me reconheço na máxima de que “não vamos andar para trás”. Mas nosso primeiro próximo passo, talvez, seja reconhecer que liberdade para as mulheres é muito mais que pagar nossas contas. Liberdade é, inclusive, emancipar-se daquela velha e já batida ideia de que uma mulher só se completa com o amor verdadeiro e de que o sonho de todas nós deve ser um dia se vestir de noiva. Deixa disso, Ruth. Sejamos mais do que a sociedade espera da gente e comecemos retirando o “ser tudo o que um homem NÃO quer” do título de seu texto e de nossas preocupações." O título deste post: "À espera da geração de mulheres que não se importam com o que os homens querem" já sugere não é mesmo?
  • Tem um outro - ou melhor, outros -  em resposta ao primeiro,  que gerou muita polêmica, pois coloca aquele depoimento na categoria de "hino das encalhadas" e conclama as mulheres a "pararmos de bancar a vítima"!!! e, ainda, generaliza e diz das feministas como mulheres "chatas"!!! 
  • E, claro, tem respostas, dentre elas um cujo título "As feministas é que são chatas",  diz: "Parece haver um consenso sobre a chatice das feministas. Mas e a chatice das pessoas que querem determinar o que a mulher pode ou não fazer?". Esse texto é ótimo para refletirmos sobre a nossa escravidão aos padrões (impostos por uma sociedade machista, lógico). Um pedacinho do texto: "Feministas reivindicam que a mulher faça do seu corpo e da sua vida o que bem entender, sem nenhum papel de gênero para limitá-la e nenhum homem para oprimi-la, e por isso são consideradas umas chatas. Tudo porque acreditam na ideia radical que mulheres são seres humanos. É, as feministas são chatas. E eu estou convicta de que sou uma também". Concordo plenamente, sou também uma chata. E quando eu disser que sou feminista, por favor não me coloquem na categoria de exceção, para reforçar seu preconceito! Obrigada Rafa, por ter refletido sobre isso no seu texto, não saberia fazê-lo tão bem...
  • e, por último, um texto muito bom "A incrível geração de mulheres que não sabe a diferença entre opinião e conhecimento", que nos fornece dados estatísticos demonstrando o fato de que existem mais mulheres sozinhas do que homens e que, dessas, algumas se ressentem de não terem companhia, outras não. E dizer que se alguém está solteira é porque é chata, ainda por cima negando a realidade de alguns fatos bem comprovados, é de uma desonestidade intelectual que beira a irresponsabilidade, segundo o autor. 
Então Rafa, foi daí que senti necessidade de pesquisar sobre o Feminismo. Porque, como eu disse, faço irremediavelmente parte dessa história, e quero fazê-lo ativamente, não de maneira alienada. E quero, também, convidar todos os meus amigxs a realizar essa árdua e prazerosa tarefa de se incluir na história como sujeitxs, construtores, de um mundo mais bonito.

Quem achar muito longo que use a estratégia do esquartejador, leia por partes... mas guarde cada uma delas no coração e na mente... e transforme-a em ação... na vida... em todos os níveis de relação, do íntimo ao público, passando pelo pessoal, pelo trabalho, família, amigos, dá para refletir e aplicar em tudo na vida...












 O Movimento Feminista no Mundo

http://biscatesocialclub.com.br/wp-content/uploads/2014/02/feminismo-ideia-radical.jpg
 Feminismo é o movimento social que defende a igualdade de direitos e poder entre homens e mulheres em todos os campos. A história do movimento feminista possui três grandes momentos, divididos por feministas e acadêmicos em três “ondas”. O primeiro foi motivado pelas reivindicações por direitos democráticos como o direito ao voto, divórcio, educação e trabalho, movimentos do século XIX e início do XX. A segunda onda se refere às idéias e ações associadas com os movimentos de liberação feminina iniciados na década de 1960, que lutavam pela igualdade legal e social para as mulheres (impulsionada pelo aumento do uso da pílula anticoncepcional).  Já o terceiro começou a ser construído no fim dos anos 70, com a luta de caráter sindical. Essa terceira onda seria uma continuação da segunda onda - e, segundo alguns autores, uma reação às suas falhas.
O Movimento Feminista tem seu inicio na Revolução Francesa. O colapso na França que questionava o sistema político encorajou mulheres a se manifestarem contra a sujeição a quem eram submetidas das mais diversas modalidades: política, econômica, social, familiar, educacional, jurídica, entre outras. A prioridade era a conquista do direito a propriedade de si próprias, devido ao fato dos maridos se considerarem dono de suas mulheres.
No inicio do século XX despontam as primeiras mudanças no mundo inteiro, a Revolução Russa de 1917 concede o direito de voto as mulheres; na Finlândia em 1906; na Noruega em 1913; e no Equador 1929. Por volta de 1950 a lista compreendia mais de 100 nações.
            Após a 2° Guerra Mundial, o feminismo vem a tona pra reivindicar a liberdade feminina em relação ao seu corpo e pensamento oprimidos por uma cultura extremamente masculina, entre elas estavam a luta pelo aborto, igualdade salarial e o acesso a todos os cargos ocupados exclusivamente por homens. Várias mulheres influenciaram esse momento das lutas femininas: Simone de Beauvoir com seu livro “O segundo Sexo”; Betty Friedman com “Mística Feminina”,  considerado o manifesto mais realista do movimento de libertação da mulher, mundialmente conhecido como “Women’s Liberation.


O Movimento Feminista no Brasil 

 
Aqui o movimento tomou forma entre o fim do século XVIII e início do XIX, quando as mulheres brasileiras começaram a se organizar e conquistar espaço na área da educação e do trabalho. Nísia Floresta (criadora da primeira escola para mulheres), Bertha Lutz e Jerônima Mesquita (ambas ativistas do voto feminino) são as expoentes do período.

Em 1907, eclode em São Paulo a greve das costureiras, ponto inicial para o movimento por uma jornada de trabalho de 8 horas.
Já a década de 30 foi marcada por avanços no campo político. Em 1932, as mulheres conquistam legalmente o direito ao voto, com o Código Eleitoral, mas foi só com a Constituição de 1946 que esse direito pleno foi concedido.
Com a ditadura do Estado Novo, em 1937, o movimento feminista perde força. Só no fim da década seguinte volta a ganhar intensidade com a criação da Federação das Mulheres do Brasil e a consolidação da presença feminina nos movimentos políticos. Mas logo vem outro período ditatorial, a partir de 1964, e as ações do movimento arrefecem, só retornando na década de 70.
Um dos fatos mais emblemáticos daquela década foi a criação, em 1975 (Ano Internacional da Mulher), do Movimento Feminino pela Anistia. No mesmo ano a ONU, com apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), realiza uma semana de debates sobre a condição feminina. Ainda nos anos 70 é aprovada a lei do divórcio, uma antiga reivindicação do movimento.
Nos anos 80, as feministas embarcam na luta contra a violência às mulheres e pelo princípio de que os gêneros são diferentes, mas não desiguais. Em 1985 é criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), subordinada ao Ministério da Justiça, com objetivo de eliminar a discriminação e aumentar a participação feminina nas atividades políticas, econômicas e culturais.
O CNDM foi absorvido pela Secretaria de Estado dos Direitos da Mulher, criada em 2002 e ainda ligada à Pasta da Justiça. No ano seguinte, a secretaria passa a ser vinculada à Presidência da República, com status ministerial, rebatizada de Secretaria de Políticas para as Mulheres.
As ações do movimento feminista, nas últimas décadas do século passado, foram decisivas para articular o caminho da igualdade entre os gêneros, que, apesar de todos os avanços, ainda não é plenamente garantida.
Enfim, ao entrar na segunda década do século XXI, as feministas têm em sua pauta de reivindicações pontos como:
• Reconhecimento dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais das mulheres;
• Necessidade do reconhecimento do direito universal à educação, saúde e previdenciária;
• Defesa dos direitos sexuais e reprodutivos;
• Reconhecimento do direito das mulheres sobre a gestação, com acesso de qualidade à concepção e/ou contracepção;
• Descriminalização do aborto como um direito de cidadania e questão de saúde pública.
Além desses temas, um em especial tem ganhado por suas estatísticas: a violência contra a mulher.  A cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no País, de acordo com pesquisa da Fundação Perseu Abramo (Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado), realizada em 25 estados, em 2010. No entanto, as agressões diminuíram entre 2001 e 2010. Anteriormente, oito mulheres eram agredidas a cada dois minutos. Um dos motivos para essa diminuição foi a elaboração da Lei Maria da Penha (2006), que garante proteção legal e policial às vitimas de agressão doméstica. Qualquer pessoa pode comunicar a agressão sofrida por uma mulher à polícia, a despeito da vontade da mulher em fazê-lo.
A Secretaria de Políticas das Mulheres atua, não apenas pela redução da desigualdade dos gêneros, mas também para ajudar na redução da miséria e de pobreza para, assim, garantir a autonomia econômica das brasileiras.
Fontes:
  • Secretaria de Políticas para as Mulheres
  • Acervo – Revista do Arquivo Nacional
  • Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) - Rio de Janeiro
  • Conselho Nacional dos Direitos da Mulher – Legislação
 
Na atualidade: o Feminismo Intersecional

O que é feminismo?

Nas palavras de Bell Hooks – escritora, crítica e feminista norte americana –, “feminismo é um movimento para acabar com sexismo, exploração sexual e opressão”.
Com base neste conceito, é contra todos os pensamentos, ações e aspectos sexistas institucionalizados, estruturais e individuais na nossa cultura que o feminismo luta, pois é a origem não só da discriminação e exclusão de gêneros como também da relação com opressões sofridas por grupos marginalizados.
Para acabar com o sexismo, é preciso entender que não é um poder exercido por si só e que o feminismo não deve ser entendido pela perspectiva da supremacia branca capitalista patriarcal — a de que todas as mulheres e os grupos excluídos têm como objetivo direitos iguais aos de homens em posições de poder. A meta não é o poder, a meta é a libertação através da revolução. A luta não é para alcançar os mais privilegiados, pois desta forma a hierarquia de poder e opressões continuará a existir. Ao trabalhar para eliminar opressões causadas, mantidas e incentivadas por sistemas sociais baseados em poder, dominação e submissão, o feminismo cria a possibilidade de um dia garantir essa libertação de forma plena.
“Nós acreditamos que o feminismo é uma ideologia sociopolítica, não uma identidade. Por isso toda luta contra opressão é uma causa feminista".

O que é intersecionalidade?

Intersecionalidade é “como inúmeras características biológicas, sociais e culturais — como gênero, raça, classe, orientação sexual, deficiência física e/ou mental, idade, tipo de corpo, religião, nível escolar e outros eixos de identidade — interagem em múltiplos e simultâneos níveis”.
Este conceito foi criado pela crítica e teórica norte americana Kimberlé Crenshaw , em 1989, para analisar como raça, gênero e classe se intersecionam e geram diferentes formas de opressão. Alguns anos mais tarde, a feminista e socióloga Patricia Hill Collins ampliou o conceito para que abrangesse outras características e discriminações, tendo sempre como base e foco raça e gênero.
A análise intersecional no feminismo tem como prioridade raça, gênero e classe, pois a intersecionalidade foi criada com esses princípios. Significa que, para mulheres que sofrem variadas opressões, não é possível dividir tais experiências em categorias. Foi desenvolvida para que partes da identidade das mulheres negras não sejam ignoradas em detrimento de outras, e para que mulheres brancas e privilegiadas não cooptem nem passem por cima das experiências de mulheres negras e de outras raças e etnias. “A grande maioria das mulheres experimentam diversas opressões intersecionadas e é nosso dever, como movimento, dar atenção igual e específica a todas as opressões e suas interseções”. 
O feminismo intersecional acredita que o movimento não deve atingir apenas quem o conceito tradicional entende como mulher: branca, cisgênera, heterossexual, de classe média, com alta escolaridade, que segue padrões físicos e mentais impostos como “normais” — algo que não devemos aceitar. Pessoas com tal perfil fazem parte do feminismo intersecional, mas são o foco da corrente principal do movimento e, por isso, usam tal privilégio para apagar a voz e ignorar o espaço e a luta de quem não é igual a elas. A intersecionalidade foi criada e desenvolvida por mulheres negras, marginalizadas pelo próprio feminismo, e tem como foco as causas ignoradas, as outras questões, as questões plurais.
A intersecionalidade tem ganhado cada vez mais espaço no mundo e até no Brasil. Mas ainda é uma concepção pouco aplicada no dia a dia, especialmente devido à compreensão falha e rasa do conceito que tem se espalhado em espaços mais populares. Mesmo feministas com anos e anos de experiência começaram a ter contato com ela recentemente. E isso também é sinal de como questões que não dizem respeito a elas são tratadas. Não é porque não lidamos com determinadas opressões que elas não existem e não é porque não conhecemos certas realidades que elas deixam de ser nossa responsabilidade. É exatamente por isso que elas devem ser a prioridade do feminismo.
O feminismo não foi criado e não continua a existir somente para um grupo privilegiado. E a intersecionalidade é e será a responsável pelo fim desse pensamento retrógrado, principalmente através da reivindicação do protagonismo do movimento e não pelas mãos de quem se apropriou da luta de grupos explorados. “Nós queremos ter voz e, principalmente, dar voz a quem é marginalizada e não encontra espaço para contar a sua história e vivenciar mais o seu feminismo”.
“Também acreditamos num feminismo que nos permite criticar feministas. Ser feminista não significa ser uma pessoa perfeita e ciente de tudo, muito menos nos dá imunidade aos questionamentos. Um movimento que não se permite ser questionado por quem faz parte dele fica estagnado”.
"Nosso feminismo ainda tem muito a crescer, mas sua prioridade está definida: ser inclusivo, intersecional, responsável e ético sempre".

Histórico de Lutas e Conquistas

A Revolução Industrial foi um fator que influenciou o movimento feminista. A mão de obra das mulheres era mais barata do que a dos homens e o lucro dos patrões seriam maior, então começaram a mandar os homens para a guerra e as mulheres começaram a trabalhar em fábricas.
Em 8 de Março de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica de Nova York entraram em greve ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução do horário de mais de 16 horas por dia para 10 horas. Estas operárias, que recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica, onde se deflagrou um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas.
 Em 1910, numa Conferência Internacional de Mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido em homenagem àquelas mulheres, comemorar o dia 8 de Março, como dia Internacional da Mulher.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os 12 direitos das mulheres são:

*Direito a vida;
*Direito a liberdade e a segurança social;
*Direito a igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação;
*Direito a liberdade de pensamento;
*Direito a informação e a educação;
*Direito a privacidade;
*Direito à saúde e proteção desta;
*Direito a constituir e planejar a sua família;
*Direito a decidir ter ou não ter filhos quando tê-los;
*Direito aos benefícios do progresso cientifico;
*Direito a liberdade de reunião e participação política;
*Direito a não ser submetidas a torturas e maltrato.

    Nos anos 60 aos anos 80, a luta se baseia na questão da inferioridade feminina.  Grandes intelectuais e líderes feministas buscam o fim da discriminação do gênero que são contra a ideologia de que a mulher conquista sua felicidade em cuidar dos filhos e do lar. Protestos como a queima de sutiãs são marcos da busca da renovação da ideologia social deflagrada no momento.

 (Foto: Gabriela Oliveira)
    Apesar das grandes conquistas feministas terem se estabelecido no mundo atual, ainda não se pode dizer que é uma conquista mundial. Em alguns países a cultura machista impede quase que completamente a liberdade e a igualdade feminina. Um estudo da Fundação Thomson-Reuters apontou Afeganistão, Congo e Paquistão como os países mais perigosos para mulheres no mundo. Os motivos que tornam estes os piores lugares para o sexo feminino vão desde violência sexual e precários cuidados de saúde aos chamados "assassinatos por honra". Índia e Somália ficaram em quarto e quinto lugar, respectivamente.
O Afeganistão, país asiático, teve a pior avaliação em três categorias de risco importantes: saúde, violência não-sexual e discriminação econômica. Cerca de 87% das mulheres no país são analfabetas, apontou o estudo. Entre 70% e 80% das meninas e mulheres são obrigadas a se casar em matrimônios forçados. Ainda se recuperando da guerra civil entre  que deixou 5 milhões de mortos, a República Democrática do Congo ficou em segundo lugar na lista. O principal motivo que levou o país ao resultado na classificação foram os altos níveis de violência sexual. A campanha Mulheres Congolesas Contra a Violência Sexual diz que o número de mulheres violentadas por dia é de 40. Nesse país africano, 57% das mulheres grávidas têm anemia. O Paquistão, país vizinho do primeiro da lista, foi eleito o terceiro pior lugar no mundo para as mulheres viverem. Os especialistas listaram práticas culturais, tribais e religiosas como fatores de risco - incluindo ataques com ácido, casamento forçado (às vezes ainda na infância), punições por apedrejamento e outros abusos físicos. Noventa por cento das paquistanesas são vítimas de violência doméstica no país. As mulheres têm renda 82% menor do que os homens. A Índia, maior país democrático do mundo também é o quarto lugar mais perigoso para mulheres. O aborto de fetos do sexo feminino, o casamento infantil e altos níveis de tráfico humano e servidão doméstica são os principais motivos que colocaram a Índia nessa lista. Mais de 50 milhões de meninas "desapareceram" no último século devido ao infanticídio e ao aborto de fetos do sexo feminino. A Somália, um dos países mais pobres, violentos e sem lei, ficou em quinto lugar, segundo a Fundação Thomson Reuters. Os principais motivos são alta mortalidade materna, estupro, mutilação genital feminina e o casamento infantil. Na Somália, 95% das mulheres são vítimas da mutilação genital feminina, a maioria entre os 4 e 11 anos. 
Avanços e retrocessos

A história de Nada al-Ahdal, de apenas 11 anos, ganhou o mundo em julho de 2013. Nada parecia condenada ao destino de milhões de jovens mulheres em países muçulmanos: o casamento arranjado. Mas ela decidiu fugir de casa, e gravou um vídeo denunciando a situação, e o mesmo, em apenas dois dias, foi visto por mais de 5,6 milhões de pessoas no YouTube. Este episódio iniciou debates sobre a liberdade das mulheres no mundo islâmico e lançou luz sobre como a internet tem sido usada pelas muçulmanas para se fazer ouvir. Elas querem respeito, segurança, manter contato com amigos e familiares, correr atrás de carreiras e usar a rede como ferramenta de divulgação. Alguns exemplos mostram que estão conseguindo.
No Brasil, Após a promulgação da Lei Maria da Penha (2006) as denúncias de violência contra a mulher aumentaram em 600%, No entanto, possuímos ainda altos índices de violência doméstica. As principais causas são alcoolismo e drogas, além de pobreza e baixa escolaridade. As mulheres de baixa renda que sofrem com o problema têm acesso limitado à Justiça.
Tudo isso se não avaliarmos o dito “machismo estrutural”. Conforme especialistas, a imagem da mulher na publicidade brasileira "parou no tempo" e "não reflete avanços sociais". Como exemplo, publicidade de produtos de limpeza acabam sendo mostrados como "sendo usados com prazer pela mulher, que sempre aparece sorrindo, limpinha, mesmo que para muitas as tarefas domésticas não sejam tão realizadoras”.
No mercado de trabalho, a participação da mulher cresceu de 18,3 milhões em 2010 para 19,4 milhões em 2011. Mesmo assim o salário das mulheres em 2011 era 21% a menos que os homens. E veja a crítica ao movimento feminista feito pelo Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Marcos Feliciano:

“Quando você estimula uma mulher a ter os mesmos direitos do homem, ela querendo trabalhar, a sua parcela como mãe começa a ficar anulada, e, para que ela não seja mãe, só há uma maneira que se conhece: ou ela não se casa, ou mantém um casamento, um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo, e que vão gozar dos prazeres de uma união e não vão ter filhos. Eu vejo de uma maneira sutil atingir a família; quando você estimula as pessoas a liberarem os seus instintos e conviverem com pessoas do mesmo sexo, você destrói a família, cria-se uma sociedade onde só tem homossexuais, você vê que essa sociedade tende a desaparecer porque ela não gera filhos”.


Essa declaração, duramente criticada por movimentos feministas (...”atrasada ... não acompanha o avanço da sociedade") traduz pensamento majoritário entre os integrantes da Frente Parlamentar Evangélica.


Agora, a boa notícia: pesquisa da antropóloga Walquiria Domingues Leão Rêgo, da Unicamp, diz que nos últimos cinco anos está havendo uma mudança de comportamento nas áreas mais pobres e talvez mais machistas do Brasil. E essa mudança se deve, em parte, ao dinheiro do Bolsa Família, que trouxe poder de escolha às mulheres. Elas agora decidem desde a lista do supermercado até o pedido de divórcio.
Mais de meio século depois da pílula anticoncepcional, uma revolução feminista no sertão, silenciosa e lenta, está em curso. O interior do Piauí, o litoral de Alagoas, o Vale do Jequitinhonha, em Minas, o interior do Maranhão e a periferia de São Luís são o cenário desse movimento. Nos últimos cinco anos, Walquiria acompanhou, ano a ano, as mudanças na vida de mais de cem mulheres. Foi às áreas mais isoladas para fazer um exercício raro: ouvir da boca dessas mulheres como a vida delas havia (ou não) mudado depois da criação do programa. Adiantamos parte das conclusões de Walquiria. A pesquisa completa será contada em um livro, a ser lançado ainda este ano.

“Há mais liberdade no dinheiro”, resume uma das entrevistadas de Walquiria. As mulheres são mais de 90% das titulares do Bolsa Família. Qual o significado dessa opção do governo por dar o cartão do benefício para a mulher: “Quando o marido vai comprar, ele compra o que ele quer. E se eu for, eu compro o que eu quero.” Elas passaram a comprar Danone para as crianças. E a ter direito à vaidade. Walquiria testemunhou mulheres comprarem batons para si mesmas pela primeira vez na vida. Finalmente, tiveram o poder de escolha. E isso muda muitas coisas. “Boa parte delas têm uma renda fixa pela primeira vez. E várias passaram a ter mais dinheiro do que os maridos”, diz Walquiria. Mais do que escolher entre comprar macarrão ou arroz, o "cuidar do dinheiro" permitiu a elas decidir também se querem ou não continuar com o marido. Walquiria relata ainda que aumentou o número de mulheres que procuram por métodos anticoncepcionais. Elas passaram a se sentir mais à vontade para tomar decisões sobre o próprio corpo, sobre a sua vida.

É claro que as mudanças ainda são tênues. Ninguém que visite essas áreas vai encontrar mulheres queimando sutiãs e citando Betty Friedan. Mas elas estão começando a romper com uma dinâmica perversa, descrita pela primeira vez  pelo filósofo inglês John Stuart Mill. Em 1869 ele escreveu "Sujeição das Mulheres", onde ataca o argumento que dizia que as mulheres são naturalmente piores do que os homens em certos aspectos e que, por isso, elas deviam ser desencorajadas e proibidas de realizarem certos atos. De acordo com Mill, as mulheres são treinadas desde crianças não apenas para servir aos homens, maridos e pais, mas para desejar servi-los. 

Então... quase 150 anos de história, de avanços e retrocessos, e de descobertas de que podemos desejar mais do que isso. Desejar e construir. Como diz uma amiga: temos que nos descobrir vacas, nós (e as vacas) não sabemos a força que temos. Mulher é tudo vaca...

Beijos a todxs, obrigada...

SantuzaTU






















segunda-feira, 21 de julho de 2014

SOBRE AMIGOS... E HISTÓRIA... PARA A VIDA.

Meu querido Rafa... não consegui recortar e colar... tá tão bom!!! fiquei tão feliz!!! aí publiquei na íntegra... estou revendo a História do Feminismo e mando, tá? beijos carinhosos... obrigada pela sua amizade. TU



Minha amada TUTUzinha,

Li mais de cinco vezes seu texto sobre o amor romântico, até os comentários e também o seu, sobre como te impressiona o “eu” fora das pessoas em seus comentários, o se ausentarem como você disse, como se não fizessem parte desse tempo (ainda) em que vivemos impregnados pelo modelo de relação vassalo/senhor (ou senhor/escravo ou autoritário/submisso, como queira... acabo de ouvir uma palestra sobre competências do líder e o palestrante disse de uma que ele considera importantíssima: o temor, o líder impor temor!!!), relações assimétricas, isso não somente na relação intima mas em todos os níveis de relação, como acabo de ouvir! Tutu, você falou da necessidade de humildade, tão confundida na nossa cultura com humilhação, daí nossa dificuldade em desenvolver essa tão imprescindível virtude. Me lembro de conversas nossas: é a humildade que nos traz a noção de tamanho... que não é estática, e sim de onde começamos a construir para chegar onde queremos... é a humildade que nos dá a noção de tamanho e nos ajuda na auto estima (que também é construída) e que gera o amor (próprio e ao outro)... boas conversas...

E não pude também deixar de lembrar outras maravilhosas conversas sobre nosso grande inspirador, entre outros, Friedrich W. Nietzsche. Sim, também reli seu post de 23/abril/2013, quando você o coloca na galeria de SBCences famosos com o belíssimo post: Quem não for louco que atire a primeira pedra. E fui ler de novo a  segunda “Consideração Extemporânea”, escrita em 1874, intitulada “Sobre a utilidade e os inconvenientes da história para a vida”, e tão atual...penso que essa alienação do “eu fora” tem tudo a ver com uma cultura que não deseja o sentido histórico, pois para a reprodução de tal modelo (aquele do senhor/escravo) é necessário a “naturalização” de vários conceitos, idéias... formas de ver (e reproduzir) o mundo. 

Como, por exemplo, o machismo estrutural, não é TU? Sei que você tem pronto uma pesquisa sobre a história do feminismo no mundo e no Brasil, e quero conhecê-la, não sem antes oferecer minha contribuição com alguns comentários e recortes sobre esta obra do nosso ídolo, pois acredito que ajudará todxs a se colocarem nessa história feminina, que é a de todxs nós, tanto no sentido de nos avaliarmos como cúmplices na reprodução de machismos que nos fazem sofrer (assim como fazemos sofrer os outros), como também nos colocarmos como sujeitos ativos na construção de relações mais livres e bonitas. E que aconteça cada vez menos, por exemplo, aquele caso que você me contou que te fez sentir tão mal: o da pessoa dizendo que todas as feministas são chatas, aí você disse que não e que você era feminista... aí a pessoa te coloca como exceção, você está “acima” das feministas... é muito inteligente... aí, parece até um elogio!!! porque machuca tanto? Por que, ao me colocar num lugar de diferente do que ocupo, reforça todo o seu preconceito e fere exatamente a categoria a qual pertenço... isso você me dizendo e eu percebendo o quanto fazemos isso, daquela maneira “sutil do tamanho de uma patada de elefante” como você diz... veja como a ausência de história nos faz repetir pré-conceitos.


Mas este é somente um exemplo ausência de história... para a vida. Vamos a ele: Nietzsche começa citando um seu interlocutor, Goethe: “de resto, abomino tudo aquilo que me instrui sem aumentar e estimular imediatamente a minha atividade”... que serve como inspiração introdutória para a discussão polêmica, porém fecunda, sobre o valor e o não valor da história para a vida. Para Nietzsche, a instrução que não serve à vida não deve ser alimentada porque se trata de um saber infecundo, portanto paralisador da atividade humana. A crítica de Nietzsche é direcionada ao método histórico dos historiadores modernos (da época – Alemanha de mais ou menos cem anos atrás,  e ainda atuais), os quais disseminam na sociedade alemã um saber histórico estritamente supérfluo, que toma como valioso o desnecessário e esquece assim de privilegiar as virtudes necessárias para o desenvolvimento da vida. Ele, então, nos incita a refletir sobre como podemos utilizar do passado sem esquecer-se do presente que nos liga à vida. 

Tu, Nietzsche lembra nosso outro grande inspirador, Guimarães Rosa, quando diz que viver é muito perigoso, pois a mesma coisa que me salva pode me matar. Ele, de outra maneira, diz que, com nossas virtudes também cultivamos, ao mesmo tempo, nossos erros, e se uma virtude hipertrofiada – tal como o sentido histórico de nosso tempo – pode se tornar tão boa para a degradação de um povo quanto um vício hipertrofiado. Assim, o homem que vive a-historicamente, como o animal, vive apenas o presente. Já o homem supra histórico é determinista, atolado na história. Precisamos da história, na justa medida, para a saúde de um indivíduo, de um povo e de uma cultura. Olhar para trás, na consideração do processo, mas tendo como referência balizadora o presente. Isto implica desenvolver uma atitude de lembrança e, ao mesmo tempo, de esquecimento, para que a vida não seja arruinada pelos excessos de memórias.  Para Nietzsche, nossa memória deve funcionar como nosso intestino, ou seja, retendo o que serve para a vida e jogando fora o que não está ligado a ela, sabendo lembrar e esquecer...

Esta capacidade ele chama de “força plástica”, o que permite a cultura desenvolver-se, transformar-se, produzir o novo, o belo, e o que torna possível reverter o estado caótico do indivíduo, do povo, da cultura, contaminados pela “febre historicista” (do homem supra histórico, aquele da história monumental, que desenvolve uma fixação pelo passado, mumifica-o, fazendo-o esquecer-se do presente, um conhecimento histórico nocivo, vicioso, hipertrofiado). Para evitar que o passado se torne o coveiro do presente, segundo Nietzsche, é necessário desenvolver na cultura a força plástica, que é o lembrar e o esquecer necessários para o desenvolvimento da vida. Sem essa força plástica é impossível que o homem não seja soterrado pelo passado.

Pensando nisso, Nietzsche faz uma distinção conceitual, baseada em três formas de se olhar para o passado, a saber: história monumental, história tradicional e história crítica. Esta última é a solução, se aplicada em justa medida, para que a pessoa comprometida com a vida e com o presente, não incorra nos erros das duas primeiras (história monumental e história tradicional), as quais mumificam o homem no passado, ao retirar-lhe o sentido da vida, o qual se encontra no presente.

À história, para Nietzsche, cabe a tarefa de desenvolver o novo, a partir do olhar para o passado. Suas três formas de se olhar o passado vale a pena ser vista:  
a)     História monumental: Para Nietzsche, enquanto a historiografia se basear na história monumental, fechando-se somente na análise dos feitos dos grandes homens, a história será uma deformação do real. Segundo ele, o homem que quer fazer grandes coisas tem sim necessidade do passado, mas não pode deixar que os mortos enterrem os vivos.
b)     História tradicionalista: Segundo ele, os historiadores conservacionistas seriam aqueles que cultivariam, se possível, todos os objetos do passado, como um “ferro-velho ancestral”, onde tudo o que fosse bolorento, velho, seria digno de ser guardado como patrimônio para a sociedade vindoura. Esta forma de avaliar o passado atribui às coisas um valor semelhante, nisto estaria o seu erro. É um problema avaliar tudo a partir da mesma escala de valores porque faz com que as coisas minúsculas tenham a mesma importância dada às coisas mais excelentes. Essa paixão pelo antigo e, conseqüentemente, veneração do pretérito, desencadeia no historiador um espírito colecionador, de forma que o novo, o que estaria em vias de florescer, é rejeitado e esquecido em detrimento do velho, do bolorento. Quando a história deixa de servir ao presente para mumificar-se no passado, esta perde o seu fôlego, o que a degenera e a faz sucumbir. É contra esse tipo de história que Nietzsche insurgir-se-á com mais força.
c)      História crítica: Além da forma monumental e tradicional de olhar para o passado, tem-se um terceiro modo, o crítico. Para Nietzsche, a história crítica tem a função de interrogar o passado, colocando-o frente ao tribunal da história, para julgá-lo de acordo com as inquietações propostas pelo presente. O problema desta forma de se olhar o passado estaria no exacerbado senso de justiça que o historiador desencadearia, o qual o faria condenar todo o passado, porque o sentimento de justiça não pode ser considerado imparcial. Desta forma, o seu veredicto sempre seria a favor de uma determinada época em detrimento de outra. A busca pela justiça levaria o historiador a condenar toda injustiça, isto é, todas as formas de representação do passado.

E aqui, de novo, ele fala sobre a capacidade de lembrar e de esquecer: ... a solução para não condenar todo o passado é exercitar o esquecimento. Desta forma, abrindo mão de um determinado recorte do passado, a vida ganha seu fôlego e se desenvolve. No entanto, assim como a vida exige o esquecimento para poder se desenvolver, ela também exige que se rasgue o véu nebuloso que envolve todos os fatos. Para isto, é necessário o uso da justiça, que é sempre injusta em suas formas de examinar o passado. Na opinião de Nietzsche, este é um processo perigoso para vida, porque um julgamento incoerente com determinada época pode desencadear no presente e no futuro algo perigoso para a saúde de um homem, de um povo, de uma cultura.

Dá trabalho... Viver é perigoso... Por que ainda não se sabe... "Por que aprender a viver é que é o viver mesmo"... E é isso é que é bonito... Vale a pena, “quando a alma não é  pequena”...

Tutu, minha querida, espero ter te ( e/ou nos, a todxs nós...) oferecido uma introdução à História do Feminismo, que estou ansioso por ler. Recorte e cole o que você achar pertinente.

No mais, minha eterna admiração e amor...

Raphael