segunda-feira, 25 de março de 2013

Relatório: Audiência Pública na Câmara Municial sobre o Carnaval 2014


Amigos e Amigas,

Estive ontem na Audiência Pública na Câmara Municial sobre o Carnaval 2014, e encaminho a vocês um breve relatório da mesma:

Presidida pelo Vereador Pedro Patrus, a audiência teve início às 13:30 hs do dia 20 de abril de 2013, com o propósito de avaliar o carnaval de 2013 e dar início ao planejamento para 2014. Depois de composta a mesa e a fala de alguns vereadores, a pessoa convidada a falar foi o Rafa (Rafael Barros <rafamiragem@yahoo.com.br>), que leu um documento elaborado em conjunto, conforme decisão em reunião anterior.

Tal reunião aconteceu no dia 13/10 no Centro Cultural da UFMG, quando estiveram presentes o Felipe Fil e a Rosália, representando o SBC - nessa reunião também ficou decidido cada bloco levar um relatório/reivindicação direcionado à Belotur, com as considerações de seu bloco a respeito do desfile deste ano 2013, o que funcionou e o que não funcionou para ser anexado a um dossiê dos blocos de rua e ser entregue na audiência. O SBC (Felipe Fil e Santuza) elaborou tal documento, dizendo da falta de articulação entre Belotur, PM, BH Trans e SLU que tinha sido prometida pela Belotur, porém isso não aconteceu, repercutindo na ausência da PM, Belotur, SLU e tudo mais, somente os banheiros químicos foram instalados, mesmo assim fora do lugar combinado.

Voltando à Audiência, no documento lido pelo Rafa : O carnaval, a revolução, a festa destacamos:

... Importante destacar que as orientações da Belotur de enquadramento dos blocos de rua nos dispositivos da LEI Nº 10.277, DE 27 DE SETEMBRO DE 2011 e do DECRETO Nº 14.589, DE 27 DE SETEMBRO DE 2011, que a regulamenta, nos parece equivocado uma vez que estes instrumentos normativos dispõe exclusivamente sobre manifestação artística e cultural e não sobre a manifestação popular impondo, ainda, limites que extrapolam o estabelecido na Constituição Federal como horário e tempo de duração.   
...Nesse sentido a infra-estrutura básica para efetivação dos blocos de ruas tais como segurança, apoio logístico, limpeza urbana e equipamentos sanitários, bem como transporte público para a população durante o período da festa, são fundamentais e devem ser concedidos de maneira oficial e garantindo-se uma comunicação orgânica entre as diversas esferas do poder público.
...Nessa direção é fundamental que operemos duas transformações estruturais. A primeira aponta para uma mudança de vinculação institucional do carnaval, ele deve se deslocar da Belotur para os braços da Fundação Municipal de Cultura, órgão gestor da política cultural do município. A segunda diz respeito a um acompanhamento do carnaval de forma continua e não pontual.
(quem se interessar pelo documento completo é só nos solicitar, vale a pena ser lido integralmente).
Após a leitura, o Rafa citou todos os blocos que assinaram tal documento, perfazendo um total de 48 blocos (inclusive o SBC).

O vereador Gilson Reis iniciou a sua fala citando a música "Não põe corda no meu bloco..." e falou do modelo de Recife e Olinda para o carnaval de Belo Horizonte.

Algumas outras pessoas foram convidadas a falar, uma delas fez o trocadilho: "o carnaval é um fardo para o governo... ou ... o governo é um fardo para o carnaval?", outra pessoa citou as verbas prometidas e tiradas há 4(quatro) dias do carnaval, o que arrasou com blocos caricatos e Escolas de Samba.

Aí chegou a vez da Escola de Samba Cidade Jardim, que estava representada pela sua Vice Presidente. Ela falou pouco e concluiu que não deseja o estigma de Escolas: brigões, assim como o outro de Blocos: arruaçeiros. Em seguida convidou o Diretor Cultural da Cidade Jardim, que começou seu discurso falando da questão da relação cultural entre Poder e Povo, que não foi resolvida desde a ditadura. E que é de suma importância se discutir sobre o papel do Poder Público, que precisa entrar em relação com a cultura popular. Qual seja, a relação de um ouvir o outro.

Aí foi a vez do representante da Belotur, Sr Gelton. Ele começou citando o Vereador Gilson (que falou sobre a superação de trincheiras) e dizendo que ... "não há trincheiras quando o lado é um só". Citou também Marilena Chauí, quando ela diz sobre participação e co-responsabilização, e até contou um caso interessante sobre a confusão do cidadão entre o público/privado, um caso de um roubo de flores na Praça da Liberdade, em que a pessoa que "roubou" disse... "é de todo mundo, posso levar prá casa".
Mas aí começaram as manifestações, principalmente de representantes da Cidade Jardim, que estavam indignados por causa da desclassificação (que foi feita pelo Sr. Gelton), afirmando a sua prepotência e exigindo desculpas. Após intervenção do Vereador Pedro Patrus, o Sr Gelton explicou : foi construido regulamento de forma compartilhada (com escolas e blocos) - de novo várias manifestações: isso era mentira, não foram convidados... Sr. Gelton continua: item do regulamento não cumprido (atraso de dois carros, da Cidade Jardim), no caso a desclassificação foi justa com os outros blocos e escolas. ...
Continuando a fala: ele reforça a idéia do Ver. Gilson de aprender com o modelo de Recife e Olinda. Fala da estigmatização da palavra burocracia e sugere ... onde se lê burocracia, pode ser planejamento. Fala da Praça Santa Tereza, de lixeiras usadas como mesa, da decisão do povo de descer para a Praça do Cardoso... algumas pessoas manifestaram nesse ponto: na quarta feira, tinha jogo do galo, aí a praça estava cheia de banheiros!
O representante da Belotur falou também que não pode responder por outras instituições que não cumpriram a promessa de verbas; assim como de iniciativas, diante de recursos limitados,  de buscar parcerias, como uma com o Sebrae, que pretende desenvolver a capacitação em empreendedorismo e em captação de recursos e outros assuntos pertinentes, para o pessoal de Escolas de Samba, Blocos Caricatos, e também os blocos de rua serão convidados.
Enfim, quando o representante da Belotur falou em seguir regulamento houve outra manifestação: seguir regulamento sim, interpretar regulamento de uma forma unilateral é que é o problema... Todo monopólio é pernicioso, se afirmou entre as pessoas presentes. E quando o Sr Gelton falou em terminar e se despedir pois tinha outro compromisso, ele foi contestado por todos os presentes, inclusive pelo Vereador Pedro Patrus, o sentimento manifestado foi de desrespeito. Ela saiu e deixou um representante.

A audiência continuou, agora com a fala do representante da PM, Cap. Gibran, cpc-p3@pmmg.gov.br,  que sugeriu reuniões mensais e que afirmou que ..."queremos, exigimos, ser envolvidos no carnaval de 2014". Um dos presentes denunciou a violência da polícia contrapondo a ausência de ocorrência de qualquer tipo de problema entre os foliões e citou o caso do seu instrumento ter sido quebrado pelo cassetete de um policial. O capitão respondeu esclarecendo não ser essa a conduta que se recomenda entre eles. Foi sugerido um treinamento específico para a atuação nesse tipo de evento. Sobre a questão de ultrapassar horário, ele citou a frase “a flexibilidade faz parte de uma negociação firme".

Uma representante da Associação do Bairro Santa Tereza se manifestou e reclamou veementemente o fato de tanto esta Associação como nenhuma outra não terem sido convidadas para essa audiência, assim ela foi convidada para compor a mesa. O Santa Tereza recebeu mais de 20.000 pessoas no carnaval e é considerado o palco do mesmo, assim, a Associação quer participar de todo o processo.

O Mestre Conga, importante representante do carnaval em Belo Horizonte há muitos anos,  foi convidado a falar e reivindicou a volta dos CDs gravados com antecedência, a volta dos concursos de Cidadão samba e Rainha do Samba, a escola de samba funcionar o ano inteiro e o preenchimento na Praça da Estação da terça feira de carnaval.

A Secretária de Planejamento lembrou do Plano de Ações Governamentais que, estando agora na época da realização do mesmo, a ações têm que ser previstas.

A fala da representante da BHTrans (deusuite@pbh.gov.br): "via pública é lugar onde as pessoas exercem cicadania", ressaltou "todas as pessoas"... e o papel da BHTrans é o de conciliar interesses... em princípio, as vias não são feitas para carros... recomendou o Programa "A Rua é nossa" nos domingos, por exemplo, a Av Bandeirantes, que fecha o trânsito todo domingo para atividades de participação do cidadão, entre outras. Ressaltou que o planejamento tem que ser feito junto com a população e que fizeram o que puderam no carnaval, diante do encaminhamento a respeito dos blocos feito pela Belotur.

Em seguida o Sr Tiago Araujo, representante do Conselho Municipal de Cultura, da Fundação Municipal de Cultura iniciou a sua fala. Nessa hora o Ver. Pedro Patrus avisou que estavam faltando 10 minutos para terminar a audiência e que talvez houvesse uma continuidade de maneira informal. Infelizmente tive que sair, pelo avançado da hora, e não pude ver o encerramento do evento.

Contamos com toda a diretoria do SBC para acompanhar e compartilhar com toda a diretoria todas as reuniões que acontecerem daqui para frente, pois consideramos de suma importância a participação do SBC no planejamento do nosso próximo carnaval.

Obrigada a todos.

Santuza

terça-feira, 19 de março de 2013

SBCenses Internacionais!!!

Nossa!!!
Tô super orgulhosa de nós, SBCenses!!!
Olha só, que maravilha!!! Semana passada inauguramos nossa galeria com Dolores Duran e Chiquinha Gonzaga...
Agora recebo dois SBCenses internacionais!!! E dos melhores!!! Uma coincidência (combinada entre os dois que me mandaram, eles me disseram!), ambos são famosos pelas frases super SBCenses!!! E comentadas!!!
Aí vão, de presente para vocês: Marilyn Monroe, escrito pela nossa super SBCence Alice, que não é a do País das Maravilhas, e nosso querido Fil Roger, que escreveu sobre Oscar Wilde...
Eu fiquei comovida ao ler as duas histórias, espero que vocês também se comovam... e divirtam-se...
E animem!!! Aí, gente, é super divertido escrever, escolha seu SBCenses atual ou histórico, escreva sobre ele e mande prá gente publicar!!!
Carlitos!!! Cadê o seu SBCense famoso? Rosa, qual você me disse que ir escrever?
Estamos aguardando novas personagens SBCenses.
Beijos a todos e todas...
TU


Sou fã de Marilyn Monroe, sempre fui, acho a mulher mais sensual de todos os tempos, a primeira “pin up” (sabem o que é uma Pin up? São aquelas modelos retrô, com maiôs “enormes” que, na época eram arrojados, e em posições sensuais, que também na época eram super avançadas. A mais recente pin up é a modelo da Devassa, sacaram?).

Mas quando fui pesquisar sobre a história de vida da atriz de cinema, cantora e modelo americana Norma Jeane Mortenson (1926 - 1962) fiquei impressionadíssima:  uma criança que conviveu com a solidão, o medo e a insegurança. Uma adolescente que morou em diferentes lares e orfanatos, e que, chegando a ser um dos principais símbolos sexuais de todos os tempos, foi também vítima de abusos sexuais.

Essa é Marilyn Monroe! Recomendo a todos e todas entrarem na Wikipédia, a enciclopédia livre (interessante, livre!!!) para saberem mais detalhes sobre a vida dessa grande mulher que, além de linda e inteligente, superou obstáculos pesados.
Foi criada por babás (que batiam nela com correia) e em orfanatos. A mãe e a avó (que tentou estrangulá-la quando era criança) morreram em manicômios. Não conheceu seu pai biológico, fato que a deixava muito abalada.

Casou-se com 16 anos para não voltar para o orfanato. divorciou alguns anos depois,  o marido não aceitava que ela se tornasse uma atriz. Tingiu seu cabelo de loiro claríssimo e mudou seu nome artisticamente para Marilyn Monroe (Monroe era o sobrenome da sua avó materna e Marilyn o nome mais chique da época).

Uma das mais populares estrelas de cinema da década de 1950. Apesar de sua beleza deslumbrante, suas curvas e lábios carnudos, Marilyn era mais do que um símbolo sexual. Sua aparente vulnerabilidade e inocência, junto com sua inata sensualidade, a tornaram querida no mundo inteiro. Ao mesmo tempo que era uma menina frágil e inocente, era uma mulher que chegava chegando, irresistivelmente sedutora. Durante sua carreira, Marilyn atuou em 30 filmes e deixou por terminar Something's Got to Give. Seu nome representa ainda hoje mais que uma estrela de cinema e rainha do glamour, sendo para muitos um ícone, sinônimo de beleza e sensualidade. Alguns dos seus filmes, todos da década de 50: Os Homens Preferem as Loiras,  Torrentes de Paixão, Como Agarrar um Milionário, Nunca Fui Santa, Quanto Mais Quente Melhor, Os Desajustados.

Marylin já era amante de Kennedy muito antes dele entrar na Casa Branca. Kennedy ficou obcecado por ela durante sua recuperação de uma operação na coluna que o deixou imobilizado, quando seu irmão Bobby pendurou, de cabeça para baixo, um poster onde Marilyn vestia um blusa decotadíssima, um short curto e estava de pernas totalmente abertas, em frente à cama do seu quarto. Isso fez Kennedy ficar loucamente atraído por ela (será que isso dá certo???)

O caso entre eles teve início depois de seu divórcio de Joe di Maggio e continuou enquanto ela esteve casada com Arthur Miller. Eles se encontravam na suíte dele do Carlyle Hotel, em Nova Iorque, ou na casa de praia de Peter Lawford, em Santa Monica. O FBI grampeou a casa de praia de Lawford e John Edgar Hoover, o chefe do FBI, usou as gravações para manter seu cargo quando Kennedy tentou demiti-lo. Hoover também insinuou que alguém mais havia grampeado a casa - a Máfia, com que Kennedy cruzara durante as eleições.

Apesar de suas ilusões, Marilyn sabia que Kennedy desejava apenas a estrela cintilante de cinema, não a mulher que era. Ele pretendia livrar-se dela com elegância, pois esse relacionamento lhe prejudicaria perante os poderosos da política. Marylin, então resolveu dar um grande presente a Kennedy, dar a ele um último momento de glória: Em seu aniversário, apareceu na festa inesperadamente e cantou com voz lasciva "Feliz aniversário, senhor presidente". John Kennedy disse: "Já posso me retirar da política, depois de ter ouvido este feliz aniversário cantado para mim de modo tão doce e encantador."

Na premiação do Globo de Ouro de 1962 Marilyn foi nomeada a "personalidade feminina favorita de todo cinema mundial". Pouco tempo depois, na manhã de 5 de agosto de 1962, aos 36 anos, Marilyn faleceu enquanto dormia. A notícia foi um choque, propagada pela mídia, explorando sobretudo o caráter misterioso em que o fato se deu, prevalecendo a versão oficial de overdose pela ingestão de barbitúricos. O brilho e a beleza de Marilyn faziam parecer impossível que ela tivesse deixado a todos. Ninguém sabe de fato o que aconteceu naquela noite. Ouviu-se o barulho de um helicóptero. Uma ambulância foi vista esperando fora da casa dela antes que a empregada desse o alarme. As gravações de seus telefonemas e outras evidências desapareceram. O relatório da autópsia foi perdido. Toda a documentação do FBI sobre sua morte foi suprimida e os amigos de Marilyn que tentaram investigar o que acontecera receberam ameaças de morte.

Eis algumas de suas frases, filosofia SBCense pura (em vermelho nossos comentários):

Mulheres comportadas, raramente fazem história. Claro, mulheres comportadas apenas repetem a história!

Ninguém nunca disse que eu era bonita quando pequena. Toda menina deveria ser chamada de bonita, mesmo se elas não sejam. Sim! Precisamos de auto-estima!

Se eu tivesse cumprido todas as regras, eu nunca teria chegado em qualquer lugar. Nenhuma de nós!

Todo mundo é uma estrela e merece o direito ao brilho. Claro! Desperte a estrela em você, querida!

Os homens passam, os diamantes ficam. Rsrsrsrs... não somos mais dessa época, nem queremos...a gaiola é de ouro mas não deixa de ser gaiola...

Eu não estou interessada em dinheiro, eu só quero ser maravilhosa. Muito bom!!!

Eu tenho fantasias demais para ser uma dona de casa. Acredito que eu sou uma fantasia. Imagina essa frase nos anos cinqüenta! De alguma forma somos agora o resultado dessa (dessas) mulheres transgressoras!

Não me falta homem, o que me falta é amor. Sim!!!

Uma garota sábia beija mas não ama, escuta mas não acredita e parte antes de ser abandonada. Seu lado cético, no fundo uma romântica...

O corpo é para ser mostrado, não para ser coberto. Certíssimo! Deveria ser usada atualmente para combater a violência contra a mulher!

O sexo faz parte da natureza. Eu só sigo a natureza. Rsrsrs... maravilhosa!!!

Nunca falhei com ninguém em quem eu acreditasse. Lição de relações humanas!

Eu me renovo quando fico sozinha. Bom demais! Solidão não é estar só!

Não sei quem inventou o salto alto, mas todas as mulheres devem muito a esta pessoa. Rsrsrs... mais ou menos...



 

SBCenses queridos e queridas, espero que curtam essa mulher que eu adoro!!! E, para terminar, eu (e mais algumas mulheres lindas que conheço) tentam imitar a pose da Marylin em uma das suas fotos mais lindas, eu aprendi com uma amiga: você joga os ombros um pouco para a frente, dá uma caidinha para a esquerda e uma levantadinha na cabeça e entreabre a boca deixando aparecer os dentes... entenderam??? Rsrsrsrs... aí vai a foto... divirtam-se, não custa nada a gente acreditar que está parecendo!!! Só eleva o ego...

Alice Coelho




 Oscar Wilde nasceu em 16 de outubro de 1854 em Dublin, Irlanda. Foi educado na sua cidade natal e mais tarde em Oxford. Lá ele recebe a influência de Walter Pater e da doutrina da "arte pela arte". Em 1879, vai para Londres, para estabelecer-se como líder do "movimento estético".

Começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo caracterizado pelas atitudes extravagantes. Em 1881 é publicada uma coletânea de seus poemas. Em 1882, sem dinheiro, aceita participar de um ano de viagens entre USA e Canadá, a fim de dar uma série de palestras sobre o movimento estético por ele fundado, o esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dândi. Essa viagem lhe rendeu fama e fortuna.

Em 1883, vai para Paris e entra para o mundo literário local. Volta para a Inglaterra e casa-se com a bela Constance Lloyd em 1884. Oscar e Constance tiveram dois filhos: Cyril e Vyvyan. Mas uma noite, Robert Ross, um hóspede canadense jovem, seduziu Oscar e forçou-o, finalmente, a confrontar-se com seus sentimentos homossexuais que o perseguiam desde a época em que era estudante.

Em Maio de 1895, após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes". Wilde escreveu uma denúncia contra um jovem chamado Bosie, publicada no livro De Profundis, acusando-o de tê-lo arruinado. Bosie era o apelido de Lorde Alfred Douglas, um dos homens de que se suspeitava que Wilde fosse amante. Foi o pai de Bosie, o Marquês de Queensberry, que levou Oscar Wilde ao tribunal. No terrível período da prisão, Wilde redigiu uma longa carta a Douglas, que a chamou de De Profundis.

A imaginação como fruto do amor é uma das armas que Wilde utiliza para conseguir sobreviver nas condições terríveis da prisão. Apesar das críticas severas a Douglas, ele ainda alimenta o amor dentro de si como estratégia de 
sobrevivência. A imaginação, a beleza e a arte estão presentes na obra de Wilde.

Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray considerado por críticos como obra-prima da literatura inglesa, Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas. Já em várias de suas novelas como, por exemplo, O Fantasma de Canterville, Wilde critica o patriotismo da sociedade. Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem simples. O Filho da Estrela é exemplo disso. No teatro, escreveu nove dramas, muitos ainda encenados até hoje. Wilde destacou-se também como poeta, principalmente na juventude. Rosa Mystica, Flores de Ouro são alguns trabalhos conhecidos nesse campo. Foi também pioneiro na criação do filme de drama e no de ação.

No presídio, Wilde produziu, entre outros escritos, De Profundis, o clássico anarquista, A Alma do Homem sob o Socialismo e a célebre Balada do Cárcere de Reading.

Foi libertado em 19 de maio de 1897. Poucos amigos o esperavam na saída, entre eles o maior, Robert Ross (seu primeiro amante... aquele que o “tirou do armário”)

Passou a morar em Paris e a usar o pseudônimo Sebastian Melmoth. As roupas tornaram-se mais simples, e o escritor morava em um lugar humilde, de apenas dois quartos. A produtividade literária é pequena.

O fato histórico de seu sucesso ter sido arruinado pelo Lord Alfred Douglas (Bosie) tornou-lhe ainda mais culto e filosófico, sempre defendendo o amor que não ousa dizer o nome, definição sobre a homossexualidade, como forma de mais perfeita afeição e amor.

Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite (agravado pelo álcool e pela sífilis) em 30 de novembro de 1900.
Sua tumba está desde 1950 no Cemitério Père Lachaise em Paris e  foi construída a pedido Robert Ross, que também pediu um pequeno compartimento para seus próprios restos.
Filmes baseados em algumas obras de Oscar Wilde:
  • The Picture of Dorian Gray(1945)
  • The Importance of Being Earnest(1952)
  • An Ideal Husband(1999)
  • Dorian Gray - Pacto com o Diabo(2001)
  • Dorian Gray(2009)
Filme baseado em sua vida: Wilde (1997)

Há pouco tempo vi um filme bastante interessante, “Paris, Te amo”, são várias histórias sobre Paris, cada uma de um cineasta famoso em homenagem à Cidade Luz. O último filme é sobre uma americana meio deprimida, que resolve fazer uma viagem sozinha pela Europa. Em Paris ela visita o cemitério e o túmulo de Oscar Wilde. É lindo!!! Todo em mármore branco e cheinho de beijos vermelhos, as pessoas vão visitar o túmulo e beijam o mesmo em homenagem a essa pessoa maravilhosa, que viveu toda a sua vida orientada pelo sentido estético.

Wilde foi um mestre em criar frases, marcadas por ironia, sarcasmo e cinismo, assim como grandes frases sobre o sentido estético como orientador da vida, sobre a anarquia, sobre as mulheres. Os comentários (em vermelho) são nossos.

A ambição é o último recurso do fracassado. Verdade! Já ouvi também que a arrogância geralmente é a atitude reativa de pessoas com estima muito baixa.

A cada bela impressão que causamos, conquistamos um inimigo. Para ser popular é indispensável ser medíocre. Cínico!

A vida é muito importante para ser levada a sério. A melhor dele, na minha opinião.

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. A segunda melhor, ou vice versa...

O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação. Sim, claro!!!

O Estado deve fazer o que é útil. O indivíduo deve fazer o que é belo. Maravilha, certíssimo!

O pessimista é uma pessoa que, podendo escolher entre dois males, prefere ambos. Rsrsrs, não é verdade?

Pouca sinceridade é uma coisa perigosa, e muita sinceridade é absolutamente fatal. Outro cinismo rsrsrs

Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza. Rsrsrs...

Um homem pode viver feliz com qualquer mulher desde que não a ame. Canalha!!!

A melhor maneira de começar uma amizade é com uma boa gargalhada. De terminar com ela, também. Sim, sim...

A forma de governo mais adequada ao artista é a ausência de governo. Autoridade sobre ele e a sua arte é algo de ridículo. Yes!!! Olha a pessoa aí, defendendo o anarquismo! SBCense!!!

Nunca viajo sem o meu diário. É preciso ter sempre algo extraordinário para ler no comboio. Metido!!! Precisamos ser metidos, nem super metidos nem sub metidos... auto estima ao ponto...

As mulheres existem para que as amemos, e não para que as compreendamos. Gênio!!!

Os homens ficam terrivelmente chatos quando são bons maridos, e abominavelmente convencidos quando não o são. Rsrsrs... gênio, de novo!!!

A história da mulher é a história da pior tirania que o mundo conheceu: a tirania do mais fraco sobre o mais forte. FDP...minha “alma feminina me obriga a chamá-lo assim. Minha opinião é que toda mulher tem uma certa ingenuidade, digamos, ontológica. Ou, às vezes, nietzchiana, que dizia “ingênuo é aquele que acredita na própria esperteza”. Nietzche é da mesma época de Oscar, acho que vou convidar a TU para incluí-lo no SBC, ela vai adorar escrever sobre ele.

Ser grande significa ser incompreendido. (Nós!!!)

Toda a gente é capaz de sentir os sofrimentos de um amigo. Ver com agrado os seus êxitos exige uma natureza muito delicada. (Muuuito!!! Precisamos desenvolver essa competência...)

Muita gente estraga a vida com um doentio e exagerado altruísmo. Isso! Tudo que precisamos ser mais... humanos...


Aí está a pessoa!!! Espero ter passado um pouquinho dessa figura maravilhosa para vocês... ou pelo menos instigá-los a procurar algum filme, ou livro, quem sabe... penso que nossa época é marcada por grandes pessoas de um século atrás. Podemos, agora, nos compreender (e nos inspirar) a partir desses grandes transgressoras. E fazermos história, como eles!

Filipe Roger

segunda-feira, 4 de março de 2013

SBCenses famosas!

Queridos SBCenses,
Foi com grande alegria que abri hoje o mail do SBC (sbccoletivo@yahoo.com.br) e encontrei dois mails em resposta àquela minha proposta do post de 10 de dezembro de 2012, que fala sobre D. Beja e convida os SBCenses a publicarem sobre SBCenses famosos e famosas.
Abrimos então a galeria com duas maravilhosas SBCenses: a primeira, Dolores Duran, publicada pela nossa querida SBCense Flávia, que não é a Maria Beijoqueira; e Chiquinha Gonzaga, publicada pela Rita, que não é a SBCenses Ritoca. 

Aguardamos novas publicações de SBCenses famosos, históricos e contemporâneos, da música, da arte, da vida, da alegria...

Beijos a todos e todas e obrigada!

SantuzaTU



Adiléa da Silva Rocha - a nossa Dolores Duran - nasceu no Rio de Janeiro em 07 de junho de 1930. Foi, com certeza, uma das maiores representantes do samba-canção brasileiro. Começou a cantar muito cedo - seu primeiro prêmio foi aos seis anos de idade. Aos 15 seu pai morreu - e a menina Adiléa teve que sustentar sua família, cantando, que é o que ela melhor sabia fazer.

Fiz uma meia cópia de uns dois link do Google, acrescentando minhas considerações sobre porque a considero uma das maiores SBCences. Vejam bem: ela viveu de 1930 a 59, numa época em que ser mulher auto afirmativa não devia ser fácil.
Aos 8 anos de idade contrai a febre reumática, que quase a levou a morte, e que deixou como seqüela um sopro cardíaco gravíssimo. Por pouco ela não resiste, para desespero de sua mãe.

Aos doze anos de idade, influenciada pelos amigos, resolve, com a permissão da mãe, se inscrever num concurso de cantores, mas ela tinha dúvidas se iria se sair bem. Surpreendentemente, ela cantou muito bem, como uma profissional, e conquistou o primeiro prêmio no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. As apresentações no programa tornaram-se freqüentes, fixando-a na carreira artística.

Adiléia tenta terminar os estudos, ingressando no ginásio, pagando uma escola, mas como o dinheiro era pouco e as mensalidades da escola estavam atrasadas, ela é expulsa do colégio. Como ela tinha que se dedicar muito a música e ao teatro, ela decide de vez parar de estudar. Sua mãe não gosta desta atitude e mesmo após brigas, a mãe, a contra gosto, tenta aceitar a vocação de cantora da filha, já que a mãe dizia que artistas também estudavam e que a fama acaba um dia. Adiléia tinha uma personalidade muito forte e não levava desaforos para casa, respondia a quem quer que fosse, sabia se defender bem.

No final dos anos 40, ela conhece um casal rico e influente: Lauro e Heloísa Paes de Andrade, que já a tinham ouvido cantar. Eles passam a ajudá-la a se tornar realmente uma cantora e a levam em diversos lugares chiques e reconhecidos, freqüentado por famosos. Lauro passa a chamá-la de Dolores Duran, por ser um nome fino na época. Esse nome é espanhol e dramático que significa Dores. Ele é muito forte e traz uma carga de dor e sofrimento intenso, e o sobrenome Duran, que quer dizer durante, sempre, intensifica ainda mais, como se não tivesse fim essa dor. Eita carma, meu Deus! Bem que a gente deseja separar amor de dor, mas acontece... o jeito é cantar umas músicas de lama, como muitas das Dolores, até fazer uma catarse, rir da gente e partir prá vida.

Autodidata, dominou o inglês, francês, italiano e espanhol ouvindo músicas, a ponto de Ella Fitzgerald lhe dizer que foi em sua voz a melhor interpretação que ela já havia ouvido de My Funny Valentine - um clássico da música norte-americana.

Suas músicas se tornaram estrondoso sucesso. Eram dramáticas, belas e românticas, e expressavam os sentimentos mais puros de um coração. Prova disso é que Antônio Maria, grande jornalista da época,  publicou: "Dolores Duran falou de sentimentos como ninguém, em todas as línguas. Seu idioma era o amor!"

Cantava em diversas boates no boêmio e encantador Rio de Janeiro daquela época. Sua fama se espalhou e foi contratada pela Rádio Nacional, uma das várias rádios cariocas que reuniam artistas do país inteiro, e que na época só escolhia os melhores cantores.
Teve muitos namorados. O primeiro  foi um garçom da boate Vogue. O apelido dele era Serra Negra. O namorou por alguns poucos meses. Ele pediu para voltar, mas como ela era mulher de uma palavra só, não voltou. Viu que não deu certo na primeira vez, na segunda sairiam brigas novamente.

Depois dele, namorou por 6 meses o compositor Billy Blanco, de quem também gravou músicas, já que ele escrevia várias letras.

Em 1951, conhece um músico do Acre, tocador de acordeão, chamado João Donato. Eles se encontravam em frente ao Hotel Glória todas as noites. Eram grandes amigos, sempre saíam juntos e passeavam, também com outros colegas. Só não se casaram devido à oposição da família do rapaz e do preconceito da sociedade. Donato tinha 17 anos, enquanto Dolores tinha 21 e uma mulher mais velha não era bem vista com um homem mais novo. Ela lutou muito para tê-lo ao seu lado, mas ele preferiu ouvir sua família. O namoro chegou ao fim quando Donato foi morar no México. Donato e Dolores não agüentavam mais brigas e cobranças de suas famílias. Isso a fez sofrer, mas ela superou e seu sucesso na música aumentou. E olha que a Chiquinha Gonzaga, antes dela, na primeira metade do século passado, ficou durante anos, até a sua morte, com um portuga mais de trinta anos mais novo do que ela. Mulheres SBCenses do século passado, esse negócio de idade é igual chifre: coisas que colocam na nossa cabeça...

Muitas vezes, nas madrugadas, ela criava suas letras na mesa dos bares, bebendo e fumando, ouvindo canções de bolero, salsa, choro e samba. Se inspirava em seus casos amorosos e na sua vida em geral, suas alegrias, tristezas, dores, anseios e mágoas, para compor suas inesquecíveis letras.

Em 1955 foi vítima de um infarto tendo passado trinta dias internada. Resolveu não seguir as restrições que os médicos lhe determinaram, agravando os problemas cardíacos que trazia desde a infância, problemas que só se agravaram com o tempo, pois abusava do cigarro (fumava mais de três carteiras por dia) e da bebida, principalmente a vodca e o uísque.

Nesse mesmo ano, conheceu o cantor e compositor Macedo Neto, de quem gravou diversos sambas. Os dois se conheceram nos estúdios da gravadora Copacabana e rapidamente foram morar juntos. Antes de se casarem no papel, porém, Dolores engravidou dele e passou por uma gravidez tubária (gravidez de alto risco que acarreta esterilidade materna e perda do feto), interrompendo seu sonho de ser mãe, o que arruinou sua vida e a levou a piora do vício em cigarro e bebidas.

Um fato que a marcou foi que após ter perdido seu filho, ter entrado em depressão e resolvido se casar oficialmente com Macedo, ele proibiu sua mãe de comparecer ao casamento deles, por a mãe dela ser negra, fato que a deixou perplexa e enfurecida. A única que foi ao seu casamento foi a irmã Denise, pois sua mãe e suas outras irmãs não conseguiram ir por tamanha ofensa. Dolores só se casou para não se sentir tão só, pois nunca perdoou o marido por não ter deixado sua mãe ir ao seu casamento.

Após muitas discussões e brigas violentas, desquitou-se de Macedo Neto e passou meses na Europa cantando e se apresentando com seu conjunto musical, fazendo muito sucesso. Lá encontrou e viveu novos e intensos amores.

Em 1957 - então com 27 anos e recém separada, - Tom Jobim (um estreante!) mostra-lhe uma composição em parceria com Vinícius de Moraes. Ao ouvir a melodia, Dolores pega um lápis e escreve Por Causa de Você - e manda um bilhete a Vinícius pedindo-lhe para concordar com a nova letra - e Vinícius prefere a de Dolores.

Esta é mais de piropa do que de lama, não é uma bela cantada? Pedido de volta é música de piropa, de lama é falta de amor, desilusão, essas coisas.

Ah, você está vendo só do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande nas coisas mais simples
Que você tocou
A nossa casa querido já estava acostumada
Aguardando você
As flores na janela sorriam, cantavam
Por causa de você
Olhe, meu bem, nunca mais nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho, nós somos o amor
Entre meu bem, por favor
Não deixe o mundo mau te levar outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

Cantou no Uruguai, na União Soviética e na China, na companhia de músicos brasileiros, mas, por desentendimento dela com o grupo, Dolores muda de planos e realiza seu grande sonho, viajando da China sozinha para Paris. Ficou um bom tempo passeando e conhecendo as maravilhas da cidade-luz.
De volta ao Brasil algum tempo depois, pegou para criar uma recém-nascida, pobre e negra, a quem deu nome de Maria Fernanda da Rocha Macedo, que foi registrada por Macedo Neto, mesmo estando ele separado de Dolores e a menina não ter com ele qualquer parentesco. Dolores se encantou perdidamente pela criança e deu todo amor e carinho possíveis. Passeava com a menina e lhe deu tudo de bom que o dinheiro e o amor podiam proporcionar.
A partir daí, durante os dois últimos anos de vida, compôs algumas das mais marcantes canções da MPB, como Castigo e Olha o Tempo Passando, A Noite do Meu Bem entre tantas outras. Esta é super lama, triste demais... reparem o AI!, é muito sofrido... quase todo samba de lama tem um AI! Sofrido.

Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver
E a primeira estrela que vier
Para enfeitar a noite do meu bem

Hoje eu quero paz de criança dormindo
E o abandono de flores se abrindo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, o alegria de um barco voltando
Quero a ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai eu quero o amor, o amor mais profundo
Eu quero toda a beleza do mundo
Para enfeitar a noite do meu bem

Quero, a alegria de um barco voltando
Quero ternura de mãos se encontrando
Para enfeitar a noite do meu bem

Ai! como esse bem demorou a chegar
Eu já nem sei se terei no olhar
Toda ternura que eu quero lhe dar

Na madrugada de 23 de outubro de 1959, depois de um show na boate Little Club, a cantora saiu com seu último namorado e com seus amigos para uma festa no requintado Clube da Aeronáutica. Ao sair da festa, resolveram fechar a noite bebendo e ouvindo canções no Kit Club. A cantora chegou em casa às sete da manhã do dia 24. Brincou e beijou muito a filha, já com 3 anos, na banheira. Em seguida, passou os últimos cuidados à empregada Rita: "Não me acorde. Estou cansada. Vou dormir até morrer", disse brincando. No quarto, sofreu um infarto fulminante - que, à época, foi associado a uma dose excessiva de barbitúricos, cigarros e álcool.

SBCenses são também exagerados(as), humanos(as)...

Enviado por: Flávia





Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga 1847 a1935 foi uma compositora, pianista e regente brasileira.
Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624 que instituiu o Dia Nacional da Música Popular Brasileira, a ser comemorado no dia de seu aniversário.

Era filha de José Basileu Gonzaga, general do Exército Imperial Brasileiro e de Rosa Maria Neves de Lima, uma negra muito humilde. Apesar de opiniões contrárias da família, casou-se após o nascimento da menina Francisca. Chiquinha Gonzaga foi educada numa família de pretensões aristocráticas. Ela conviveu bastante com a rígida família do seu pai. Fez seus estudos normais com o Cônego Trindade, um dos melhores professores da época, e musicais com o Maestro Lobo, um fenômeno da música. Mas  desde cedo, freqüentava rodas de lundu, umbigada e outros ritmos oriundos da África, pois nesses encontros buscava sua identificação musical com os ritmos populares que vinham das rodas dos escravos.

As mulheres SBCenses são transgressoras, desde o século XIX.

Ó Abre Alas, marcha rancho, 1899, é a composição mais conhecida de Chiquinha, e aquela de maior sucesso. A canção foi feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, citado na letra.O sucesso é considerado a primeira marcha carnavalesca da história.Era comum, naquele tempo, os cordões entoarem versos que anunciavam sua passagem, e a marcha de Chiquinha antecipou um gênero que só veio a se firmar duas décadas após.

Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Eu sou da lira não posso negar O SBC é que vai chegar
Eu sou da lira não posso negar
Ó abre alas que eu quero passar
Ó abre alas que eu quero passar
Rosa de ouro é que vai ganhar  SBC é que vai ganhar
Rosa de ouro é que vai ganhar

Então, fiéis à história e à grande SBCense Chiquinha Gonzaga, abrimos nosso carnaval com a adaptação acima.

Voltando à vida da nossa SBCense, Chiquinha inicia, aos 11 anos, sua carreira de compositora com uma música natalina, Canção dos Pastores. Aos 16 anos, por imposição da família do pai, casou-se com Jacinto Ribeiro do Amaral, oficial da Marinha Imperial brasileira e logo engravidou. Não suportando a reclusão do navio onde o marido servia, (já que ele passava mais tempo trabalhando no navio do que com ela) e as ordens dele para que não se envolvesse com a música, além das humilhações que sofria e o descaso dele com seu sonho, Chiquinha, após anos de casada separou-se, o que foi um escândalo na época.

Leva consigo somente o filho mais velho, João Gualberto. O marido não permitiu que Chiquinha cuidasse dos filhos mais novos, Maria do Patrocínio e Hilário. Ela lutou muito para ter os 3 filhos juntos, mas foi em vão. Sofreu muito com a separação obrigatória dos 2 filhos imposta pelo marido e pela sociedade preconceituosa daquela época, que impunha duras punições à mulher que se separava do marido.

Anos depois, em 1867, reencontrou seu grande amor do passado, um namorado de juventude, o engenheiro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha: Alice Maria. Viveu muitos anos com ele, mas Chiquinha não aceitava suas traições. Separa-se dele, e mais uma vez perde a filha. João Batista não deixou que Chiquinha criasse Alice, ficando com a guarda da filha. Apesar disso tudo, Chiquinha foi muito presente na vida de todos os seus quatro filhos, mesmo só criando um deles.

Deu aulas de piano para sustentar o filho João Gualberto e mantê-lo junto de si, sofrendo preconceito por criar seu filho sozinha. Passando a dedicar-se inteiramente a música, onde obteve grande sucesso, sua carreira aumentou e ela ficou muito famosa, tornando-se também compositora de polcas, valsas, tangos e cançonetas.

E tome polca!!! Já ouvi Maria Alcinda cantando... mas cançoneta não sei, nunca ouvi...

Aos 52 anos (mesmo ano da vitória do cordão Rosa de Ouro no carnaval com Ó Abre Alas), após muitas décadas sozinha, mas vivendo feliz com os filhos, a música e os amigos (viram só: temos que estar felizes para incluir um amor bacana na vida, isso é super SBC...), conheceu João Batista Fernandes Lage, um jovem cheio de vida e talentoso aprendiz de musicista, por quem se apaixonou. Ele também se apaixonou perdidamente por essa mulher madura que tinha muito a ensinar-lhe sobre música e sobre a vida. A diferença de idade era muito grande e causaria mais preconceito e sofrimento na vida de Chiquinha, caso alguém soubesse do namoro. Ela tinha 52 anos e João Batista, apenas 16. Temendo o preconceito, fingiu adotá-lo como filho, para viver o grande amor. Esta decisão foi tomada para evitar escândalos em respeito aos seus filhos e à relação de amor pura que mantinha com João Batista, da qual pouquíssimas pessoas na época entenderiam, além de afetar sua brilhante carreira. Por essa razão também, Chiquinha e João Batista Lage, ou Joãozinho, como carinhosamente o chamava, mudaram-se para Lisboa, Portugal, e foram viver felizes morando juntos por alguns anos longe do falatório da gente do Rio de Janeiro. Os filhos de Chiquinha, no começo, não aceitaram o romance da mãe, mas depois viram com naturalidade.

Joãozinho aprendeu muito com Chiquinha sobre a música e a vida. Eles retornaram ao Brasil sem levantar suspeita nenhuma de viverem como marido e mulher. Chiquinha nunca assumiu de fato seu romance, que só foi descoberto após a sua morte através de cartas e fotos do casal. Ela morreu ao lado de Joãozinho, seu grande amigo, parceiro e fiel companheiro, seu grande amor, em 1935, quando começava o Carnaval, dia 28 de fevereiro.

Ó Abre Alas... deixa passar esta preciosa SBCense... aplausos...

Enviado por: Rita