terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Fim de Ano com poesia



 
Com leveza nos despedimos de 2023, com compromisso e responsabilidade entramos em 2024... sem perder a leveza... e nada como a poesia para nos trazer leveza. 

Escolhemos cinco poemas para traduzir essas emoções... e, no final, foram seis, como vocês verão no vídeo. 

A seguir uma pequena descrição dos nossos e nossas poetas, e o título da sua poesia:

1. Cecilia Meireles

Cecília Meireles ou Cecília Benevides de Carvalho Meireles (1901 - 1964) foi uma jornalista, carioca,  pintora, poeta, escritora e professora brasileira. É um nome canônico do modernismo brasileiro, uma das grandes poetas da língua portuguesa e é amplamente considerada a melhor poeta do Brasil.  Seu poema é RENOVA-TE;

2. Mário Quintana

Mário de Miranda Quintana (1906 - 1994), foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Fez as primeiras letras em sua cidade natal, Alegrete, no Rio Grande do Sul e em 1919 mudando-se para Porto Alegre onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Seu poema é ESPERANÇA;

3. Fernanda de Castro

Maria Fernanda Teles de Castro de Quadros Ferro (1900 - 1994) foi uma escritora, poetisa, tradutora portuguesa.  Fundadora e diretora da Associação Nacional dos Parques Infantis e da revista «Bem Viver» e de diversas ações em prol do turismo. Escreveu músicas para fado, marchas e canções infantis e, também, argumentos para cinema e bailado. Seu poema: OS ANOS SÃO DEGRAUS; 

4.  Drummond


Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987), nosso grande poeta mineiro de Itabira. Foi poeta, farmacêutico, contista e cronista,  considerado por muitos o mais influente poeta brasileiro do século XX

Drummond foi um dos principais poetas da segunda geração do modernismo brasileiro,  embora sua obra não se restrinja a formas e temáticas de movimentos específicos.

Os temas de sua obra são vastos e empreendem desde questões existenciais, como o sentido da vida e da morte, passando por questões cotidianas, familiares e políticas, como o socialismo, dialogando sempre com correntes tradicionais e contemporâneas de sua época. As características formais e estilísticas de sua obra também são vastas, destacando-se, por vezes, o dialeto mineiro. Escreveu alguns poemas sobre o Ano Novo, nosso escolhido é RECEITA DE ANO NOVO;

5. Ferreira Gullar


Ferreira Gullar, pseudônimo do maranhense José Ribamar Ferreira (1930 - 2016), poeta, escritor, crítico de arte, biógrafo,  tradutor, memorialista e ensaísta...  e um dos fundadores do neoconcretismo. E Acadêmico, cadeira 37  da Academia Brasileiro de Letras. Seu poema: ANO NOVO;

Terminaríamos por aqui se não tivéssemos recebido o poema da nossa querida Márcia ...


6. Márcia Leão

Mineira de Belo Horizonte, assistente social... e poeta! Autora do livro Apneia, que contém poemas que falam do vivido, do sonhado, do esperado...  E Márcia nos presenteia com  PRESENTES.

Enfim, todos esses poemas estão no vídeo a seguir. Ouçam, deem o seu "joinha" e se inscrevam no nosso canal. Apreciem...


E que em 2024 o balanço da vida seja gostoso para tod@s nós...




Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos leem...



domingo, 24 de dezembro de 2023

E nossa última homenagem do ano de 23...

 

Grande Tadeu Martins Soares!!!
Escritor, produtor cultural, contador de causos e apresentador de eventos...

Idealizador do FESTIVALE, Festival do Vale do Jequitinhonha, evento que acontece desde anos 80... e Presidente da ALVA Academia de Letras do Vale do Jequitinhonha.

No nosso Youtube, última homenagem do Ano de 2023... grande amigo Tadeu, pessoa alegre e generosa, me proporcionou um retorno a lembranças da minha terra, Salinas, minhas origens do Vale...
Obrigada querido!!!


E, para além da poema do vídeo, vai também como um presente para todos nós um outro poema do Tadeu:

O MARTELO DA DOMINAÇÃO

Um povo que perde a referência
fica pobre e será massacrado
fica sem identidade e consciência
quem domina tem muita paciência
imagina um caminho seguro
come de fogo em monturo
devagar, de leve, sem ser notado
quando o outro acordar tá amarrado
já perdeu o caminho para o futuro

Quem planejou dominar outra nação
tomar posse do povo e da terra
foi com arma, com força e com guerra
que sempre se implantou a opressão
o dominado conseguia canhão
novas armas para sua liberdade
a cultura é a sua verdade
que arrebenta qualquer dominador
que expulsa a força do opressor
que restaura a sua dignidade.

Dominador já mudou sua ciranda
botou palavras no lugar de canhão
trocou os tanques pela televisão
trocou bombas por rica propaganda
para nós é pior esta demanda
que é lenta, gradual e segura
se a imprensa lhe der cobertura
engolindo as garras da opressão
com porrada não tem dominação
se domina é matando a cultura.

Dominação não é feita com porrada
ela é sorrateira, é inteligente
vai minando as forças do cliente
com uma trajetória programada
o que o outro tem não vale nada
o que traz vale uma barbaridade
vai se impondo esta desigualdade
faz com que ela seja divulgada
a mentira que é dita e reforçada
pode ter o valor de uma verdade.

Tadeu nos ensina muito, sobre cultura - VIDA EM MOVIMENTO, sobre dominação e sobre a necessidade de construirmos nossa identidade... isso é "a cara" do SBC!


Enfim, obrigada a Tadeu e a todos os amigos e amigas e passaram por nossas vidas em 2023... 

À VIDA!!!




Mais uma homenagem...

 


Acho que foi Ana Carolina que disse, numa música talvez: "Sou muitas, de uma delas você vai gostar!"... pois bem, isso se aplica à minha grande amiga Antonieta, Tonton, Tunieta, Shirlene, Shir, Angel... eu gosto de todas...

Apresentando: Antonieta Shirlene, professora (de história) , sindicalista, comunista, feminista, idealista, romântica, de bem com a vida, com os animais e com as pessoas ( na medida do possível, segundo ela...).

Como eu disse no vídeo, Antonieta se descobriu poeta durante a pandemia... e agora escreve, às vezes, para não se sufocar com tragédias como essa da Palestina. Ela é uma pessoa humanista e sensível.

E, a seguir, o vídeo com alguns poemas seus:


Além desse último, sobre a Palestina, que merece ser publicado tanto no vídeo como "por escrito":


Antonieta, para nós, é a confirmação de dois dos valores orientadores do BEM VIVER praticados pelo SBC (leiam no nosso post anterior): 

O primeiro deles, o riso... e o segundo, o VALOR DAS AMIZADES, onde existem trocas e enriquecimento mútuo... Obrigada querida Antonieta!!!


Abraços carinhosos aos amigos e amigas que nos acompanham...



sábado, 16 de dezembro de 2023

Novas homenagens

 

Aroldo Pereira

Natural de Coração de Jesus, vive em Montes Claros, Minas Gerais. Ator, poeta, agitador cultura na empresa Grupo de Literatura e Teatro Transa Poética, além disso é vocalista e letrista. E, ainda, participa do Psiu Poético e do Grupo de Teatro Tapuia. Enfim, um multiartista.
Fiquei conhecendo o Aroldo enquanto escritor, quando do lançamento do seu livro em Belo Horizonte. Aroldo ficou em minha casa e tivemos ótimos papos. E ele, ao retornar a Montes Claros, me deixou dois dos seus livros. PARANGOLARES e PARANGOLIVRO.


Vocês conhecerão um pouco dos dois livros no vídeo no nosso canal do YOUTUBE. Aproveitem para dar o like, se inscrever e fazer um comentário.


Espero que gostem... Eu adorei... Conhecer o Aroldo e fazer o vídeo...


Abraços carinhosos... até nossa próxima homenagem...





sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

lembranças e homenagens SBCenses

 

Aníbal Oliveira Freire

Mês de dezembro... fim de ano... época de lembranças e prospecções: o que foi o ano e o que quero para o próximo. 

E de lembranças ampliadas: a vida, a infância, a adolescência, a cidade natal... 

E os amigos e amigas...vocês já sabem, o SBC valoriza imensamente as relações de amizade, para nós trata-se do nível de relação em que mais praticamos a reciprocidade, a simetria, a alteridade, nosso modelo de relações bonitas, saudáveis, relações de trocas e crescimento mútuo. 


 Já no nosso livro "Diário do SBC", na contra capa do mesmo, esboçávamos nossos "principais conceitos orientadores" para uma vida bem vivida:

"O riso, que desoxida talentos, principalmente o talento para a vida, que não é pra ser levada muito a sério;

O "valor da amizade": resignificamos os níveis de relação, desde o íntimo até a cidadania, e a amizade ocupa, na vida bem vivida, o espaço energizador e bonito;

O desenvolvimento do "sentido estético", o sentido do belo, aplicado à vida em todos os níveis de relação, para além do sentido moral (do certo e errado)"

E já falávamos do "VALOR DA AMIZADE", como veem... E a consolidação desse valor, e a conquista e o resgate de amigos e amigas, tornou-se, para nós, um "BOM HÀBITO" ...

Pois bem... em final de ano vieram as lembranças e as homenagens... Publicamos no nosso YOUTUBE a primeira delas: Salinense ANIBAL OLIVEIRA FREIRE (candidato a poeta, como diz ele) e seu pai, DARCY FREIRE... e divulgamos aqui, a seguir:

(aproveitem para se inscreverem no nosso canal e deem seu "joinha", se gostarem)


Esperamos que gostem...


E até nossa próxima homenagem, amanhã mesmo... Abraços...



sábado, 9 de dezembro de 2023

Novos antídotos...


Ótimos comentários sobre o post anterior, antídotos contra novelas globais, obrigada a todas as pessoas  que nos leram. Comentários aqui no post, por whats e pessoalmente... um deles dizia que as da Record são piores, obrigada querida Iolene. 

Fizemos uma breve pesquisa: A novela Amor e Intrigas, de 2007 até 2008, parece que passando de novo, fala de duas irmãs, naturais de Ouro Preto, Minas Gerais.


Aí fizemos, também, pesquisa no SBT: dramalhões mexicanos, entre eles A Usurpadora, de 1998, refilmada em 2019, lembra a global em reapresentação agora Mulheres de Areia, de 1993. 

Além dos temas bíblicos, a mulher é retratada ainda de forma mais padronizada, as boas e as más, sempre, esse maniqueísmo que nos rouba nossa humanidade, comentou outra SBCence. 

Lembramos de Martha Medeiros e seu livro "Doidas e Santas", um livro com cem ótimas crônicas. 

"Dona de uma sensibilidade incomum, Martha Medeiros tem para tudo um olhar, uma reflexão e uma reação fresca, nova, de alguém que pela primeira vez se depara com o inesperado, seja o assunto o Dia dos Namorados, a decisão de se começar a fumar, um sentimento de desconforto por qualquer coisa, uma paranoia que se imiscui sub-repticiamente ou um amor que acaba. Sempre terna e indignada, amantíssima da cultura contemporânea e dona de um imbatível senso de humor, em suas crônicas – assim como em sua poesia – Martha torna, para todos nós e com muita destreza, mais palatável o imponderável da vida". 


Enfim, muito triste o feminino retratado ... o maniqueísmo boa-má que nos desumaniza, além da "perpetuação" da ideia do AMOR ROMÂNTICO como "único" modelo relacional, nunca, absolutamente nunca, realizando uma crítica, por mínima que seja, desse modelo que nos escraviza.  


Temos conversado sobre o amor romântico desde 2014, ou antes, e precisamos conversar muito mais. Encontrei este post de 8 de julho desse ano, quem animar de relê-lo vai lá nessa data. 

Sabemos que a arte, em geral, e especialmente a música, se presta tanto ao papel de reproduzir a cultura (valores, formas de viver e relacionar) de uma época, como ao papel transformador, revolucionário, que nos propicia o sentido crítico e a construção de novos valores e novas formas de vidas, mais bonitas e mais livres. Então, recebemos Whats do nosso querido poeta  SBCense Aníbal, tentando "defender" seu ídolo (meu também...) Zé Ramalho: 

"Gostei da análise da letra de Zé Ramalho... As pessoas não prestam atenção ao que dizem as músicas e ficam repetindo como papagaio de bocó  ... Só não acho que seja "redundância paupérrima" mas uma  "redução sem sentido"  esse refrão "Sinônimo de amor é amar "... Pobre Bob Dylan nordestino!... Ele tem coisas boas psicodélicas,  mas de vez em quando resvala fora da órbita ... Nem só de delírios vive o Homem".

Sim querido! Tod@s nós resvalamos, o importante é sabermos "enxergar"... e "virar a chave",  transformar, rir da gente, e aprender a superar, nos colocar como sujeitos, construirmos novos modelos relacionais ... 

Nessa toada de superação caminhamos nas nossas conversas, procurando lembranças (e trocas) de filmes, músicas e experiências de vida:

Ai nos veio a lembrança de um filme, assim como a música desse filme, uma obra prima:




Out of Rosenheim , no Brasil Bagdad Caféé um filme alemão de 1987 dirigido por Percy Adilon. Tem duas versões, uma de 91 minutos e outra de 108.

A turista alemã Jasmin (Marianne Sägebrecht) tem uma briga com seu marido e é abandonada na estrada. Caminha pelo deserto do Arizona até chegar ao posto-motel Bagdad Café. Recebida com aspereza por Brenda (CCH Pounder), a dona do local que acabou de colocar o marido para fora de casa, Jasmin aos poucos se acostuma com os clientes e hóspedes do motel.

"Na simplicidade de sua história, o filme passa uma mensagem otimista sobre o comportamento humano. Ao final, nos sentimos leves e impregnados da possibilidade de viver num mundo melhor. Nele, a aspereza é vencida pela suavidade, a esperança e a alegria se sobrepõem a angústia e a diferença une, não separa. O filme é lento na medida certa: para podermos nos deliciar com as pequenas coisas que tornam a vida mais bela. Aliás, em muitos momentos, a beleza nos é mostrada e está fora dos padrões convencionais, indicando a possibilidade de se olhar o mundo com uma visão mais abrangente e tolerante".


Roger Ebert, crítico americano à época, disse sobre o filme:  "o charme do Bagdad Café é que cada personagem e cada momento são inesperados, obscuramente motivados, de significado incerto e vibrando com vida."

Depoimento de SBCence: "Ainda jovem, vi esse filme duas ou três vezes. E, agora com 70 anos de idade, ao assisti-lo novamente, pude curtir um prazer maior e perceber detalhes com mais profundidade. Você que não gostou muito, deixe passar pelo menos uma década, pois talvez assim possa apreciá-lo melhor".


Ouçam a lindíssima música do filme,  com a tradução:


Seguimos nossa conversa homenageando duas mulheres brasileiras, aqui entre nós praticamente invisibilizadas, pouco conhecidas e até criticadas:



. MARINA SILVA, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, eleita como uma das mulheres mais influentes de 2003 pelo jornal britânico  Financial Times, é a única brasileira dentre 24 personalidades femininas. 

Autores escrevem sobre cada mulher eleita O texto de Marina é assinado por Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e alta comissária para os Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

“Marina se tornou a 1ª pessoa de sua comunidade eleita para o Senado Federal e construiu apoio para o desenvolvimento sustentável na região amazônica. […] Ela tomou medidas drásticas para proteger a floresta Amazônica, criando um serviço florestal, um instituto de biodiversidade e o Fundo Amazônia, o maior esforço internacional para a conservação da floresta tropical”, escreveu Bachelet.

A ex-presidente chilena também relembra no texto a trajetória pessoal de Marina e sua relação com o meio ambiente. “Crescendo perto da floresta tropical em uma pequena comunidade de seringueiros, ela testemunhou a devastação do desmatamento em primeira mão e dedicou sua vida a combatê-lo”, declarou.


. TARCIANA MEDEIROS, paraibana de Campina Grande, presidente do Banco do Brasil, primeira mulher a atingir este cargo em 215 anos nessa instituição, única brasileira em lista de mulheres mais poderosas do mundo em 2023,  lista feita pela Revista Forbes, nos Estados Unidos. Tarciana aparece na 24a colocação. 

No perfil de indicação da revista, foi destacada também a atuação de Tarciana no combate às alterações climáticas e no papel que os bancos têm nessa questão ao redor do mundo. A lista foi determinada por quatro métricas principais: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência.

A presidente do Banco do Brasil comemorou o reconhecimento e a importância que a indicação dela tem na lista das mulheres mais poderosas do mundo.

“É uma alegria imensa poder ser reconhecida, poder inspirar outras mulheres, poder inspirar outras meninas, do que é possível quando nós temos oportunidades. Agradeço demais ao presidente Lula em me nomear e aos acionistas do banco que acreditam que é possível sim conciliar uma atuação comercial com uma atuação pública”, ressaltou.
 
Essas duas notícias são dessa semana, sem nenhum destaque na mídia convencional, alguém ficou sabendo? 



E terminamos com Milton nos fazendo homenagem a nós, mulheres:

Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos leem... até a próxima...




domingo, 3 de dezembro de 2023

Conversas SBCenses: antídotos contra novelas globais

 


Final de novela... e uma tentativa de avaliação do SBC, principalmente das mulheres SBCenses, e dos homens que tentam se colocarem no mundo feminista:

. O protagonista masculino é um coronel, rico, branco, possuidor de terras... e de mulheres... e que repete, em algum capitulo, fala "ultrapassada" , do século passado: "Eu vou matá-la porque ela me traiu, e eu tenho o direito disso"!... fala que, terrivelmente e infelizmente, é atual... basta olhar as estatísticas do feminicídio: Brasil, quinto lugar mundial  no ranking de violência contra a mulher. 


. e prestamos atenção em como são retratadas as mulheres atualmente, e, coincidência ou não, algumas novelas são repedidas, o que nos proporciona a comparação de como eram retratadas as mulheres nas novelas das décadas de 80, 90, do século passado e como as mesmas são retratadas agora: 
. Pois bem... tivemos  tristeza de constatar, nos poucos capítulos vistos, que talvez esteja acontecendo um retrocesso na visão das mulheres nas novelas globais: temos as protagonistas femininas "boazinhas", são jovens, fortes e empreendedoras... e, no final da novela, "se rendem", "se submetem" ao homem branco, rico e "protetor", o príncipe encantado... reproduzindo o "modelito do amor romântico" que tanto falamos e que, ao fim e a cano, leva à reprodução dos papéis padrões o feminino no nosso mundo, o de servir, de abrir mão dos seus sonhos, desejos, em função de um grande amor.

. e, triste constatação, as personagens mulheres "empoderadas" da novela, duas delas, são mulheres assassinas, psicopatas, vingativas, que não medem esforços para o enriquecimento através do homem, ou seja, uma distorção sem limites da figura feminina auto-afirmativa.

. além disso tudo, nos desculpem todas e todos que  "adoram" e "reproduzem" a música tema da novela, mas trata-se, para nós do SBC, de uma grande distorção do conceito de amor, do amor libertário que queremos construir, do amor simétrico, o amor sujeito-sujeito. Claro, a arte, e especialmente a música, se presta à reprodução dessa ideologia do "amor romântico": achamos a melodia linda... e cantamos... e "desejamos" esse amor para as nossas vidas... triste...

. No entanto, pensamos que estamos conversando com pessoas que conseguem "ouvir" e "criticar" ... e, principalmente, que têm a humildade se nos vermos enquanto reprodutores e reprodutoras de um "jeito de ser e de relacionar" que não combina com o que queremos para a vida e para as nossas relações... e essa contradição nos causa sofrimento... que bom... pois transformando sofrimento em conflito poderemos VER e MUDAR, iniciar um movimento de "virar a chave" em busca de relações mais simétricas e mais bonitas... nessa toada foi que reproduzimos aqui alguns trechos da letra da trilha dessa novela, desculpe-nos mais uma vez Zé Ramalho, Chitãozinho, Chororó e outros:

Quanto o tempo o coração leva pra saber
Que o sinônimo de amar é sofrer

O amor é feito de paixões
E quando perde a razão
Não sabe quem vai machucar

E a "pior de todas", uma redundância paupérrima, sem sentido no nosso entendimento, mas que a maioria de nós repetimos, cantamos, e vamos internalizando e "desejando" isso para a vida, ou seja, esse "vazio";

Sinônimo de amor é amar...
Sinônimo de amor é amar...
Sinônimo de amor é amar...

Pois foi "vendo" isso...  e "contra" isso que  começamos a procurar referências que nos incitem a sair da prisão global!  
E o primeiro achado foi um belo filme de 1985: A Cor Púrpura do gênero drama, dirigido por Steven Spielberg,  baseado no romance epistolar, um tipo de romance que utiliza da técnica de desenvolver a história principalmente através de cartas,  da premiada autora afro-americana Alice Walker.


A Cor Púrpura é, originalmente, um livro escrito por Alice Walker, publicado em 1982, e que ganhou o Pulitzer no ano seguinte. Em 1986, Steven Spielberg levou a história de Walker às telas, com um elenco estelar composto por Whoopi GoldbergOprah WinfreyDanny Glover e Margaret Avery.
A seguir a sinopse do filme: Georgia, 1909. Em uma pequena cidade Celie , uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister", que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provêm por alimentar uma forte paixão por Shug Avery, uma sensual cantora de blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie, missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia, esposa de Harpo, filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
A Cor Púrpura é um filme extremamente feminino, uma vez que fala basicamente de personagens mulheres. Celie é a protagonista e a relação mais forte que ela mantém é com sua irmã, Netie. Mais tarde, ela faz amigas como Sofia e  Shug Avery, que são mulheres fortes e que não se deixam abater por nenhum homem.

A princípio, Celie pode soar como uma personagem fraca e conformada demais, o que pode parecer um pouco fora dos tempos nos dias de hoje, mas a sua personalidade faz muito sentido dentro do contexto social em que ela vive. Celie é uma mulher negra e pobre, em 1909, que é considerada feia demais e que deseja mais que tudo proteger sua irmã do mal do mundo.

Por outro lado, Celie é, sem dúvida nenhuma, a personagem mais forte do que podemos pensar. Ela aguenta abusos físicos, psíquicos e sexuais durante boa parte da sua vida e mesmo assim não se deixa abater. Ao longo da história, outras personagens que podem se encaixar na ideia que temos hoje de uma mulher forte aparecem, como Sofia, que não tem papas na língua, e que manda no seu marido e que mesmo quando é motivo de preconceito e de violência dá a volta por cima; e Shug Avery, uma mulher que usa da sua sexualidade da maneira que deseja e que não depende de nenhum homem para isso. As duas personagens são muito modernas para a época em que o filme se passa e para o contexto onde estão incluídas, mas são extremamente importantes na história de Celie, porque tem o poder de libertá-la.

E temos uma "!imagem mental" do filme: duas cenas, a primeira, quando ela não via nenhuma possibilidade de "saída" desse estado de submissão, cena em que ela faz uma limonada para o Mister e cospe na limonada, única possibilidade, para ela, naquele momento, de vingança, de "manifestação de existência"... e outra cena em que Celie está indo embora, Mister diz: O que você vai fazer sem mim, você é pobre, feia, não "vale nada"... e ela responde: Sim, posso ser pobre, negra, feia... mas estou VIVA!!! e você, foda-se você! (não é este, na verdade, o diálogo do filme, mas é este o diálogo que ficou na nossa memória afetiva das inúmeras mulheres que se afetaram vendo este filme). 

E nessa toada de rever e conversar sobre este filme, fomos nos " desintoxicando", ou melhor, desenvolvendo a humildade necessária de saber que somos reprodutoras desse sistema que nos aprisiona e, ao mesmo tempo, podemos ser sujeitas, construidoras de nós mesmas, de nossas relações e de um mundo mais bonito e mais justo

Você pode assistir "A Cor Púrpura" no HBO Max, Oi Play legalmente online, no Apple TV, Amazon Video, Google Play Movies alugar online ou também no Apple TV, Amazon Video, Google Play Movies para comprar o DownloaD

Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos leem, nos compartilham e  multiplicam nossas idéias ..



sábado, 25 de novembro de 2023

Conversas SBCenses: FAÇA AMOR, NÃO FAÇA GUERRA

Make love, not war  - Faça amor, não guerra,  slogan pacifista associado com o movimento de contracultura da década de 1960. Este movimento refere-se a um fenômeno cultural  anti-establishment  que se desenvolveu primeiro nos Estados Unidos da América e no Reino Unido, e depois se espalhou por grande parte do mundo ocidental, entre o início dos anos 1960 e meados dos anos 1970, sendo o foco das atividades da contracultura. O movimento ganhou impulso agregado, junto com o movimento dos direitos civis afro-americano que continuou a crescer, e se tornaram  revolucionários com a expansão da intervenção militar do governo dos EUA ao Vietnã.

"Enquanto a década de 1960 avançava, as tensões sociais generalizadas também se desenvolveram relativas a outros assuntos, e tendiam a fluir ao longo das linhas geracionais em relação à sexualidade humana, os direitos das mulheres,  os modos tradicionais das autoridades, a experimentação com drogas psicoativas, e interpretações divergentes do 'sonho americano'."

Nossa reunião começou com esse slogan: Faça amor não faça guerra. E o SBC é geracional: temos gente desse século e gente do século passado. E praticamos o que existe de melhor no humano: crescer uns com os outros. 

E temos velhinhas e velhinhos que viveram intensamente e adoram contar essa história da segunda metade do século passado. Também adoram serem chamadas de "velhinhas(os)"... "se acham" velhinhas(os) gostosas(os)!!! - e são...

Vamos à história:

Guerra do Vietnã também conhecida como Segunda Guerra da Indochina, chamada no Vietnã de Guerra de Resistência contra a América - no caso, contra EUA, ou simplesmente Guerra Americana, foi um grande conflito armado que aconteceu no Vietnã, Laos e Camboja de 1955 até à queda de Saigon em 30 de abril de 1975. Foi oficialmente travada entre o Vietnã do Norte e o governo do Vietnã do Sul. O exército norte-vietnamita era apoiado pela União Soviética, China  e outros aliados comunistas, enquanto os sul-vietnamitas eram apoiados pelos Estados Unidos, Coreia do Sul, Austrália, Tailândia, e outras nações anticomunistas  pelo. Neste cenário, o conflito no Vietnã é descrito como uma "guerra por procuração" no auge da guerra fria.
Guerra Fria, sacam? pós segunda guerra mundial, EUA X UNIÃO SOVIÉTICA,  
Capitalismo x Comunismo... e nós aqui na América 
do Sul, "aprendendo" (através dos meios de comunicação incipientes, TV principalmente)
 que "comunistas comiam criancinhas" - e a gente, crianças ainda, morríamos de medo dos 
"comunistas". 
A Europa perdendo a hegemonia no mundo ocidental, os EUA "crescendo" no capitalismo, no "American 
Way of Live", a indústria bélica se aprumando cada vez mais. E, para isso, era necessário  
"criar guerras". 

O governo do Vietnã do Norte e os Viet Congs estavam lutando para unificar o país. Eles viam o conflito como parte de uma guerra colonial e uma continuação direta da Primeira Guerra da Indochina, contra as forças da França e depois dos Estados Unidos. Já o governo americano lutava para evitar que o Vietnã do Sul se tornasse mais uma nação comunista. Isso fazia parte da chamada "teoria do dominó" -  usada pelos Estados Unidos para justificar a sua intervenção em países que estavam sob a ameaça do comunismo durante a Guerra Fria. A teoria dizia que se um país se tornasse comunista, os seus vizinhos também se tornariam, como se fossem peças de dominó que caem uma após a outra.

Essa guerra começou em 1955, mas em 1965 se expandiu rapidamente: unidades de combate americanas começaram a chegar em peso na região,  atingindo o Laos e o Camboja, que passaram a ser intensamente bombardeados pela a partir de 1968, o mesmo ano que os comunistas lançaram a grande Ofensiva do Tet. Esta ofensiva falhou no seu objetivo de derrubar o governo sul-vietnamita e iniciar uma revolução socialista por lá, mas é considerado o ponto de virada da guerra, já que a população americana passou a questionar se uma vitória militar seria possível, com o inimigo capaz de lançar grandes ataques mesmo após anos de derramamento de sangue. 

Informações distorcidas, mentiras, fake news, já eram comuns.

 

 “Na guerra, a verdade é a primeira vítima” foi dita pelo dramaturgo grego Ésquilo cerca de 500 anos a.C.

Havia uma grande disparidade entre o que a imprensa americana e o governo falavam, com os dados apresentados por ambos geralmente contrastando. Nos Estados Unidos e no Ocidente, a partir do final dos anos 60, começou um forte sentimento de oposição à guerra como parte de um grande movimento de contracultura

No começo dos anos 70, os EUA começaram a retirar suas tropas do Vietnã. O que se seguiu, em janeiro de 1973, foi a assinatura do Acordos de Paz de Paris, porém isso não significou o fim das hostilidades.

O envolvimento militar americano direto na Guerra do Vietnã foi encerrado formalmente em 15 de agosto de 1973. Não demorou muito tempo e na primavera de 1975, os norte-vietnamitas iniciaram uma grande ofensiva para anexar o Sul de uma vez por todas. Em abril de 1975, Saigon foi conquistada pelos comunistas, marcando o fim da guerra, com o Norte e o Sul do Vietnã sendo formalmente unificados no ano seguinte. 

O custo em vidas da guerra foi extremamente alto para todos os países envolvidos.  Para os EUA, a Guerra do Vietnã resultou numa das maiores confrontações armadas em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a Síndrome o Vietnã" , causando profundos reflexos na sua cultura e na arte - na música, no cinema, etc.

Nessa guerra - como em todas, ou quase todas - também houveram golpes de estado e assassinatos: Analistas políticos em Washington concluíram que o presidente (do Sul) Ngo Dinh Diem era incapaz de derrotar os comunistas e até em conseguir algum acordo com Ho Chi Minh (o comunista, o poeta...  já falamos muito dele no nosso blog, vejam post de  . Ngo parecia preocupado apenas em evitar um golpe de estado contra si e seu governo. Durante o verão de 1963, autoridades norte-americanas começaram a discutir a possibilidade de uma mudança no regime. A maior das mudanças propostas pela política norte-americana era a remoção do poder do irmão mais novo do presidente Ngo chefe da polícia secreta do país e o homem por trás da repressão contra os monges budistas do Vietnã. Como conselheiro mais poderoso de Ngo Diem, seu irmão se tornou uma figura odiada no Vietnã do Sul e sua influência contínua era inaceitável para o governo Kennedy, que acabou eventualmente concluindo que o presidente não o substituiria. Assim, a CIA entrou em contato com os comandantes militares sul-vietnamitas que planejavam depor o presidente e lhes fez saber que os Estados Unidos não se oporiam à ação. Em 1 de novembro de 1963, Diem foi deposto e executado no dia seguinte junto com seu irmão, dentro de um blindado nas ruas de Saigon, a caminho do quartel-general do exército. 


Em seguida ao golpe, o caos se instalou no  Vietnã do Sul. O país entrou num período de grande instabilidade política, com governos militares sendo substituídos uns pelos outros em rápida sucessão.  aumentou mais ainda o número de militares no país, O governo Kennedy aumentou mais ainda o número de militares no país... e dizia de todos os esforços na pacificação e em "conquistar os corações  e mentes" da população.




John Kennedy foi assassinado em 22 de novembro de 1963, três semanas após Ngo Dinh Diem. Foi substituído pelo vice-presidente Lyndon Johnson, que reafirmou o apoio norte-americano ao Vietnã do Sul e aumentou a ajuda militar ao país para US$ 500 milhões no fim do ano.



Outra coisa em que se parecem todas as guerras - como os bombardeios realizados pelos EUA no Japão em 1945, primeiro momento na história em que armas nucleares foram usadas em guerra e contra alvos civis :  apesar de proscritas pelas Convenções de Genebra armas químicas foram fartamente usadas pelos EUA, durante a Guerra do Vietnã. A mais conhecida delas foi o napalm, uma mistura de gasolina com uma resina espessa da palmeira que lhe deu o nome e que, em combustão, gera temperaturas a 1 000 °C. Se adere à pele, queima músculos e funde os ossos, além de liberar monóxido de carbono, fazendo vítimas por asfixia.

                                  Foto de   Nick Ut

Além do napalm, o exército norte-americano despejou sobre o Vietnã, desde 1961 (com a aprovação do presidente John Kennedy) até 1971, cerca de 80 milhões de litros de herbicidas. Entre eles, o mais utilizado, devido à sua terrível eficácia, foi o agente laranja, que é uma combinação de dois herbicidas: o 2,4-D e o 2,4,5-T, sendo que a síntese deste último gera um subproduto cancerígeno, a Dioxina tetraclorodibenzodioxina, considerada uma das substâncias mais perigosas do mundo.

O impacto ecológico do uso dessas armas químicas foi catastrófico para a cobertura vegetal e para a população que habitava a região. Até os dias de hoje a dioxina produzida pelo agente laranja continua biologicamente ativa. E, atualmente, as concentrações encontradas em várias regiões do Vietnã superam em 400 vezes o limiar de toxidade, conforme evidenciado pela Canada Hatfield ConsultantsA dioxina foi culpada pela alta incidência de doenças de pele, malformações genéticas, câncer, incapacidades mentais e outros problemas que afetam a população vietnamita (e ex-militares dos EUA). Milhares de crianças nasceram com problemas de pais que não foram expostos ao herbicida durante a guerra, mas que comeram alimentos contaminados por ele. A maioria das vítimas pertenciam à famílias mais pobres. Em 2005, a Associação Vietnamita do Agente Laranja moveu uma ação judicial contra as companhias químicas norte-americanas produtoras do Agente Laranja. Mas o juiz federal, Jack Weisntein, não acolheu a queixa, alegando que não havia, nos autos do processo, "nada que comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas, principalmente pela ausência de uma pesquisa em larga escala". Desse jeito... Daí perguntamos: A justiça está a serviço de quem?


E mais um pouco de história, agora a história da resistência, a reação contra a guerra e a contracultura: Uma das vertentes da contracultura foi o movimento hippie, iniciado na Califórnia, com "as crianças das flores" (flower children), quando gente jovem lançou o movimento "Paz e Amor" (Peace and Love), rejeitando o projeto da "Grande Sociedade" do presidente Lyndon Johnson. Data também dessa década de 1960 a afirmação do feminismo e o surgimento dos Panteras Negras (The Black Panthers) que, abandonando a não violência pregada por Martin Luther King Jr (assassinado em 1968), propunha o confronto aberto com a cultura racista do país.

O repúdio à guerra foi também um dos estopins da revolta que explodiu nas Cidades Universitárias, particularmente em Berkeley e na Universidade de Kent, em 1970,  onde vários jovens morreram num conflito com a Guarda Nacional. Passeatas e manifestações espalharam-se por todo o país, irradiando-se para outros continentes.

Enquanto o morticínio vitimou, massivamente, os "piolhos humanos" (assim eram chamados)  asiáticos, a opinião pública norte-americana apoiou a luta "em defesa da liberdade e da democracia". Mas quando uma quantidade cada vez maior de jovens americanos passou a retornar dentro de sacos fúnebres, a guerra foi se tornando antipática e os protestos cresceram. Ao lado disso, a divulgação de atrocidades praticadas pelos soldados americanos no Vietnã - bombardeios indiscriminados, uso de napalm e outros agentes químicos, instituição de Campos de Concentração (eufemisticamente chamados de "aldeias estratégicas") e massacre de civis, sobretudo camponeses (dentre os quais o de Mi Lay tornou-se emblemático): Assassinato em massa de civis Sul-vietnamitas desarmados por tropas dos Estados Unidos, considerado um crime de guerra dos EUA - em março de 1968 cerca de 504 civis sul-vietnamitas, sendo 182 mulheres (17 grávidas) e 173 crianças, foram executados por soldados do Exército dos EUA no maior massacre de civis cometido por tropas americanas durante a Guerra do Vietnã.


Tudo isso fez com que surgisse uma crescente rejeição à guerra, inserida no contexto maior do grande movimento da contracultura, que revolucionou a década de 1960, na maior parte do mundo ocidental.



O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960.  A célebre máxima "paz e amor" (em inglês, "peace and love"), que precedeu a expressão "ban the bomb" ("proíbam a bomba"), a qual criticava o uso de armas nucleares. As questões ambientais, a prática de nudismo e a emancipação sexual eram ideias respeitadas e difundidas por estas comunidades.

O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos Estados Unidos que se envolviam com a cultura negra, como Harry The Hipster Gibson. A eclosão do movimento foi antecedida pela chamada Geração Beat, os beatniks, uma leva de escritores e artistas que assumiram os comportamentos que viriam a ser copiados posteriormente pelos hippies. Com a palavra "beat", John Lennon, transformado em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua banda -  The  Beatles

Optaram por um modo de vida comunitário, a um estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza. Negavam as guerras e abraçavam aspectos de religiões orientais como o budismo e o hinduísmo,  e o Xamanismo indígena norte-americano. Estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas. Enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo  e os valores sociais tradicionais como parte de uma instituição única sem legitimidade.

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Aqui entre nós, cantávamos a versão da música italiana  C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones, um single de Gianni Morandi, lançado em  1966. A letra em português foi escrita por Brancato Júnior, empresário da banda OS INCRÍVEIS, primeiro single da banda, lançado em julho de 1967. Em 1990 a banda Engenheiros do Hawaii regravou,  segunda faixa do disco "O Papa é POP". 


E nos perguntamos - e conversamos, nós, os velhinhos e velhinhas que viveram essa história que foi contada aqui, e os jovens que nos ouviram  com tanta atenção... e  estão|estamos vivendo, agora,  tamanha crueldade, tamanho cinismo, distorções da verdade... e tudo mais que envolveu recentemente - e ainda - a guerra Rússia x Ucrânia (leia-se EUA), e essa guerra cruel Palestina x Israel (leia-se EUA): 

- são bastante óbvias as semelhanças dessa guerra Israel x Palestina com a guerra do Vietnã, como podemos ver;

- o que aprendemos com essa breve história da segunda metade do século passado sobre guerras, imperialismo, dominação, hegemonia... essas coisas;

- como se tornará possível a emergência, como ouvimos muito atualmente, de um mundo multipolar, que poderá se opor à polarização do pós segunda guerra mundial, cujas consequências podemos avaliar como super danosas, como a corrida armamentista para a manutenção do poder, do domínio;

- como também podemos aprender com aquela|essa geração da segunda metade do século passado: sobre  visão de mundo; sobre consciência de classe, sobre luta, sobre conscientização do nosso poder, o poder das massas;

- como nos transformar de objetos - meros reprodutores do pensar, consumidos pelos sistemas de comunicação tradicionais - em sujeitos - pensantes, percebedores (e buscadores) de outras explicações e outras realidades possíveis - e sujeitos que agem - se juntam para a construção de um mundo mais justo?

Tantas perguntas... e terminamos com elas, possivelmente serão orientadoras para, talvez, nos apropriando da história, construirmos um jeito de pensar diferente do que nos é imposto...


E nossas conversas não terminam ... até a próxima...

Abraços esperançosos a todas as pessoas SBCenses