segunda-feira, 6 de novembro de 2017

CARNAVAL 2018 – AMOR E POLÍTICA, NA CAMA E NO MUNDO!!!

Com a maior honra e alegria recebemos o samba do SBC para o carnaval 2018... estamos que não nos aguentamos de chiques. É só olhar abaixo na letra do mesmo que verão o autor e entenderão nossa chiqueza gente!!! 

Já em processo de gravação, nossa "Grande Diretoria Musical" promete para final de novembro a grande festa de lançamento do samba. Será no Bar Opção, data a ser marcada (final de novembro, princípio de dezembro). Todos receberão a letra para ensaiarmos e fazermos muitíssimo bonito na nossa já famosa terça feira de carnaval, que no próximo ano de 2018 cairá no dia 13 de fevereiro.



Sejamos nós

Ronaldo Coisa Nossa (Ronaldo Antônio da Silva)

Politicamente extrovertidos

Contra o comodismo assumidos

SBC chegamos nós soltando a voz

Descontentamentos fluidos

Soltando a voz SBC sejamos nós!



Sonho paz, amor, saúde, educação

Indignado, lamentando a depravação

Povão em cima do muro é crucificação

Cai humilhado, arrasado em depressão



Quem vota acredita, merece respeito

Adeus preconceito, discriminação

Samba desabafando batendo no peito

Cantando almejando maior atenção



SBC chegamos nós soltando a voz!

Soltando a voz SBC sejamos nós!



E este samba maravilhoso nos inspirou o tema para o Carnaval 2018: 

AMOR E POLÍTICA... NA CAMA E NO MUNDO...

Já sabem que cada ano temos um tema em que nos inspiramos pra fazer nossa festa. Já tivemos “Preconceito não, Liberdade sim”, já tivemos “Morcego... Vendo a vida de cabeça pra baixo”, entre outros. Neste ano de 2017 tivemos “Mulheres do Brasil”, nossa homenagem às mulheres brasileiras de todos os segmentos, raças, idades, etc.

Pois é... em época de muita polarização, desentendimentos, superficialidades, inimizades, radicalismos e coisas tristes como estas, temos a coragem de propor este tema como uma oportunidade de aprendermos um pouco sobre o AMOR e a POLÍTICA, pois o objetivo último (e primeiro) do SBC é VIVER MELHOR...

Conte todos os números que existem entre o 8 e o 80... cada um deles pode ser uma opinião sobre qualquer assunto, que não precisamos seguir, mas respeitar ... a liberdade de SER e de OPINAR ... e, mais ainda, de buscar conhecimentos para além da mera opinião (e, pior, transformar a mesma em dogmas)...

E
debater... só assim seremos SUJEITOS construtores de um mundo mais bonito... este é o desejo (e a ação) do SBC. A metáfora, linda... vi num filme , não me pergunta qual: a menininha quebrou um espelho grande, transformando-o em muitíssimos pedacinhos... ficou triste... mas a vó, sábia, disse a ela: querida, olhe pra cada pedacinho desse espelho, você vai se ver de mil jeitos diferentes, cada um deles é uma verdade, sobre você e sobre o mundo... 

E, claro, nosso tema é fundamentado. Nossa “pesquisa antropológica” (ou “googlelística”) sobre o AMOR e sobre POLÍTICA, compartilhando... não necessariamente nessa ordem... 

O que é Política?


O termo tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público. O significado de política é muito abrangente e está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público. Política é a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação para compatibilizar interesses. 

O termo também pode ser utilizado como um conjunto de regras ou normas de uma determinada instituição. Por exemplo, uma empresa pode ter uma política de contratação de pessoas com algum tipo de deficiência ou de não contratação de mulheres com filhos menores. A política de trabalho de uma empresa também é definida pela sua visão, missão, valores e compromissos com os clientes.


Nas conversas SBCenses sobre política surgiram essas ideias: “A política é algo como uma necessidade imperiosa para a vida humana”. Como o ser humano depende de outros em sua existência, precisa haver um provimento da vida relativo a todos, sem o qual não seria possível justamente o convívio. “Tarefa e objetivo da política é a garantia da vida no sentido mais amplo”.



E ainda: “A tarefa da política está diretamente relacionada com a grande aspiração do homem moderno: a busca da felicidade.”


Não é fácil discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossa ações são políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem consequências e somos responsáveis por nossa ações. A omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós.

Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja nos aspecto privado ou público. Vivemos com a família, relacionamos com as pessoas no bairro, na escola, somos parte integrantes da cidade, pertencemos a um Estado e País, influímos em tudo o que acontece em nossa volta. Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar da associação do nosso bairro ou fazer parte de uma pastoral ou trabalhar como voluntário em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político. Precisamos conhecer melhor as propostas, discursos e ações dos políticos que nos representam.

E também relembramos o texto esquecido:

O analfabeto político (Bertolt Brecht)

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.



Agora... nossa grande SBCense Hanna Arendt nos dá uma convincente noção de política... adotada pelo SBC. Releiam nosso post de 25 de setembro de 2013, foi nesse dia que ela foi integrada à galeria dxs SBCenses famosxs.

Para ela, a “verdadeira política” está intimamente relacionada à LIBERDADE... e mais... à LIBERDADE MUTUAMENTE GARANTIDA... LIBERDADE ENTRE IGUAIS... e ela conta pra gente como esse conceito antigo de política vinculada à liberdade (do tempo de Aristóteles) foi se perdendo... e foi tomando conta a identificação de política com domínio, com violência... com essa distorção do significado de política não estaria sendo disseminado o imobilismo, um sentimento de inutilidade de qualquer ação, fazendo com que não nos reconheçamos como sujeitos históricos, como seres capazes de interromper o “fluxo inexorável dos acontecimentos”? Super atual não é?

E o que é o amor?


Ou melhor...de que amor queremos falar? Já sabem também: o SBC combate a “ideologia do amor romântico” em todos os níveis de relação, pois este modelo de amor parte da idealização... do outro e da própria relação, do próprio amor... e, idealizando, perdemos nossa humanidade e também cobramos do outro algo fora do humano, por isso que da idealização passamos ao desprezo, o que gera sofrimento demais, pro outro e pra mim mesmx... Combateremos, sempre, este modelo de amor, nosso lema é desconstruí-lo e construir algo do humano, da alegria, dos bons encontros e do prazer. Vale a pena ler de novo nosso post de 08 de julho de 2014: Estrutural (e cruel) é o amor romântico.


Queremos construir todos os tipos HUMANOS de amor: desde EROS, o amor sensual, amor paixão, passando pelo amor FILEO, que o SBC valoriza demais,  o amor-amizade, fraternal, social... passando também pelo amor STORGE, o amor conjugal, familiar, doméstico... e chegando ao amor ÁGAPE: amar ao próximo como a ti mesmo, o  amor incondicional, ou seja, não espera nada em troca, amar a humanidade... em tempos de radicalismos, maniqueísmos, fascismos, precisamos muito aprender este amor.

Os quatro tipos de amor acima aprendemos com a cultura grega. Mas tem também a cultura afro, onde o AXÉ, princípio que torna possível o processo vital, é considerado o arqueiro do amor entre os povos, a energia que cria e mantém os relações sagradas entre pessoas, amigos, ou entes que se amam. Muito AXÉ pra todos nós... no carnaval e na vida!!!




Já no budismo o AMOR está intimamente relacionado à LIBERDADE (não em expectativas, muito menos na sua necessidade pessoal), ao RESPEITO (a si mesmx e ax outrx), ao DESAPEGO e ao CRESCIMENTO mútuo.

Todas as visões de AMOR valem para todos os níveis de relação!!! Na cama e no mundo..., assim como a política!!! Pois não fazemos política na cama? claro que sim!!!


Então... para concluir e voltando a Arendt (e amigxs SBCenses: Habermans, Marilena Chaui, entre outrxs) falamos de novo na nossa reunião de planejamento do carnaval 2018 sobre as distorções tanto do amor quanto da política: em síntese, a “práxis” da autonomia, que vem a ser a constituição do sujeito, se é transformada em individualismo acontece que “para eu ser sujeito transformo o outro em objeto” e aí aparecem os privilégios, a violência... e isso é um grande dificultador... da solidariedade, da união, da perspectiva coletiva de construção de um mundo melhor.


"A alegria é o que sentimos quando percebemos o aumento de nossa realidade, isto é, de nossa força interna e capacidade para agir.
A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras o ódio e o medo recíprocos. "


(não sei qual é a edição atualizada, mas são as capas do mesmo livro)
“Essa visão generalizada da política como algo perverso, perigoso, distante de nós (passa-se no Estado), praticado por “eles” (os políticos profissionais) contra “nós”, sob o disfarce de agirem “por nós”, faz com que seja sentida como algo secreto e desconhecido, uma conduta calculista e oportunista, uma força corrupta e, através da polícia, uma força repressora usada contra a sociedade. Essa imagem da política como um poder do qual somos vítimas tolerantes, que consentem a violência, é paradoxal pelo menos por dois motivos principais. Em primeiro lugar, porque a política foi inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas diferenças e conflitos sem transformá-los em guerra total, em uso da força e extermínio recíproco. Numa palavra, como o modo pelo qual os humanos regulam e ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e obrigações enquanto seres sociais. Como explicar, então, que a política seja percebida como distante, maléfica e violenta? Em segundo lugar, porque a política foi inventada como o modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide em comum para aprovar ou rejeitar as ações que dizem respeito a todos os seus membros. Como explicar, então, que seja percebida como algo que não nos concerne, mas nos prejudica, não nos favorece, mas favorece aos interesses escusos e ilícitos de outros? Que aconteceu a essa invenção humana para tornar-se, paradoxalmente, um fardo de que gostaríamos de nos livrar?”



Esta é a visão distorcida (mas super operante) de política... que queremos combater... para construir a política libertadora... a do sujeito coletivo

O que precisamos... e queremos... é a construção do sujeito coletivo... e para isso é preciso reconhecer o outro enquanto sujeito, é preciso o reconhecimento recíproco... e, claro, isso não acontece sem conflito... mas conflito não é violência, não precisamos recear o conflito pois ele gera crescimento (quando aberto e bem conduzido)...aí sim construiremos a união, a solidariedade, o respeito, o amor... e isto é política!!!

Quando o poder (o “poder sobre”, o “poder de dominação”)... e o dinheiro se sobrepõem à solidariedade vemos a construção do autoritarismo, a injustiça e a exclusão. Quando a solidariedade é o modelo podemos ver a construção do NóS.



Enfim... nossa inscrição na Belotur... é a de número 683. Nosso desfile, como sempre na terça, em 2018 dia 13 de fevereiro...

Concentração na Rua Vila Rica com Francisco da Veiga... as 14 horas... saída as 16 horas e dispersão as 18 horas... já sabem que gostamos demais da dispersão não é¿



PERCURSO: seguiremos a rua Vila Rica por um quarteirão, viramos a direita na rua Apolo... mais um quarteirão viramos a direita de novo na Henrique Gorceix... até a Francisco da Veiga... aí descemos a Francisco da Veiga e já chegamos à esquina com Vila Rica de novo... a dispersão...


E recordando nosso lembrete (dado no início deste post) :

O LANÇAMENTO DO SAMBA “Sejamos nós” no Bar Opção (final de novembro... princípio de dezembro). Levaremos cópias da letra pra todo mundo ter e decorar pro carnaval viu!!!



AGUARDEM!!! Evento do face... what zap... ligações... contamos com os SBCenses e amigxs para divulgação...



E nosso último lembrete: relembrando que o SBC é ECOLóGICO (além de aberto, inclusivo, anárquico, democrático e feminista... não necessariamente nessa ordem...), nossa decoração de carnaval (e estandarte também) será de reciclagem DVDs e CDs que não prestam (como no SBC: tem gente que não presta... são as melhores pessoas...). Então... quem tiver e quiser doar entre em contato. Faremos decoração no percurso, no estandarte, nas fantasias... não me perguntem a ligação de amor e política com CDs e DVDs... mas que tem... tem...rsrs




Abraços carinhosos a todxs... até lá!!!



SantuzaTU