quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Conversas SBCenses: sobre o Brasil, a ecologia e os sonhos


Nosso post da semana foi encaminhado pela querida Antonieta, que nos apresenta considerações sobre o discurso do LULA na COP 27. Obrigada Antonieta, muito nos acrescenta suas considerações... e nos enche de esperança... que serão traduzidas em ação...

"Somos todos e todas habitantes de uma mesma Terra"

       A afirmativa parece uma retórica, mas levando em consideração a urgente necessidade de protegermos a "nossa terra" é importante afirmarmos e nos conscientizar desta necessidade.

     Passamos, nos últimos 4 anos, por uma política tenebrosa, para dizer o mínimo, em relação ao meio ambiente tivemos que ouvir discursos como "vamos passar a boiada". E ficamos perplexos com tantos disparates.

    Felizmente a primeira tempestade passou. Elegemos um verdadeiro estadista para presidente do Brasil. Luiz Inácio Lula da Silva . E foi, o próprio, convidado a discursar , mesmo sem ter tomado posse, na 27° Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, a COP27, realizada no Egito no último dia 16 de novembro .

   Lula, na sua simplicidade mas assertivamente declara:

"Este convite foi feito a um presidente recém eleito antes mesmo de tomar posse. É o reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente das discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam. O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. "


Lula continua de maneira firme...  e esperançosa:

"Vivemos um momento de crises múltiplas - várias tensões políticas, a volta da guerra nuclear, erosão da biodiversidade, aumento intolerável das desigualdades sociais." 

E acrescenta:

    " São tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios."

      Nós do SBC, sempre estamos fazendo projetos: políticos sociais culturais e etc. Entretanto, é importante que esses projetos não fiquem apenas no papel .E sobre isso Lula discursa:

"Precisamos de mais confiança e determinação. Precisamos de mais lideranças para reverter a escalada do aquecimento global. Os acordos, já finalizados, têm que sair do papel."

Sabemos que os países pobres e/ou em desenvolvimento são os mais atingidos pelas crises climáticas, muitas vezes provocadas pelos países ricos.

    Sobre seu governo anterior Lula acrescenta, em relação ao desmatamento da Amazônia:

" O Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global entre 2004 e 2012 reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 75%".


"O mundo sente saudade do Brasil. Quero dizer que o Brasil está de volta!"

    Estas frases são ditas de maneira entusiasmada e houve por parte da plateia ouvinte uma grande salva de palmas, mostrando ao mundo o quanto estamos felizes com essa situação, apesar dos grandes desafios que nos esperam, tanto políticos, econômicos, como também sociais.

    A construção de uma América Latina forte autônoma também foi um tema do discurso:

" O Brasil está de volta para estreitar novamente relações com os nossos irmãos latino-americanos e caribenhos, e construir junto com eles um futuro melhor para nossos povos."



    A paz e o diálogo, tão importante para a humanidade, foram ressaltados:

" Voltamos para construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no

multilateralismo e na multipolaridade."

Lula enfatiza também a necessidade de diminuir as desigualdades entre ricos e pobres:

..."não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie chamada humanidade e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres."

   Sobre os interesses nacionais e a questão internacionalista Lula fala:

"Precisamos nos superar, independente dos nossos interesses nacionais imediatos para que sejamos capazes de tecer coletivamente uma nova ordem internacional que reflita as necessidades do presente e nossas aspirações de futuro."

" A luta é contra o aquecimento global é indissociável da luta contra  a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo."



  







 






A importância da Amazônia:

         "Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida".

"Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação dos nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram a assinar a Declaração de  líderes de Glasgow sobre Florestas".

      Importantes iniciativas:

 "A primeira é a realização da Cúpula dos países membros do Tratado de Cooperação Amazônica.  Para que o Brasil ,Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela e Venezuela possam, pela primeira vez, discutir de forma soberana a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática. "

     " A segunda iniciativa é oferecer o Brasil para sediar a COP30 em 2025."

   E concluiu essa parte do discurso com chave de ouro:

   "Enfatizo ainda que 2024 o Brasil vai presidir o G20. Estejam certos de que a agenda climática será uma das nossas prioridades."

      Estas não são apenas partes de um discurso presidencial na COP 27. É a demonstração de que o Brasil caminha firme, decidido, forte e esperançoso para um novo tempo onde a democracia e a Soberania Nacional serão valorizadas a partir da presidência do nosso querido presidente Lula.

E Antonieta termina com o poema:

Esperançar 

Fala pro vento que a esperança há de vencer o ódio.

Fala para as estrelas que elas continuarão a brilhar, mesmo que nuvens carregadas de fake news  tentem apagar seu brilho. 

Fala pro mar, com suas ondas incessantes, que após uma tempestade sempre vem a bonança.  

Fala pro rio, que corre sempre pra este mesmo mar, que não desistiremos, nossa hora vai chegar. 

Fala para as florestas que elas serão preservadas para que continuem a nos fornecer o ar que tanto precisamos. 

Finalmente, fala para o sol: você há de brilhar mais uma vez . A luz há de chegar aos corações. Do mal, será queimada a semente . O amor será eterno novamente.

 Antonieta Shirlene 19.10.22

A propósito do texto bacana da Antonieta, o SBC voltou a conversar sobre a necessidade de discutirmos muitíssimo alguns conceitos, a fim de fazermos o movimento de "virar a chave", ou seja, resignificar esses conceitos. E mais: que essa ressignificação nos impulsione para a ação,  para a aplicação à vida, às relações, à compreensão de mundo... e do Brasil.

Quais seriam esses conceitos, ou alguns deles: maniqueísmo, polarização, meritocracia... alguns que já discutimos nas nossas "conversas de garagem, de beira de fogão, de varanda...". Vale a pena reler nossos posts de 3.setembro.2021, de 10.setembro.2021...    E, cada vez que conversamos, aprofundamos nossa visão... e nossa ação.

No caso, o conceito lembrado e discutido a propósito do texto da Antonieta, foi DEMOCRACIA. 

E recuperamos fala recente do Ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a propósito do pedido apresentado pelo PL (Partido Liberal) reivindicando anulação de votos, sem indicar prova de fraude. Seu despacho, além de rejeitando o pedido,  aplicando multa, apontou litigância de má-fé por parte desse partido, ou melhor, dessa coligação; que, por não ter reeleito o atual presidente, lança mão de "esdrúxulo e ilícito" pedido (pois, se existem fraudes, as mesmas devem também terem ocorrido no primeiro turno, portanto,  este também deve ser anulado). 

O que ele disse sobre DEMOCRACIA, no despacho:

"A democracia não é um caminho fácil, exato ou previsível. Mas é o único caminho.

...A democracia é uma construção coletiva daqueles que acreditam na LIBERDADE, daqueles que acreditam na PAZ, que acreditam no DESENVOLVIMENTO,  na DIGNIDADE da pessoa humana, no PLENO EMPREGO, no FIM DA FOME, na REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES, na prevalência da EDUCAÇÃO e na garantia da SAÚDE de todos os brasileiros e brasileiras".

Vejam que ele defende a DEMOCRACIA de uma forma ampla... e HUMANAMENTE CONSTRUÍDA...  por tod@s nós...

Ehhh  meu caro, minha cara SBCense... nosso convite é o de conversarmos bastante sobre o tema... e, como diz Antonieta, transformar nossas conversas em ações. 



Terminamos recorrendo à arte, literatura, nossa grande escritor Machado de Assis (1839-1908), para tocar nossos afetos e nos mobilizar na direção dos nossos sonhos: 

Abraços carinhosos... até a próxima...



 



sábado, 19 de novembro de 2022

O BRASIL VOLTOU!!! A piropa também voltou...


O Brasil voltou para o mundo... A piropa voltou para o SBC...

Foi só falar em piropa no post anterior que recebo um monte de considerações, casos, ideias, piropas... e tudo mais...

Como sabem, o SBC ampliou o conceito de piropa: o que era definido, ou melhor, o que aprendemos com o Chico sobre piropa, dizia respeito às relações "íntimas" ou "afetivo-sexuais". A melhor tradução, para a nossa língua, do espanhol PIROPO, seria CANTADA. Me lembro que quando ouvi do Chico essa palavra que eu não conhecia, fui pesquisar no GOOGLE e até encontrei um site "AS PIORES PIROPAS", por exemplo "Qual é o zap do cachorrinho?" ou "Uma flor com outra flor" , essas coisas meio ridículas e sem nenhuma criatividade que (ainda...) ouvimos. 

Então... a propósito do último post, um amigo me manda a seguinte objeção:

- Fui procurar no dicionário o significado de "piropa" é só achei "piropo" com o sentido que o SBC usa. Inclusive vídeos do Chico Buarque também usando "piropo"...

- Sim meu caro amigo... PIROPA seria o "abrasileiramento" da palavra "piropo", que "vem da Espanha", segundo o Chico. Inclusive, na Espanha, me disse há pouco tempo um amigo espanhol, essa palavra tem um duplo significado: tanto de "cantada" quanto também de "assédio". 

- O termo, originalmente, significa "exaltar" os atributos físicos da mulher. "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça". Garota de Ipanema, música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes composta em 1962 e lançada em março de 1964.

- Nos dias atuais, em função do combate ao machismo estrutural, pode-se entender uma abordagem dessa como assédio.

- Há que se diferenciar... e pode estar na sutileza essa diferenciação... 

Mesmo as categorias de músicas, nossa teoria SBCense: músicas de lama, músicas de piropa e músicas libertadoras, vira e mexe as pessoas confundem, me perguntam se essa ou aquela música é lama ou piropa ou libertadora. 

Digo que não existe uma "caixa" para cada categoria... não existe delimitação precisa entre uma categoria e outra... e que a "teoria SBCense" serve, principalmente, para tomarmos consciência das "reproduções" que fazemos de conceitos terrivelmente enraizados, principalmente no que diz respeito ao amor e às relações humanas... conceitos esses que, também terrivelmente, dificultam as nossas relações... e, ainda, percebendo esses "conceitos distorcidos" que vamos internalizando e reproduzindo enquanto objetos da cultura, criamos a possibilidade de atuar, ou seja, nos transformar em "sujeitos", construtores de novos conceitos... novas músicas, novos poemas... enfim, novas relações... mais livres, mais simétricas e mais bonitas.

E mais: costumamos entender as coisas tão "em caixas" que já testemunhamos briga e separação de casal por causa da tentativa de categorização: uma das pessoas achava que a música "Marina" foi libertadora para as mulheres, enquanto a outra considerava, na história, o tanto de mal que essa música fez às mulheres, que tentavam se moldar aos "padrões Marina" para serem amadas. Leiam nossos posts de 3.junho.2021:"Sambas,feminismos e machismos"; de 8.julho.2021: "Novas Conversas: Amélia, Emília, Marina" e o de 17.julho.2021: "Conversas SBCenses: O que dá pra rir da pra chorar". 

Daí a briga "evoluiu" para a micro violência (ou micro machismo)  que chamamos atualmente de BROPRIATING (que é quando o homem se apropria da ideia já expressa e/ou realizada anteriormente por uma mulher)... E a relação evoluiu para a separação... na melhor das hipóteses, pois na pior (e mais comum, infelizmente, ainda), a mulher se cala, se submete, deixa pra lá... essas coisas... E a relação se deteriora, o "infelizes para sempre".  Já conversamos também sobre os micro machismos  em post mais antigo, de 1.março.2016, vale a pena ler (ou reler).


Voltando à ampliação do significado de PIROPA, temos, no SBC, a prática da PIROPA com amigos e amigas e amiges, significando o EMPODERAMENTO, tão bonito e necessário para a vida, entre nós do SBC. Como é bom, gostoso, empoderador, motivador, uma piropa elogio, exercício de admiração, até mesmo uma crítica dada com gentileza, amor mesmo... 
Amigos são AMANTES, por definição, pessoas que se amam... sexo é outra coisa... que pode estar junto... ou não... como diria Caetano...

E como fez o Milton, ao dedicar à sua amiga Gal Costa seu show de despedida dos palcos, aos 80 anos: "A última sessão de música", no Mineirão, em Belo Horizonte, no domingo último,  dia 13 de novembro.2022.

Vejam essa violinha feita em madeira. Conheço as mesmas do Mercado Central, mas esta da foto é mais bonita... porque trata-se de uma piropa entre amigos. Quem me vendeu foi o Seu Zé da Viola, no ônibus. Eu estava indo pra rodoviária e ele já indo pra casa, já tinha vendido 'todas' violas. Ia tomar uma cerva no centro e pegar o 'busão' pra Sabará. Me conta que tem 80 anos e criou 8 filhos fazendo e vendendo as violinhas... gosta de vender no varejo, "no atacado eles pagam muito pouco". 

E eu, de 'inxirida', vou perguntando... e ele me respondendo:  Não tem Whats mas me dá seu número para eu escrever sobre essa história de vida tão rica. E eu pergunto se sobrou alguma violinha, e tenho a sorte de ter sobrado uma. Ele vende por R$20,00... e eu só tinha R$12,00... ai ele me "vendeu" assim mesmo...

E eu disse que iria escrever sobre ele... então ele me passa o Whats da sua filha Karina, que tem um salão no centro...  Já conheci a Karina e ela me manda seu cartão... o salão é na Cidade Jardim (e outro no bairro Floramar) ... muito bom... "O seu novo conceito de beleza".


E Karina me conta sobre o pai: É uma figura! "Ele chama José Quentinho mas gosta de ser chamado Zé da Viola!"

Obrigada pelo bom encontro Seu Zé da Viola!

Concluindo, mais uma piropa bastante interessante que me contaram foi a paquera virtual "tinderiana": Numa certa altura da conversa ele disse que era sapiossexual (definição do google: aquele que é atraído sexualmente pela inteligência, visão do mundo, bagagem de conhecimento... Apaixonado por mulheres inteligentes e femininas - notem na definição do google a reprodução da nossa sociedade machista! Não poderia ser "pessoas" em vez de "homens"? mulheres podem ser, também, sapiossexuais? gays, lésbicas e outros gêneros também?)

Mas ela continua a conversa e diz que não sabia o que significava e que já tinha deletado algumas pessoas do tinder porque achava que sapiossexual era o homem que 'se achava' sexualmente. E disse que tinha ouvido, há pouco tempo, o conceito demissexual, no qual ela se encaixava. Definição do google: a demissexualidade é caracterizada pela falta de atração sexual até que uma conexão emocional seja formada. Não é questão de não querer ter relações sexuais com desconhecidos, mas de não sentir atração nenhuma.

Enfim, concluíram que os dois conceitos tem semelhanças, os 'bons encontros' são afetivo/intelectuais... e podem desembocar no sexo... ou não...

Terminamos com Caetano e Chico cantando O QUERERES... lindo!

E com a super piropa do nosso querido SBCense Tadeu Oliveira:


Até a próxima...

Santuza TU


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

A poesia faz muito bem pra vida ...


A semana foi carregada de perdas... e ganhos... como é a vida... Gal e Boldrin...

A interpretação da Gal dessa música do 'Rei da Lama',  Lupicínio Rodrigues é lindíssima. Embora o Lupicínio seja mais reconhecido pelas suas músicas de lama, essa está mais pra piropa, ou seja, uma bela "cantada":

"Volta, vem viver outra vez ao meu lado, não consigo dormir sem teu braço, pois meu corpo está acostumado..."

O SBC já vem elaborando "teorias" sobre como a arte - e especialmente a música - "forma" nossa maneira de pensar, sentir e agir... e, assim, reproduzimos conceitos "aprisionadores" nas relações - assim como podemos, também através da arte, "construir" nossos conceitos que orientam nossas relações para "bem viver" e "bem relacionar", e que o SBC chama de LIBERTADORES. Vejam o post de 12 de junho de 2018, onde identificamos "sambas de lama" (cujo maior representante é justamente o Lupicínio, segundo Chico Buarque); sambas de "piropa" (maior representante Vinicius de Moraes, também segundo Chico... e nós concordamos), e "sambas libertadores"... categoria que o SBC "incentiva", para "mudar a chave", em todos os níveis de relação. O SBC já conversava sobre esse tema desde 2012, leiam nosso post de 07.agosto.2012: Música forma... ou deforma...


Pois não é que recebemos, no mesmo dia que estávamos vivenciando essas duas perdas, a interpretação do Boldrin de poema de Vinicius... lindíssimo... justamente sobre amizades... nível de relação que o SBC preza demais... inclusive o SBC "ampliou" o conceito de PIROPA aprendido com o Chico: porque PIROPA, para além de ser praticada nas relações íntimas (sempre com arte), pode (e deve) também ser  praticada nas relações de amizade, pois essas relações servem para nos empoderar, pra gente crescer com o outro e vice versa. Portanto, até uma crítica deve ser na forma de piropa, precisamos aprender isso pra vida ficar muito melhor.

"Eu não vou estranhar o céu... sabe por que? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!"

E, pra confirmar que a vida é cheia de ganhos e de perdas - diárias - recebemos, no mesmo dia, de presente, três livros maravilhosos de amigas recém conquistadas. 
Vamos apresentá-las:

Primeiro: O livro DOBRADURA DE AMORES CONSTRUIDOS ...
 
... de Ana Luiza Apgaua, grande poeta ( e ótima dentista!) de Governador Valadares, mora em BH  há bastante tempo. Gosta de escrever poesias dedicadas a amores vários, e se auto intitula "de várias tribos". Nos reconhecemos, nas páginas do livro, como parte da construção das nossas próprias vidas... Além de seus poemas nos inspirarem a embasar nossas relações sempre no amor por toda gente. 
Foi uma das vencedoras do III Concurso Cultural do Conselho Regional de Odontologia e seu poema Bonequinha da vovó integrou a agenda 2016 daquele órgão. Arrasou!!! Não resisti a declamar este e mais um poema do seu livro. Obrigada querida Ana!



E, logo depois da Ana, recebo pelo correio,  da querida amiga de Juiz de Fora, Luciane Fontes, dois livros: 

O HOMEM  SEM MEMÓRIA um discurso poético sobre o esquecimento:
O livro toca, de forma subjetiva e poética, numa temática bastante atual e vivenciada por milhões de famílias, a partir do aumento da expectativa de vida das pessoas. Trata-se das patologias demenciais que afetam grande parte da população de idosos do mundo todo.
Luciane Fontes é poeta, com formação em Psicologia e Psicanálise. Convidamos a conhecê-la acessando o seu site: www.lucianefontes.com

E o outro: LIVROS NA ESTANTE

... expõe o dilema de um sujeito, vítima de doença degenerativa, podendo levar à perda total da visão... depara-se com dificuldades comuns a todas as pessoas com algum tipo de deficiência em sociedades com pouca prática de inclusão (como a nossa). Mesmo assim, resiste em resignar-se e, amparada pela escrita poética, a protagonista desenvolve um novo olhar sobre a vida. Trata-se de "lição de vida" para todas e todos nós, no sentido de lidarmos, diariamente, com limites...  e possibilidades; com perdas ... e ganhos... com nossa humanidade, enfim. 
Não resisti, também, a gravar alguns trechos sobre este livro:



Assim como também não resisti a levá-los ao nosso sarau das quartas no ASA DE PAPEL, 


... onde nos reunimos, quarta sim quarta não, e nos embriagamos em poesia, trocamos abraços e piropas, enfim, nos energizamos, através das relações de amizade,  para a vida e para os outros níveis de relação. Muito grata, eu  o SBC Coletivo, de fazermos parte desse lindo encontro.

E grata à vida... que me tem dado tanto...
Abraços carinhosos...

 







quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Conversas SBCenses: O ASSUNTO DA SEMANA

 




















O SBC se reuniu em torno da necessidade/vontade de aprofundar/ampliar
reflexões sobre o primeiro discurso do nosso Presidente eleito no dia 30 de
outubro pp. E fomos lendo o discurso, parágrafo por parágrafo... e então, 
entre os participantes,  foi sendo construída uma espécie de 
INTERTEXTUALIDADE, "conversa" com o Presidente e entre nós 
mesm@s, que desembocaria em propostas de ações... 
(o texto em negrito  é o discurso... e o texto em itálico são os nossos 
comentários... e ilustrações)

Vamos lá:













"Meus amigos e minhas amigas:

Chegamos ao final de uma das mais importantes eleições da nossa 
história. Uma eleição que colocou frente a frente dois projetos opostos
de país, e que hoje tem um único e grande vencedor: o povo brasileiro.
 
Esta não é uma vitória minha, nem do PT, nem dos partidos que me 
apoiaram nessa campanha. É a vitória de um imenso movimento 
democrático que se formou, acima dos partidos políticos, dos interesses 
pessoais e das ideologias, para que a democracia saísse vencedora.
 
Neste 30 de outubro histórico, a maioria do povo brasileiro deixou 
bem claro que deseja mais – e não menos democracia.

E conversamos sobre DEMOCRACIA, que não é um conceito absoluto,
e sim uma construção, como tudo no humano... 
e sobre MANIQUEÍSMO,  POLARIZAÇÃO, essa lógica 8 ou 80, bem ou
mal, céu ou inferno, Deus ou Diabo, tão "enraizada", "naturalizada"...
raciocinamos assim, e isso nos distancia do humano... 
E... pior ainda: capitalismo ... comunismo...
Muito necessário conversar/estudar HISTÓRIA!
E o que é IDEOLOGIA...










 








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Deseja mais – e não menos inclusão social e oportunidades para todos. 
Deseja mais – e não menos respeito e entendimento entre os brasileiros. 
Em suma, deseja mais – e não menos liberdade, igualdade e fraternidade 
em nosso país.
 
O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que exercer o 
direito sagrado de escolher quem vai governar a sua vida. Ele quer 
participar ativamente das decisões do governo.
 
O povo brasileiro mostrou hoje que deseja mais do que o direito de 
apenas protestar que está com fome, que não há emprego, que o seu 
salário é insuficiente para viver com dignidade, que não tem acesso a 
saúde e educação, que lhe falta um teto para viver e criar seus filhos 
em segurança, que não há nenhuma perspectiva de futuro.
 
O povo brasileiro quer viver bem, comer bem, morar bem. Quer um 
bom emprego, um salário reajustado sempre acima da inflação, 
quer ter saúde e educação públicas de qualidade.
 
Quer liberdade religiosa. Quer livros em vez de armas. Quer ir ao teatro, 
ver cinema, ter acesso a todos os bens culturais, porque a cultura 
alimenta nossa alma.

Aqui ele nos aponta - e faz isso  muito bem - quanto a ARTE pode (e deve) ser usada como 
ferramenta para o movimento de TOMADA DE CONSCIÊNCIA POLÍTICA,
o movimento de VISÃO DE MUNDO, a a ação transformadora... para um
mundo mais humano, mais bonito, mais inclusivo.


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 O povo brasileiro quer ter de volta a esperança.

- A poesia está presente em cada ação da nossa vida... e a esperança renasce...
aqui lembramos Drummond:


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É assim que eu entendo a democracia. Não apenas como uma palavra 
bonita inscrita na Lei, mas como algo palpável, que sentimos na pele, 
e que podemos construir no dia-dia.
 
Foi essa democracia, no sentido mais amplo do termo, que o povo 
brasileiro escolheu hoje nas urnas. Foi com essa democracia – real, 
concreta – que nós assumimos o compromisso ao longo de toda a nossa 
campanha.


- Não existe sistema político ou de governo perfeito, porque não existe nada no 
humano que seja...
- Qualquer um que queira pegar as fragilidades de um sistema para condená-lo
poderá fazer isso...
- Dito isso, podemos ir na HISTÓRIA para fazer contestações e perguntas...
e tentarmos construir uma VISÃO DE MUNDO...

Aqui surgiram citações importantes: 



















O livro de Freud, de 1921, precede um dos momentos mais críticos da história 
da humanidade... e se revela atualíssimo. Freud, tentando compreender a 
ascensão do autoritarismo na Europa, demonstra como, diante de uma 
crise aguda, parte significativa da sociedade faz apelo a um pai mítico, 
cuja onipotência a livraria do caos. Identificados como irmãos, uma 
vez que compartilham o mesmo mito, abrem espaço para a eliminação 
dos que não comungam de suas ideias e que lhes servem de bode expiatório.                                            De fato, na Europa, logo após a primeira grande guerra - mas muito antes 
de que se pudesse imaginar que parentes, vizinhos e amigos, seriam 
retirados de suas casas e arrastados para campos de concentração, 
torturados e mortos por serem judeus, ciganos, homossexuais, 
adversários políticos ou simples desafetos - discursos de ódio, cenas de 
racismo e intolerância, injustiça e violência, encampados pelo estado, 
não se mostraram sinais suficientes para que o 'cidadão de bem' reconhecesse 
o trágico rumo que as coisas tomavam.













O filósofo Theodor Adorno, em 1951, elogiou o texto de Freud: 
"Não é exagero dizer que Freud, apesar de pouco interessado na face 
política do problema, claramente previu a origem e a natureza dos 
movimentos fascistas da massa em categorias puramente psicológicas".
_________________________________________
 
E é essa democracia que nós vamos buscar construir a cada dia 
do nosso governo. Com crescimento econômico repartido entre toda a 
população, porque é assim que a economia deve funcionar – como 
instrumento para melhorar a vida de todos, e não para perpetuar 
desigualdades.
 
A roda da economia vai voltar a girar, com geração de empregos, 
valorização dos salários e renegociação das dívidas das famílias 
que perderam seu poder de compra.
 
A roda da economia vai voltar a girar com os pobres fazendo parte do 
orçamento. Com apoio aos pequenos e médios produtores rurais, 
responsáveis por 70% dos alimentos que chegam às nossas mesas.
 
Com todos os incentivos possíveis aos micros e pequenos 
empreendedores, para que eles possam colocar seu extraordinário 
potencial criativo a serviço do desenvolvimento do país.

Conversamos: ECONOMIA e POLÍTICA são inseparáveis... ambas, de forma
integrada, produzem a cultura e a sociedade que vivemos.



















Será que a política é como a conhecemos hoje? As pessoas tendem a 
identificar a politica aos escândalos, corrupção, negociatas. Enfim, algo
sujo e vergonhoso. Além disso, essa estratégica de desqualificação e
criminalização da política tornou-se uma verdadeira arma de guerra.

Temos de recolocar o sentido da POLÍTICA, que é a arte e a ciência do
BEM COMUM, do BEM VIVER e do BEM CONVIVER. Um modo de ser e 
agir tendo como referência o coletivo. É defender a vida em primeiro
lugar, a dignidade humana, reconhecendo todas todos e todes, respeitando
as diferenças, a igualdade é de direitos.



















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É preciso ir além. Fortalecer as políticas de combate à violência 
contra as mulheres, e garantir que elas ganhem o mesmo salários 
que os homens no exercício de igual função.
 
Enfrentar sem tréguas o racismo, o preconceito e a discriminação, 
para que brancos, negros e indígenas tenham os mesmos direitos e 
oportunidades.
 
Só assim seremos capazes de construir um país de todos. Um Brasil 
igualitário, cuja prioridade sejam as pessoas que mais precisam.
 
Um Brasil com paz, democracia e oportunidades.

- Aqui ele nos dá uma "aula" de POLÍTICA, o tema recorrente, que 
precisamos conversar muito ... e caminhar no sentido da sua ressignificação ...
e a inserção da POLÍTICA, nesse sentido amplo, nas nossas vidas, em
todos os níveis de relações, do íntimo (relações afetivo-sexuais) ao 
público (exercendo nossa cidadania)...

- Um tema recorrente no SBC, quase um "mantra"... ou um "slogan":
AMOR E POLÍTICA, NA CAMA E NO MUNDO!


- Simone cantava, em 1984, composição de Luiz Carlos da Vila...
Atualíssima!
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Minhas amigas e meus amigos.
 
A partir de 1º de janeiro de 2023 vou governar para 215 milhões de 
brasileiros, e não apenas para aqueles que votaram em mim. Não 
existem dois Brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande 
nação.
 
Não interessa a ninguém viver numa família onde reina a discórdia. 
É hora de reunir de novo as famílias, refazer os laços de amizade 
rompidos pela propagação criminosa do ódio.
 
A ninguém interessa viver num país dividido, em permanente estado de 
guerra.
 
Este país precisa de paz e de união. Esse povo não quer mais brigar. 
Esse povo está cansado de enxergar no outro um inimigo a ser temido 
ou destruído.
 
É hora de baixar as armas, que jamais deveriam ter sido 
empunhadas. Armas matam. E nós escolhemos a vida.
 
O desafio é imenso. É preciso reconstruir este país em todas as suas 
dimensões. Na política, na economia, na gestão pública, na harmonia 
institucional, nas relações internacionais e, sobretudo, no cuidado com 
os mais necessitados.
 
É preciso reconstruir a própria alma deste país. Recuperar a 
generosidade, a solidariedade, o respeito às diferenças e o amor 
ao próximo.
 
Trazer de volta a alegria de sermos brasileiros, e o orgulho que sempre 
tivemos do verde-amarelo e da bandeira do nosso país. Esse 
verde-amarelo e essa bandeira que não pertencem a ninguém, a não ser 
ao povo brasileiro.
 
Nosso compromisso mais urgente é acabar outra vez com a fome. 
Não podemos aceitar como normal que milhões de homens, mulheres 
e crianças neste país não tenham o que comer, ou que consumam 
menos calorias e proteínas do que o necessário.
 
Se somos o terceiro maior produtor mundial de alimentos e o primeiro 
de proteína animal, se temos tecnologia e uma imensidão de terras 
agricultáveis, se somos capazes de exportar para o mundo inteiro, 
temos o dever de garantir que todo brasileiro possa tomar café da 
manhã, almoçar e jantar todos os dias.
 
Este será, novamente, o compromisso número um do nosso governo.
 
Não podemos aceitar como normal que famílias inteiras sejam 
obrigadas a dormir nas ruas, expostas ao frio, à chuva e à violência.
 
Por isso, vamos retomar o Minha Casa Minha Vida, com prioridade 
para as famílias de baixa renda, e trazer de volta os programas 
de inclusão que tiraram 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.
 
O Brasil não pode mais conviver com esse imenso fosso sem fundo, 
esse muro de concreto e desigualdade que separa o Brasil em 
partes desiguais que não se reconhecem. Este país precisa se 
reconhecer. Precisa se reencontrar consigo mesmo.
 
Para além de combater a extrema pobreza e a fome, vamos restabelecer 
o diálogo neste país.
 
É preciso retomar o diálogo com o Legislativo e Judiciário. Sem 
tentativas de exorbitar, intervir, controlar, cooptar, mas buscando 
reconstruir a convivência harmoniosa e republicana entre os três 
poderes.
 
A normalidade democrática está consagrada na Constituição. É ela 
que estabelece os direitos e obrigações de cada poder, de cada 
instituição, das Forças Armadas e de cada um de nós.

Mais uma vez a necessidade/utilidade da HISTÓRIA:
Lembramos 1988: A "CONSTITUIÇÃO CIDADÃ"...
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 A Constituição rege a nossa existência coletiva, e ninguém, 
absolutamente ninguém, está acima dela, ninguém tem o direito de 
ignorá-la ou de afrontá-la.
 
Também é mais do que urgente retomar o diálogo entre o povo e o 
governo.
 
Por isso vamos trazer de volta as conferências nacionais. Para que os 
interessados elejam suas prioridades, e apresentem ao governo 
sugestões de políticas públicas para cada área: educação, saúde, 
segurança, direitos da mulher, igualdade racial, juventude, habitação 
e tantas outras.
 
Vamos retomar o diálogo com os governadores e os prefeitos, para 
definirmos juntos as obras prioritárias para cada população.
 
Não interessa o partido ao qual pertençam o governador e o 
prefeito. Nosso compromisso será sempre com melhoria de vida da 
população de cada estado, de cada município deste país.
 
Vamos também reestabelecer o diálogo entre governo, empresários, 
trabalhadores e sociedade civil organizada, com a volta do 
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.
 
Ou seja, as grandes decisões políticas que impactam as vidas de 215 
milhões de brasileiros não serão tomadas em sigilo, na calada da 
noite, mas após um amplo diálogo com a sociedade.
 
Acredito que os principais problemas do Brasil, do mundo, do ser 
humano, possam ser resolvidos com diálogo, e não com força bruta.
 
Que ninguém duvide da força da palavra, quando se trata de buscar 
o entendimento e o bem comum.
 
Meus amigos e minhas amigas:
 
Nas minhas viagens internacionais, e nos contatos que tenho mantido 
com líderes de diversos países, o que mais escuto é que o mundo sente 
saudade do Brasil.
 
Saudade daquele Brasil soberano, que falava de igual para igual 
com os países mais ricos e poderosos. E que ao mesmo tempo 
contribuía para o desenvolvimento dos países mais pobres.


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O Brasil que apoiou o desenvolvimento dos países africanos, 
por meio de cooperação, investimento e transferência de tecnologia.
 
Que trabalhou pela integração da América do Sul, da América Latina e 
do Caribe, que fortaleceu o Mercosul, e ajudou a criar o G-20, a UnaSul, 
a Celac e os BRICS.

Falamos sobre o mundo MULTIPOLAR... novamente o foco na história: se 
olharmos apenas para os últimos 100 anos quanta coisa descobriremos: 
duas guerras mundiais, fascismo, nazismo...
Imperialismo, mundo bipolar, EUA e União Soviética, queda do
muro de Berlim...
Emergência da China... Oriente...
América Latina... pobreza... submissão ao imperialismo ou boicotes e 
sanções... 
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Hoje nós estamos dizendo ao mundo que o Brasil está de volta. Que o 
Brasil é grande demais para ser relegado a esse triste papel de pária do 
mundo.
 
Vamos reconquistar a credibilidade, a previsibilidade e a 
estabilidade do país, para que os investidores – nacionais e estrangeiros 
– retomem a confiança no Brasil. Para que deixem de enxergar nosso 
país como fonte de lucro imediato e predatório, e passem a ser nossos 
parceiros na retomada do crescimento econômico com inclusão 
social e sustentabilidade ambiental.
 
Queremos um comércio internacional mais justo. Retomar nossas 
parcerias com os Estados Unidos e a União Europeia em novas bases. 
Não nos interessam acordos comerciais que condenem nosso país ao 
eterno papel de exportador de commodities e matéria prima.
 
Vamos re-industrializar o Brasil, investir na economia verde e digital, 
apoiar a criatividade dos nossos empresários e empreendedores. 
Queremos exportar também conhecimento.
 
Vamos lutar novamente por uma nova governança global, com a 
inclusão de mais países no Conselho de Segurança da ONU e com o 
fim do direito a veto, que prejudica o equilíbrio entre as nações.
 
Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à 
desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre 
os povos.
 
O Brasil está pronto para retomar o seu protagonismo na luta 
contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo 
a Floresta Amazônica.

Conversamos sobre dois filmes: 




















"Onde sonham as formigas verdes", filme de 1984,do diretor alemão
Werner Herzog. A produção se passa na Austrália, no 
período de colonização inglesa. O dilema central se dá por conta 
do desejo da empresa de mineração inglesa Ayres objetivar extrair 
urânio do território aborígene. As cenas evidenciam as distintas 
moralidades envolvidas nas distintas estruturações sociais, com 
distintas relações com tempo, dinheiro, trabalho e religiosidade.















E o mais recente filme:
LAVRA
que também fala sobre a crueldade da exploração capitalista,
que mata e destroe.
Direção de Lucas Bambozzi, roteiro de Christiane Tassis, 
com Camila Mota. 
Ao voltar para sua terra natal, Camila vê de perto as consequências 
do maior crime ambiental do Brasil após uma barragem de uma 
mineradora romper e varrer quilômetros do local. Ela percorre 
o fluxo da lama tóxica e encontra pessoas, povoados e paisagens 
totalmente devastados. Quando outra barragem se rompe e 
mata cerca de 300 pessoas, Camila toma consciência, "vira a chave"
e se se une aos movimentos de resistência.
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Em nosso governo, fomos capazes de reduzir em 80% o desmatamento 
na Amazônia, diminuindo de forma considerável a emissão de gases que 
provocam o aquecimento global.
 
Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia.
 
O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore 
em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente 
por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração 
da vida na Terra.

Lembramos, e rezamos, cada um(a) a seu modo, do nosso indigenista
Bruno Pereira:

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Um rio de águas límpidas vale muito mais do que todo o ouro extraído 
às custas do mercúrio que mata a fauna e coloca em risco a vida humana.
 
Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância 
dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre 
junto com ela.
 
Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da 
Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja 
garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária 
indevida.
 
Ao mesmo tempo, vamos promover o desenvolvimento sustentável das 
comunidades que vivem na região amazônica. Vamos provar mais uma 
vez que é possível gerar riqueza sem destruir o meio ambiente.
 
Estamos abertos à cooperação internacional para preservar a 
Amazônia, seja em forma de investimento ou pesquisa científica. 
Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa 
soberania.
 
Temos compromisso com os povos indígenas, com os demais 
povos da floresta e com a biodiversidade. Queremos a pacificação 
ambiental.
 
Não nos interessa uma guerra pelo meio ambiente, mas estamos 
prontos para defendê-lo de qualquer ameaça.
 
Meus amigos e minhas amigas:
 
O novo Brasil que iremos construir a partir de 1º de janeiro não 
interessa apenas ao povo brasileiro, mas a todas as pessoas que 
trabalham pela paz, a solidariedade e a fraternidade, em qualquer 
parte do mundo.
 
Na última quarta-feira, o Papa Francisco enviou uma importante 
mensagem ao Brasil, orando para que o povo brasileiro fique livre do 
ódio, da intolerância e da violência.
 
Quero dizer que desejamos o mesmo, e vamos trabalhar sem descanso 
por um Brasil onde o amor prevaleça sobre o ódio, a verdade vença a 
mentira, e a esperança seja maior que o medo.
 
Todos os dias da minha vida eu me lembro do maior ensinamento de 
Jesus Cristo, que é o amor ao próximo. Por isso, acredito que a mais 
importante virtude de um bom governante será sempre o amor – pelo 
seu país e pelo seu povo.

















"Peço a Nossa Senhora Aparecida que proteja e cuide do povo 
brasileiro, que o livre do ódio, da intolerância e da violência”, foi o que
disse o Papa Francisco em 12 de outubro, dia da nossa padroeira. 
Este Papa que também disse que o extremismo é uma "traição à religião"
e que a Igreja deve "pedir perdão" aos homossexuais, assim como aos
pobres, às mulheres e às crianças exploradas.
E, ainda, na encíclica Fratelli Tutti: "Reconhecer todo ser humano
como um irmão ou uma irmã e procurar uma amizade social que integre
a todos não são meras utopias".
 
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No que depender de nós, não faltará amor neste país. Vamos cuidar 
com muito carinho do Brasil e do povo brasileiro. Viveremos um novo 
tempo. De paz, de amor e de esperança.
 
Um tempo em que o povo brasileiro tenha de novo o direito de sonhar. 
E as oportunidades para realizar aquilo que sonha.
 
Para isso, convido a cada brasileiro e cada brasileira, independentemente 
em que candidato votou nessa eleição. Mais do que nunca, vamos juntos 
pelo Brasil, olhando mais para aquilo que nos une, do que para nossas 
diferenças.
 
Sei a magnitude da missão que a história me reservou, e sei que não 
poderei cumpri-la sozinho. Vou precisar de todos – partidos políticos, 
trabalhadores, empresários, parlamentares, govenadores, prefeitos, 
gente de todas as religiões. Brasileiros e brasileiras que sonham com um 
Brasil mais desenvolvido, mais justo e mais fraterno.
 
Volto a dizer aquilo que disse durante toda a campanha. Aquilo 
que nunca foi uma simples promessa de candidato, mas sim uma 
profissão de fé, um compromisso de vida:
 
O Brasil tem jeito. Todos juntos seremos capazes de consertar este país, 
e construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos – com 
oportunidades para transformá-los em realidade.
 
Mais uma vez, renovo minha eterna gratidão ao povo brasileiro. 
Um grande abraço, e que Deus abençoe nossa jornada."
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Então ... ler e reler este discurso, para compreendê-lo profunda e amplamente ... 

e fazer o mesmo nos impulsionar para a ação...

E VIRAR A CHAVE, ou seja, comecemos a enxergar uma construção

possível de um Brasil - e um mundo - melhor, mais humano, inclusivo, 

democrático...

...e agir:

... comentar

... conversar 

... escrever 

...e se preparar...

... e propor, se integrar, desenvolver...

... Construirmos encontros...  projetos... arte... 

A arte como PRÉ-TEXTO... faremos nossos textos, refazendo a esperança...








Lembrando o filósofo Feliz Guatarri: "A felicidade é subversiva quando ela é coletiva".





















O Brasil precisa, urgentemente, de uma educação democrática e 
humanizadora, em todos os níveis e em todos os espaços sociais. 
"A educação atual produz zumbis". Precisamos da EDUCAÇÃO
LIBERTADORA, e Paulo Freire nos inspira...


E, ainda -  e a propósito - três indicações de livros: dois do site @LulaOficial:






































E mais um, que pode nos servir de "guia prático":



















Este é um livro para quem quer mudar o mundo. Para quem quer soluções 
para os desafios que atravessam a sociedade. Mas, antes, é preciso saber 
algumas coisas importantes. Por isso, este também é um guia didático e 
introdutório dos principais conceitos de política, sem abrir mão de sua 
complexidade.
É uma obra radical. Ela propõe transformar o mundo, mas não de qualquer 
jeito. A autora apresenta uma "caixinha de ferramentas" para que seja possível 
provocar mudanças profundas.
O livro é, também, um convite para se pensar alternativas, encarar dificuldades 
políticas e instigar os que sonham com um futuro melhor para si e para os 
outros. Pois, afinal de contas, como a autora nos lembra, a situação está 
complicada e, mais do que nunca, o mundo está precisando de gente que se importa.








Então... vamos "arregaçar as mangas" e "mãos à obra" !!!

Obrigada Dirlene Marques, Antonieta Shirlene e Tadeu Oliveira,
que participaram deste texto junto comigo... além de tod@s os 
SBCenses que compartilharam vídeos e posts nos grupos Whats da vida...

Abraços carinhosos a tod@s