sexta-feira, 10 de outubro de 2025

VIVA O CINEMA BRASILEIRO!!!


O SBC no cinema, um SBC de 40 a 80 anos... fomos no cinema do Minas Tênis Clube, o cine Unimed, aliás, pra SBCenses "pão-durxs" uma ótima pedida, valores muito abaixo de outras salas... 

Sinopse:  "Em O Último Azul, um Brasil distópico possui uma política de exílio forçado contra seus idosos. A ideia é permitir que os jovens possam produzir sem se preocupar com os mais velhos. Assim, o governo transfere esse grupo para colônias habitacionais onde eles possam "desfrutar" de seus últimos dias de vida. Entra em cena Tereza, uma mulher de 77 anos que mora numa cidade industrializada na Amazônia. Quando chega sua hora e ela recebe um chamado do governo para abandonar sua casa e residir na colônia, Tereza quer realizar seu último desejo - viajar de avião -  antes de ser compulsoriamente expulsa de seu lar e enviada para longe. Ela, então, embarca numa viagem pelos rios e afluentes da região, sem imaginar que essa viagem mudará o rumo de sua vida para sempre". 

O longa anuncia Rodrigo Santoro, no papel do barqueiro Cadu. No entanto é Denise Weinberg, no papel de Tereza,  quem entrega uma atuação brilhante e conduz uma história de amizade e reinvenção na velhice. Além de Denise e Rodrigo, Miriam Socarrás está maravilhosa no papel de Roberta, uma vendedora de Bíblias digitais que não acredita em Deus. E Ludemir (Idalino) é dono de uma pequena aeronave ilegal mas não consegue decolar nela. 


 Enquanto tenta voar de avião, Tereza começa a procurar sua própria autonomia. Redescobre pequenos prazeres da vida, que aqui surgem como sinônimo de liberdade.

A relação entre Tereza e Roberta proporciona algumas das cenas mais interessantes. Divertidas, as personagens são uma afronta ao etarismo e aos estereótipos do que é ser idoso e, sobretudo, ser uma mulher idosa numa sociedade capitalista.


Uma história surpreendente, criativa e envolvente, Vencedor do Urso de Prata no Festival de Berlim, o filme reafirma o interesse do cineasta  Gabriel Mascaro em cutucar feridas sociais. Após abordar a estupidez sexista no filme  Boi Neon (2015) e a contradição fundamentalista em Divino Amor (2019), ele agora debocha da incoerência do etarismo e "tira sarro do sistema capitalista". 

O filme já começa surpreendendo pela fotografia exuberante: "A Amazônia não é apenas pano de fundo, ela faz parte da história. Os rios, a floresta, a paleta de cores e os sons criam uma atmosfera incrível na narrativa. A direção transforma a paisagem em espelho da protagonista: sinuosa, resistente, cheia de curvas e desvios".

jornada de Tereza, que se recusa aceitar imposição do Estado, é um convite à luta pela autonomia à resistência à opressão social. Pensamos no título do filme: O último azul... porque será? E o final do filme, esplêndido para as pessoas que não desejam tudo mastigado, as ideias prontas e acabadas; desejam, sim, ao sair do cinema cada um(a) de nós fazer o seu final, e compartilharmos cada final... e rir da gente mesma, das nossas idealizações e das nossas humanidades... Compartilharmos nossas angústias em relação, ao futuro, em qualquer idade. 
Pensamos que a maioria dos filmes sobre "velhice", abordam o saudosismo, a história, essas coisas. Já esse filme mostra "o projeto de futuro" que, de certa forma, dá sentido à vida.
Enfim, saímos do cinema com a convicção de que envelhecer pode ser visto como uma  etapa cheia de vida, repleta de descobertas e afetos.
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E a nossa grata surpresa com os trailers apresentados antes do filme "O último azul":


O primeiro: O Último Episódio, mais uma produção da Filmes de Plástico, que nasceu em Contagem, Grande BH, e já emplacou sucessos - "Marte Um", lindo! - com direção do mineiro Maurilio Martins, estreou ontem, quinta dia 9.outubro.O filme conta a história de Erik, um adolescente de Contagem que inventa ter o último episódio de 'Caverna do Dragão' para tentar conquistar o coração de Sheila. Segundo o diretor, o enredo traz uma aventura adolescente, para toda a família, "à moda antiga". Ele diz que o filme brinca com memórias pessoais e a nostalgia de uma época em que os desenhos exibidos na televisão ajudaram a moldar uma geração.

Considerando Marte Um, não podemos perder O último episódio..
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E o segundo trailer entrará em cartaz dia 9 de novembro:   O Agente Secreto, já super comentado depois do sucesso no Festival de Cannes 2025, e escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026.


Longa do "cineasta preferido" do  SBC, o pernambucano Kleber Mendonça Filho -
O Som ao Redor, Aquarius, Retratos Fantasmas - protagonizado por Wagner Moura, também cotado para Oscar de melhor ator.

Sinopse: O filme se passa na Recife de 1977 e segue a história de Marcelo, um especialista em tecnologia, que retorna à sua cidade natal após anos fugindo de um passado violento e misterioso. Ele busca proteção para seu filho pequeno e tenta desvendar segredos sobre sua família, enquanto enfrenta a opressão da ditadura militar.

O Agente Secreto aborda temas como memória, repressão política e as cicatrizes deixadas pela ditadura militar no Brasil. A narrativa combina elementos de drama e suspense, refletindo sobre as experiências pessoais de Marcelo num contexto de opressão que vivia nosso pais.


Também imperdível, aguardamos ansiosas e ansiosos... nada como ver um filme - de preferência brasileiro - e irmos logo depois tomar uma cerva e conversarmos sobre o mesmo, exercendo o que existe de mais humano: a troca, crescermos uns com os outros...
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Por fim, na cerva depois de O último azul,  uma de nós lembrou também de recente divulgação do filme Malês:

Já disponível em plataformas (Netflix, Prime Vídeo) e nos cinemas desde 2 de outubro, 
Malês é um filme de drama brasileiro de 2025, dirigido por Antônio Pitanga com roteiro de Manuela Dias. Produzido pela Obá Cacauê Produções.

Estrelado por Rocco Pitanga, Antônio Pitanga, Camila Pitanga e Samira Carvalho, o filme  destaca a importância da união entre diferentes povos, tribos e religiões para o sucesso da revolta e o fim da escravidão. Ambientada na vibrante Salvador de 1835, a trama acompanha a trajetória de dois jovens muçulmanos, arrancados de sua terra natal na África e escravizados no Brasil.

Sinopse: "Dois jovens muçulmanos, que estão prestes a se casar, são abruptamente sequestrados de sua terra natal na África e trazidos para o Brasil como escravizados. Separados pelo destino, ambos enfrentam os horrores da escravidão e lutam para sobreviver. Em meio a essa luta, se envolvem na Revolta dos Malês, a maior insurreição de escravizados da história do Brasil, buscando reencontrar-se e reafirmar suas identidades e liberdade". 

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E concluímos com muitos vivas ao Cinema Brasileiro, que nos conta histórias necessárias à crítica  a nossa 'identidade colonizada', o que chamamos de 'identidade reflexa'... e a possibilidade da construção da nossa identidade autônoma: a construção constante da resposta à pergunta quem somos nós. Para além do "enfiado goela abaixo" pelas instituições "responsáveis pela nossa educação", que nos passam a "educação bancária" - que, segundo Paulo Freire, é a educação que considera o aluno apenas um depositário e reprodutor de conhecimentos - a "educação para a liberdade", a educação  para sermos sujeitos críticos...  E para sermos sujeitos na construção de um Brasil mais bonito. "A ARTE SALVA", como costumamos dizer.

"LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS SOBRE NÓS!!!"


E já estamos planejando nosso Carnaval 2016, nosso tema vai girar em torno dessa ideia da arte enquanto ferramenta mobilizadora: A ARTE SALVA... A ARTE É REVOLUCIONÁRIA... 

Por aí... mandem sugestões... participem!

E até nosso próximo post... nosso próximo sarau, dia 22... nosso Carnaval... nosso bons encontros... no cinema, na cerva, por aí...

Abraços carinhosos,

Santuza TU


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