"Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito
Mesmo que o tempo e a distância digam “não”
Mesmo esquecendo a canção
O que importa é ouvir
A voz que vem do coração..."
O Clube da Esquina surgiu da grande amizade entre Milton Nascimento - BITUCA - e os irmãos Borges - Marilton, Márcio e Lô - no nosso bairro de Santa Tereza, em Belo Horizonte, na década de 1960. O início dessa amizade se deu exatamente em 1963, depois que Milton chegou à capital para estudar e trabalhar. Milton acabara de chegar de Três Pontas, cidade onde morava a família e onde tocava na banda W's Boys com o pianista Wagner Tiso. Aqui ele foi tocas na noite com Marilton, no grupo Evolusamba. Compondo e tocando com os amigos, despontava o talento, pondo o pé na estrada e na fama ao vencer o Festival de Música Popular Brasileira e ao ter uma de suas composições, "Canção do sal", gravada pela então novata Elis Regina, em 1967.
Com influência sonoras das odisseias dos mineiros, o disco "Clube da Esquina", de 1972, queria mudar o mundo. Inseminado por jovens que cresceram em uma Minas Gerais com explosão de inventividade musical.
Clube da Esquina II (1978)Neste disco do ano de 1978, Milton Nascimento e amigos organizam um disco para o lado mais musical, com produção de Ronaldo Bastos.
E foi apresentando o SBC e nossos conceitos orientadores de BEM VIVER:
- O VALOR DO RISO, que desoxida talentos, inclusive o talento necessário para a própria vida;
- O VALOR DA AMIZADE, nível de relação precioso para a vida e que nos é tão pouco "ensinado", aprendemos a valorizar outros níveis de relação, como a relação íntima - afetivo sexual, em detrimento dessa relação tão bonita e de tantas trocas e crescimento mútuo que é a amizade;
- O VALOR DO SENTIDO ESTÉTICO NA VIDA - para além do sentido moral, do certo e errado, tão internalizado na nossa cultura, o sentido estético - do bom, do bonito - vem ampliar nossa visão de mundo e das relações humanas, e nos ajuda muito mais na ação transformadora tão necessária na direção de um mundo mais justo, mais bonito, enfim...
... que nosso já SBCense Tovar, se identificando com nossa filosofia, nos lembra a grande semelhança do SBC com o Clube da Esquina! semelhança que muito nos orgulhou...
Pois o Clube da Esquina era um grupo de amigos que se reunia para conversar sobre poesia, música e cinema num boteco - e sobre a vida, o mundo - como nós, no Bar Cartola. Ao mesmo tempo que se referia à amizade e esperança em tom poético, apresentava uma visão crítica e reflexiva da conjuntura repressiva da década de 70 desafiando os limites do tempo e espaço. Também como o SBC, política e amor fazemos em todos os níveis de relação.
Também, o Clube da Esquina foi um movimento que trouxe inovações estéticas, porém sem encaixar-se por completo nos estanques musicais da Bossa Nova, Samba Canção, Tropicália, Jovem Guarda ou Canção Protesto. "Anárquico", no melhor sentido da palavra, como nós do SBC.
Guardadas as diferenças, foi uma grande honra para nós do SBC ser lembrado como um grupo semelhante - na ideologia, digamos - ao Clube da Esquina. Principalmente no que diz respeito à amizade, essa relação que surge de forma tão gratuita e tão significativa, profunda, nas nossas vidas.
Obrigada nosso mais novo SBCense, Tovar ...
E até nosso próximo encontro.
Santuza TU
Feliz dia dos amigos e amigas tu. Adoro ser sua amiga. Bjs. Mariana
ResponderExcluirObrigada querida amiga Mari. TU
ExcluirObrigada pela linda crônica. Márcio
ResponderExcluir👏👏👏👏👏
ResponderExcluirMaravilha de texto!
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