sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

LUNA ROCHELLE EM OURO PRETO: ready-made e poesia

 

 Henri-Robert-Marcel Duchamp -  1887 -  1968 - pintor, escultor e poeta francês.

A sua obra está vinculada, de algum modo, ao seu modo de vida boêmio, propiciado pelo convívio com pessoas influentes e poderosas no meio artístico norte-americano. Num de seus acessos de iconoclastia e irresponsabilidade, Duchamp lançou na cena artística nova-iorquina a figura de Madame Rrose Sélavy (cujo nome se assemelha à palavra francesa heuireusee, "feliz", e o sobrenome à expressão francesa c'est la vie, "é a vida", resultando na frase "feliz é a vida").

Duchamp travestido de Madame Rrose Sélavy, em foto de 1921... Uma artista dotada de ironia profunda.

O que ele defendia em sua arte:  Duchamp liderou o Dadaísmo, movimento que tinha como intuito protestar contra os estragos trazidos da guerra, denunciando de forma irônica o horror que estava acontecendo. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defendia o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos.

Duchamp é um dos precursores da  arte conceitual e introduziu a ideia de ready made como objeto de arte. Seu objetivo é vencer aquela “arte retiniana”, uma vez que exige a participação ativa do público.


O ready-made mais famoso de Duchamp foi “A Fonte”, de 1917, um urinol apresentado como uma obra de arte assinada por “R. Mutt” e rejeitado pelo júri.

Fonte nunca foi exibida. Enviada por Marcel Duchamp para a exposição da Sociedade de Artistas Independentes de Nova Iorque, sob o pseudônimo de “R. Mutt”, a peça foi recusada pelos organizadores. A exposição para a qual a obra foi feita inaugurou em 10 de abril de 1917 e a Fonte original logo desapareceu.

O que representa a Fonte? obra é um ready-made dadaísta, ou seja, um objeto já pronto – é exatamente isso que significa a expressão ready-made – que é selecionado pelo artista e a partir de então passa a ser uma obra de arte. Geralmente, tratam-se de objetos comuns, da vida quotidiana, tirados de seus contextos e ressignificados pelo artista.

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Salto na história: Ouro Preto, segunda feira, jogo do Brasil, nos reunimos na Casa da Árvore, debaixo do Chalé da Lua pra ver o jogo... bolão, palpites... jogo tenso. 

Intervalo do jogo: Rochelle, essa personagem SBCense que, nesse dia, descobrimos o primeiro nome: LUNA... vai dar uma volta pelo espaço para "acalmar os nervos", quando se depara com a imagem abaixo:



Um COFRE no meio do mato, do lado do Chalé da Lua... inusitado!


Então, na contemplação dessa cena, ela se lembra de Duchamp... 

E "sai" um "POEMA PRONTO" (OU READY-MADE):

O capitalismo enterrado...
E, junto com ele: 
O individualismo,
O maniqueísmo,
O egoísmo,

A acumulação idiota...
A exploração...

Da Natureza brotará um mundo melhor...

A Natureza é generosa... 
E nós, humanos, fazemos parte dela 
(mesmo que por vezes nos esqueçamos)

A Natureza absorverá tudo 
E retornará um mundo mais humano, 
mais humilde, mais justo, 
Um mundo onde teremos mais trocas bonitas...

Reconstruiremos...
Que assim seja...


Voltamos ao segundo tempo... e o Brasil ganhou!!!



Obrigada por existir querida LUNA...
Abraços carinhosos...








7 comentários:

  1. Gostei da postagem. Afinal, abriram o cofre? 😊🤭😁

    Tadeu Oliveira

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    1. Tem cofres que são proibidos de se abrir. Ou seja, são" imexíveis".

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    2. De jeito nenhum... tá lá quietinho... virou uma obra de arte

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  2. Querida Tu, desta vez você se superou 💯💯💯. Adorei. Uma crônica na medida certa. Com conteúdo e leveza. E ainda com poesia da Luna Rochelle. Ela é ótima.
    ANTONIETA SHIRLENE (Angel)

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  3. Crônica muito boa....sensacional o elo encontrado entre o " achado" e o ícone do dadaísmo e sua obra -DuChamp, resultando na excelente poesia....muto bom, "meninas cabeça"

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