A construção do Malecón começou em 1901, durante o "regime militar temporário" dos EUA . O principal objetivo da construção do Malecón era "proteger" Havana do mar. Para comemorar a construção do primeiro trecho de 500m do Malecón, o governo americano construiu uma rotatória no cruzamento do Paseo del Prado, que, segundo arquitetos da época, foi a primeira construída em Cuba com concreto armado. Em frente à rotunda, onde todos os domingos bandas tocavam melodias cubanas, foi construído o Miramar Hotel, que esteve na moda durante os primeiros 15 anos de independência, e que foi o primeiro onde os garçons vestiram smoking e coletes com botões dourados. Os governos cubanos seguintes deram continuidade à extensão da primeira seção do Malecón. Em 1923, chegou à foz do rio Almendares.
O Malecón é muito popular entre os cubanos, assim como para os turistas. Continua sendo um dos destinos mais espetaculares e populares de Havana, onde nativos e visitantes se encontram e realizam "conversas SBCenses (rsrs) sobre amor e política". É também um meio de renda para as famílias mais pobres, pois os pescadores individuais lançam suas iscas ali. Além disso, é um "point" de prostituição de homens e mulheres em Cuba.
- El malecon para mi es un lugar para despejar para sentirse bien con una vista asombrosa, iluminante y resplandeciente donde todos los cubanos y visitantes extranjeros les gusta pasar tiempo.
- El malecon de Cuba para los cubanos es una de las principales maravillas de nuestro pais.
Uma turma nossa esteve em Havana em 2018 e conhecemos o Richard e amigos no Malecón. E foram eles que nos mostraram Havana e arredores, assim como também nos mostraram, em diálogos críticos, o socialismo e a democracia em Cuba. Eles estavam "inaugurando" o Projeto HAVANA REAL, e me elegeram "madrinha", o que muito de honra.
Obrigada Richard... abraços saudosos...
Mirante da Sapucaí, em Belo Horizonte
A mureta da Rua Sapucaí desenvolveu-se como ponto turístico de Belo Horizonte devido a uma combinação de fatores: intervenções artísticas e culturais, restaurantes e bares e a redescoberta de um ângulo único para se admirar o centro da cidade. Aqui há menos áreas verdes e a paisagem está mais próxima do observador. . Em dezembro de 2018, a via recebeu duas lunetas, que permitem um “zoom” na arquitetura e no skyline em constante transformação.
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Pois este é o nosso
MALECÓN! E aqui aconteceu nosso encontro do projeto "Conversas SBCenses: na
garagem, na beira do fogão, na varanda, na calçada, no buteco...". Explico:
Este projeto surgiu em
Ouro Preto, veja nosso post de 8 de setembro de 2021. Trata-se de lugares onde
nos reunimos para conversar de uma forma SBCense (conversas que servem para
ampliar nossa visão de mundo, nossa capacidade de criticar e de caminhar no
processo de nos transformar em sujeitos, “transformadores” do mundo, em todos
nos níveis de relação, do íntimo ao público.
Na beira do fogão (post de
10 de setembro de 21) conversamos sobre
DEMOCRACIA. Depois, na varanda (post de 6.outubro.21) conversamos sobre Alienação, Ideologia e Política. Deem um
pulinho nesses posts, leiam e comentem, para acrescentar às nossas conversas.
Pois o SBC é assim: aberto, participativo, "trocas que nos fazem crescer".
E, no nosso Malecón,
naquela tardezinha, começamos comentando sobre o filme ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO,
indicado pelo caro amigo Tadeu Martins Soares, grande escritor e produtor
cultural do Vale do Jequitinhonha, na nossa querida Minas Gerais.
O documentário, de 1989, que está no youtube, narra
os ideais estéticos nazistas que serviram de base para as
violentas práticas de homogeneização da nação. A apresentação do Nazismo
como uma ideologia estética é, sobretudo, o tema do documentário, que
revela um lado pouco discutido do regime totalitário nazista.
O filme também apresenta
que os judeus foram escolhidos e indicados pelo movimento nazista como um povo
sem higiene e passível de todo o desprezo que pudesse ser dirigido a alguém.
Hitler lança, com o nazismo, uma campanha de “limpeza étnica” (eugenia),
valorizando a “raça” ariana em detrimento dos judeus.
Algumas correntes filosóficas que se destacaram na primeira metade do século XX foram as correntes de pensamentos românticos e historicistas, presentes principalmente na Alemanha. Tais correntes possuíam um forte cunho nacionalista e popular, principalmente voltadas para o pensamento e identidade coletivas. A identidade do povo era fruto do pertencimento à nação. (Observação de SBCense: Vixi, isso me lembra "Brasil, ame-o ou deixe-o", da época da nossa ditadura militar).
Nesse sentido, pode-se relacionar a postura adotada por Hitler e o nazismo com aquela referente aos filósofos nacionalistas, que apresentavam sua doutrina e ideologia como sendo a CORRETA. Mais, indicavam que aquilo que se distanciava do que acreditavam era uma visão ERRADA, e que deveria ser rechaçada e desprezada.
Pois foi dessa "aula introdutória" de grande SBCense que continuamos nossa conversa, com o tema NANIQUEÍSMO : qualquer visão de mundo que o divide em poderes opostos e incompatíveis: "Admitir que os bons sejam sempre bons e os maus sempre maus é uma demonstração de maniqueísmo"
E a conversa foi por ai: parece que o maniqueísmo pode ser sinônimo de palavra que ouvimos mais atualmente: POLARIZAÇÃO: bem-mal; céu-inferno; certo-errado; feio-bonito... e por aí vão as diversas polarizações que nos enfiam "goela abaixo" e que "determinam" a nossa maneira de pensar, sentir e agir. Observem o último exemplo, feio-bonito: bonito é o que está dentro de padrões definidos "a priori", tudo o mais é feio... criando uma "falsa dicotomia". Outro exemplo: amigo-inimigo: amigo seria (acreditamos...) aquela pessoa que está sempre de acordo comigo, ou seja, que pode estar se submetendo a mim... e inimigo seria a pessoa que diverge de mim, temos uma tendência (aprendida historicamente e internalizada determinando nosso pensar, sentir e agir) a colocar a pessoa que diverge de mim na categoria de inimigo... muitas vezes, a ser eliminado (primeiro eliminado nos nossos afetos, depois pode virar "eliminado" concretamente, como nas guerras)... percebem que tendemos a excluir o conceito de ADVERSÁRIO? e a consequência dessa lógica maniqueísta? - muito dificilmente crescemos só com o igual, crescemos muito mais com o divergente. "Eu sou quando divirjo", do nosso grande escritor e filósofo Guimarães Rosa. Outra grande polarização: direita-esquerda (sem nenhuma crítica, eliminam-se as contradições e internaliza-se uma ideologia "comprada", a mídia conservadora está aí para "vender" estes pacotes). Assim como outro conceito que "aprendemos" a "eliminar" da nossa perspectiva (com a tendência a naturalizar as coisas do mundo) é a importantíssima VISÃO DE PROCESSO: TUDO no humano é PROCESSO, é HISTÓRIA, não existe no humano nada pronto e acabado. E a tendência do maniqueísmo é ver a história como linear, o que alimenta essa visão maniqueísta.
Aristóteles e Platão |
Ai chegamos a Depois de Cristo: a religião (cristã) recuperou bastante as ideias estoicas que, como podemos ver, são maniqueístas. E, de certa forma, apresentam as características "platônicas" de busca do ideal de "pureza" que, a bem da verdade, nos desumanizam.