quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Na calçada: conversando sobre MANIQUEISMO (e mais um pouco sobre DEMOCRACIA...S)

O MALECÓN(oficialmente Avenida de Maceo ) é uma ampla esplanada, estrada e paredão que se estende por 8 km (5 milhas) ao longo da costa em Havana, Cuba, desde a foz do Porto de Havana, na Havana Velha , ao longo do lado norte do bairro Centro Havana  e bairro do Vedado, terminando na foz do rio Almendares.

A construção do Malecón começou em 1901, durante o "regime militar temporário" dos EUA .  O principal objetivo da construção do Malecón era "proteger" Havana do mar.  Para comemorar a construção do primeiro trecho de 500m do Malecón, o governo americano construiu uma rotatória no cruzamento do Paseo del Prado, que, segundo arquitetos da época, foi a primeira construída em Cuba com concreto armado. Em frente à rotunda, onde todos os domingos bandas tocavam melodias cubanas, foi construído o Miramar Hotel, que esteve na moda durante os primeiros 15 anos de independência, e que foi o primeiro onde os garçons vestiram smoking e coletes  com botões dourados. Os governos cubanos seguintes deram continuidade à extensão da primeira seção do Malecón. Em 1923,  chegou à foz do rio Almendares.

O  Malecón é muito popular entre os cubanos, assim como para os turistas. Continua sendo um dos destinos mais espetaculares e populares de Havana, onde nativos e visitantes se encontram  e realizam "conversas SBCenses (rsrs)  sobre amor e política". É também um meio de renda para as famílias mais pobres, pois os pescadores individuais lançam suas iscas ali. Além disso, é um "point" de  prostituição de homens e mulheres em Cuba. 


Querido amigo cubano, Richard, nos descreve o Malecón: 

- El malecon para mi es un lugar para despejar para sentirse bien con una vista asombrosa, iluminante y resplandeciente donde todos los cubanos y visitantes extranjeros les gusta pasar tiempo.

- El malecon de Cuba para los cubanos es una de las principales maravillas de nuestro pais.

    Uma turma nossa esteve em Havana em 2018 e conhecemos o Richard e amigos no Malecón. E foram eles que nos mostraram Havana e arredores, assim como também nos mostraram, em diálogos críticos,  o socialismo e  a democracia em Cuba. Eles estavam "inaugurando" o Projeto HAVANA REAL, e me elegeram "madrinha", o que muito de honra.

Obrigada Richard... abraços saudosos...


                                   Mirante da Sapucaí, em Belo Horizonte

A mureta da Rua Sapucaí desenvolveu-se como ponto turístico de Belo Horizonte devido a uma combinação de fatores: intervenções artísticas e culturais, restaurantes e bares e a redescoberta de um ângulo único para se admirar o centro da cidade. Aqui há menos áreas verdes e a paisagem está mais próxima do observador. . Em dezembro de 2018, a via recebeu duas lunetas, que permitem um “zoom” na arquitetura e no skyline em constante transformação.

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O Circuito Urbano de Arte (CURA) deixa como legado para a capital mineira o primeiro Mirante de Arte Urbana do mundo. Não existe registro de outro festival em que o público possa acompanhar ao vivo, de um só ponto, a feitura das obras. Atualmente são 14 os murais que podem ser vistos da rua Sapucaí, incluindo o mural mais alto pintado por uma mulher na América Latina, com 56 metros de altura.



Pois este é o nosso MALECÓN! E aqui aconteceu nosso encontro do projeto "Conversas SBCenses: na garagem, na beira do fogão, na varanda, na calçada, no buteco...".   Explico:

Este projeto surgiu em Ouro Preto, veja nosso post de 8 de setembro de 2021. Trata-se de lugares onde nos reunimos para conversar de uma forma SBCense (conversas que servem para ampliar nossa visão de mundo, nossa capacidade de criticar e de caminhar no processo de nos transformar em sujeitos, “transformadores” do mundo, em todos nos níveis de relação, do íntimo ao público.

Na beira do fogão (post de 10 de setembro de 21)  conversamos sobre DEMOCRACIA. Depois, na varanda (post de 6.outubro.21) conversamos sobre  Alienação, Ideologia e Política. Deem um pulinho nesses posts, leiam e comentem, para acrescentar às nossas conversas. Pois o SBC é assim: aberto, participativo,  "trocas que nos fazem crescer".

E, no nosso Malecón, naquela tardezinha, começamos comentando sobre o filme ARQUITETURA DA DESTRUIÇÃO, indicado pelo caro amigo Tadeu Martins Soares, grande escritor e produtor cultural do Vale do Jequitinhonha, na nossa querida Minas Gerais.




















documentário, de 1989, que está no youtube, narra os ideais estéticos nazistas que serviram de base para as violentas práticas de homogeneização da nação. A apresentação do Nazismo como uma ideologia estética é, sobretudo, o tema do documentário, que revela um lado pouco discutido do regime totalitário nazista.

O filme também apresenta que os judeus foram escolhidos e indicados pelo movimento nazista como um povo sem higiene e passível de todo o desprezo que pudesse ser dirigido a alguém. Hitler lança, com o nazismo, uma campanha de “limpeza étnica” (eugenia), valorizando a “raça” ariana em detrimento dos judeus.


Algumas correntes filosóficas que se destacaram na primeira metade do século XX foram as correntes de pensamentos românticos e historicistas, presentes principalmente na Alemanha. Tais correntes possuíam um forte cunho nacionalista e popular, principalmente voltadas para o pensamento e identidade coletivas. A identidade do povo era fruto do pertencimento à nação. (Observação de SBCense: Vixi, isso me lembra "Brasil, ame-o ou deixe-o", da época da nossa ditadura militar).



Carl Schmitt foi um jurista, membro do Partido Nazista, filósofo, político e professor universitário alemão. É considerado um dos mais significativos e controversos especialistas em direito constitucional e internacional da Europa do século XX. Um dos grandes expoentes da tese nacionalista,  defendia a teologia política, segundo a qual a Constituição seria a identidade material do poder. Segundo essa teoria, o Estado estava desunido e precisaria de um governante, o qual promoveria tal união. Decorrente dessa necessidade de união, surgiu a expressão fascismo, que significa “feixes que se unem”. Schmitt também sustentava que a verdadeira democracia somente poderia ocorrer numa ditadura, em que o governante terá força suficiente para poder criar uma identidade entre governante e governados. 


Nesse sentido, pode-se relacionar a postura adotada por Hitler e o nazismo com aquela referente aos filósofos nacionalistas, que apresentavam sua doutrina e ideologia como sendo a CORRETA. Mais, indicavam que aquilo que se distanciava do que acreditavam era uma visão ERRADA,  e que deveria ser rechaçada e desprezada.

Pois foi dessa "aula introdutória" de grande SBCense que continuamos nossa conversa, com o tema NANIQUEÍSMO : qualquer visão de mundo que o divide em poderes opostos e incompatíveis: "Admitir que os bons sejam sempre bons e os maus sempre maus é uma demonstração de maniqueísmo"


E a conversa foi por ai: parece que o maniqueísmo pode ser sinônimo de palavra que ouvimos mais atualmente: POLARIZAÇÃO: bem-mal; céu-inferno; certo-errado; feio-bonito... e por aí vão as diversas polarizações que nos enfiam "goela abaixo" e que "determinam" a nossa maneira de pensar, sentir e agir. Observem o último exemplo, feio-bonito: bonito é o que está dentro de padrões definidos "a priori", tudo o mais é feio... criando uma "falsa dicotomia". Outro exemplo: amigo-inimigo: amigo seria (acreditamos...) aquela pessoa que está sempre de acordo comigo, ou seja, que pode estar se submetendo a mim... e inimigo seria a pessoa que diverge de mim, temos uma tendência (aprendida historicamente e internalizada determinando nosso pensar, sentir e agir) a colocar a pessoa que diverge de mim na categoria de inimigo... muitas vezes, a ser eliminado (primeiro eliminado nos nossos afetos, depois pode virar "eliminado" concretamente, como nas guerras)... percebem que tendemos a excluir o conceito de ADVERSÁRIO? e a consequência dessa lógica maniqueísta? - muito dificilmente crescemos só com o igual, crescemos muito mais com o divergente. "Eu sou quando divirjo", do nosso grande escritor e filósofo Guimarães Rosa. Outra grande polarização: direita-esquerda (sem nenhuma crítica, eliminam-se as contradições e internaliza-se uma ideologia "comprada", a mídia conservadora está aí para "vender" estes pacotes). Assim como outro conceito que "aprendemos" a "eliminar" da nossa perspectiva (com a tendência a naturalizar as coisas do mundo) é a importantíssima VISÃO DE PROCESSO: TUDO no humano é PROCESSO, é HISTÓRIA, não existe no humano nada pronto e acabado. E a tendência do maniqueísmo é ver a história como linear, o que alimenta essa visão maniqueísta.

Então, antes de fazermos nosso percurso pela história,  para compreender mais e melhor, lembramos da música de Adriana Calcanhoto, SENHAS:

                                            https://youtu.be/rOfyDf3yo2I

Agora, vamos à história... E, nesse processo (ou caminhada) pela história,  surgiu uma espécie de "teoria SBCense" (o SBC adora elaborar teorias que tentam entender o mundo e nos entender no mundo, em todos os níveis de relação, do intimo até o exercício da cidadania), que tenta entender, na história, a formação tão profunda dessa lógica maniqueísta:
Aristóteles e Platão
 
Começamos pela antiguidade, lá pelos 350 anos antes de Cristo, Platão, discípulo de Sócrates e Aristóteles, por sua vez, discípulo de Platão. Platão (428/348 a.C, Atenas, Grécia), foi o primeiro teórico idealista, escreveu sobre política, amor, amizade, justiça, entre outros temas... grande SBCense. No entanto, ele defendia a RAZÃO como a única forma de conhecimento, pois os nossos sentimentos podem nos enganar, ou seja, a sabedoria está na razão. Aí começa uma fragmentação razão|emoção que repercutiu ao longo dos séculos, até agora... Já Aristóteles (384/322, também grego, formado na Academia de Platão, já discordava do mestre: a ideia defendida por ele era a de que quanto mais "apaixonado", ou seja, tomado por qualquer emoção, mais racional preciso ser... portanto, a ideia de juntar razão e emoção e ser responsável (responder) por elas. 

Já observamos em Platão o maniqueísmo: OU razão OU emoção... de maneira que se abrem lacunas para justificar, por exemplo, o crime passional, a pessoa estava tomada por uma forte emoção, portanto seria menos responsável pelos seus atos. Quanto mais "absoluta" (desumana) é uma teoria, mais lacunas ela permite... e, ao mesmo tempo, mais o diferente deve ser "eliminado" para se confirmar a "teoria". E, podemos ver ao longo dos séculos, qual "teoria", ou seria "ideologia" (quero dizer: forma se pensamento, que orienta a emoção e a ação) "vingou" mais?  E quais as consequências disso para nossa vida, nosso bem estar psíquico, nossa visão (e ação) no mundo e em todas as nossas relações? 







Interessante lembrar, também, o estoicismo, doutrina fundada por Zenão de Cício (335-264 a.C.), e desenvolvida por várias gerações de filósofos, que se caracteriza por uma ética em que a imperturbabilidade, a extirpação das paixões e a aceitação resignada do destino são as marcas fundamentais do homem sábio. Para os estoicos, o universo era governado pela razão, um princípio divino que permeia tudo.



Ai chegamos a Depois de Cristo: a religião (cristã) recuperou bastante as ideias estoicas que, como podemos ver, são maniqueístas. E, de certa forma, apresentam as características "platônicas" de busca do ideal de "pureza" que, a bem da verdade,  nos desumanizam.



Passamos pela Idade Média, chegamos à Idade Moderna, século XV,...  Immanuel 
Kant (1724-1804) filósofo prussiano, "viver segundo a razão", 
... a filosofia de Kant pode ser compreendida enquanto herdeira da sistematicidade estoica... a partir da concepção de que ambas as doutrinas concediam à razão a anuência do pensamento da máxima “viver em conformidade com a razão é viver em conformidade com a natureza". 

Reparem que, nesse breve apanhado da história, podemos constatar a primazia da razão, em detrimento dos afetos (ou das emoções). Estas são esquecidas completamente. Aristóteles meio que "dançou"... infelizmente, para nós, para a humanidade...

Nessa altura da conversa,  fizemos um recorte,  e lembramos de Foucault:

Michel Foucault (1926-1964)Filósofo, professor, psicólogo e escritor francês, tratou de temas como loucura, sexualidade, disciplina, poder e punição, hoje vistos em várias áreas do conhecimento.  Uma de suas ideias fundamentais é que a loucura não é algo da “natureza” ou uma “doença”, como acreditavam os psiquiatras, mas um “fato de cultura”. Foucault defende a ideia de que a loucura seria meramente uma classificação para marginalizar sujeitos. Ou seja, o "diferente" é isolado, "preso" (num manicômio, numa prisão...) a fim que não ameaçar, não causar "incômodo" à sociedade já "pronta e definida". 
 
E também lembramos de texto sobre Razão e Paixão do grande diplomata brasileiro, filósofo, antropólogo, professor universitário, tradutor e ensaísta Sérgio Paulo Rouanet (1934): ao contrario do que pensamos, a loucura é da razão e não dos afetos. Ele diz da RAZAO LOUCA e da RAZÃO SÁBIA. A razão que exclui a paixão é uma razão insensata, louca. Assim como a MORAL ASCÉTICA, que recomenda o "acorrentamento das paixões pela razão". Já para a razão sábia... "a relação com as paixões só pode ser dialógica, e não autoritária, e, se não quer escravizar as paixões, não aceita ser escravizada". Bem, essa razão sábia está por aprendermos, pois que nosso processo histórico, como estamos conversando, se deu de uma maneira oposta a essa relação dialógica entre razão e paixão. E, acreditamos, o esforço nesse processo de aprendizagem valerá a pena...



Depois deste recorte, voltamos à história:  Iluminismo, século XVIII, França, movimento que combatia o Absolutismo (dos reis) e os privilégios da nobreza e do clero. Suas ideias  se difundiram principalmente entre a burguesia, que detinha a maior parte do poder econômico. Entretanto, não possuíam nada equivalente em poder político e ficavam sempre à margem das decisões. As ideias iluministas foram a base filosófica para o desencadeamento da Revolução Francesa e a instauração do Estado Moderno. Ai acontece o fortalecimento do Capitalismo, as revoluções burguesas e, mais tarde, o imperialismo, quando as nações europeias se consideravam as "donas da verdade" e subalternizavam as outras nações. O Brasil e o continente africano estão incluídos nessa fase.


Thomas GAINSBOROUGH (1727-1788)DETALHE: Frances Susanna, Lady de Dunstanville, 1786.  

E a arte no período iluminista? Artistas franceses e ingleses  que conviviam mais intimamente com as novas ideias iluministas caminharam para um estilo diferenciado no período. ... A ideia de que o homem poderia chegar à verdade, dominando a natureza através da razão e da experiência, ganhou força nos séculos XVII e XVIII. 

Vejam que o filme que estávamos conversando, Arquitetura da Destruição, tem a arte clássica e a iluminista como "modelo único" de arte .Portanto, pensamos que essa lógica maniqueísta, a criação de uma falsa dicotomia entre o "bem" e o "mal" , a eliminação das contradições, a idealização, a busca da perfeição, tudo isso cria o espaço do preconceito, do ódio, da segregação do diferente... por consequência, a "eliminação" do diferente... Enfim, o fascismo, o nazismo. E o nazismo de Hitler aconteceu há menos de um século, deu origem à segunda grande guerra... e permanece até hoje, nas nossas mentes, nos nossos corações... e nas nossas relações, desde o nível íntimo até o macro.

Assim como, no nível macro, a lógica maniqueísta fundamenta regimes autoritários, estes mesmos que têm o discurso da democracia. Aliás, tema recorrente nas nossas conversas (leia nosso post de 10.setembro.2021). Gente, tem algumas (várias) palavras que só dizem do genérico (e o genérico é o "padrão" que nos enfiam "goela abaixo"); ou seja, para sermos mais precisos na linguagem é recomendável, sempre, que se explique ou se defina a palavra. Por exemplo, de qual DEMOCRACIA estou falando, pois podemos observar inúmeros "tipos de democracia", daquelas que, aqui, "aprendemos" a definir como "não democracia" (A China, por exemplo, Cuba, por exemplo): Vai pra Cuba, comunista!!! E, ao mesmo tempo, a palavra democracia é usada como um termo genérico, escondendo uma espécie de raciocínio "democracia, só se for a minha..." Por exemplo, a Cúpula da Democracia promovida recentemente por Biden, nos EUA, convocando países submetidos àquele imperialismo. Assim como também convocando Taiwan, parece que com a intenção de intensificar conflito com a China. Outro exemplo: Julian Assange, jornalista australiano fundador do WikiLeaks, preso em 11 de abril de 2019 por vazamento de documentos confidenciais, acusado de espionagem, está no Reino Unido e poderá ser extraditado para os EUA, possivelmente, sendo extraditado, receberá pena perpétua, talvez até será executado. Isso é democracia? Para quem? Isso é liberdade de expressão? para quem?



Enfim, lembramos (e recomendamos) Nietzche. Seu mais importante livro, para nossa SBCence, é  GENEALOGIA DA MORAL, em que ele reflete sobre as origens do que chamamos BEM e do que chamamos MAL, assunto super pertinente ao nosso tema aqui conversado. E ele diz, no prefácio do livro, lembra nossa SBCense: ... da paciência que precisamos desenvolver com aquilo que nos parece mais ANTÍPODA... trata-se de um exercício dialógico, para melhorarmos nossa argumentação e nossa capacidade de compreensão.

E terminamos com a música do grande Caetano Veloso - FORA DA ORDEM, lançada em 1991, décimo sexto  álbum dele: CIRCULADÔ...  não sem antes reproduzir fala de dois grandes estadistas latino americanos sobre democracia, que dizem, como entendemos, dos vários tipos de democracia, num mundo que podemos construir, cada vez mais saindo da bipolaridade para o multilateralismo... onde o respeito às diferenças e aprender a lidar com conflitos se torna fundante desde mundo mais justo, mais fraterno:

- "Por agora, nós, humanos, não podemos inventar um sistema melhor que a democracia, que tem muitos defeitos. Mas não são defeitos da democracia, são defeitos humanos... E tem a vantagem que nunca está terminada e que nunca seja vista como perfeita. É preciso melhorá-la, lutar sempre para melhorá-la. Tenho um velho sonho sem se realizar: o da igualdade. Somos iguais perante os direitos, mas são somos, por enquanto,  iguais nas oportunidades diante da vida. Esta é uma dívida." (Alberto Mujica Cordano) 

- "Certamente, a democracia é a melhor e mais importante forma de governo, porque ela permite a pluralidade - permite a divergência - ela permite a diversidade. Entretanto, no mundo inteiro e na maioria dos países do mundo, a elite econômica e a elite política se apoderaram da democracia. Porque a justiça pende mais para defender os ricos do que os pobres... É sempre a pressão sobre as pessoas mais pobres. Então, eu penso que a democracia é o processo de aperfeiçoamento de um regime de convivência da humanidade. É importante, então, compreendermos que a democracia não é um pacto de silêncio, a democracia é um processo de efervescência da sociedade na busca da construção de um mundo justo, mais solidário, mais fraterno, mais humanista. Isso é a democracia!" (Luiz Inácio Lula da Silva).

                                        https://youtu.be/iQ4IBFC2YWk

"Alguma coisa está fora da ordem... fora da ordem mundial"... Ainda bem!!! Construiremos uma nova ordem, menos maniqueísta, mais humana: entre 8 e 80 existem 72 possibilidades...


Abraços, até nosso próximo encontro.







3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Parabéns, Santuza! Seu texto está cada vez melhor. Trazer Aristóteles para esse momento tão difícil é sempre um alento. Platão sempre foi aceito no ocidente como o grande filósofo clássico e só recentemente seu discípulo vem ganhando a importância que merece, revelando o caráter libertador de sua obra, em que pese a tentativa do capitalismo em ignorá-lo e torná-lo menor que seu mestre. Mesmo Platão só é aceito de forma fragmentada, valorizando os aspectos menores de sua filosofia. A democracia, segundo essa linha filosófica clássica, ao contrário do que afirma o nosso Mujica, é uma das piores formas de escolha de governantes, porque as pessoas seriam despreparadas para o exercício da cidadania plena; por isso, suscetíveis a discursos oportunistas, encomendados de pseudosj sábios corrompidos. É claro que se tratava de um combate aos sofistas, mas temos muito a aprender com essa galera, porque vivemos tempos conturbados, pra não dizer trágicos, em que as escolhas das pessoas, na chamada "democracia ocidental", acabam-se tornando contrárias à sua própria liberdade, por mais que isso soe paradoxal.

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