segunda-feira, 2 de março de 2015

Reflexões SBCenses: as pessoas e os LPs


Olha que imagem bacana!!!
 
Estava escrevendo este post quando fui tomar uma cerva no LA PUTTANESCA LOUNGE CAFÉ, com meu querido amigo Edu. Lá conheci o Mauro, que me mandou a foto de uma parede do lugar, o que eu precisava para ilustrar nosso post. Obrigada, queridos novos amigos!!! Então, vamos às considerações sobre as pessoas e os LPs...

O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP) é uma mídia desenvolvida no final da  década de 1940 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil (normalmente feito de PVC), usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, que podem ser reproduzidas através de um toca-discos. Possui microssulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. O sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).

O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. A poeira é um dos piores inimigos do vinil. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora).

Entre a década de 1970 e meados da década de 90, o cassete era um dos dois formatos mais comuns para a música pré-gravada, junto aos discos de vinil. Eu contava a duração das minhas viagens não em tempo ou em quilometragens, mas em quantas fitas cassetes eu precisava para chegar ao destino. A venda de conjuntos integrados (no Brasil 3 em 1) com receptor FM, toca-discos para vinil e gravador cassete fizeram com que houvesse uma tremenda difusão nas fitas gravadas domesticamente, cada um podia fazer a sua seleção de músicas das rádios ou dos discos.

 

Durante a década de 1980, a popularidade do cassete se manteve como resultado dos gravadores portáteis de bolso e os reprodutores pessoais como o Walkman da Sony, cujo tamanho não era muito maior do que o do próprio cassete e que permitia a música ser levada "dentro do seu bolso".

À parte dos avanços puramente técnicos dos cassetes, estes também serviram como catalisadores para o câmbio social. Sua durabilidade e facilidade de cópia ajudaram na difusão da música underground e alternativa bem como no intercâmbio musical entre o então "Ocidente" e a "Cortina de Ferro" (países socialistas) trazendo a música underground rock e punk e levando o rock ocidental.

A partir do final dos anos 80 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX.

No Brasil, o LP começou a perder espaço em 1992. Em 1993 foram vendidos no Brasil 21 milhões de CDs, 17 milhões de LPs e 7 milhões de fitas cassetes.

A partir de 1995, as vendas do LP declinaram acentuadamente. Apesar disso, alguns audiófilos  (não conhecia essa palavra!!!)  ainda preferem o vinil, por acreditarem ser um meio de reprodução sonora bem mais fiel que o CD. Ainda existe o forte aspecto lúdico que os discos de vinil proporcionam segundo os seus defensores, já que a embalagem comercial do LP proporciona um espaço muito maior de exposição em relação ao CD por exemplo; onde costuma-se inserir artes e posters em tamanho muito superior, e de fato vários vinis lançados ao longo dos seus anos dourados (e atualmente também) possuem em suas embalagens verdadeiras obras de arte, muito apreciadas por entusiastas que as manuseiam durante a audição dos discos. Nós já falamos sobre isso (veja nosso post de 24.jan.2013), quando citamos a capa do disco TODOSOSOLHOS, do Tom Zé, de 1973, plena ditadura e o cara coloca na capa um olho (olha lá no post, vale a pena). O ritual próprio de desembalar, manusear cuidadosamente o disco, apreciar a arte dos grandes encartes, virar manualmente os lados quando estes acabam é muito apreciado pelos defensores desta mídia analógica, representando uma melhor apreciação do som e do produto mercadológico oferecido pelo artista.

Por estes motivos até hoje se fabrica LP e toca-discos em escalas consideráveis, bem como intensa procura e troca de novos e usados, que são objetos de relíquia e estima para audiófilos e entusiastas de música em geral.
 
Feita nossa pesquisa GOOGLELÍSTICA... (no google, gente!) vamos à nossa PESQUISA ANTROPOLÓGICA SBCense: a comparação das pessoas com o LPs é riquíssima e provocou inúmeras reflexões, conversas, descobertas... tudo de bom... não me perguntem quem me sugeriu tal comparação, não me lembro... só sei que apropriei e fui trocando ideias com todo SBCense que encontrava... e aí vão elas, quem quiser que aproveite... para o autoconhecimento, para a vida e as relações: 
  • A primeira vista todo SBCense dizia: ah, eu quero ser o lado B, é muito mais interessante! pensando mais um pouco chegávamos à reflexão que esta é uma conclusão rasa, superficial... tem muito mais coisa a se pensar...
  • Vamos às perguntas: comparando com o vinil, o que seria o lado B das pessoas? e o lado A ? Como tal metáfora e as reflexões sobre a mesma me/nos enriqueceriam?
  • E às elaborações: o LADO B, segundo elaborações de SBCenses famosos, é o nosso lado "eu mesmo", o nosso lado mais autêntico, mais livre, mais sentimentos, emoções; já o LADO A é aquele que depende da aprovação, do reconhecimento dos outros, portanto, o lado que incorpora os padrões aceitos socialmente, o lado "bonzinho", o lado que "aparece mais no social".
  • Captada a metáfora, vamos visualizar: imaginem uma pessoa em que predomina o Lado A... imaginaram? conhecem? aff... não sei se essa pessoa faz mais mal a ela mesma ou às suas relações... vou tentar descrever, do que ouvi: primeira coisa, é muito fake essa pessoa, fabricada, não conhece seu lado B, foge dele, talvez por medo.  Deve ser rígida, auto controladora, assim como deve ser também uma pessoa que quer controlar, submeter, "comprar" os outros. E, convenhamos, é uma prisão terrível ser não aquilo que somos mas o que o outro gostaria que fôssemos. E mais, uma pessoa "adaptada" pode representar um perigo muito grande, a si mesma a às pessoas ao seu redor.
  • Ouvi também o seguinte: TU, eu percebo que meu lado A em excesso me faz mal, sinto que seria uma pessoa muito melhor se eu desse mais abertura ao meu lado B, sinto que seria mais leve... mas fui educado muito Lado A e o resultado é um medo que apareça o Lado B. Olha que lindo!... essa pessoa já fez uma reflexão do tipo meio caminho andado para enfrentar "o trabalho que dá viver uma vida autenticamente vivida".
  • Já as pessoas longe disso são aquelas Lado A "racionais". Estas merecem nosso temor, são elas as mais fakes... mas, no fundo, são terrivelmente tristes e solitárias essas pessoas. Imagino a auto estima dessas pessoas oscilando entre a sensação de  serem Deus e, outra hora, serem o nitrato do pó da bosta do cavalo de Napoleão. E essa oscilação dificulta ainda mais para essas pessoas se encontrarem na sua humanidade.
  • Agora, o outro lado, o Lado B... o excesso desse lado... aí, sabe aquela pessoa que diz assim: "porque eu sou uma pessoa autêntica, eu digo a verdade"... e, em nome dessa "verdade" a pessoa fere, se torna agressiva... este é somente um exemplo do exagero do Lado B.
  • Tem aquela pessoa que se deixa dominar pelas emoções, então, quando está triste, arrebanha todo mundo ao seu redor e vai puxando todo mundo para a sua tristeza, ela é o umbigo do mundo... Lado B...
  • Pensando relacionalmente, quando, na relação, está aparecendo mais o lado B da pessoa... queridx!... já está na hora de estabelecer um distanciamento cortez (se for o caso de uma relação de amizade) ou um tempo mesmo (se for uma relação íntima); e, se for no trabalho, dê um jeito de procurar outro trabalho (se for com o chefe, então, procure rapidinho). É bom você pensar também o que em você está suscitando o lado B da pessoa. Penso que sentimentos e emoções "inconfessáveis" podem "dominar" a pessoa e ela começa a agir tomada pelas mesmas mas, sem consciência e sem saber administrar esses sentimentos e emoções. Alguns deles: inveja, ciúme, desejo de submeter x outrx... e por aí vai... Dá sim, prá tomar consciência e até "transformar" essas emoções, crescer com elas. A inveja, por exemplo, é uma ótima dica para o desejo, quando tomo consciência das minhas invejas posso ver o que o outro tem (ou é...) que eu também quero ter (ou ser...), e aí cresço com isso... mas quando a inveja é negada, reprimida ela aparece no lado B, de uma forma auto e hetero destrutiva. Agora, quando você percebe que pode estar sendo objeto de inveja, cuidado com esse lado B do outro. Se cuide, não entre em arrogância de achar que sabe lidar com isso.
  • Então TU, a conclusão SBCense é que devemos buscar o equilíbrio entre lado A e lado B? Não, não acho... melhor, detesto essa palavra "equilíbrio", tenho uma sensação de "desumanidade" nessa palavra, do tipo, em sendo humanos não somos equilibrados!!! a busca do equilíbrio me parece mais a preponderância do lado A. Acho que devemos procurar outra coisa: talvez primeiro conhecer melhor os dois lados, procurar ver em que cada lado nos faz bem e nos faz mal ("Viver é perigoso, pois a mesma coisa que me salva pode me matar"); conhecer também os ambientes em que faço parte, acho que esses dois movimentos (prá dentro e prá fora) são fundamentais para o amadurecimento... e então "estar sempre aprendendo" a articular bem cada um dos lados. Me lembro de um livro que foi muitíssimo importante prá mim na época em que li (e até agora... e sempre)...
Primeiro, a gente resignifica o conceito de "Representação": Aprendemos a contrapor o significado de representação com autenticidade, tipo quem está representando não é uma pessoa autêntica. Besteira. Aprendemos a "ser" representando... o papel de filhx, irmão, irmã... e por aí vai... o papel de "homem" e o papel de "mulher" nessa nossa sociedade machista... A questão, portanto, não é essa. A questão é procurar tomar consciência das nossas representações e verificar se elas são escravizadoras (não combinam com o que quero ser) ou libertadoras (é representando que vou aprendendo a ser quem eu quero ser, por exemplo, quero ser uma palestrante e tenho timidez... mas vou fazer o maior esforço para representar " uma boa palestrante", até que essa representação seja internalizada e eu consiga "ser", a representação passa a fazer parte da minha identidade. 
 
Outra questão aprendida com esse livro: conhecer as "máscaras" que uso, as representações que faço, e saber prá que elas estão servindo... e, cada vez mais, construir relações em que eu tenha menos necessidade de máscaras, esteja mais livre para o lado B (neste caso B de Bacana)... Uma das dificuldades para este movimento, processo ou esforço na nossa vida, é um outro conceito distorcido, mas bastante internalizado, um mito (no sentido de "verdade" que aprendemos e orientamos nossas vidas e nossas relações e, muitas vezes, são desorientações porque empobrecem a vida): o mito de que "a intimidade gera desprezo", o que leva ao medo do nosso Lado B  e às mascaras empobrecedoras do Lado A, enfim, a uma vida e  a relações pouco livres, pouco coloridas.
 
É verdade que a intimidade pode gerar desprezo, quando aprendemos a nos mitificar e mitificar as pessoas. Mas super verdade também que a intimidade pode gerar respeito, admiração, amor, isso somente se nos humanizarmos (a nós e aos outros), se buscarmos sempre conhecer e usar bem nossos dois lados.
 
E viva a vida!!!
 
Abraços carinhosos a todxs...
 
SantuzaTU
 
 
Quem quiser mandar reflexões teórico/práticas, casos, pesquisas antropológicas,  sobre Lado A, Lado B, sintam-se à vontade, só nos enriquecerá. Eu vou adorar... Mandem pelo FACE, por mail (tusantuza@gmail.com), por comentário aqui no blog, pessoalmente... como acharem melhor. Mas, por favor, me deixem publicá-las... obrigada...
 

 
 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

E, logo depois do carnaval... SBC no TREKKING!!!

SIM!!!

Queimando as cervas, exercitando... saúde é super SBCense também gente!!! física e mental...

Olhaí as fotos:


Ponto de largada, planilha na mão, cronômetro (com coisa que vai fazer alguma coisa...)



Equipe BICHO DE PÉ, um projeto SBCense: Loca (coordenadora da equipe); Lets (novo membro da equipe); e eu (Tu)



Olhem que visual maravilhoso! Belo Horizonte gente... Serra do Curral, lá encima, depois da Praça do Papa...

A Praça Carlos Drummond de Andrade.



Ele era, na década de 1950, Secretário de Estado, e escreveu este ofício pedindo o tombamento da Serra por se tratar de um patrimônio.



E em 1976 ele escreveu o poema Tristes Horizontes, um  trecho do mesmo está lá, grandão, na praça. Abaixo mais pertinho, dá prá ler...



Sim!!! SBC é cultura!!! trekking é história!!! em todo lugar a gente aprende de tudo,  é preciso estar de olhos e mente bem abertos.

E da Praça Carlos Drummond de Andrade a gente começa a subir a Serra, fizemos uma caminhada de mais ou menos duas horas, quer dizer, a equipe Bicho de Pé fez, este membro da equipe que vos  fala ficou prá traz mais ou menos no meio da prova... aí agarrei num numa outra equipe que estava vindo atrás... e, logo depois, tinha uma outra que já estava descendo a Serra, no caminho de volta, todo mundo alegre, cantando, conversando... Aí era tudo que eu queria... me infiltrei nessa equipe e cheguei com ela... era a AMR (Associação Mineira de Reabilitação), gente com braço quebrado, gente de toda idade, e todo mundo feliz. Equipe parceira...

Falando em equipe parceira, muita gente bacana, equipes novas, nomes de equipes super divertidos... Tinha a equipe Come Crânio, atrás da gente (que meda!)... a equipe Despreparada... Perdidos na Trilha... Cadê o Neutral meu fio? (o neutral é uma parada com frutas no meio da prova, tudo que o trekker sonha...)




Enfim, a ideia é a seguinte: além do convite aos SBCenses para participarmos da Equipe Bicho de Pé nas próximas competições de trekking promovidas pelo Minas Trekking, que ocorrem mais ou menos uma vez por mês em Belo Horizonte e/ou lugares próximos... vamos fazer um ENCONTRO SBCense neste lugar??? Serra do Curral, do lado da Praça Carlos Drummond de Andrade tem um espaço bacanérrimo de picnic, com uma árvore grandona... a gente leva... (ixi, só pensei em cerva... sanduiches... instrumentos musicais... toalhas... essas coisas... todas as idades... e gente que quer fica por ali... deitadão... deitadona... brincando com as crianças... fazendo alongamentos...cantando... fazendo a parte B... e a turma que quer caminhar vai... fazemos um percurso... lá na praça tem a indicação de percursos e níveis de dificuldades... nosso percurso poderá ser, da primeira vez, de uma hora e meia... aí, chegando no picnic, seremos recebidos com música (e cerva...), e continuaremos fazendo a parte B até a tarde...

E aí zapt... e zupt... diz que sim... sim... kkk

Pode ser o primeiro ensaio do grupo de canto do Bloco para 2016!!!

Aguardamos inscrições... Ahh, quem sabe para princípio de abril!!!

Beijos, Beijos...

SantuzaTU
  



  
 Mais uma vez a paisagem... prá inspirar... pedras são prá serem removidas...
Obrigada Drummond...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

SBC Campeão!!!

"... findou o carnaval
nas cinzas pude perceber...
é campeão o SBC!!!..."

Como sempre, o SBC fazendo ótimas adaptações, acima uma releitura do samba de Jorge Aragão.

Cantamos outras no carnaval, releituras e adaptações de marchinhas históricas:

... Ô abre alas que eu quero passar... o SBC já tá prá chegar... o SBC é que vai ganhar...

... o seu cabelo não nega mulata, porque és mulata na cor...
a sua cor eu quero mulher... mulher eu quero o seu amor!!!


... Menina vai, com jeito vai, senão um dia, a casa cai...
Se alguém te convidar, prá picnic, no Jaraguá...
Prá tomar banho na lagoa da Pampulha, ou prá fazer um programa em Sabará...
Menina vai, com jeito vai, senão um dia, a casa cai...

E as marchas rancho? Ai, são lindas!!!

Este não ano vai ser  Igual aquele que passou:
Eu não brinquei, Você também não brincou.
Aquela fantasia que eu comprei Ficou guardada e a sua também Ficou pendurada,
Mas este ano está combinado:
Nós vamos brincar separados!

Se acaso meu bloco Encontrar o seu, Não tem problema, Ninguém morreu.
São três dias de folia e brincadeira, Você pra lá e eu pra cá, Até quarta feira.
Lá, lá, lá, lá, la, lá,
Lá, lá, lá, lá, la, lá,
Lá, lá, lá, lá, la, lá, lá, la, lá. (onde pesquisei não constava autoria)

Desde o nosso primeiro carnaval, há três anos atrás, fizemos uma pesquisa sobre marchinhas e marchas rancho. As marchinhas são agitadas e as letras devem ser situadas historicamente (algumas extremamente preconceituosas, machistas, politicamente incorretas para os tempos atuais); já as marchas rancho são mais lentas (as músicas), as letras são na maioria românticas... e gostosas de cantar e dançar. E tem também o ritmo da ciranda, ótimo para o carnaval.

Tivemos a ideia (do nosso parceiro SBCense Gio, da Bateria) de formar um grupo de mulheres (pode ter homem também... quem quiser...) para o canto... um coro... algum bloco de carnaval tem isso? acho que seria uma grande inovação. E aí pessoas!!! vamos já começar a ensaiar pro ano que vem!!! façam suas inscrições, vamos marcar nosso primeiro encontro.

Claro, a parte B do carnaval:

1. Uma pessoa mudou nosso nome: uai, não achava que era Samba Bobagem e Cerveja, achava que era Somos Bons de Cama!!! Bom também!!!

2. A idéia SBCense da "boca escancarada de vermelho" deu certo em parte. Carlitos aderiu, Fil também... bocões!!! lindos!!! quem (homens e mulheres) não queria pintar a boca a gente pintava um coração no decote, no braço... e ficou bonito... agora, todo mundo caiu de boca (caiu de boca aqui quer dizer adorou... e aderiu...) quando nosso primeiro SBCense (um homem lindo, fantasiado de árabe...), logo após o batom na boca botou o dedo indicador dentro da mesma e puxou o dedo devagarinho... e disse: prá tirar e excesso, anos de experiência... lindo demais soh!!! aí liberou geral...

3. Estratégia SBCenses contra cantada triste: vamos combinar o seguinte, se o cara abrir a boca e for a fala for "tosca" eu viro prá você e digo, amiga, me abraça, me beija e diga que me ama... aí a gente faz isto, o cara vai embora logo...

4. E tem uma outra teoria aplicada no domingo, no carnaval de Ouro Preto... muito homem sem camisa, bombadões, muito feio, achamos que mulher não gosta disso, muito narcisismo... e com a calça baixa e a cueca aparecendo... sabem a origem disso? já li que nas prisões masculinas norte americanas, quando chega gente nova os que estão lá fazem uma avaliação da pessoa e, se ela é do tipo "esse é prá ser comido" a pessoa usa a cueca aparecendo, para indicar isso... mais tarde, grupos de rap começaram a usar a calça baixa, dessa forma, e aí a coisa virou moda... mas, voltando a Ouro Preto, comentário de uma SBCense: dá prá perceber quando é exibicionismo narcísico e quando a pessoa tá sem camisa pelo calor, mais naturalmente... aí começamos a fazer a "pesquisa antropológica": este é exibição... agora, aquele grupo ali é puramente natural... prá exibir tem que fazer uns cinco anos de academia... e pegar um solzinho na Bahia, talvez... kkkkk... ow veneno, soh....
 
5. Tem uma história SBCense sobre uma "entidade" que baixa muito entre nós: a descrição é a seguinte... eu estava em casa, nem queria sair naquele dia, já estava de pijama... aí "US MININO" ligaram e foram lá em casa e insistiram e me tiraram da cama... aí eu fui... eu nem queria beber muito, só uns dois dedinhos... mas US MININO vão botando cerva no meu copo... eu fica muitos dois dedinhos... aí já estava numa hora bora de ir prá casa... mas US MININO chama prá tomar a saideira... e comer um macarrão... e cantar mais um pouco e conversar mais umas bobagens... e, lá prás 5 da manhã, US MININO dizem "Já tá quase o dia amanhecendo!, vamos ver o sol raiar"... e lá vamos os SBCenses pro alto da Afonso Pena (ou na Pampulha)... e lá prás 7 da manhã a gente passa na padaria e toma café e um pãozinho fresquinho, melhor, quentinho... e só aí que US MININO deixa a gente em casa...  o bom é que eles deixam a gente na cama, cobrem a gente a fazem a gente dormir... só aí eles vão embora... até a próxima saída... US MININO é uma entidade muito legal!!! a gente se diverte...

6. E tem uma "redefinição da parte B" que merece outro artigo. Escreverei, porque trata-se de pura filosofia SBCense. Adiantando: em vez da parte B SBCense (Bobagem) outra parte B, aquela do vinil antigo, da bolacha, antes do CD,  o LongPlay, lembram? era, na maioria das vezes, a melhor parte, as melhores músicas, não as de mais sucesso mas as preferidas da pessoa (intérprete ou compositor)... imaginem essa ideia adaptada às pessoas, o que seria o lado A e o lado B ? aguardem teoria complexa (e completa) sobre isso...

A seguir algumas imagens e comentários (fotos OlavoNeves):

Nossas duas porta estandarte mirins, lindas!!! atrás nossa super bateria...


Todos os nossos estandartes desfilaram: 2013 lá atrás... dois de 2014...


E o deste ano de 2015... o morcego... vendo a vida de cabeça prá baixo... lema do SBC, contra os padrões.

O orgulho, a seriedade, a compenetração, a responsa, da nossa mais linda porta estandarte (não sabemos quem é, estava seguindo nosso bloco e foi convidada prá carregar o estandarte). Fora a elegância, a altivez... quero ser assim...


 
Convidado especial, nosso bloco parceiro, o maracatu... além, é claro, da super parceria do Bloco do Padreco!

As crianças participando... do maracatu e do Bloco do SBC


Lindo o maracatu... nos surpreendeu no meio do desfile... obrigada!!!

... Era uma canção, um só cordão,  E uma vontade
De tomar a mão De cada irmão pela cidade...
No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança...

É ele, mais uma vez, que encerra nosso post sobre o carnaval, lindo Chico (só ele, o Buarque).

Continuaremos nossos encontros SBCenses durante todo o ano, entrem no face Sbccoletivo e nos acompanhem...

Abraços carnavalescos a todxs...

SantuzaTU


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LEMBRETES SBCcenses PARA O CARNAVAL 2015

SBCences do meu Brasil!!! tá chegando!!! carnaval 2015!!!
Vamos arrasar na Avenida!!! sim, na Avenida Américo Vespúcio 915A, no Bairro Aparecida, no Carnaval da nossa Belo Horizonte linda...

Dia? 17 de fevereiro, terça feira de carnaval, concentração no endereço acima, Espetinho da JU, a partir das 13 horas, desfile lá pelas 16 horas, uma voltinha pequena, aí a gente volta pro bar da JU e fica por lá, aprimorando a parte B do SBC... com muito S e só um tiquinho de C (tem gente mentirosa no mundo...)

Mas fora nosso desfile oficial, no dia 7 de fevereiro, sábado, faremos nosso último Ensaio Geral, mesmo endereço, a partir das 17 horas, ok? Estaremos lá com nossa afinadíssima bateria comandada pelo nosso Diretor Musical Carlitos Brasil, com arranjos da nossa Diretora Musical Solange Caetano... e no som nosso Diretor de Canto Felipe Fil... Grande elenco... incluindo todo mundo que vai, porque, já sabem, todo mundo que entra pro SBC já entra prá Diretoria... temos ainda nosso chocalhos ecológicos do ano passado (tudo é aproveitado) e quem tiver seu instrumento leve o mesmo para participar da nossa afinadíssima bateria.

Lembrando, prá quem não conhece o SBC deste a sua fundação: Trata-se de um grupo de amigos que se reúne em torno da música, especialmente o Samba, criado há mais ou menos 10 (dez) anos, o SBC se transformou num conceito de vida. Seus princípios: o SBC é um grupo aberto, inclusivo, anárquico, democrático, ecológico, ... e por aí vai...

E o carnaval é um dos projetos do SBC, estamos desfilando no Carnaval de BH pela terceira vez. Neste ano nossa inspiração é o MORCEGO, e nosso lema: "Vendo a vida de cabeça prá baixo"... que nem o tal... contra os padrões, queremos destruir todos, e criar novos, que combinam mais com a Vida vivida de uma maneira mais livre e alegre.

Então, seguindo nossa inspiração, quem quiser ir de roupa preta, ótimo! melhor ainda preta e laranja, que é a cor do SBC... e, seguindo sugestão, com a boca "escancarada de vermelho". Abaixo algumas fotos de morcegos e alguns significados do mesmo, que super combinam com o SBC:
Modelito de máscara... simplérrima!

modelito de colar... bacana!

estes também podem ser colares ou outra bijoux

gostei deste... também para uma bijoux


outros modelitos... faça o que você quiser...

olha esta máscara que legal!!!





modelitos de pintura de olhos e unhas... chique d+!!!

outros modelitos de penduricalhos

Fantasia infantil lindinha...


Ele  possui as qualidades do pássaro e de um rato, o que lhe dão um simbolismo do andrógeno. Também possui associações fortes com a escuridão e a obscuridade enquanto criatura da noite.


Em termos Cristãos,  é visto como "o pássaro do diabo", uma encarnação do Príncipe das Trevas. Apesar de inofensivo, a associação que fazemos com ele tem sempre uma conotação terrível. Há uma grande relação com a magia negra e bruxaria por sua aparição a partir do entardecer. É um modelo do símbolo do terror, desgraça e mesmo a morte.

Em Dante, Satã se parece com este animal, no mais profundo dos infernos. Acredita-se que quando eles voam pro alto e depois descem rapidamente, é chegado a hora das bruxas.


É visto por alguns como um símbolo contraditório de felicidade e longa vida, na China; enquanto possuem um significado muito semelhante ao do dragão e do hermafrodita na alquimia ocidental.

No Xamanismo eles são símbolo de  renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas, transformação e renovação. Possuem uma história longa associada à morte e renascimento por sua natureza noturna e sua habilidade de ver no escuro.
Os iniciados do Xamã passam por um ritual de morte onde eles encaram seus medos e renascem sem suas velhas identidades. O remédio deste animal  nos ensina a liberar os nossos medos e qualquer outro padrão que não se encaixa mais em nosso crescimento.

Na África, uma tradição iniciática dos fulas, apresenta uma ambígua significação esta animal: o dom da perspicácia ou cego para as verdades. O primeiro por ter a propriedade de enxergar no escuro e o segundo por ver as coisas de cabeça para baixo, ao contrário do que deve. Segundo a lei mosaica era considerado animal impuro e se tornou o símbolo da idolatria e do pavor. Em diversas crenças e mitos da Idade Média está associado aos demônios, habitantes dos infernos, à bruxaria e à inveja.
Eles significam perturbações, demônios, mas também pode ser o livrar-se de velhos hábitos que não mais se adaptam a seu novo crescimento. É simbólico para renascimento e também que você está entrando totalmente cego em uma situação. Você precisa avaliar os fatos com mais cuidado
Por ser um animal que habita as cavernas, consideradas uma passagem para o domínio dos imortais, foi associado à longevidade ou imortalidade. No Extremo Oriente, é tido também como símbolo de felicidade. Entre os maias, era uma das divindades que encarnavam as forças do mundo subterrâneo, era o senhor do fogo, destruidor de vida e devorador de luz; assim como entre os mexicanos era igualmente uma divindade da morte.
E, a seguir, a letra do nosso hino, prá todo mundo decorar... É muito bacana!!!



             



                                    É a hora do SBC
                                 
                                Carlitos Brasil


Agora é hora
É a hora do SBC                                                         bis
Samba, bobagem e cerveja
Cê vai querer, ou cê vai correr?


Se tem samba e tem bobagem,
Não pode faltar cerveja
Pros hômi tem pinga com torresmo
E pras muié, martini com cereja

E pra nossa alegria                                                     bis
Cada dia tem mais gente nessa filosofia

SBC é bloco original
Ele nasceu na madrugada                                         bis
Pra fazer bonito nesse carnaval

E o link da música:
Hino do SBC música de Carlitos Brasil interpretação Felipe Fil
Depois Maria Beijoqueira música de Felipe Fil por ele próprio

E, prá terminar, nosso melhor slogan: " tem gente que não presta prá nada!!! são as melhores pessoas..."
até mais SBCenses maravilhosos... beijos a todxs...
SantuzaTU





quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Reveillon prolongado em Ouro Preto

De quarta a segunda... caminhadas... sobe ladeira, desce ladeira... cachoeiras... montanhas... verde, azul... Ouro Preto tem uma vista linda, para todo lugar que você olha...

Não existe tradição de reveillon em Ouro Preto. E, quando não tem turista por lá, a cidade é praticamente deserta, temos a sensação de estar dentro de um cenário do século XVII ou XVIII. Segundo um amigo que mora lá, depois das 20 horas você consegue conversar com todos os inconfidentes, eles andam pelas ruas desertas de Ouro Preto, sobem a Rua Direita, percorrem a São José, entram no Tofollo, tomam uma cerveja e vão dançar uma ciranda na Praça da Alegria, final da Rua São José.

Então, batemos altos papos sobre o feminismo com a Marília (que não é de Dirceu, ela se chamava Maria Dorotéia), com a Bárbara, a Heliodora, de São João Del Rei mas que passou por lá, com a Hipólita Jacinta, de Prados, que nos contou sobre a participação das mulheres na Inconfidência... e com a Joaquina, a filha de Joaquim José, que disse que podemos ainda experimentar o vinho de rosas no Convento de Macaúbas em Santa Luzia e que lembrou da cineasta mineira que fez o filme Vinho de Rosas, muito legal...
E aí estão as fotos nos revelando uma Ouro Preto diferente.








Por último, num muro de Ouro Preto perto da igreja do Pilar encontramos nossa meta para 2015:



É isso aí... 2015 maravilhoso para todxs...

Abraços carinhosos...







terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O amor romântico e as relações de amizade


O que tem a ver o amor romântico com as relações de amizade? Muitíssimo! Leiam de novo nosso artigo sobre o amor romântico postado em 8/julho/2014. Muita gente acha que essas ideias românticas somente ocorrem nas relações a dois (homem\mulher, mulher\mulher, homem\homem... verdade! relações homo afetivas reproduzem o amor romântico também, as vezes de formas mais cruéis!)... mas não são somente nessas relações que o "amor romântico" é reproduzido, ou seja, aquelas ideias de fidelidade, obediência, submissão que fazem reproduzir a crueldade da assimetria, da "vassalagem" (senhor\escravo) na relação... em todos os níveis de relação essas ideias são reproduzidas, nos conduzindo a um sofrimento desnecessário e à má qualidade relacional (e de vida). E, a pedidos, estamos aqui para explorar as ideias românticas reproduzidas nas relações de amizade e, melhor, aprender um pouco mais sobre melhores encontros nesse nível de relação.

Então, quem ainda não sofreu com "traição" de amigxs? quem não se decepcionou com uma grande amizade? sabe aquela ideia de "amigxs para sempre", "amigxs de infância"? Tudo isso faz parte da mesma idealização romântica da relação intima. Ora, pessoas são pra gente crescer e vice versa! não prá gente ficar prá sempre, prá sempre elas fazem parte da nossa vida como boas memórias, como crescimento... gostei de uma pessoa me dizendo: "... aprendi que de toda relação a gente deve se perguntar: o que cresço\cresci com tal pessoa? o que realizo\realizei com (ou através) dela? que sentido ela tem prá mim, como a incluo na minha vida?" aí a vida fica muito bacana, e levamos essa pessoa "para sempre" em nossas vidas, mesmo ela não esteja mais concretamente, mesmo que você responda a alguma dessas perguntas com uma pessoa que você tenha passado um tempo bastante pequeno.

Outra pessoa me disse do sofrimento enorme quando romanticamente esperava "a presença fiel" de "amigx de infância" e x amigx faltou, não pode, não quis, enfim, não estava presente quando elx mais precisava... e da rica experiência de, pouco depois desse acontecimento, foi com uma pessoa que tinha conhecido naquela noite que elx compartilhou experiências, encontrou um "ombro", empatia e carinho... e, claro, ficaram amigxs "a distância" pois elx já ia embora daquela cidade no outro dia... prá isso serve a tecnologia, para aproximar as pessoas. E elx aprendeu o tanto de auto referencia que existe nessa expectativa em relação ao outro, e o tanto de autoritarismo embutido nesse ideal romântico, como é terrível para as relações "querer que o outro seja do jeito que EU quero...". Ao contrário, permitir que o outro SEJA amplia a minha liberdade de SER.

Enamoramento e Amor
Pois é, entre inúmeras coisa o SBC existe para "aprendermos com a diferença", eu digo que o SBC surgiu prá mim numa época em que eu precisava muito redefinir meus valores nos vários níveis de relação, assim como precisava muito de amigxs... de todos os tipos... e é nisso que o SBC me atende e me acrescenta muitíssimo.


Tem um filósofo italiano, Francesco Alberoni, ele escreveu uma trilogia: Enamoramento e amor, A amizade e O erotismo... todos ótimos, reveladores. O enamoramento, segundo Alberoni, vem a ser um rápido processo de desestruturação-reestruturação chamado estado nascente. É, por definição, transitório. Nele, no estado nascente, procuramos  dar e receber "provas de amor" e é aí que mora o perigo: o ponto de não retorno que, se ultrapassado (e, por estarmos apaixonados, ultrapassamos e damos a "prova de amor" que, sempre, significa a própria submissão ao outro), em vez de caminhar para a construção do amor, caminha para a petrificação, que tragicamente aprendemos a chamar de amor (a submissão "romântica" ao outro). Porque outro amor (o amor entre sujeitos), não ultrapassa o ponto de não retorno,  seria o que sempre está por ser construído e se construindo. Então, do enamoramento podemos "caminhar" para três possibilidades: o "desenamoramento" (que não ocorre ao mesmo tempo com as duas pessoas, então um dos dois sofre... mas passa e a pessoa fica livre para outros enamoramentos, para a vida); a petrificação, que é o que a gente chama de amor, o "modelo pronto" namorar, casar.... e o amor, essa "nova forma de amor", ... e aí, o que faremos com o que estamos sentindo um pelo outro, como queremos construir isso?

Já na amizade, ele reflete sobre uma característica fundamental nesse nível de relação: já repararam como um amigx some, muda, desaparece e, tempos depois, reaparece, e é como se tivéssemos nos encontrado ontem! Não há cobrança, já começamos a conversar sobre a vida, a trocar e a crescermos um com x outrx. No "amor" isso não é possível, já começam as cobranças, os ressentimentos. Isso no amor romântico da amizade e/ou nas relações íntimas... É trágico, mas essa concepção é enraizada... e provoca muita tristeza, muita infelicidade... precisamos rever essa concepção, e trata-se de uma revisão que dá trabalho, mas valerá a pena...
 
 
Mas, voltando a nossa pergunta, o que tem a ver o amor romântico com as relações de amizade? Outra pessoa que nos responde sabiamente:  Valentin Louis Georges Eugene Marcel Proust, mais um ilustríssimo SBCense. foi um escritor francês, mais conhecido pela sua obra À la recherche du temps perdu(Em Busca do Tempo Perdido), que foi publicada em sete partes entre 1913 e 1927.  Longe de ser um livro de memórias, trata-se de uma história cheia de idéias práticas e universalmente aplicáveis sobre como parar de desperdiçar a vida e começar a apreciá-la.

 
Proust nasceu numa família em que era levada muito a sério a arte de fazer as pessoas se sentirem melhor. Seu pai era médico e publicou livros sobre cuidados com a saúde para adolescentes (dor nas costas, postura, exercícios, etc), entre outros.

Proust argumentava que são os livros, e não as vidas, que interessam. As obras não apresentam nenhum defeito de seus criadores. A vida de Prost decerto se presta a um julgamento dessa tese. Os problemas psicológicos do escritor eram suficientemente exaustivos: o problema de uma mãe judia (‘é triste não poder ter ao mesmo tempo saúde e afeto’); desejos estranhos (ninguém pode dizer de imediato se ele é um invertido, um poeta, um esnobe ou um canalha); pessimismo romântico (‘aqueles que amam e os que são felizes não são os mesmos, o amor é uma doença incurável’); a falta de uma carreira no teatro; a incompreensão dos amigos; aflições físicas (asma, digestão, pele sensível, tosse, frio, sensibilidade à altitude, barulho dos vizinhos, etc) – sua hipocondria aumentou sua sensibilidade, diferente da do irmão, médico como o pai, um touro.

Uma pessoa na atualidade escreveu lindamente sobre Proust. trata-se de Alain de Botton, filósofo francês que, em seu livro "Como Prost pode mudar sua vida" faz uma síntese das "lições" daquele grande escritor. A seguir algumas deles, com ênfase naquela sobre amizade: 
Capa
 
COMO AMAR A VIDA HOJE - O que você faria se fosse anunciado o fim do mundo? Na vida normal a negligência supera o desejo. E, no entanto, a verdade é que não precisamos do cataclisma para amar a vida hoje. Deveria ser suficiente pensarmos que somos humanos, e que a morte pode chegar nesta tarde.

 COMO APROVEITAR SEU TEMPO - Este poderia ser um slogan proustiano: “N’allez pas trop vite”. E uma vantagem de não ter muita pressa é que o mundo tem uma oportunidade de se tornar mais interessante no processo. A lição? Prender-se à performance, ler o jornal como se fosse apenas uma sugestão para um romance trágico ou cômico e gastar trinta páginas para descrever o processo de adormecer, se for necessário.

 COMO SOFRER COM SUCESSO - O personagem Elstir, o pintor, expõe ao narrador de Em busca do tempo perdido: “Afinal, ninguém pode nos ensinar sabedoria, nós temos que descobri-la por nós mesmos, numa viagem que devemos fazer necessariamente desacompanhados, num esforço que ninguém pode fazer por nós”.

Embora, tradicionalmente, os filósofos tenham de preocupado com a busca da felicidade, uma sabedoria muito maior parece estar na busca de caminhos para ser infeliz de uma maneira produtiva e adequada. A recorrência teimosa da desventura significa que o desenvolvimento de uma abordagem prática dessa condição deve com certeza superar o valor de qualquer procura utópica pela felicidade. Proust, um veterano ator, sabia disso: “toda a arte de viver reside em tirar proveito dos indivíduos pelos quais sofremos”.

 Em que consistiria tal arte de viver? Para um proustiano a tarefa é alcançar uma compreensão maior da realidade. “No momento em que a dor se transforma em ideias, ela perde parte de seu poder de ferir nossos corações”. O romance de Proust está repleto do que podemos chamar de maus sofredores, que sofrem com algum tipo de complexo de inferioridade intelectual ou social – mas que não aprenderam nada com esses males. Pelo contrário: reagiram criando diversos e desastrosos mecanismos de defesa que acarretam arrogância e desilusão, crueldade e dureza, rancor e raiva.

O importante, portanto: reconhecer que nossa maior chance de felicidade está em aceitar a sabedoria que nos é oferecida sob uma forma disfarçada, por meio de nossas tosses, alergias, gafes sociais e desilusões amorosas, e evitar a ingratidão daqueles que culpam as ervilhas, os chatos, o tempo e o clima.

COMO EXPRESSAR SUAS EMOÇÕES - O que mais incomodava Prost era o uso indiscriminado de clichês.  Nós sentimos algo e nos agarramos à primeira frase ou murmúrio com que podemos nos expressar, mas que fracassa e não faz justiça àquilo que experimentamos. Nós ouvimos a Nona sinfonia de Beethoven e murmuramos “pum-pum-pum”, vemos as pirâmides de Gizé e dizemos: "Elas são lindas". Estes sons deveriam dar conta da nossa experiência, mas a sua pobreza nos impede, e aos nossos interlocutores, de compreender de fato aquilo que vivemos. Ficamos do lado de fora das nossas impressões, como se as olhássemos através de uma janela embaçada: o que vemos está apenas superficialmente relacionado a elas, e muito distante de uma definição satisfatória.

Agora sim: COMO SER UM BOM AMIGO - “nenhuma amizade suporta uma dose exagerada de franqueza” (não é dele a frase, mas tem tudo a ver com suas ideias.

 Proust tinha um grande círculo de amizades, que o descreviam como um modelo de companheirismo, a encarnação de todas as virtudes da amizade: que ele era gentil, generoso, gostava de dar altas gorjetas, não era excêntrico, não falava apenas de si mesmo; era curioso; não esquecia o que era importante, era modesto, um grande prosador, entre outras qualidades. Enquanto isso é surpreendente notar que o mesmo sustentava opiniões extremamente cáusticas sobre a amizade. Apesar das conversas brilhantes e dos jantares, ele acreditava: que poderia se tornar amigo de um sofá; que conversar era uma atitude fútil;  que a amizade é um esforço tolo; e que, no fim das contas, a amizade não é mais que “... uma mentira que nos faz acreditar que não estamos irremediavelmente sós.”

Um amigo disse: criamos para nosso uso o verbo proustificar, para expressar uma atitude um tanto consciente demais de genialidade, ao lado daquilo que vulgarmente poderia ser chamado de uma interminável e deliciosa afetação. Proust parecia um extraordinário hipócrita. Sua prioridade absoluta em qualquer encontro era assegurar-se de que gostariam dele, se lembrariam dele e pensariam nele mais tarde.

Como devemos reagir ao grau de insinceridade aparente necessária em toda amizade? Como devemos reagir aos dois projetos  em geral conflitantes conduzidos sob um único guarda-chuva da amizade, o projeto de assegurar afeto e o projeto de nos expressarmos com honestidade?  Proust vivia esse dilema até o limite, daí resultando sua abordagem original da amizade. Isso significou adotar um conceito muito mais estreito das funções da amizade: ela servia para trocar gentilezas, mas não para dizer a um amigo que ele era chato ou para outro que ele era incapaz de escrever uma poesia. Pode-se imaginar que isso fez de Proust um amigo muito inferior, mas paradoxalmente essa separação radical tinha o poder de torná-lo um amigo ainda melhor, mais leal, mais encantador, e também um pensador mais honesto, profundo e nada sentimental.

Enfim, a mim Proust ensina: Ai, quanto sofrimento desnecessário vivemos em função de idealizações... e por não sabermos rir de nós mesmxs e prá nós mesmxs e prá vida. O riso (o humor) desoxida talentos, quebra padrões e abre a cabeça (e a alma). E Proust, me parece, tinha um humor finíssimo.

 E, entre outras lições de Proust, esta a seguir considero riquíssima:

COMO DEIXAR OS LIVROS DE LADO - é preciso considerar sempre, tanto os benefícios quanto as limitações da leitura:
Os benefícios: todos os livros podem fazer pelos seus leitores: trazer de volta à vida, separando-os da morte causada pelo hábito e pela desatenção;
As limitações: Nós deveríamos ler os livros de outros autores para aprendermos o que NÓS sentimos, isto é, são os nossos próprios pensamentos que devemos desenvolver, mesmo que com a ajuda dos pensamentos de um outro escritor. 

Uma das grandes e maravilhosas características dos bons livros (que nos permite enxergar o papel, tanto essencial quanto limitado, que a leitura pode desempenhar em nossa vida) é que para o autor eles poderiam se chamar Conclusões, mas para o leitor seriam Estímulos. Nós sentimos muito fortemente que nossa própria sabedoria começa onde a do autor nos abandona, e gostaríamos que ele nos fornecesse respostas, quando tudo o que pode nos oferecer são desejos.

 Proust identificou uma variedade de sintomas no leitor hiper reverente e hiper confiante:
  • confundir escritores com oráculos
  • sentir-se incapaz de escrever após ter lido um bom livro
  • tornar-se um idólatra artístico (supervalorizar o escritor  e se subestimar)
  • cair na tentação de escrever uma cópia de La cuisine retrouvée: a beleza de um quadro não depende das coisas nele retratadas; uma receita seguida não é o autor da receita quem fez e sim a pessoa que pôs na mistura dos ingredientes o seu espírito.
  • olharmos para o NOSSO próprio mundo com os olhos DELE (o escritor); e não olhar para o mundo DELE com os NOSSOS olhos.

 A moral? Transformar a leitura numa disciplina é atribuir um papel grande demais a algo que é apenas um estímulo. A leitura está no limiar da vida espiritual; ela pode nos apresentar a esta vida, mas não a constitui.

Até mesmo os melhores livros precisam ser deixados de lado. Pois nós é que somos os sujeitos do conhecimento.

Abraços SBCenses a todxs xs amigxs...

SantuzaTU

 

 

 

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Reunião SBC 14 dezembro 2014 : Vem ni mim Carnaval!!!

PRIMEIRA PARTE: A B

Disseram que o SBC está assim: o S tá desse tamaninho... s... o C tá mais ou menos... agora... o B tá uma coisa enorme...B... acho que maior ainda... um Bezão tamanho 150 (não consegui encontrar no tamanho da letra)... com a boca escancarada de vermelho... visualizaram??? é isso... contando os casos prá vocês terem uma ideia:

 
Assim deitada mesmo... chapada....

. o caso da Cachaça de JAMBU da Amazônia (vejam post anterior) tomou novos rumos: contando sobre as degustações da referida cachaça no nosso encontro anterior, a pessoa disse que as pessoas experimentam a tal e ficam com a boca (e a língua) dormentes... aí a pessoa2 pergunta: mas a boca fica dormente ou durmente? - como assim, perguntam... no que ele responde, com a sua habitual sabedoria: - Ora, temos uma diferença fundamental: se a boca ficar dormente ela vai estar DORMINDO (inclusive a língua)... agora, se ela ficar  DURMENTE, ela vai estar DURA, inclusive a língua dura... o que é outro departamento... aí foi risaiada geral...

. logo depois, comentando também sobre nossa reunião anterior e os tira gostos da mesma, incluindo o jiló:
- Minina, não gostei no jiló cru, mas vi que outras pessoas adoraram, né?
- Pois é minina, já eu detestava o Jiló e agora estou descobrindo e super explorando o mesmo... cru, cozido, na chapa...
... e daí, um povo que estava ouvindo essa conversa, começa a rir desbragadamente... então um delxs explica: é que jiló é também sinônimo de ... anus... cu... então, nessa nova interpretação da palavra, tudo fica risível... e muito... assim como a conversa, na nova interpretação, teve uma continuidade, digamos, analítica... sobre pessoas que ainda não exploraram o jiló, quem já explorou, o que achou... e por aí vai... ou melhor, fomos...
Essa conversa lembra muito aquela outra sobre a criação do bloco amigo, o Padreco e a origem do no nome do Bloco: na verdade ia se chamar "O cu do Padre" porque os ensaios se dão atrás da igreja... mas o padre não iria gostar... aí deram a ideia "Cloaca do Padre", muita gente não iria entender... não me lembro como se chegou a PC do Padre, acho que lembra a cloaca, que é multiuso... Ah, também algumas pessoas não entenderiam... Ah, gente, que tal Padreco mesmo? Eh, tá bom... e ficou...

SEGUNDA PARTE: ENCAMINHAMENTOS PARA O CARNAVAL





































Agora a parte mais, digamos, consistente. Por falar em consistente, como vocês podem observar na foto da nossa Ata de Reunião, super organizada, arrecadamos a consistente quantia de R$100,00 (CEM REAIS) para nossas despesas de carnaval. Já é um bom começo, não acham?

Nossos parceiros: Ana Luiza, Clareana, Gilson, Silvia, Felipe Fil, Loh, Santuza, Carlitos, Alice e Walter.
Sobre o carnaval, decidimos ver a possibilidade de procurar pessoas que tocam instrumentos de sopro pra puxar nosso bloco com marchinhas... em vez de trio elétrico, parece mais com o SBC.
Vamos procurar parceria com supermercado existente no nosso percurso.
Vamos também ver se dá pra fazer canecas pra vender nos ensaios e arrecadar mais um pouco de grana... pra estandarte e outras despesas que temos com o carnaval.
Por falar em ensaios, as datas dos mesmos foram decididas, dia 17, 23 ou 24, e 31 de janeiro, todos no bar da Ju, onde vai ser o desfile.
Acho que foram estes os encaminhamentos, não fotografei o outro lado da Ata, mas tem coisa escrita lá também : supermercado (Alice e Carlitos); canecas (Loh, Santuza, Carlitos)...
pronto, rasguei...
Quem quiser contribuir entre em contato pelo FACE que a gente manda a conta bancária...rsrs

TERCEIRA PARTE: CONVERSAS SBCences SOBRE O FEMINISMO (OU MACHISMO)

. Tu, nesse assunto de feminismo tenho observado uma coisa curiosa, como que há bem pouco tempo atrás uma coisa dita a uma mulher que parecia até elogiosa agora é vista pela mesma mulher como uma escrotice! e foi uma amiga bem próxima que comentou comigo: você acredita que postei uma foto no face e recebi os comentários elogiosos mais bacanas de amigos e amigas, e um bobão, querendo elogias, comentou: gostosa! que saco! me senti ofendida! gostoso não se trata de coisa de comer? não curti de jeito nenhum...
. Verdade, querida! também já passei por isso... penso que há um tempo atrás a gente ouvia e estávamos condicionadas a "gostar", nem passava pela nossa cabeça a escrotice... mas a dor a gente tinha sim, pode ter certeza, ficava lá no fundo mas era sentida... sabe que se a gente manifestava o desagrado éramos chamadas de "doidas" ou coisas parecidas... então nos calávamos... bom que algumas não nos calamos e agora já podemos falar um pouco mais sobre isso...
. Uma outra pessoa me disse o quanto um amigo, que se diz "feminista", fala no maior tom de brincadeira quando uma mulher lhe agradece por qualquer coisa: ... obrigada não!!! sugerindo que o "pagamento" deveria ser de outro jeito... olha que coisa mais desagradável!!!
. E eu penso que o desagrado deveria crescer mais, toda vez, a ponto de denunciarmos sempre... acho que este é um jeito de ir diminuindo esses "machismos velados"...

Agora, uma reflexão muito rica pra nós, mulheres e homens, sobre o assunto, foi a dessa amiga SBCense: a cena é a seguinte... ela estava numa festa, entre amigxs e, com certeza, aquela pessoa (homem) gosta muito dela, é seu amigo... mas, na cena, quando ela estava procurando uma cadeira pra se sentar, e comentou que acreditava que aquela outra pessoa estava sentada num banco e a caberia, a pessoa respondeu que não, acrescentando (num tom de "brincadeira"):  você não quer que eu pegue uma cadeira pra você, não é? no que ela respondeu: não, não precisa! mas a segunda cena, que aconteceu pouquíssimo tempo depois, foi uma outra mulher chegando perto da mesa... o que fez aquele homem dizer imediatamente: deixa que eu pego uma cadeira pra você, linda!...

Parece bobagem... mas doeu... e ela se perguntou, e nos perguntamos: qual categoria de  mulher (na cabeça daquele homem) merece a primeira cena? e qual merece a segunda? Que confusão é essa de achar que mulheres mais "resolvidas", autônomas, não merecem cuidado na relação? Merecemos, por sermos auto suficientes, tais "brincadeiras" que podem significar uma espécie de retaliação do tipo "você não é foda? então, tá reclamando de que? pegue você mesma a sua cadeira!"; ou, por outro lado, temos, para merecer o cuidado que qualquer ser humano deveria merecer, que "fingir" de frágil?
Muitas mulheres sentimos na pela, na alma, um comportamento por parte dos homens (dos mais próximos, claro, os que não estão próximos não precisam ser considerados...) de "mitificação" e, ao mesmo tempo, um certo "desprezo" que pode ser encobridor de sentimentos de raiva, inveja... por nos darmos o "direito" de crescer...

... interrogações, perplexidades, de um mundo de mulheres e homens tentando uma superação desse modelo desumano...

Até  mais... beijos a todxs...

TU

E acabamos de receber valiosa contribuição da nossa querida SBCense Iasmim, o SBC já tá em Brasília!!! salve...