sábado, 17 de junho de 2023

Viagens SBCenses: Belém... e Cuba

 

Nos dias 8, 9 e 10 de junho, semana passada,  estivemos na 26a Convenção Nacional de Solidariedade com Cuba, na UFPA Universidade Federal do Pará, em Belém, uma realização da MOCAP (Movimento Cabana em Apoio as Lutas pela Autodeterminação dos Povos) e o MBSC (Movimento Brasileiro de Solidariedade com Cuba). 

Gente de todo Brasil, de Minas representantes do CEBRAPAZ (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) e da Associação Cultural José Martí...  e muita gente de Cuba, destacando o Embaixador desse país, Adolfo Curbelo Castellanos e um herói da República de Cuba, Fernando Gonzalés Llort, presidente do ICAP (Instituto Cubano de Amistad con los Pueblos), um dos cinco heróis cubanos que estiveram presos nos EUA após serem pegos durante missão secreta naquele país. Filme de 2019,  Wasp Network, do diretor francês Olivier Assayas, baseado no livro-reportagem Os últimos soldados da guerra fria, do jornalista e escritor Fernando Morais, fala sobre esse tema.



Com a arte permeando todo nosso encontro, música, dança, cinema... como os vídeos acima, o primeiro, Guantanamera, uma homenagem a José Martí; o segundo BLOQUEIO: A guerra contra Cuba, editado pelo Comitê Carioca de Solidariedade da Cuba... dois temas centrais foram apresentados e discutidos: O Sistema de Saúde em Cuba; e A Educação como pedra angular da Revolução Cubana. 

E, em relação à Educação,  nos ocorre uma "síntese" comparativa entre o Brasil e Cuba: no segundo dia da Convenção tivemos os Grupos de Trabalho. Ao realizar as orientações, entre outros grupos (Brigadas de Solidariedade; Comunicação - imaginário internacionalista e a Revolução Cubana nas redes; Frentes Parlamentares em defesa da Revolução) o coordenador falou de um grupo de educação... e foi aí que muitas pessoas interessadas em discutir sobre EDUCAÇÃO ficaram no auditório, lugar indicado para aquele grupo. Esperamos durante algum tempo, quando então nos foi avisado que foi um engano, não teríamos este grupo de educação, e nos orientaram a juntarmos aos outros grupos já formados. Então, no caminho, ouvi de um jovem ao meu lado: "Assim é o Brasil, a educação sempre está a reboque"... e concluímos: "Essa é a "síntese": quando o Brasil aprender com Cuba sobre Educação, aí a gente vai melhorar muito".  Rimos e constatamos que teríamos vivenciado uma "oficina" ou "grupo de reflexão" ao vivo e a cores.

Continuando no tema Educação, o dado sobre investimento nessa área em Cuba: 25% do PIB, enquanto no Brasil é de 4%... isso é um dos fatores que faz a diferença. Outra questão é sobre "Qual Educação?" ... e aí aprendemos a juntar Martí, Fidel, com nosso Paulo Freire: Freire foi a Cuba em 1987 convidado pela Universidade de Havana. Foi quando ele disse; "Minha alma sempre esteve em Cuba". 

Trata-se da Educação cidadã, da Educação Transformadora! E da Educação dialógica: o professor aprende quando ensina. Uma das ideias que junta Freire e Martí é a "FÉ NO MELHORAMENTO HUMANO", além da decoloniedade..."Nenhum povo é dono do seu destino se antes não é dono da sua cultura". Martí, assim como Freire, falam de uma cultura legitimamente sul americana... do "sentimento de pertencimento"... Da construção da nossa identidade, não da "identidade reflexa", aquele "produzida pelo colonizador", mas da "identidade autônoma", quem somos, nossos ideais, valores, nossa visão (e construção) de mundo. 

Enfim, o bloqueio atinge todas as áreas em Cuba, e já atinge, também a quarta geração naquele país. Apesar disso, a prioridade é a educação e a saúde. 


Assim terminamos nossa Convenção... Depois,  passeio na cidade. Belém, capital do estado do Pará, com história desde princípios de 1600 com a construção do forte do Presépio,  é uma ilha rodeada por rios, entre eles o rio Guamá - que significa "lágrimas que caem". 



Além de visita à Basílica Santuário de Nazaré -  para as pessoas religiosas um ótimo passeio; à feira VER O PESO - carinhosamente chamada de VEROPA pelos nativos;  e à estação das docas - onde comemos o melhor peixe (filhote) com açaí, e bebemos a famosa cachaça de jambu, planta típica da região que, além de anti inflamatório, analgésico, diurético, estimulador do apetite, é afrodisíaco! ...


... Imperdíveis são os passeios de barco ... Principalmente  Ilha de Combu, onde, numa caminhada com o Seu Landi, vimos a riqueza da floresta amazônica, no caso, paraense: 



                                                            UXI - espanta mau olhado


                                             Tronco de castanheira de 300 a 400 anos


                                                                Tucumanzeiro

                                          VimDeCa - dá cheiro na roupa e tem efeito calmante

Essa é uma pequena amostra da riqueza da floresta do Pará. Para além, temos a riqueza do povo dessa região, super acolhedor, segundo nosso amigo vendedor de bombons, o povo do Pará é muito cativo. E perguntamos o que significava cativo... CATIVANTE. Gostamos de andar de ônibus pela cidade, pois nos pontos e na viagem era só puxar conversa que conhecíamos a cultura local contada por eles mesmos. E, não sei se por cuidado com os turistas ou por uma "cultura do medo", o que mais ouvíamos era "tome cuidado", "aqui é muito perigoso", "preste atenção"...  quase nos desencorajando qualquer passeio a pé, o que adoramos fazer e não nos sentimos intimidadas. 

Outro jeito de apreender a cultura local foi através das camisetas:


PAVULAGEM: vaidade, aqui em Minas seria METIDEZA


Veropa, como eles dizem, é a feira... E pitiú é o cheiro do peixe. O interessante é que eles ressignificaram o conceito: para eles não significa "mau cheiro" e sim o cheiro, quando é forte, significa "boa pesca"...  inclusive os urubus, que eles conhecem muito de perto, voam baixo quando sentem este cheiro. 

E, para nós, "ver" a cidade com os olhos deles é o que existe de bonito e gratificante.  Obrigada paraenses, pelo acolhimento! 

E, terminando, o paraense tem um gosto musical super apurado. A gente só ouve música boa: além do samba, do forró de primeiríssima, o CARIMBÓ, que maravilha!!! Aqui lembrando querida Dona Onete,  professora, sindicalista, gestora e diva do carimbó. 


Segundo SBCense presente nessa viagem, todas as paraenses têm "a cara" da Dona Onete.


O SBC agradece - e brinda -  às pessoas companheiras de viagem de todo o Brasil.


 
À vida!!! Às ótimas viagens!!! e Até Vitória !!! no Espirito Santo, daqui a dois anos, nosso próximo encontro... Ou até Cuba, antes disso...

Abraços carinhosos...





4 comentários:

  1. Foi muito gratificante participar de mais uma Convenção Nacional de Solidariedade a Cuba. O bloqueio sofrido pela nossa querida ilha tem levado muito sofrimento aos cubanos e cubanas. O Cebrapaz e a ACJM mais uma vez se unem e cumprem está tarefa internaciolista de solidariedade.E passear por Belém foi totalmente diferente e incrível. Percebi toda a diversidade que nosso Brasil pode apresentar. Valeu a viagem. As companhias de viagem também fizeram a diferença. Até a próxima!
    ANTONIETA SHIRLENE

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  2. Convenção maravilhosa, na mobilização de solidariedade com Cuba em sua luta HERÓICA contra o imperialismo estadunidense. E Belém é o poço paraense simplesmente maravilhosos.

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  3. matando a saudade.....Viva Belém do Pará!!!!

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  4. Só tenho a lhe agradecer pela generosidade em bem compartilhar essa maravilhosa viagem....
    Tão rica e merecida experiência!

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