sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

DIA PRIMEIRO DE JANEIRO DE 2023

                                                                                                                                                                                                                                                             

                                     Foto de Ricardo Stuckert

"É preciso mudar a fotografia do poder", frase de Vilma Reis, liderança feminista baiana.

Réveillon em Ouro Preto, na nossa querida CASA DA ÁRVORE... Praticando, com alegria, a arte dos bons encontros... assim como o árduo exercício do respeito às divergências, mesmo aqueles que nos são "mais antípodas", como diria Nietzche... também sem perder a mínima chance de diálogo no sentido de ampliação do que chamamos de "visão de mundo"... até mesmo  com o convite a fazermos o exercício de nos movimentar, das "crenças sem nenhum fundamento" para as "argumentações baseadas em evidências"...


Já nos inspiramos na ida, passando pelo JECA TATU, em Itabirito, rodovia 356, metade da viagem para Ouro Preto... museu de antiguidades criado por Leonardo Ruggio, onde nos deliciamos com o tradicional pastel de angu, e onde se vê a frase|: "OPRESSÃO: O REMÉDIO É A ARTE".

REMÉDIO:

Para tristeza: o canto
Para alegria: outro canto
Para desamor: a poesia
Para amores insanos: a poesia

Para esperançar: a arte
Para o desespero: a arte

Para a ausência: uma canção
Para a saudade: um poema
Contra a desesperança: a arte

Contra a opressão: arte
Contra autoritarismo: arte
Contra violência: arte

A arte cura:
desamor
tristeza
carência de sentido da vida

Para vitaminar a indignação: arte
Para a esperança: arte
Para a construção: arte
Para o amor: arte

Na sexta o programa maravilhoso foi o BAR DA NIDA, melhor samba de Ouro Preto, de Minas, quiçá do Brasil!!! Querida Silvia Gomes, grandes amigas e amigos da época do Bar Cartola, quando começávamos a pensar o SBC, pessoas que se encontravam "do nada" e começavam a conversar sobre revisão de conceitos aprendidos que não mais serviam pra nada na vida... e a necessidade de construirmos novos conceitos orientadores de uma vida bem vivida. 

A chuva em Ouro Preto deu uma trégua e, no sábado véspera do Réveillon, pudemos fazer uma boa caminhada até o Parque das Andorinhas...e, a noite, fomos à Pça Tiradentes... um samba bacana - o SBC adora - e a queima de fogos - meia boca, o chuva deve ter "apagado" metade deles... 

Ceia do Bastião Bar e Café, massas deliciosas, além de outras coisas divinas, na pracinha do Morro de São Sebastião - no insta: bastiao_bar_cafe -  obrigada Marisa, nova amiga SBCense. 

E chega o tão esperado dia primeiro de janeiro: em Brasília sol de rachar, em Ouro Preto dia super nublado, no morro estávamos entre nuvens. Vimos a posse entre cervas e sanduiche de pão com linguiça, ótimo achado da mercearia São Sebastião, na pracinha, em frente ao Bastião, a poucos metros da nossa Casa da Árvore. 

Lula fez três falas: primeiro, o discurso de posse no Congresso; depois, a subida da rampa e o discurso para o povo; e mais tarde a sua fala no Festival do Futuro. Nos emocionamos muito, riamos, chorávamos, arrepiávamos - tinha uma de nós que ia no banheiro sem parar - comentávamos sobre os assuntos mais aleatórios, com o objetivo de lidar com nossa ansiedade, como por exemplo o "gato" atrás do Lula num dos discursos, deve ser um segurança, ele atendia o cel e sorria com o canto da boca, provavelmente estaria recebendo uma 'piropa' de gente que tinha seu cel - vontade de tê-lo também né meu bem? 

Enfim, o que nos propusemos para este post foi: primeiro, fazer umas pinceladas dos três momentos, pontuar neles o que achamos mais SBCence; e, segundo, solicitar aos amigos SBCenses  - os que foram e os que não foram a Brasília - que nos encaminhassem seus depoimentos sobre esse dia: impressões, emoções, acontecimentos no meio do povão... essas coisas...

Vamos, então, à PRIMEIRA PARTE, as falas:

Primeiro momento, discurso de posse no Congresso, Lula visivelmente emocionado, tem gente que interpretou seu silêncio durante o hino assim: "O amor dele pela Nação é do tamanho do interesse que ele tem em cantar o Hino Nacional"... creiam, recebi o vídeo com este comentário! E a resposta está na imagem a seguir... entendedores entenderão...


"Por que não vemos o que vemos, vemos o que somos", dizia Rubem Alves... e acrescentamos: que bonito é que estamos sempre em movimento, e podemos, sempre, ampliar nossa visão...

Mas a palavra chave deste primeiro discurso, para nós: ABISMO... "combater o abismo social"... e ele citou, emocionado: o abismo social entre a "fila do osso" e a "fila do carro importado".

E, por último, nesse primeiro discurso: "O amor vencerá o ódio"; "A verdade vencerá a mentira".

ACABOU O PESADELO! DEMOCRACIA PARA SEMPRE!!!

Segundo momento: subida da rampa:

A foto primeira do nosso post é altamente simbólica, não precisa dizer mais nada...

Outro ponto alto desse segundo momento, pra nós, foi o coro da multidão, numa certa altura do discurso do Lula: 
                                             ANISTIA NÃO!!! 
Não podemos repetir o erro dos anos 80 do século passado. Leiam nosso post de 20 de dezembro de 22 - Para que serve a arte? -  quando, a propósito do filme Argentina 1985, fizemos uma retrospectiva histórica do Brasil anos 80: "anistia ampla, geral e irrestrita"... e a consequência disso para nosso país agora.
Como recebi de alguma SBCense, com "perdão da expressão":


Terceiro momento: dois pontos altos no Festival do Futuro, segundo nossa percepção: o poema do pernambucano Antonio Marinho, de São José do Egito:

E o beijo do casal Lula Janja, beijo de língua, inaugurando o "fictício" Ministério do Namoro: namore quem você quiser!!!  namore a vida!!!


E VIVA A DEMOCRACIA!!!

SEGUNDA PARTE -  depoimentos:

1. Miguel Paiva, Jornalista e Cartunista - lembram do Pasquim? lembram da Radical Chic?


Aproveito aqui, a *posse* do Presidente *Lula*, dos ministros e governadores para tomar posse também de coisas que havia perdido ou estavam proibidas e esquecidas.
*Tomo posse* do ar mais tranquilo, da democracia, do clima mais feliz e ameno, da alegria e da risada. 
*Tomo posse* do meu direito de ser como eu quiser, de amar quem eu quiser e me vestir como eu quiser. 
*Tomo posse* do direito de acreditar no deus que eu escolhi, na religião que eu sigo ou mesmo de não acreditar em nada ou ninguém.
*Tomo posse* do direito de ser gordo, magro, negro, branco, amarelo, indígena ou europeu. 
É meu direito também pensar como eu quero, ajudar o próximo, fazer da educação meu objetivo maior, ler o que eu quiser, ouvir a música que mais eu curto naquele momento. No momento seguinte, posso mudar. 
*Tomo posse* também de todas as comidas e bebidas que existem nesse país e que estejam ao meu alcance. 
*Tomo posse* do direito de matar a fome de todos, de restabelecer o amor entre as pessoas, de conviver com as diferenças, de ouvir as conversas, dar risadas, respeitar o entendimento e o trabalho coletivo.
*Tomo posse* da terra, da casa, do meu lugar preferido. 
A *posse* das ruas, das praças, das praias, das planícies e das montanhas, dos rios, mares, lagos e praias. 
*Posse* das riquezas que temos, do petróleo, da pecuária, das florestas, das plantas medicinais, do conhecimento dos povos originários, da tradição passada de boca em boca, dos ensinamentos, dos truques e da sabedoria.
Falando em sabedoria temos que *tomar posse*, novamente, da ciência, das vacinas, da medicina, do SUS, dos médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, de todos aqueles que nos ajudaram a combater a COVID.
Tomamos também *posse* da nossa relação de gratidão com os professores, alunos, funcionários, escritores, artistas, atores, músicos, comediantes, cartunistas, jornalistas, pesquisadores e doutores que nos ajudaram a manter de pé, não só o país, mas todos aqueles que resistiram ao fascismo que ameaçou a nossa identidade e a nossa cultura estes anos todos.
*Tomamos posse* também do país, do Brasil, dos seus símbolos, das suas características da sua bandeira, suas cores e sua paisagem. 
*Tomamos posse* da Amazônia, para que não seja mais desmatada nem queimada. 
*Tomamos posse* das riquezas deste solo-mãe gentil, que nos fornece o suficiente para sermos felizes. 
Vamos *tomar posse*, novamente, do orgulho de ser brasileiro, da alegria de dividir o pão, de compartilhar o trabalho e olhar no rosto do outro, o sorriso que gostamos de dar e ver.
Este é o Brasil que eu quero novamente e, se faltou alguma coisa para *tomar posse*, é só juntar nessa lista. 
Temos o direito e o dever de *tomar* não só *posse*, como tomar conta deste país para que não aconteça, novamente, de o perdermos de vista. 
*Viva a democracia*, as eleições e o *presidente Lula.* 
E possuído deste sentimento de Brasil, termino por aqui, para que todos nós possamos *tomar posse* da cidadania que tanto nos faltou.

2. Cecilia Valdéz, nossa conterrânea - nasceu em Salinas - mora em Havana:

Eu nunca tive medo de morrer. Deixei que a morte se aproximasse de
 mim e sentasse ao meu lado para nossas conversas cotidianas,  
com a consciência da minha pequenez e da minha inutilidade. Mas 
uma coisa me incomodava: viver dos meus 71 a 75 anos - talvez os 
últimos dessa desditosa vida - sob mais um governo fascista. 
Sabia que cada ponto dado em um bordado, cada adesivo pregado 
em uma camiseta ou no vidro do carro, cada hino entoado nos bares, 
cada passo dado em manifestações seriam decisivos. 
Depois de tudo, correr para ver, trepado em uma cadeira, cabelos brancos
 ao lado de uma careca, sabendo que estavam em Rolls-Royce foi o 
prenúncio do gozo. Assistir pelo telão, sentado na grama da Esplanada, 
ao lado de uma multidão quieta e silenciosa, a cerimonia e o discurso da 
posse no Congresso, me remeteu aos longos e famosos discursos de 
Fidel. O gozo definitivo veio com a cena da subida da rampa, que
acontecia ao mesmo tempo que se tornava histórica. O beijo de língua 
no palco do show já me encontrou deitado no quarto do hotel, 
cansado e realizado. Enfim, pronto para morrer.

3. Antonieta Shirlene, ANGEL seu "nome de guerra":

Desde 1989 eu tenho um candidato à presidência da república. Seu nome: Luiz Inácio Lula da Silva. Desde essa data, foram várias candidaturas. Lula perdeu 3 das eleições que disputou a presidência do Brasil. A primeira para Fernando Collor de Mello, que mais tarde iria sofrer o processo de impeachment, e depois duas vezes para o então candidato Fernando Henrique Cardoso. Finalmente em 2002 Lula candidate-se novamente e é eleito presidente do país tendo como vice José de Alencar. No ano de 2006 é reeleito. Pois bem, em todos estes pleitos eleitorais Lula foi meu candidato por ser o político que representa, no geral, o anseio da classe trabalhadora. Seria " chover no molhado" descrever as realizações de Lula enquanto presidiu o país. 
Não devemos esquecer entretanto, que Dilma Rousseff ,sua então sucessora, sofreu um processo de impeachment . E em 2018 foi então eleito o presidente Jair Bolsonaro. Também é "chover no molhado" discorrer sobre o péssimo governo realizado por esta pessoa. Foram quatro anos de intensas perdas trabalhistas, previdenciárias, educacionais e sociais. O Brasil vivia numa grande e grave polaridade em todo o período em que Bolsonaro estava como presidente. Depois de ser inocentado,  em 2022 mais uma vez Luiz  Inácio Lula da Silva é candidato à presidência da República. Seu grande opositor: Jair Bolsonaro. Foram dois turnos eleitorais onde estavam sendo propostos projetos totalmente antagônicos entre si.
Se por um lado nós temos um candidato que atende aos interesses da elite agrária, financeira, especulativa e de grandes proprietários rurais, por outro lado nós tínhamos Lula que representava os interesses principalmente da classe trabalhadora como sempre o fez. A disputa eleitoral foi muito, muito acirrada. Tínhamos esperança de que Lula fosse eleito no primeiro turno dessas eleições. Infelizmente tivemos que disputar o segundo turno. 
Contra todos os fake News, compra de votos, orçamento secreto e tudo que há de mais sujo na política, saímos vencedores. Lula venceu a eleição presidencial com mais de 2 milhões de votos à frente de seu opositor. No dia primeiro de janeiro de 2023 vimos ,com muita alegria e emoção, mais uma vez Lula subindo a rampa do Planalto Central para assumir a presidência do Brasil. Eu não estava lá ,entretanto, me senti bastante representada pelos meus companheiros e companheiras de luta que estavam em Brasília para assistirem a posse.
Me senti representada, quando Lula subiu a rampa presidencial acompanhado de pessoas simples e verdadeiramente do povo. Mais representada ainda eu me senti, quando uma mulher colocou a faixa presidencial no "nosso "presidente. Chorei de emoção como muitas outras pessoas também não o fizeram. Mesmo estando em casa, assistindo pela televisão, vi que a esperança e a emoção chegou em milhões de corações. Nossa alma estava lavada. Sei que teremos um longo caminho a percorrer neste governo que  se inicia. Mas estamos prontos para mais esta luta. É hora de esperançar.
Hasta la victória siempre!

4. Monica Cardoso, querida SBCense:









Após seis anos de desmonte das legislações trabalhistas, de tentativas de criminalização dos movimentos sociais, sindicais e estudantis, de muitos obstáculos enfrentados como fome, miséria, violência, opressão, mortes, perdas irreparáveis, fascismo... após muita resistência, resiliência, luta em defesa das minorias, dos trabalhadores e trabalhadoras, dos estudantes... após uma campanha linda, a campanha da diversidade, do amor, do povo brasileiro... e, finalmente, após a vitória legítima da democracia nas urnas, só nos restou estar presentes em Brasília para viver esse momento histórico, de recomeço, de ressurgimento da alegria, da primavera, da inclusão, da diversidade... Foi uma experiência única, emocionante, inexplicável, estar de frente para a rampa do Palácio do Planalto e ver subir de mãos dadas com o nosso presidente, representantes do povo, foi lindo! Estar ali e assistir a uma mulher negra, periférica, entregar a faixa para o maior líder da América Latina, que sofreu um golpe, injustamente foi preso e impedido de disputar o pleito eleitoral em 2018 e deu a volta por cima, foi revigorante. Ouvir o discurso de nosso querido presidente Lula, iniciar com um "boa tarde, povo brasileiro!", fazendo referência aos que estiveram em vigília nos acampamentos em Curitiba, saudando-o durante 580 dias, foi de deixar as lágrimas rolarem. Êxtase pode ser a palavra que mais se aproxime do que sentimos, foi intenso, algo jamais vivido e sentido por mim antes. E agora fica pra além do sonho, a força e a coragem pra continuar e ajudar o nosso presidente a governar, pois fácil não será recuperar tudo o que foi destruído nos últimos anos. "Conte conosco, presidente Lula!" Aqui ninguém solta a mão de ninguém, nós prometemos naquele fatídico 2018 que resistiríamos e cá estamos nós. Somos resistência!

5. Laura Rocha, professora, sindicalista, ouropretana de coração:

Ouvir o presidente Lula destacando aquilo que tem mais me incomodando nos últimos anos, foi emocionante e o mais marcante para mim: "Ninguém é feliz de fato com tanta desigualdade!" Ter a oportunidade de fazer meu filho entender a grandeza e importância deste momento de retomada da democracia e da esperança, foi muito único também.
Além disso, como também disse Lula, a energia foi renovada "Que a alegria de hoje seja combustível para a luta de amanhã!"

6. Nivea Lula de Melo, grande SBCense:

Cheguei em Brasília e fiquei maravilhada com a onda vermelha que se formou na cidade.
MST deu show, sem falar na posse de Lula, digno de um legítimo Presidente.
Tudo perfeito, como devia ser, sem interferências de terceiros.
Povo hospitaleiro e educados que muito me impressionou.
Fiquei com gostinho de quero mais.
A melhor mensagem que Lula passou foi com a entrega da faixa, feita pelo povo. que foi muito comemorado. 
Não poderia deixar de  elogiar a Janja com sua perfeição e TB o Alkmin e esposa que levaram o Lula, as 22 horas, de volta ao palco onde estavam os artistas, para  agradecer mais uma vez o povo que o elegeu. 
Foi muito lindo

7. Dani, querida SBCense:

Quando me pediram para escrever um pequeno relato sobre como foi a posse do Lula eu imediatamente disse sim, pois imaginei que seria um prazer descrever como foi estar presente em um dos momentos mais importantes da história do nosso país. Só depois percebi que não daria conta, porque o que vimos e vivemos ontem não foi a posse de um presidente da República, mas sim a redenção de um país que, a duras penas, conseguiu retomar os rumos da democracia e, diante de um fato tão importante, há tantos sentimentos envolvidos que eles não cabem em palavras. É um sentir demasiado, é um sentir vivido coletivamente e por isso intensamente. Eu me senti parte de um grande abraço, parte de uma força que pode coletivamente criar um mundo mais junto, ainda que de forma dolorida. Estar na posse foi assistir ao vivo um momento histórico e ter a consciência de que todos nós somos responsáveis por essa história. A Constituição Federal se materializou na minha frente em forma de um mar de gente, que traduziu no mundo concreto os preceitos de que “todo poder emana do povo” e de que “constituem objetivos fundamentais da República construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Foi lindo.


8. Sidir falou dos perrengues que passou, embora tenha valido a pena (transcrevi sua fala):
Mas foi assim, a princípio foi  maravilhoso né, a realização de um sonho, um 
sonho coletivo estar lá. Foi muito bom mas eu passei muito mal viu Santu 
(ela me trata assim), eu fiquei na área mais próxima da rampa, cheguei cedo 
para conseguir lugar eles haviam dito que tinha uma estrutura, só que a 
estruturaera longe então a gente ficou sem água, sem comida,  porque se 
você saísse de lá você não poderia voltar...  o sol do cão, falou que a chuvinha;
 e a gente foi preparada para chuva e não teve chuva. No meu caso, minha 
pressão baixou, eu passei mal. E próximo a nós  muita gente passou mal. 
Teve uma senhora que passou mal três vezes mas a filha não deixava sair 
porque não podia voltar. Foi a realização de umsonho tá, mas foi super 
desumano super desumano mesmo. A partir da emoção de ver esse momento 
histórico, da satisfação a realização do sonho que eles fizeram  as pessoas 
suportarem, eu fui uma dessas pessoas que suportou, sai quase carregada 
pelas meninas.
Você não tem ideia:  Teve uma hora que alguém conseguiu meia garrafa de 
água e deu para a gente;na verdade eu com a dona que tava perto da gente; 
aí ela achou no chão o copo só passou um pouquinho de água e dava dois 
dedos de água para todo mundo que tava lá esquecendo a COVID, o sapinho 
todo mundo para molhar a boca; e assim todo mundo que tava perto pediu 
água e uns dois dedinhos, assim sem exagero, esse meio litro de água deu pra 
umas 20 pessoas molharem a boca. Eu fiquei até na hora que o Lula subiu a 
rampa, quando ele começou a falar a gente foi saindo porque eu tava andando 
mais devagar e um povo começou a sair também então a gente achou melhor
sair né ... Aí nós fomos saindo,  aí conseguimos comprar água no meio do 
caminho. Extremamente penoso... Até para quem tava fora, mais perto da 
estrutura, também teve problema porque, como era muita gente, e eles 
concentraram as barracas só numa rua, pegaram a Rua Lateral, aí ficou 
extremamente pesado. Era uma hora, duas horas para pegar a fila e as coisas 
acabaram rápido. 
Então, o que segurou mesmo foi emoção, foi você ver gente de todo lugar do 
país e fora do país. Próximo a nós tinha um casal de argentinos,  no meu grupo 
foi uma chilena a gente conversava, trocas culturais muito lindas, um momento
único pra vida... beijos Santu...


9. Zinho, fez e vendeu camisetas para ir a Brasília, não poderia deixar de ir de 
jeito nenhum, nem que fosse a pé:


(Estou vendendo estas camisetas por encomenda para bancar minha ida á Brasília, pois o PT Nacional cancelou 40 ônibus de MG)
Boa tarde companheira! 
Minha filha, eu fui para Brasília eu vou falar com você: foi tudo perfeito viu? uma maravilha! Me sentindo com a alma lavada sabe,  tirar um peso tão grande assim do coração sabe, do corpo também porque foi tão dura essa eleição do Lula... desde o golpe da Dilma que a gente tá nessa  luta e a gente só tomando porretada! então, depois que ele subiu a rampa... eu tava lá pertinho... fez aquele discurso maravilhoso! Mas graças a Deus deu tudo certo, tudo perfeito... agora esperar os bons acordos que ele vai fazer para o Brasil voltar aos trilhos novamente. Um abraço

Obrigada Zinho! Bora continuar fazendo camisetas em 2023!!!
Outras e outros SBCenses ficaram de mandar depoimentos, vamos acrescentando na medida em que forem chegando... Gratidão a todas e todos que fizeram esses depoimentos maravilhosos, que farão parte das nossas memórias para sempre.

Para terminar o "depoimento" do já SBCense Alysson Mascaro. Em live na quarta feira dia 4.janeiro na TV 247 ele faz uma preciosa análise histórica politico/econômica e nos coloca uma perspectiva de futuro nessa "nova era". E agora? como construiremos a democracia, melhor, qual democracia? ou seja, nossa tarefa pela frente será longa e árdua, pois a transformação social se faz pelo povo, pelas massas; portanto, necessário a educação politizadora, a conscientização social dessas massas... E ele termina com a frase: "Sem esperança e sem alegria não andamos".

Vale a pena ouvi-lo... tarefa do final de semana... 




E terminamos com duas frases simbólicas, uma que gritávamos nos anos 80: DITADURA NUNCA MAIS!
E agora: DEMOCRACIA PARA SEMPRE!

Abraços fraternos...




2 comentários:

  1. O povo brasileiro experimentou o surrealismo trágico e paranóico do bozó e seus cúmplices, com seu mundo pequeno, pesadelo é assim mesmo atormenta mas quando.passar a gente num quer nem pensar . Agora é bola pra frente com Lula presidente com a esperança viva voando leve e solta com os sonhos de Darcy ribeiro pra nossa realidade. Que os artistas do poder emite esse grande mestre. Ano novo sonhos belos e reais..

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