segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Comemorando a SEMANA DA ARTE MODERNA


Uma coisa que o SBC gosta de fazer é RESIGNIFICAR. Vamos, então, agora resignificar a palavra COMEMORAR: Comemorar tem dois sentidos, no mínimo... um, comemorar: festejar, celebrar... o mais comum;
e o outro: comemorar, lembrar e apropriar da história... e fazer história... aprendemos com Frei Beto.

Em dezembro passado, em lançamento do livro sobre a China do Elias Jabbour (China, o socialismo do século XXI) na Livraria Don Quixote, conversando com o camarada Gilson Reis, ele nos disse dos 100 anos da Semana da Arte Moderna. E falamos da importância da comemoração enquanto apropriação da história.

Então, já naquele dia, nós nos fizemos perguntas:

O que levou àquela reunião de grandes artistas brasileiros a época?

Qual era o contexto histórico-social do Brasil?

E o que estava acontecendo no mundo?

E, como sabemos,  a arte se coloca  tanto como reprodutora das ideologias como construtora de novas ideias...

Esses questionamentos nos instigaram. O SBC é assim...

Então, "encomendamos" a pesquisa às nossas duas grandes personagens SBCenses,  Angel e Rochelle, que se meteram a jornalistas investigativas. E o resultado foi bastante interessante, e queremos compartilhar com vocês:

Eu vou começar compartilhando a pesquisa, especificamente sobre a semana.

E a Antonieta, que é historiadora, vai falar depois pra gente, sobre o contexto histórico e politico do Brasil e do mundo naquela época.

 A Semana de Arte Moderna aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar novas tendências artísticas, diferentes da arte clássica. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.

Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros consideraram que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual não se sabia ao certo o rumo a ser seguido. No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia.

E como foi a Semana? Realizada entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, foi uma 'explosão' de ideias inovadoras, que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX e início do século XX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão. Com este propósito, experimentavam diferentes caminhos, sem definir nenhum padrão. Isso resultou na incompreensão e na completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Ronald de Carvalho, ao recitar o poema Os Sapos, escrito por Manuel Bandeira, foi desaprovado pela plateia através de muitas vaias e gritos. 

A Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao longo do tempo. A arte continuou a expandir-se principalmente  pelo Movimento Antropofágico. Mais tarde, em 69, temos o filme Macunaima (o herói sem nenhum caráter), baseado no livro de Mário de Andrade. Link do youtube:

Versão em melhor definição: https://youtu.be/8IEeG7adLZQEnglish subtitles availableLeyendas en español disponiblesSous-titres français 

Principais artistas que participaram da Semana de Arte Moderna de 1922:

(Destaque pra Mário de Andrade, escritor (1893-1945), um dos principais nomes da Semana de 22)


















Nas Artes Plásticas: Anita Malfatti (pintora); Di Cavalcanti (pintor); Vicente do Rego Monteiro (pintor); Inácio da Costa Ferreira (caricaturista, desenhista e ilustrador);  John Graz (pintor);  Alberto Martins Ribeiro (pintor) ; Oswaldo Goeldi (pintor); Victor ||Brecheret (escultor);  Hidelgardo Leão Velloso (escultor); Wilhelm Haarberg (escultor).

Na Literatura: Mário de Andrade (1893-1945): um dos principais nomes da Semana; Oswald de Andrade (escritor); Sérgio Milliet (escritor, pintor e poeta);  Plínio Salgado (escritor); Menotti del Picchia (escritor); Ronald de Carvalho (poeta e político); Álvaro Moreira (escritor);  Renato de Almeida (escritor); Guilherme de Almeida (escritor); Ribeiro Couto (escritor). 

Na Música:  Heitor Villa-Lobos; Guiomar Novais; Frutuoso Viana;  Ernâni Braga .

Na Arquitetura: Antônio Garcia Moya;  Georg Przyrembel.

Outros destaques de artistas, ou que participaram da semana ou estavam presentes à época, ou antes ou depois, principalmente mulheres, as (tantas vezes) invisibilizadas:
 
- Tarsila do Amaral, pintora e desenhista do modernismo,  seu quadro Abaporu, de 1928, inaugurou o movimento antropofágico nas artes plásticas. Nosso camarada Gilson deve falar sobre ela...



 
- Pagu 

Patrícia Galvão. Escritora, poetisa, diretora, tradutora, desenhista, cartunista, jornalista, e militante comunista.
 
 
- Eugênia Álvaro Moreyra (atriz e diretora de teatro).



Duas curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna de 22, pesquisadas pela dupla Angel e Rochelle:

Uma delas foi a leitura do poema "Os Sapos", de Manuel Bandeira (leitura feita por Ronald de Carvalho), o público presente no Teatro Municipal fez coro e atrapalhou a leitura, mostrando desta forma a desaprovação. A seguir o poema:

Outra curiosidade: no dia 17 de fevereiro, Villa-Lobos fez uma apresentação musical. Entrou no palco calçando num pé um sapato e em outro um chinelo. O público vaiou, pois considerou desrespeitosa tal atitude. Depois, foi esclarecido que Villa-Lobos entrou desta forma, pois estava com um calo no pé.

 



Cartaz do último dia da Semana de Arte Moderna de 1922, quando ocorreria o show de Heitor Villa-Lobos.


E, nessa altura da pesquisa, tivemos a ideia desse projeto:

 ... que é um convite:

- escolha uma pessoa, artista da semana da arte moderna e faça um pequeno texto e grave um vídeo sobre este ou esta artista. Dizendo um pouco sobre ele ou ela e mostrando um pouco da sua arte... poema, música, quadro, etc.  Publicaremos no nosso blog e no nosso canal do Youtube.

BORA SBCenses!!!

 


Veja nosso vídeo sobre o projeto no YOUTUBE... e aproveita também pra se inscrever no nosso canal do youtube ... e no nosso blog também, viu?  pra receber e comentar sobre os vídeos desse projeto... e  outros vídeos... vai ser bacana...

... e, dando sequência à pesquisa, nossa SBCense historiadora Antonieta Shirlene vai gravar e escrever pra nós sobre o contexto histórico-politico-socuial do brasil e do mundo na época da Semana.

 - Aguardemos...

 


Abraços carinhosos...



12 comentários:

  1. Bora la Santuza.
    Comemorar é sempre bom.

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  2. Excelente!Eu já havia pensado várias vezes: nosso SBC e a Semana da Arte Moderna. Ela é comemorativa mesmo. Nós dois sentidos pela riqueza cultural e pelo legado legado da contemporãneidade polîtica. E eu cá de longe não tive iniciativa, mas as brilhantes blogueiras Sbcences não deixaram barato. Não só lascaram um belo desafio como nos apresentaram excelente conteúdo. Desafio aceito!
    Cleunice COutinho. Psicóloga, feminista, SBCence. Me aguardem que eu tô voltando!

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  3. Na epoca nao foi bem aceita,mas hoje sim,arte e interessante,e nos traz lembranças e crescimento de novas ideias e compreensão.

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  4. Temos que fazer com que os fatos históricos nunca sejam esquecidos. Comemorar os 100 anos da Semana de Arte Moderna
    é mais do que nunca necessário. Grandes nomes surgiram, outros tantos se afirmaram e fizeram a diferença na cultura e na arte brasileira. O SBC está de parabéns
    Espero contribuir com o projeto no meu vídeo sobre o assunto.
    E espero que gostem.
    No mais, estão todos e todas convidad@s a participarem.

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  5. Santuza, parabéns pela iniciativa. A arte move caminhos!

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  6. Respostas
    1. obrigada querida! aguardamos seu post. abraços carinhosos

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