quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Viagens SBCenses


Confirmado essa coisa de Presidenta ser uma pecha: na praia, onde ninguém a conhecia, ela pegou... pegou também um resfriado, tá com o nariz escorrendo, fungando,  até hoje. Encosto.

Mas referência de viagem boa é quando a gente volta e tem muita coisa prá pesquisar, sabe aquele livro, aquele filme, refletir sobre aquilo que a pessoa falou, ou seja, muitas boas trocas que ficam e nos enriquecem.
A Tu (não a Presidenta) saiu de BH hipersensibilizada com a questão da violência contra a mulher. Queridas, quando estiverem hipersensibilizadas, suportem com humildade! A questão não é ficarmos incomodadas com a hipersensibilidade e sim aprendermos a administrá-la, não deixar de ver nem se desesperar e alienar, mas ver com a serenidade necessária ao movimento de transformação, seja ele de que tamanho for, a começar por você mesma. “Todo homem pertence a outro homem, por direito, tanto quanto caia sobre seu poder... e se pertence a si mesmo quanto repelir toda violência, reparar os danos causados e, em poucas palavras, viver como lhe aprouver”. Este é um trecho do discurso de Spinoza, no Tratado Político, Bento Spinoza, filósofo de l600 e alguma coisa.
“Qualquer ato ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada, é considerado violência.” Esta é a definição prevista na Convenção Interamericana (também conhecida como “Convenção de Belém do Pará”), de 1994, para Prevenir e Erradicar a Violência contra a Mulher. Trata-se de fenômenos sociais e culturais ainda cercados pelo silêncio e pela dor. Quatro entre cada dez mulheres brasileiras já foram vítimas de violência doméstica. Seis em cada 10 brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima dessa violência. Machismo (46%) e alcoolismo (31%) são apontados como principais fatores que contribuem para a violência. 94% conhecem a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem seu conteúdo. Você sabe?

Trata-se de todos nós, homens e mulheres, aumentarmos nossa sensibilidade de perceber onde e quando reproduzimos de uma maneira super sutil uma sociedade machista e cruel para ambos os sexos (e os outros também) e tentarmos construir relações mais livres, desde as relações afetivo/sexuais até nós no mundo, cidadãos e cidadãs construindo um mundo mais bonito. Temos muito que aprender uns com os outros.


É isso aí: menos violência e mais orgasmos!!!


Nesse contexto foi lembrado o filme (brasileiro) Dias e Noites. Não vi ainda o filme, mas ele foi lembrado assim: a primeira mulher do filme conseguiu se livrar do marido, que a violentava; a filha não conseguiu, apesar do exemplo da mãe, e chegou a ser assassinada, a avó lutou muito pela guarda da neta e conseguiu; a cena final do filme é a neta perguntando prá avó como a mulher conseguiria superar a violência e a avó respondeu: precisamos aprender a dizer não!!! E a netinha sai correndo pela praia... completamente livre interpretação, como ficou no meu espírito.

Continuando o tricô praiano, todos os dias conversávamos até espumar o canto da boca como dizia uma amiga, também livre leitura de uma crônica de Luiz Felipe Pondé, ele escreve na Ilustrada do jornal Folha: dois amigos (ou amigas...) conversando sobre morrer e chegar ao céu, aí um pergunta pro outro: você não tem medo de ser cobrado por Deus de não ter sido um grande escritor, um grande artista, um grande músico, e por aí vai... ao que o outro responde... tenho não!!! A única coisa que tenho medo é de ser cobrado não ter sido eu mesmo(a)!!! sábio demais!!! É o único compromisso que devemos ter: ser você mesma(o)... bom prá princípio de ano, né? E o que significa para você, prá 2013, ser você mesma(o)? comece por responder, ou melhor, por começar a responder, é uma pergunta prá vida toda.

Novas teorias SBCenses sobre a parte C de cerveja: a bebida na praia tem efeitos diversos: na praia não se fica chapada, ficamos iluminadas, tudo fica visceral, a música, as pessoas, energia linda... tipo Caetano...

Aí facilmente passamos para o B de bobagem, o que tem de melhor no B? Piropas. Vocês já experimentaram a piropa pela dança? Então, ele gosta tanto de dançar que desaprendeu de piropar fora dessa situação, ele só sabe piropar dançando! Então ela foi dar uma dica prá ele: olha só, você vai conversando com a pessoa e vai chegando perto dela e fica com sua boca a quatro dedos da boca da pessoa e olhando nos seus olhos, aí você espera a aceitação da mesma, você sentirá... dia seguinte na praia: aí, deu certo? Uai, experimentei, aí quando eu estava a quatro dedos e olhando nos seus olhos ela pôs o óculos de sol!!! EH, acho que não deu dessa vez... mas continue tentanto!!!

Agora, voltando à dança (e lá tem muita dança: forró, reggae, samba, tudo da melhor qualidade, adivinha onde estávamos?), cada um ia prá uma dança na noite e a praia no dia seguinte era a hora do tricô. Então, teoria sobre piropa na dança: há controvérsias, alguns e algumas consideram que uma das melhores horas de piropar é a hora da repescagem, o final de festa. Há que se ter muita sabedoria para joeirar (separar o joio, a erva daninha, do trigo), mas se encontra muita gente super interessante. Então, trata-se de uma espécie de peneirada, e outras pessoas consideram que nessa hora o buraco da peneira sempre alarga... rsrs... mas se você não está na fissura, está por conta do bom acaso, podem também acontecer grande encontros... Experiências SBCenses para 2013, o que acham?


Outras conversas, sobre antiguidades: pessoas que marcaram a geração 80: RENATO RUSSO (vamos comemorar a estupidez humana, ... a estupidez de quem cantou essa canção: venha, meu coração está com pressa..., lembram?) e CAZUZA: sabiam que ele nem sabia seu nome de batismo, por isso não respondia à chamada na escola. Só mais tarde, quando descobre que um dos seus compositores prediletos, Cartola, também se chamava Agenor (na verdade, Angenor, por um erro do cartório), é que ele começa a aceitar o nome. Sabiam também que ele adorava músicas de lama (Cartola, Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa, Dalva de Oliveira). Conhecem alguém parecido? Esses dois são SBCenses! Alguém podia publicar no blog sobre eles!
Outras antiguidades: já repararam como as gírias entram e saem da moda? Esse cara é prego! Voltou a moda! E “ele é um tipão”, é do tempo das pornochanchadas, de Oscarito e Grande Otelo. Agora, na mesma categoria, comentário sobre uma mulher na praia: “Reparou como ela é melhor indo do que vindo? Estupenda!”

Outro assunto importantíssimo para o SBC: meninas, os homens ADORAM mulheres de cabelos curtos!!! Não todos eles, alguns, os mais sensíveis rsrs, lembram mulheres fortes, que saíram da ditadura do feminino de ter cabelos longos, que dão muuuito trabalho. E mais naturais, com os anelados, ondulados, sararás, que nos fazem tão bonitas!!!
Também ficamos conhecendo a Eliza Lucinda, ela tem casa lá em Itaúnas, estava lá na praia, conhecem a pessoa? Artista, cantora, escritora de livros infantis e adultos, escreve de um jeito bem humorado sobre a negritude. Há, me lembrei agora de outro dado sobre a violência, sem dúvida trata-se de um tipo de violência. A mulher, no mesmo cargo, quase sempre ganha menos que o homem, aí a pessoa disse: dados estatísticos dizem que a mulher negra ganha metade da mulher branca, no mesmo trabalho...


E por último, um exemplo de carência e necessidade de auto-afirmação: o cara passou três ou quatro vezes de Ferrari. A conclusão do grupo: gente, esse cara quer um abraço, vamos fazer a campanha “dê um abraço no cara da Ferrari” rsrsrs.

Enfim, divertida e enriquecedora... obrigada Lu, Carol, Gabi, Flávia, Marcelo, Del... e muitos outros e outras...

Beijos a todos e todas

TU

2 comentários:

  1. Santuza vc tem uma memória fantástica, ler o seu artigo fez surgir em minha mente as fotografias da viajem.
    Hoje li uma frase legal:
    Encha sua vida de dança e a sua dança de vida.

    Mas acho que ficou faltando um lugar para as Piropas. Inté +

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  2. Lema para 2013:
    Perca a razão, perca a piada, perca até o fim da meada, mas não perca a Piropa.

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