quarta-feira, 13 de maio de 2015

SBC entrevistado pela revista francesa LE PENDULE

SBC crescendo e se internacionalizando... acho que vai ser publicado na edição de junho ou julho... aqui no nosso blog, em primeira mão e traduzido... e já com as ilustrações recebidas hoje, 14 de maio...

Talvez pela proximidade musical do Brasil com o nosso pais, de repente aqui no Sul da França só se ouve falar de um grupo de amigos que surgiu na cidade de Belo Horizonte (Brasil) e promove festas abertas nas praças, regadas a sambas da melhor qualidade, bobagens (uma redefinição do termo)  e cervejas (ou qualquer outra bebida que se queira num ambiente democrático). Mas o SBC é mais do que isso. Trata-se de um conceito de vida, além de planejar (e já estar realizando) projetos sócio/culturais, como se coloca nesta entrevista com a SantuzaTU,  principal representante do grupo.
 
L P : Afinal, o que vem a ser o SBC, de que tanto se fala aqui no sul da França?
 
SBC: Caríssimos, a sigla SBC significa Samba, Bobagem e Cerveja. Trata-se de um grupo de amigxs que se reúne em torno da música, particularmente o Samba. Nos reunimos mais ou menos uma vez por mês, preferencialmente em praças públicas, com o objetivo de cantar, conversar, fazer novos amigos e realizar bons encontros, falar bobagens, que significa no SBC "coisas boas para a vida", que nos fazem rir e crescer como pessoas.
Nosso símbolo é uma pipa e as pessoas constroem modelos da mesma e bordam nas camisas.
 
 
L P : Conte-nos como surgiu o grupo.
 
SBC : Sim... a ideia não é minha, eu a divulguei e contribui na consolidação do grupo, por puro interesse vital. Preciso incluir nesse relato uma fase da minha vida: há cerca de 15 anos atrás estava vivendo uma etapa muito difícil, de solidão, de reestruturação da vida nos vários níveis de relação, enfim, de busca de sentido na vida. Foi nessa época que uma grande amiga me aplicou no samba, particularmente numa casa de samba em Belo Horizonte, o Cartola Bar. Aí comecei a conhecer novas pessoas, de várias classes sociais, idades, pessoas diversas, a maioria tinha em comum essa busca de sentido. E queria também fazer amizades, encontrar novos amores, e por aí vai. Um amigo SBCense faz uma espécie de definição que se transformou até num slogan do SBC: Minha vida AC/DC (antes do Cartola e depois do Cartola).
Pois bem, num desses encontros no Cartola uma pessoa me sugeriu: TU, vamos criar o SBC? Essa pessoa deu uma sumida, e eu fui divulgando a ideia do SBC entre os amigos e, ao mesmo tempo, "construindo" o que seria esse grupo. O Bar Cartola fechou, algumas pessoas se dispersaram, mas o SBC continuou reunindo pessoas e realizando projetos, e foi se consolidando enquanto grupo e enquanto conceito.
Por exemplo, redefinimos e resignificamos o valor de amizades para a vida. Na nossa cultura aprendemos a super valorizar as relações íntimas e desvalorizar o nível de relações de amizades. No SBC as amizades são vitais, dão sentido e são a base para todos os níveis de relação, ou seja, não há amor sem amizades, não há trabalho sem amizades, e são com os amigos que realizamos projetos para um mundo melhor.

L P : Este "conceito" seria uma filosofia de vida? conte-nos sobre isso.

SBC : Com certeza. O SBC foi se construindo enquanto grupo e enquanto filosofia de vida. Trata-se de um grupo que surgiu, como vocês puderam ver, de uma forma bastante espontânea. E, segundo definição construída, é um grupo Aberto, Inclusivo, Democrático, Anárquico e Ecológico. Explicando: Aberto (não tem um número definido de pessoas, em cada encontro temos pessoa novas, que se identificam e continuam fazendo parte, ou não); Inclusivo (o SBC pratica a inclusão e o combate a qualquer forma de preconceito, partindo do pressuposto de nossa humanidade em reconhecermos os mesmos e combate-los, aprender (e crescer enquanto pessoa) sempre com o diferente e, por fim, aprender sempre a sabedoria de relacionar com o melhor de cada um); Democrático (o SBC procura sempre incluir novas ideias e, principalmente, novas ações); Anárquico (não temos "diretoria", ou melhor, se diz que todo mundo que entra  (ou que contribui espontaneamente) para o SBC já faz parte da  "diretoria", ou seja, todas as pessoas do SBC são igualmente importantes); e Ecológico (sim, se pensamos num mundo melhor, isso inclui a ecologia - externa e interna. Procuramos incentivar/praticar a ecologia nos nossos projetos).

L P : E quais são esses projetos? O que o SBC vem realizando e pretende realizar?

SBC: Então, a "diretoria" do SBC foi idealizando o grupo. Nessa idealização, duas coisas importantes: a primeira é que ninguém faz nada pelo SBC e sim o SBC é que nos proporciona oportunidades de realizar sonhos, como, por exemplo, o sonho de participar da construção de projetos sócio/culturais, o que nos traz sentido à vida, aquele de crescer em todos os níveis de relação, do íntimo ao público, no caso nos desenvolvermos enquanto cidadãos, praticarmos a cidadania. E segundo, a ideia de que o pensar é grande e o fazer é "de formiga", de pouquinho em pouquinho, a cada dia, sem perder a direção que desejamos.
Nosso primeiro projeto realizado foi um blog, onde escrevemos sobre os "casos" SBCences, sobre nossas filosofias, reflexões, conversas... tudo isso. Para mim, particularmente, o blog vem a ser um ganho incomensurável. Eu sempre queria escrever, me sentia "entupida" em algumas ocasiões, de tanto pensar... então, escrever, prá mim, foi vital, é uma forma de elaborar os pensamentos, as emoções, trocar ideias e, enfim, crescer.
O blog sbccoletivo.blogspot.com pretende se tornar um livro, estamos a procura de patrocinadores.
Segundo projeto SBCense: o bloco de Carnaval, desfilando pela terceira vez aqui em Belo Horizonte, em bairros da periferia.

L P : Conte-nos mais sobre esse projeto. Assim como a Bossa Nova, o Carnaval é um "produto" francês do qual vocês no Brasil se apropriaram, e com muita competência. Mas o carnaval, aqui chamado Passeio do Boi Gordo,  é uma grande festa francesa desde o século X. Ficou algum tempo no esquecimento mas foi retomado/fortalecido há cerca de 50 anos. O confete de papel e a serpentina foi lançado mundialmente por nós,  por volta do final do século XIX e início do século passado. Veneza é famosa por suas máscaras de carnaval há muitos séculos e em Nice, aqui no sul, o personagem Triboulet sacode a multidão na nossa festa que foi, neste ano, de 13 de fevereiro a 1 e março.


SBC: Que legal! os SBCenses vão gostar de saber dessas estórias sobre o carnaval da França!
Aqui em Belo Horizonte também o carnaval foi esquecido, mas a cerca de uns cinco anos prá cá foi retomando o que chamamos de "manifestações espontâneas de rua", o pessoal se juntando e formando uma bateria, aí a gente vai cantando e dançando pela rua afora... fevereiro aqui é mês de muito calor, então as pessoas nas casas vão jogando água de mangueira no bloco para nos refrescar (esse costume foi abolido neste ano em função da escassez de água).  
Nesses cinco anos alguns blocos foram se sofisticando, carro de som, multidões. Não é o caso do SBC. Somos um bloco de periferia, pé no chão, no gogó. Vamos animar bairros mais pobres, que até já tiveram tradição de carnaval mas agora não comemoram mais e as pessoas tendiam a sair do bairro ou até mesmo da cidade para brincar no carnaval. Fizemos nossos dois primeiros anos (2013 e 14) no Bairro Padre Eustáquio. Neste ano fomos para o Bairro Aparecida.

L P : E vocês também trabalham temas no carnaval?

SBC: Sim, claro! Nosso primeiro carnaval foi uma homenagem a D. Olímpia, uma figura histórica de Ouro Preto, nossa primeira capital, uma cidade bastante visitada por turistas de todo o mundo, inclusive da França. D. Olímpia, de origem nobre, uma pessoa avançada para seu tempo, revolucionária, ficou meio doida (de amor) e perambulava pelas ruas de Ouro Preto fazendo o papel de guia, apresentando a cidade aos turistas.

 

No segundo, 2014, fizemos o slogan "Preconceito não, Liberdade sim", uma espécie de "grito de guerra" de combate a qualquer forma de discriminação. Nesse ano resgatamos uma tradição do princípio do nosso carnaval, o Entrudo, uma guerra de "água cheirosa", foi muito bacana.



Outra coisa que fazemos é sempre começar nosso desfile com o "começo" do nosso carnaval, uma marcha de nossa grande compositora Chiquinha Gonzaga. Em seguida, e de tempos em tempos durante todo o desfile, cantamos o hino do SBC, composição do nosso diretor musical Carlitos Brasil. Desde o primeiro desfile fizemos uma pesquisa musical: de marchinhas históricas do nosso carnaval; e de marchas-rancho, que é um outro ritmo, mais lentas do que as marchinhas, ambas muito bacanas, um diferencial bem brasileiro.
Ah, outro diferencial do SBC é a distribuição de chocalhos ecológicos, feitos com garrafas pet. Com isso as pessoas se sentem "fazendo parte do bloco" e desenvolvem o ritmo.

L P : E nesse ano, como foi o carnaval do SBC?

SBC: Então, mudamos de bairro, pois nossa tradição é ser itinerante, não queremos a tradição de nos fixar em algum bairro, queremos, sim, conhecer nossa periferia. No bairro Aparecida consolidamos mais ainda nossa característica sócio/cultural. Fizemos, no desfile, um encontro com um bloco de Maracatu que foi muito bonito. O Maracatu é um ritmo musical afro-brasileiro, dança, mais que isto, é um ritual de sincretismo religioso cristão com as crenças africanas.



O nosso tema neste ano foi o Morcego, bem a cara do SBC, símbolo de longevidade, de transgressão, inclusive no nosso estandarte vinha a frase "morceguense" (e SBCense): Vendo a vida de cabeça prá baixo.

L P : Muito interessante! e os projetos para o carnaval 2016, já estão pensando? 

SBC: Sim, com certeza... Estamos pensando (e já recrutando pessoas) num projeto  para o carnaval, no entanto já com ideias de se ampliar e se transformar num outro projeto sócio/cultural do SBC. Trata-se de um grupo de canto (ou um coral). A ideia para o carnaval é:  em alguns pontos definidos do desfile, a bateria (cujo repertório é mais de marchinhas) parar de tocar,  e o Coral entra A Capela com uma música ( uma marcha-rancho, samba, ciranda, uma música de roda de capoeira, e por aí vai, mais ou menos umas cinco "paradas A Capela"), daí o coral recomeça com o hino do SBC e a bateria retoma e continuamos nosso desfile.
Trata-se de uma "inovação" SBCense para o Carnaval, mas (dentro da ideia de "pensar grande e fazer de formiga") já estamos sonhando com a ideia desse coral se transformar num outro projeto sócio/cultural, que seria o Coral SBCense se apresentar em praças públicas e em asilos.

L P : Que projeto interessante! Acho que os velhinhxs vão gostar... Algum outro projeto em vista?

SBC: Vão aparecendo, com certeza. É uma característica do SBC, a construção no caminhar.
Já temos um projeto construído pela metade, mas muito bem guardado a espera de oportunidades. Trata-se do Projeto "Virada Cultural do Samba", do tipo 12 horas seguidas de samba numa cidade do interior (ou num bairro).
Outro projeto sonhado pelo SBC é o Blue Sky Village, este projeto é até anterior ao SBC mas nós incorporamos. Trata-se de uma casa dos SBCenses (a princípio pensamos nos SBCenses "velhinhxs" mas o "sonho" se ampliou e incluímos SBCenses de todas as idades).
O SBC tem também o "projeto saúde total", é o Grupo "Bicho de Pé", que faz trekking mais ou menos uma vez por mês.

L P : Então o SBC "pensa grande". Quem sabe o próximo projeto será vir aqui na nossa região?



SBC: Sim, claro!!! Faremos um carnaval no Sul do França, como não! Temos certeza que vocês vão adorar e nós também... Seremos, então, o SBV (Samba, Bobagem e Vinho)...

L P : Agradecemos a oportunidade de divulgar algo de tão importante, a "filosofia SBCense" da busca da qualidade de vida em todos os níveis de relação e o se pensar (e agir) no mundo para transformá-lo pela arte, num mundo mais "bonito", não é isso?

SBC: Isso!!! Captou completamente a ideia, fico feliz... Continuamos em contato e muitíssimo obrigada pela entrevista.


                                                                            Nimes, 1 de maio de 2015

                                           


                                            (Quel est-il? Je peux bien sûr!!! Il s'agit d'une licence poétique...)





 

quarta-feira, 29 de abril de 2015

CONVERSAS SBCenses : MACHISTAS DE ESQUERDA

Se a direita luta pela manutenção dos privilégios então a esquerda devia lutar contra todo tipo de privilégio e em favor do máximo de igualdade. Não parece óbvio?  Porém estamos cansadxs de saber que a opressão não é igual para todas as pessoas: não é igual para mulheres em relação a homens, ou gays em relação a heteros, assim como qualquer pessoa que sai dos padrões, negrxs em relação a  brancxs,  e por aí vai.
 
E a conversa andava nesse nível quando uma pessoa comentou, como eu sempre digo: TU (sou eu...), morro de medo de pessoas que se dizem não preconceituosas e\ou não machistas... são pessoas a serem temidas pois querem praticar uma "perfeição desumana". São resistentes a qualquer problema, a qualquer coisa do humano. Não tem consciência e, por consequência, não sabem lidar com seus preconceitos e machismos.
 
E foi por aí que apareceu a ligação da política (num sentido amplo) com o machismo. E um amigo comentou sobre post recente lido num blog : "nada mais parecido com um machista de direita do que um machista de esquerda". Adoramos o comentário, super SBCense. E fomos pela noite conversando... 
 
Se o machista se sente confortável em desfrutar da opressão de mais da metade da população mundial (as mulheres), então ele pode ser chamado de direita, coxinha, etc. Mas se o machista de esquerda faz isso nem de esquerda ele pode ser.  Parece simples, mas não é... O  machista de esquerda é muito diferente do machista de direita. Vejam nosso post sobre lado A e lado B das pessoas... o machista de esquerda é o lado A fake, super fake... sabem porque?
 
 
Ele é um fofo... parece um cara sensível, tolerante, inteligente e bom. Não é difícil se apaixonar pelo machista de esquerda. Ele não coça o saco, não arrota em público, não assedia mulher na rua. Ele gosta que você seja inteligente e não liga para a sua aparência, te chama sempre de Linda, e a todas as mulheres.  O machista de esquerda é "perfeito". No público...
 
Segundo nossa blogueira: ... "Entre quatro paredes, ele deixa a casa imunda e diz que não se incomoda de comer lixo na rua todos os dias pra não ter que cozinhar. Você cozinha porque você se incomoda. Você limpa a casa sozinha porque você é neurótica e burguesa, porque não há problema algum em viver num chiqueiro. Evidentemente, ele sempre come a comida que você cozinha e até chama os amigos para jantar depois que você se matou na faxina o dia todo enquanto ele revisava suas anotações de A origem da família, da propriedade privada e do Estado. E depois do jantar agradável ele toma a iniciativa pública de lavar a louça, afinal ele é fofo e super reconhece o seu trabalho".

 
 
E xs SBcenses vão completando o perfil dessa pessoa:  Como ele é sensível, ele nunca te critica - nem muito menos elogia. Nunca. E com uma certa frequência, deixa escapar comentários elogiosos sobre mulheres muito mais magras/altas/jovens/peitudas/etc. do que você. Sem maldade, olhos de esteta. E você fica grata ao esquerdomacho por ele te amar assim, acima das coisas mundanas. E sua autoestima vai despencando a cada dia. Sutil...
 
Ele admira a sua inteligência. Só fica meio puto quando você se sai melhor que ele em seja lá o que for. Mas a puteza não pode ser revelada, nem prá ele mesmo, afinal ele é o deus. Mas, de uma forma sutil, vão se revelando agressões que você nem consegue acreditar, acha que está ficando doida, super sensível, e tragicamente vai deixando prá lá, relevando... afinal, ele é fofo...
 
Depoimento SBCenses:  Ele não me estupra, mas fica muito bravo se não quero transar. E bate portas e se tranca no quarto e  me deixa ali me sentindo miseravelmente culpada.
 
E aí está o machista de esquerda nas relações pessoais e íntimas. Igual ao machista de direita, mas com muito mais  força de  manipulação. Afinal, todo mundo sabe que ele é fofo.

 
Outro depoimento SBCense: me fez lembrar anos 60\70... assim: o machista de esquerda parece uma repaginada do "bom partido", aquele que nos dizia "a rainha do lar"... trata-se de um elogio que tem como objetivo a "escravização", a "submissão" ao modelo; e nós, mulheres, estávamos fazendo força para superar o modelo, e saímos para o trabalho... aí era a época dos 4 turnos: trabalho, casa, filhos... e o 4o... sexo\estupro (esta era a sensação)... não sem elogios... sutil do tamanho de uma patada de elefante... mas coube(e cabe) a nós descobrirmos essa sutileza e nos livrar dessas amarras...
 
Tarde da noite, tivemos que "suspender" o assunto, cada um continuando com as suas reflexões. E  eu sugeri terminarmos com uma "reza" que aprendi com uma mulher sábia: "Deus nos livre dos meus bem feitores (aqueles que nos feitoram pelo bem...) dos mal feitores é mais fácil se livrar, eles são visíveis"... Amém.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Conversas SBCenses: O AMOR MATA... O PODER TAMBÉM MATA...


 

Ela tinha acabado de se separar e mudou com os dois filhos, um rapaz e uma moça ainda adolescentes, para outro apartamento no mesmo bairro, menor, era o que dava para adquirir com a divisão dos bens. Aliás uma divisão de bens injusta e retaliadora, pois era ela que queria se separar e ele estava fazendo uma espécie de vingança... mas ela estava abrindo mão dessa parte, tudo que queria era se ver livre de uma relação que sentia que tinha acabado... sim, amor acaba... ou é construído por ambos diariamente, ou cai na mediocridade, no conformismo, “família margarina” é ruim demais!!!
  
Ela se lembra do filme As Horas... baseia-se no livro de Michael Cunningham, que, por sua vez, se inspirou no romance “Mrs. Dalloway” de Virginia Woolf. O enredo trata da história de três mulheres que carregam em suas vidas muitos sentimentos em comum, como a insatisfação e o fracasso. A primeira é a própria Virgínia escrevendo o livro. Seus conflitos internos são repassados para a obra, inclusive o suicídio. A segunda mulher é Laura, dona de casa, esposa e mãe. Laura encontra-se desesperada dentro de um casamento onde os sentimentos são artificiais, pois embora viva num ambiente de tranqüilidade e aparente felicidade, se sente vazia e cogita a morte para escapar da realidade da sua vida medíocre. Ela está lendo o livro de Virgínia, o qual reforça sua idéia de evasão e suicídio. A terceira é Clarissa, uma bem sucedida editora, mulher cosmopolita do século XXI, vive um relacionamento lésbico de longa data e se identifica paradoxalmente com Mrs. Dalloway. Tudo o que Clarissa deseja no momento é que sua festa em comemoração a um prêmio à obra poética de Richard, seu melhor amigo e ex-amante dê certo. Mas ela também sente o vazio daquela arrumação fútil e o peso das horas.

 O título vem disso: o desespero das três mulheres vai crescendo com o passar das horas, horas sempre iguais, horas sem nenhuma esperança de mudança, sem nenhuma ansiedade, só a ansiedade provocada pelo nada. Solidão, infelicidade, doença, morte... e identidade (a eterna pergunta: quem sou eu, o que quero construir...  e realização (na cama e no mundo). As lutas e sofrimentos vivenciados pelas três mulheres são universais.
 
E a nossa personagem se identifica com a Laura, a cena é presente em seu espírito até hoje: uma mesa redonda, ela, o filho e o marido ao redor, um bolo de aniversário simplesinho , o segundo que ela faz com o filho, o primeiro ficou horrível pois ela não sabe fazer bolos, estão cantando parabéns... e a câmera foca agora somente ela, seu olhar é vazio, completamente... sem sentido... ou tentando encontrar um sentido... a perplexidade do sem sentido... quem faz este papel é a Julianne Moore, espetacular, passa o sentimento no olhar!

Mas o fim de uma relação é sempre sofrido, são muitas as perdas, a menor delas é a grana, assim ela estava vendo... e, embora tenha tomado essa decisão, ela estava muito triste, conta agora, uns dez anos depois, que ficou mais ou menos um ano em depressão, vivendo uma tristeza que não saia dela, não sabia por onde recomeçar, reapropriar da vida, colocá-la nas suas mãos, afinal até então, embora profissionalmente tenha se afirmado, ainda era impregnado nela seu papel de esposa e mãe, de viver em função do marido e filhos, essa coisa do quem sou eu, o que quero... já estava definido, não precisava pensar sobre isso... e aí é duro a mulher se deparar com essas perguntas. Mas em torno de um ano depois, não sem muito esforço, ela se levantou e começou, aos poucos, a praticar: Porra!!! Ninguém vai tomar conta da minha vida por mim!!! Sou eu mesma que tenho que fazer isso!!!

E a Laura, a personagem, aparece de novo já velhinha, numa conversa com a terceira mulher, a contemporânea, a Clarissa, que quer entender porque ela tinha feito aquilo, abandonar a família... e ela diz: não sei muito bem... só sei que tinha duas escolhas, a vida ou a morte...e escolhi viver... mesmo que soubesse que esta decisão significasse o sofrimento para as pessoas mais próximas, no caso o meu filho.

Voltando à nossa personagem, agora, uma pessoa mais inteira, mais ou menos dez anos depois, ela se lembra também de um “acaso” que a ajudou enormemente a superar essa fase e se reconstruir enquanto pessoa, refletir sobre si mesma, sua visão de mundo, seus desejos, sua identidade: aquele tempo de depressão era também umm tempo de “escutatórias” dos vizinhos!!! Seu novo apartamento era do lado de um hospital psiquiátrico (que não mais existe, ainda bem...) !?!? E ela, nos seus dias mais tristes, ficava a ouvir os “doidos” e pensar sobre os discursos da loucura... e percebeu que havia uma diferença de loucuras: as dos homens e das mulheres. Assim ela coloca: o discurso da loucura feminina é sobre o AMOR; e o discurso da loucura masculina é sobre o PODER.

 E ela percebe como é importante compartilhar essas vivências e reflexões  com outras mulheres e outros homens.  E trocam ideias sobre os discursos e visão de mundo daquelas pessoas, naquilo que têm de semelhantes à visão de mundo de nós, “normais”... e não seria verdade que a “normalidade” é louca e justamente quem tenta sair dela e construir-se a si mesmx e construir um mundo mais bonito e que sai da loucura? E ela conversa... e faz amigxs, e amplia sua compreensão de mundo e pratica o “crescer através dx outrx, pois não é disso que é feito o humano?
 
Pois aí vai: as mulheres confinadas num hospício só falam, choram, se lamentam sobre o amor, a perda, a falta, o não reconhecimento, se doaram, deram a vida e eles a abandonaram... assim elas passam a concepção de amor, essa vigente na nossa cultura “amar é dar a vida” (ao homem, aos filhos, e por aí vai...)... o amor da falta de amor próprio, o amor que cobra a submissão do outro, pois se não deixa o outro livre!!! Pois se ao dar ela não está se dando!!! Aí se reproduz  o amor de dominação... E o discurso masculino é o do poder: a perda do poder, a manutenção do poder, a distorção do poder, o “poder sobre”, jamais o “poder para”, humanamente/relacionalmente construído. E alguém duvida que a loucura é justamente a reprodução do único modelo relacional possível ainda nesse mundo, dominadores e dominados? Por isso o amor mata, e o poder também mata, morte psíquica... 
A Cor Púrpura
E ela pergunta: O que você acrescenta prá gente refletir e compartilhar com mais gente que quer pensar e construir relações mais bonitas, mais livres? E se lembra de outro filme visto naquela época e presente na sua vida desde então, um filme imprescindível para todxs nós que queremos compreender melhor o mundo feminino. A Cor Púrpura (The Color Purple), romance epistolar (é um livro escrito usando-se uma técnica literária que consiste em desenvolver a história principalmente através de cartas) da premiada escritora americana Alice Walker, lançado originalmente em 1982.
 
O romance foi adaptado para o cinema em um filme com o mesmo nome e lançado em 1985, dirigido por Steven Spielberg. O cenário é Georgia, 1906. Em uma pequena cidade, Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister", que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provém por alimentar uma forte paixão por Shug Avery, uma sensual cantora de Blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas, a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem, primeiro para Deus e depois para a irmã Nettie, que foi para a África e se tornou missionária. As cartas não eram recebidas por Nettie, pois Mister as escondia. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia, esposa de Harpo, filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.
 
E o que mais toca a nossa personagem são duas cenas da Celie: a primeira, no princípio do filme,  ela diz para a irmã... "a única coisa que consigo agora é me manter viva". E a outra, ao final do filme, Mister gritando... "o que vai fazer sem mim!!! você é negra, pobre, feia!!!" ... e ela responde: ..."posso ser tudo isso, mas uma coisa eu sei: ESTOU VIVA!!! E vou viver a minha vida!"
 
Pois é... e terminamos com a Simone de Beauvoir: ... quem abre mão do trabalho que dá a construção de uma existência autenticamente vivida abandona a própria vida, se submete, vira escravx... dá trabalho viver!!! mas vale a pena...
 
Beijos carinhosos a todxs...
 
TU

segunda-feira, 2 de março de 2015

Reflexões SBCenses: as pessoas e os LPs


Olha que imagem bacana!!!
 
Estava escrevendo este post quando fui tomar uma cerva no LA PUTTANESCA LOUNGE CAFÉ, com meu querido amigo Edu. Lá conheci o Mauro, que me mandou a foto de uma parede do lugar, o que eu precisava para ilustrar nosso post. Obrigada, queridos novos amigos!!! Então, vamos às considerações sobre as pessoas e os LPs...

O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil, ou ainda Long Play (LP) é uma mídia desenvolvida no final da  década de 1940 para a reprodução musical, que usa um material plástico chamado vinil (normalmente feito de PVC), usualmente de cor preta, que registra informações de áudio, que podem ser reproduzidas através de um toca-discos. Possui microssulcos ou ranhuras em forma espiralada que conduzem a agulha do toca-discos da borda externa até o centro no sentido horário. Trata-se de uma gravação analógica, mecânica. Esses sulcos são microscópicos e fazem a agulha vibrar. Essa vibração é transformada em sinal elétrico. O sinal elétrico é posteriormente amplificado e transformado em som audível (música).

O vinil é um tipo de plástico muito delicado e qualquer arranhão pode tornar-se uma falha, a comprometer a qualidade sonora. A poeira é um dos piores inimigos do vinil. Os discos precisam constantemente ser limpos e estar sempre livres de poeira, ser guardados sempre na posição vertical e dentro de sua capa e envelope de proteção (conhecidas, vulgarmente, como capa de dentro e de fora).

Entre a década de 1970 e meados da década de 90, o cassete era um dos dois formatos mais comuns para a música pré-gravada, junto aos discos de vinil. Eu contava a duração das minhas viagens não em tempo ou em quilometragens, mas em quantas fitas cassetes eu precisava para chegar ao destino. A venda de conjuntos integrados (no Brasil 3 em 1) com receptor FM, toca-discos para vinil e gravador cassete fizeram com que houvesse uma tremenda difusão nas fitas gravadas domesticamente, cada um podia fazer a sua seleção de músicas das rádios ou dos discos.

 

Durante a década de 1980, a popularidade do cassete se manteve como resultado dos gravadores portáteis de bolso e os reprodutores pessoais como o Walkman da Sony, cujo tamanho não era muito maior do que o do próprio cassete e que permitia a música ser levada "dentro do seu bolso".

À parte dos avanços puramente técnicos dos cassetes, estes também serviram como catalisadores para o câmbio social. Sua durabilidade e facilidade de cópia ajudaram na difusão da música underground e alternativa bem como no intercâmbio musical entre o então "Ocidente" e a "Cortina de Ferro" (países socialistas) trazendo a música underground rock e punk e levando o rock ocidental.

A partir do final dos anos 80 e início da década de 1990, a invenção dos compact discs (CD) prometeu maior capacidade, durabilidade e clareza sonora, sem chiados, fazendo os discos de vinil ficarem obsoletos e desaparecerem quase por completo no fim do Século XX.

No Brasil, o LP começou a perder espaço em 1992. Em 1993 foram vendidos no Brasil 21 milhões de CDs, 17 milhões de LPs e 7 milhões de fitas cassetes.

A partir de 1995, as vendas do LP declinaram acentuadamente. Apesar disso, alguns audiófilos  (não conhecia essa palavra!!!)  ainda preferem o vinil, por acreditarem ser um meio de reprodução sonora bem mais fiel que o CD. Ainda existe o forte aspecto lúdico que os discos de vinil proporcionam segundo os seus defensores, já que a embalagem comercial do LP proporciona um espaço muito maior de exposição em relação ao CD por exemplo; onde costuma-se inserir artes e posters em tamanho muito superior, e de fato vários vinis lançados ao longo dos seus anos dourados (e atualmente também) possuem em suas embalagens verdadeiras obras de arte, muito apreciadas por entusiastas que as manuseiam durante a audição dos discos. Nós já falamos sobre isso (veja nosso post de 24.jan.2013), quando citamos a capa do disco TODOSOSOLHOS, do Tom Zé, de 1973, plena ditadura e o cara coloca na capa um olho (olha lá no post, vale a pena). O ritual próprio de desembalar, manusear cuidadosamente o disco, apreciar a arte dos grandes encartes, virar manualmente os lados quando estes acabam é muito apreciado pelos defensores desta mídia analógica, representando uma melhor apreciação do som e do produto mercadológico oferecido pelo artista.

Por estes motivos até hoje se fabrica LP e toca-discos em escalas consideráveis, bem como intensa procura e troca de novos e usados, que são objetos de relíquia e estima para audiófilos e entusiastas de música em geral.
 
Feita nossa pesquisa GOOGLELÍSTICA... (no google, gente!) vamos à nossa PESQUISA ANTROPOLÓGICA SBCense: a comparação das pessoas com o LPs é riquíssima e provocou inúmeras reflexões, conversas, descobertas... tudo de bom... não me perguntem quem me sugeriu tal comparação, não me lembro... só sei que apropriei e fui trocando ideias com todo SBCense que encontrava... e aí vão elas, quem quiser que aproveite... para o autoconhecimento, para a vida e as relações: 
  • A primeira vista todo SBCense dizia: ah, eu quero ser o lado B, é muito mais interessante! pensando mais um pouco chegávamos à reflexão que esta é uma conclusão rasa, superficial... tem muito mais coisa a se pensar...
  • Vamos às perguntas: comparando com o vinil, o que seria o lado B das pessoas? e o lado A ? Como tal metáfora e as reflexões sobre a mesma me/nos enriqueceriam?
  • E às elaborações: o LADO B, segundo elaborações de SBCenses famosos, é o nosso lado "eu mesmo", o nosso lado mais autêntico, mais livre, mais sentimentos, emoções; já o LADO A é aquele que depende da aprovação, do reconhecimento dos outros, portanto, o lado que incorpora os padrões aceitos socialmente, o lado "bonzinho", o lado que "aparece mais no social".
  • Captada a metáfora, vamos visualizar: imaginem uma pessoa em que predomina o Lado A... imaginaram? conhecem? aff... não sei se essa pessoa faz mais mal a ela mesma ou às suas relações... vou tentar descrever, do que ouvi: primeira coisa, é muito fake essa pessoa, fabricada, não conhece seu lado B, foge dele, talvez por medo.  Deve ser rígida, auto controladora, assim como deve ser também uma pessoa que quer controlar, submeter, "comprar" os outros. E, convenhamos, é uma prisão terrível ser não aquilo que somos mas o que o outro gostaria que fôssemos. E mais, uma pessoa "adaptada" pode representar um perigo muito grande, a si mesma a às pessoas ao seu redor.
  • Ouvi também o seguinte: TU, eu percebo que meu lado A em excesso me faz mal, sinto que seria uma pessoa muito melhor se eu desse mais abertura ao meu lado B, sinto que seria mais leve... mas fui educado muito Lado A e o resultado é um medo que apareça o Lado B. Olha que lindo!... essa pessoa já fez uma reflexão do tipo meio caminho andado para enfrentar "o trabalho que dá viver uma vida autenticamente vivida".
  • Já as pessoas longe disso são aquelas Lado A "racionais". Estas merecem nosso temor, são elas as mais fakes... mas, no fundo, são terrivelmente tristes e solitárias essas pessoas. Imagino a auto estima dessas pessoas oscilando entre a sensação de  serem Deus e, outra hora, serem o nitrato do pó da bosta do cavalo de Napoleão. E essa oscilação dificulta ainda mais para essas pessoas se encontrarem na sua humanidade.
  • Agora, o outro lado, o Lado B... o excesso desse lado... aí, sabe aquela pessoa que diz assim: "porque eu sou uma pessoa autêntica, eu digo a verdade"... e, em nome dessa "verdade" a pessoa fere, se torna agressiva... este é somente um exemplo do exagero do Lado B.
  • Tem aquela pessoa que se deixa dominar pelas emoções, então, quando está triste, arrebanha todo mundo ao seu redor e vai puxando todo mundo para a sua tristeza, ela é o umbigo do mundo... Lado B...
  • Pensando relacionalmente, quando, na relação, está aparecendo mais o lado B da pessoa... queridx!... já está na hora de estabelecer um distanciamento cortez (se for o caso de uma relação de amizade) ou um tempo mesmo (se for uma relação íntima); e, se for no trabalho, dê um jeito de procurar outro trabalho (se for com o chefe, então, procure rapidinho). É bom você pensar também o que em você está suscitando o lado B da pessoa. Penso que sentimentos e emoções "inconfessáveis" podem "dominar" a pessoa e ela começa a agir tomada pelas mesmas mas, sem consciência e sem saber administrar esses sentimentos e emoções. Alguns deles: inveja, ciúme, desejo de submeter x outrx... e por aí vai... Dá sim, prá tomar consciência e até "transformar" essas emoções, crescer com elas. A inveja, por exemplo, é uma ótima dica para o desejo, quando tomo consciência das minhas invejas posso ver o que o outro tem (ou é...) que eu também quero ter (ou ser...), e aí cresço com isso... mas quando a inveja é negada, reprimida ela aparece no lado B, de uma forma auto e hetero destrutiva. Agora, quando você percebe que pode estar sendo objeto de inveja, cuidado com esse lado B do outro. Se cuide, não entre em arrogância de achar que sabe lidar com isso.
  • Então TU, a conclusão SBCense é que devemos buscar o equilíbrio entre lado A e lado B? Não, não acho... melhor, detesto essa palavra "equilíbrio", tenho uma sensação de "desumanidade" nessa palavra, do tipo, em sendo humanos não somos equilibrados!!! a busca do equilíbrio me parece mais a preponderância do lado A. Acho que devemos procurar outra coisa: talvez primeiro conhecer melhor os dois lados, procurar ver em que cada lado nos faz bem e nos faz mal ("Viver é perigoso, pois a mesma coisa que me salva pode me matar"); conhecer também os ambientes em que faço parte, acho que esses dois movimentos (prá dentro e prá fora) são fundamentais para o amadurecimento... e então "estar sempre aprendendo" a articular bem cada um dos lados. Me lembro de um livro que foi muitíssimo importante prá mim na época em que li (e até agora... e sempre)...
Primeiro, a gente resignifica o conceito de "Representação": Aprendemos a contrapor o significado de representação com autenticidade, tipo quem está representando não é uma pessoa autêntica. Besteira. Aprendemos a "ser" representando... o papel de filhx, irmão, irmã... e por aí vai... o papel de "homem" e o papel de "mulher" nessa nossa sociedade machista... A questão, portanto, não é essa. A questão é procurar tomar consciência das nossas representações e verificar se elas são escravizadoras (não combinam com o que quero ser) ou libertadoras (é representando que vou aprendendo a ser quem eu quero ser, por exemplo, quero ser uma palestrante e tenho timidez... mas vou fazer o maior esforço para representar " uma boa palestrante", até que essa representação seja internalizada e eu consiga "ser", a representação passa a fazer parte da minha identidade. 
 
Outra questão aprendida com esse livro: conhecer as "máscaras" que uso, as representações que faço, e saber prá que elas estão servindo... e, cada vez mais, construir relações em que eu tenha menos necessidade de máscaras, esteja mais livre para o lado B (neste caso B de Bacana)... Uma das dificuldades para este movimento, processo ou esforço na nossa vida, é um outro conceito distorcido, mas bastante internalizado, um mito (no sentido de "verdade" que aprendemos e orientamos nossas vidas e nossas relações e, muitas vezes, são desorientações porque empobrecem a vida): o mito de que "a intimidade gera desprezo", o que leva ao medo do nosso Lado B  e às mascaras empobrecedoras do Lado A, enfim, a uma vida e  a relações pouco livres, pouco coloridas.
 
É verdade que a intimidade pode gerar desprezo, quando aprendemos a nos mitificar e mitificar as pessoas. Mas super verdade também que a intimidade pode gerar respeito, admiração, amor, isso somente se nos humanizarmos (a nós e aos outros), se buscarmos sempre conhecer e usar bem nossos dois lados.
 
E viva a vida!!!
 
Abraços carinhosos a todxs...
 
SantuzaTU
 
 
Quem quiser mandar reflexões teórico/práticas, casos, pesquisas antropológicas,  sobre Lado A, Lado B, sintam-se à vontade, só nos enriquecerá. Eu vou adorar... Mandem pelo FACE, por mail (tusantuza@gmail.com), por comentário aqui no blog, pessoalmente... como acharem melhor. Mas, por favor, me deixem publicá-las... obrigada...
 

 
 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

E, logo depois do carnaval... SBC no TREKKING!!!

SIM!!!

Queimando as cervas, exercitando... saúde é super SBCense também gente!!! física e mental...

Olhaí as fotos:


Ponto de largada, planilha na mão, cronômetro (com coisa que vai fazer alguma coisa...)



Equipe BICHO DE PÉ, um projeto SBCense: Loca (coordenadora da equipe); Lets (novo membro da equipe); e eu (Tu)



Olhem que visual maravilhoso! Belo Horizonte gente... Serra do Curral, lá encima, depois da Praça do Papa...

A Praça Carlos Drummond de Andrade.



Ele era, na década de 1950, Secretário de Estado, e escreveu este ofício pedindo o tombamento da Serra por se tratar de um patrimônio.



E em 1976 ele escreveu o poema Tristes Horizontes, um  trecho do mesmo está lá, grandão, na praça. Abaixo mais pertinho, dá prá ler...



Sim!!! SBC é cultura!!! trekking é história!!! em todo lugar a gente aprende de tudo,  é preciso estar de olhos e mente bem abertos.

E da Praça Carlos Drummond de Andrade a gente começa a subir a Serra, fizemos uma caminhada de mais ou menos duas horas, quer dizer, a equipe Bicho de Pé fez, este membro da equipe que vos  fala ficou prá traz mais ou menos no meio da prova... aí agarrei num numa outra equipe que estava vindo atrás... e, logo depois, tinha uma outra que já estava descendo a Serra, no caminho de volta, todo mundo alegre, cantando, conversando... Aí era tudo que eu queria... me infiltrei nessa equipe e cheguei com ela... era a AMR (Associação Mineira de Reabilitação), gente com braço quebrado, gente de toda idade, e todo mundo feliz. Equipe parceira...

Falando em equipe parceira, muita gente bacana, equipes novas, nomes de equipes super divertidos... Tinha a equipe Come Crânio, atrás da gente (que meda!)... a equipe Despreparada... Perdidos na Trilha... Cadê o Neutral meu fio? (o neutral é uma parada com frutas no meio da prova, tudo que o trekker sonha...)




Enfim, a ideia é a seguinte: além do convite aos SBCenses para participarmos da Equipe Bicho de Pé nas próximas competições de trekking promovidas pelo Minas Trekking, que ocorrem mais ou menos uma vez por mês em Belo Horizonte e/ou lugares próximos... vamos fazer um ENCONTRO SBCense neste lugar??? Serra do Curral, do lado da Praça Carlos Drummond de Andrade tem um espaço bacanérrimo de picnic, com uma árvore grandona... a gente leva... (ixi, só pensei em cerva... sanduiches... instrumentos musicais... toalhas... essas coisas... todas as idades... e gente que quer fica por ali... deitadão... deitadona... brincando com as crianças... fazendo alongamentos...cantando... fazendo a parte B... e a turma que quer caminhar vai... fazemos um percurso... lá na praça tem a indicação de percursos e níveis de dificuldades... nosso percurso poderá ser, da primeira vez, de uma hora e meia... aí, chegando no picnic, seremos recebidos com música (e cerva...), e continuaremos fazendo a parte B até a tarde...

E aí zapt... e zupt... diz que sim... sim... kkk

Pode ser o primeiro ensaio do grupo de canto do Bloco para 2016!!!

Aguardamos inscrições... Ahh, quem sabe para princípio de abril!!!

Beijos, Beijos...

SantuzaTU
  



  
 Mais uma vez a paisagem... prá inspirar... pedras são prá serem removidas...
Obrigada Drummond...

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

SBC Campeão!!!

"... findou o carnaval
nas cinzas pude perceber...
é campeão o SBC!!!..."

Como sempre, o SBC fazendo ótimas adaptações, acima uma releitura do samba de Jorge Aragão.

Cantamos outras no carnaval, releituras e adaptações de marchinhas históricas:

... Ô abre alas que eu quero passar... o SBC já tá prá chegar... o SBC é que vai ganhar...

... o seu cabelo não nega mulata, porque és mulata na cor...
a sua cor eu quero mulher... mulher eu quero o seu amor!!!


... Menina vai, com jeito vai, senão um dia, a casa cai...
Se alguém te convidar, prá picnic, no Jaraguá...
Prá tomar banho na lagoa da Pampulha, ou prá fazer um programa em Sabará...
Menina vai, com jeito vai, senão um dia, a casa cai...

E as marchas rancho? Ai, são lindas!!!

Este não ano vai ser  Igual aquele que passou:
Eu não brinquei, Você também não brincou.
Aquela fantasia que eu comprei Ficou guardada e a sua também Ficou pendurada,
Mas este ano está combinado:
Nós vamos brincar separados!

Se acaso meu bloco Encontrar o seu, Não tem problema, Ninguém morreu.
São três dias de folia e brincadeira, Você pra lá e eu pra cá, Até quarta feira.
Lá, lá, lá, lá, la, lá,
Lá, lá, lá, lá, la, lá,
Lá, lá, lá, lá, la, lá, lá, la, lá. (onde pesquisei não constava autoria)

Desde o nosso primeiro carnaval, há três anos atrás, fizemos uma pesquisa sobre marchinhas e marchas rancho. As marchinhas são agitadas e as letras devem ser situadas historicamente (algumas extremamente preconceituosas, machistas, politicamente incorretas para os tempos atuais); já as marchas rancho são mais lentas (as músicas), as letras são na maioria românticas... e gostosas de cantar e dançar. E tem também o ritmo da ciranda, ótimo para o carnaval.

Tivemos a ideia (do nosso parceiro SBCense Gio, da Bateria) de formar um grupo de mulheres (pode ter homem também... quem quiser...) para o canto... um coro... algum bloco de carnaval tem isso? acho que seria uma grande inovação. E aí pessoas!!! vamos já começar a ensaiar pro ano que vem!!! façam suas inscrições, vamos marcar nosso primeiro encontro.

Claro, a parte B do carnaval:

1. Uma pessoa mudou nosso nome: uai, não achava que era Samba Bobagem e Cerveja, achava que era Somos Bons de Cama!!! Bom também!!!

2. A idéia SBCense da "boca escancarada de vermelho" deu certo em parte. Carlitos aderiu, Fil também... bocões!!! lindos!!! quem (homens e mulheres) não queria pintar a boca a gente pintava um coração no decote, no braço... e ficou bonito... agora, todo mundo caiu de boca (caiu de boca aqui quer dizer adorou... e aderiu...) quando nosso primeiro SBCense (um homem lindo, fantasiado de árabe...), logo após o batom na boca botou o dedo indicador dentro da mesma e puxou o dedo devagarinho... e disse: prá tirar e excesso, anos de experiência... lindo demais soh!!! aí liberou geral...

3. Estratégia SBCenses contra cantada triste: vamos combinar o seguinte, se o cara abrir a boca e for a fala for "tosca" eu viro prá você e digo, amiga, me abraça, me beija e diga que me ama... aí a gente faz isto, o cara vai embora logo...

4. E tem uma outra teoria aplicada no domingo, no carnaval de Ouro Preto... muito homem sem camisa, bombadões, muito feio, achamos que mulher não gosta disso, muito narcisismo... e com a calça baixa e a cueca aparecendo... sabem a origem disso? já li que nas prisões masculinas norte americanas, quando chega gente nova os que estão lá fazem uma avaliação da pessoa e, se ela é do tipo "esse é prá ser comido" a pessoa usa a cueca aparecendo, para indicar isso... mais tarde, grupos de rap começaram a usar a calça baixa, dessa forma, e aí a coisa virou moda... mas, voltando a Ouro Preto, comentário de uma SBCense: dá prá perceber quando é exibicionismo narcísico e quando a pessoa tá sem camisa pelo calor, mais naturalmente... aí começamos a fazer a "pesquisa antropológica": este é exibição... agora, aquele grupo ali é puramente natural... prá exibir tem que fazer uns cinco anos de academia... e pegar um solzinho na Bahia, talvez... kkkkk... ow veneno, soh....
 
5. Tem uma história SBCense sobre uma "entidade" que baixa muito entre nós: a descrição é a seguinte... eu estava em casa, nem queria sair naquele dia, já estava de pijama... aí "US MININO" ligaram e foram lá em casa e insistiram e me tiraram da cama... aí eu fui... eu nem queria beber muito, só uns dois dedinhos... mas US MININO vão botando cerva no meu copo... eu fica muitos dois dedinhos... aí já estava numa hora bora de ir prá casa... mas US MININO chama prá tomar a saideira... e comer um macarrão... e cantar mais um pouco e conversar mais umas bobagens... e, lá prás 5 da manhã, US MININO dizem "Já tá quase o dia amanhecendo!, vamos ver o sol raiar"... e lá vamos os SBCenses pro alto da Afonso Pena (ou na Pampulha)... e lá prás 7 da manhã a gente passa na padaria e toma café e um pãozinho fresquinho, melhor, quentinho... e só aí que US MININO deixa a gente em casa...  o bom é que eles deixam a gente na cama, cobrem a gente a fazem a gente dormir... só aí eles vão embora... até a próxima saída... US MININO é uma entidade muito legal!!! a gente se diverte...

6. E tem uma "redefinição da parte B" que merece outro artigo. Escreverei, porque trata-se de pura filosofia SBCense. Adiantando: em vez da parte B SBCense (Bobagem) outra parte B, aquela do vinil antigo, da bolacha, antes do CD,  o LongPlay, lembram? era, na maioria das vezes, a melhor parte, as melhores músicas, não as de mais sucesso mas as preferidas da pessoa (intérprete ou compositor)... imaginem essa ideia adaptada às pessoas, o que seria o lado A e o lado B ? aguardem teoria complexa (e completa) sobre isso...

A seguir algumas imagens e comentários (fotos OlavoNeves):

Nossas duas porta estandarte mirins, lindas!!! atrás nossa super bateria...


Todos os nossos estandartes desfilaram: 2013 lá atrás... dois de 2014...


E o deste ano de 2015... o morcego... vendo a vida de cabeça prá baixo... lema do SBC, contra os padrões.

O orgulho, a seriedade, a compenetração, a responsa, da nossa mais linda porta estandarte (não sabemos quem é, estava seguindo nosso bloco e foi convidada prá carregar o estandarte). Fora a elegância, a altivez... quero ser assim...


 
Convidado especial, nosso bloco parceiro, o maracatu... além, é claro, da super parceria do Bloco do Padreco!

As crianças participando... do maracatu e do Bloco do SBC


Lindo o maracatu... nos surpreendeu no meio do desfile... obrigada!!!

... Era uma canção, um só cordão,  E uma vontade
De tomar a mão De cada irmão pela cidade...
No carnaval, esperança
Que gente longe viva na lembrança
Que gente triste possa entrar na dança
Que gente grande saiba ser criança...

É ele, mais uma vez, que encerra nosso post sobre o carnaval, lindo Chico (só ele, o Buarque).

Continuaremos nossos encontros SBCenses durante todo o ano, entrem no face Sbccoletivo e nos acompanhem...

Abraços carnavalescos a todxs...

SantuzaTU


segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

LEMBRETES SBCcenses PARA O CARNAVAL 2015

SBCences do meu Brasil!!! tá chegando!!! carnaval 2015!!!
Vamos arrasar na Avenida!!! sim, na Avenida Américo Vespúcio 915A, no Bairro Aparecida, no Carnaval da nossa Belo Horizonte linda...

Dia? 17 de fevereiro, terça feira de carnaval, concentração no endereço acima, Espetinho da JU, a partir das 13 horas, desfile lá pelas 16 horas, uma voltinha pequena, aí a gente volta pro bar da JU e fica por lá, aprimorando a parte B do SBC... com muito S e só um tiquinho de C (tem gente mentirosa no mundo...)

Mas fora nosso desfile oficial, no dia 7 de fevereiro, sábado, faremos nosso último Ensaio Geral, mesmo endereço, a partir das 17 horas, ok? Estaremos lá com nossa afinadíssima bateria comandada pelo nosso Diretor Musical Carlitos Brasil, com arranjos da nossa Diretora Musical Solange Caetano... e no som nosso Diretor de Canto Felipe Fil... Grande elenco... incluindo todo mundo que vai, porque, já sabem, todo mundo que entra pro SBC já entra prá Diretoria... temos ainda nosso chocalhos ecológicos do ano passado (tudo é aproveitado) e quem tiver seu instrumento leve o mesmo para participar da nossa afinadíssima bateria.

Lembrando, prá quem não conhece o SBC deste a sua fundação: Trata-se de um grupo de amigos que se reúne em torno da música, especialmente o Samba, criado há mais ou menos 10 (dez) anos, o SBC se transformou num conceito de vida. Seus princípios: o SBC é um grupo aberto, inclusivo, anárquico, democrático, ecológico, ... e por aí vai...

E o carnaval é um dos projetos do SBC, estamos desfilando no Carnaval de BH pela terceira vez. Neste ano nossa inspiração é o MORCEGO, e nosso lema: "Vendo a vida de cabeça prá baixo"... que nem o tal... contra os padrões, queremos destruir todos, e criar novos, que combinam mais com a Vida vivida de uma maneira mais livre e alegre.

Então, seguindo nossa inspiração, quem quiser ir de roupa preta, ótimo! melhor ainda preta e laranja, que é a cor do SBC... e, seguindo sugestão, com a boca "escancarada de vermelho". Abaixo algumas fotos de morcegos e alguns significados do mesmo, que super combinam com o SBC:
Modelito de máscara... simplérrima!

modelito de colar... bacana!

estes também podem ser colares ou outra bijoux

gostei deste... também para uma bijoux


outros modelitos... faça o que você quiser...

olha esta máscara que legal!!!





modelitos de pintura de olhos e unhas... chique d+!!!

outros modelitos de penduricalhos

Fantasia infantil lindinha...


Ele  possui as qualidades do pássaro e de um rato, o que lhe dão um simbolismo do andrógeno. Também possui associações fortes com a escuridão e a obscuridade enquanto criatura da noite.


Em termos Cristãos,  é visto como "o pássaro do diabo", uma encarnação do Príncipe das Trevas. Apesar de inofensivo, a associação que fazemos com ele tem sempre uma conotação terrível. Há uma grande relação com a magia negra e bruxaria por sua aparição a partir do entardecer. É um modelo do símbolo do terror, desgraça e mesmo a morte.

Em Dante, Satã se parece com este animal, no mais profundo dos infernos. Acredita-se que quando eles voam pro alto e depois descem rapidamente, é chegado a hora das bruxas.


É visto por alguns como um símbolo contraditório de felicidade e longa vida, na China; enquanto possuem um significado muito semelhante ao do dragão e do hermafrodita na alquimia ocidental.

No Xamanismo eles são símbolo de  renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas, transformação e renovação. Possuem uma história longa associada à morte e renascimento por sua natureza noturna e sua habilidade de ver no escuro.
Os iniciados do Xamã passam por um ritual de morte onde eles encaram seus medos e renascem sem suas velhas identidades. O remédio deste animal  nos ensina a liberar os nossos medos e qualquer outro padrão que não se encaixa mais em nosso crescimento.

Na África, uma tradição iniciática dos fulas, apresenta uma ambígua significação esta animal: o dom da perspicácia ou cego para as verdades. O primeiro por ter a propriedade de enxergar no escuro e o segundo por ver as coisas de cabeça para baixo, ao contrário do que deve. Segundo a lei mosaica era considerado animal impuro e se tornou o símbolo da idolatria e do pavor. Em diversas crenças e mitos da Idade Média está associado aos demônios, habitantes dos infernos, à bruxaria e à inveja.
Eles significam perturbações, demônios, mas também pode ser o livrar-se de velhos hábitos que não mais se adaptam a seu novo crescimento. É simbólico para renascimento e também que você está entrando totalmente cego em uma situação. Você precisa avaliar os fatos com mais cuidado
Por ser um animal que habita as cavernas, consideradas uma passagem para o domínio dos imortais, foi associado à longevidade ou imortalidade. No Extremo Oriente, é tido também como símbolo de felicidade. Entre os maias, era uma das divindades que encarnavam as forças do mundo subterrâneo, era o senhor do fogo, destruidor de vida e devorador de luz; assim como entre os mexicanos era igualmente uma divindade da morte.
E, a seguir, a letra do nosso hino, prá todo mundo decorar... É muito bacana!!!



             



                                    É a hora do SBC
                                 
                                Carlitos Brasil


Agora é hora
É a hora do SBC                                                         bis
Samba, bobagem e cerveja
Cê vai querer, ou cê vai correr?


Se tem samba e tem bobagem,
Não pode faltar cerveja
Pros hômi tem pinga com torresmo
E pras muié, martini com cereja

E pra nossa alegria                                                     bis
Cada dia tem mais gente nessa filosofia

SBC é bloco original
Ele nasceu na madrugada                                         bis
Pra fazer bonito nesse carnaval

E o link da música:
Hino do SBC música de Carlitos Brasil interpretação Felipe Fil
Depois Maria Beijoqueira música de Felipe Fil por ele próprio

E, prá terminar, nosso melhor slogan: " tem gente que não presta prá nada!!! são as melhores pessoas..."
até mais SBCenses maravilhosos... beijos a todxs...
SantuzaTU