O Curupira como protetor da floresta voltava-se contra todos aqueles que a destruíam e, por isso, era visto com temor pelos indígenas. Estes acreditavam que o curupira aterrorizava e matava aqueles que entravam na floresta para caçar ou derrubar árvores e ofereciam presentes quando entravam na floresta para impedir que fossem vitimados pelo curupira. A lenda fala que o curupira adorava receber fumo e cachaça como presentes. Além de aterrorizar os caçadores, o curupira também era responsável por fazê-los se perder na floresta e esquecer o caminho pelo qual sairiam dela. Uma forma de atormentar os caçadores era o ato de o curupira assoviar continuadamente. Para fugir dele, caso ele te encontre no meio da floresta, é necessário realizar um nó em um pedaço de cipó. Agora, achar por conta própria o curupira na floresta é quase impossível, pois seus pés ao contrário tornam sua localização improvável.
Curupira é oriundo do tupi e existe divergência entre os especialistas a respeito do seu significado. A definição mais conhecida é a que determina que curupira significa “corpo de menino”, mas existem outras definições, como “coberto de pústulas” ou “pele de sarna”.
Não se sabe exatamente quando surgiu a lenda do curupira, mas se sabe que ela é uma das mais antigas lendas brasileiras porque foi uma das primeiras a serem mencionadas pelos portugueses que se estabeleceram no Brasil. Em 1560, o padre jesuíta José de Anchieta, estabelecido em São Vicente (atual litoral do estado de São Paulo), fez uma menção ao curupira. Essa menção constava em uma carta escrita por ele e que foi reproduzida pelo historiador Luís da Câmara Cascudo: "É coisa sabida e pela boca de todos corre que há certos demônios e que os brasis [indígenas que habitavam o Brasil] chamam 'curupira', que acometem aos índios muitas vezes no mato, dão-lhe açoites, machucam-nos e matam-nos. São testemunhas disto os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos por eles. Por isso, costumam os índios deixar em certo caminho, que por ásperas brenhas vai ter ao interior das terras, no cume da mais alta montanha, quando por cá passam, penas de aves, abanadores, flechas e outras cousas semelhantes como uma espécie de oblação, rogando fervorosamente aos curupiras que não lhes façam mal"
Outros relatos sobre o Curupira estão ligados ao jesuíta português Fernão Cardim, em 1584, ou ao padre Simão de Vasconcelos, em 1663, e ao padre João Daniel, em 1797. Essas menções reforçam o fato de que a lenda era de fato bastante conhecida e difundida pelo território brasileiro. De qualquer forma, foi associado a entidades "demoníacas" no século XIX, como se vê no primeiro relato que se sabe sobre o mito, este citado, de Anchieta.
O Curupira é, também, conhecido em outros países. O mito, além de ter surgido entre os nauas, povo indígena que habitava a região do Acre, segundo alguns estudiosos, foi sendo transmitido para outros povos, como os caraíbas e, por fim, os tupi-guarani; e pode, também, ter relação com seres míticos de outras culturas, como o chudiachaque, presente na cultura inca, por exemplo. Os estudiosos costumam também relacionar o curupira com uma lenda que é conhecida no Paraguai e na Argentina. Essa lenda argentina e paraguaia é sobre o curupi, conhecido como o protetor das florestas e dos animais, porém também um ser com grande apelo sexual. Além disso, os estudiosos falam que, à medida que o mito foi se espalhando, o curupira foi ficando conhecido por outros nomes, como caapora. A caapora é mais conhecida como caipora e é muito relacionada com o curupira e também com o saci-pererê, por causa da quantidade de semelhanças existentes entre essas lendas.
Por que estamos falando do Curupira? Pois não é que esse personagem foi escolhido como novo mascote da COP30! Que maravilha! Muito pertinente...
Todos os anos, países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC) se reúnem para a Conferência do Clima (COP), com o objetivo de discutir e tomar decisões sobre como reduzir as emissões de gases do efeito estufa, combater o aquecimento global e outros problemas relacionados à preservação do meio-ambiente. E neste 2025, uma figura folclórica brasileira terá destaque especial.
Neste ano, ocorrerá a COP 30 em novembro, em Belém, no Pará. E a nova gestão da Secretaria de Comunicação da Presidência da República escolheu como mascote para a nova edição da conferência o Curupira, um ser mítico do folclore brasileiro que, de fato, tem tudo a ver com o objetivo da reunião.
Pois, voltando aos nossos personagens folclóricos, se o Tutu tem origem europeia e se abrasileira e se transforma, também um personagem muito conhecido entre nós é o ...
"Dizem que a mentira tem pernas curtas. Mas, desde cedo, aprendemos que ela tem mesmo é o nariz comprido. Basta lembrar de Pinóquio, personagem bastante presente no imaginário infantil ocidental, que recebeu como castigo por sua má conduta um nariz expansível e retrátil. Assim, toda vez que faltasse com a verdade , seu nariz cresceria e denunciaria a farsa. O boneco é uma referência para as crianças do significado das mentiras e da internalização das regras. Alguns pais fazem questão de relembrar com insistência a história aos pequenos, na forma de sutis ameaças – “Não conte mentiras, pois seu nariz vai crescer igual ao do Pinóquio!”. Pois bem, uma artimanha muito eficaz para as crianças, já que a identificação com o personagem é muito forte".
Pois o Pinóquio da nossa Minas Gerais foi logo "deturpando" todo o significado do Curupira: “Excelente escolha para representar o Brasil e nossas florestas: anda pra trás e pega fogo”, escreveu no X nesta quarta-feira, 2.
... Pois 'andar pra trás' é não reconhecer a cultura e o folclore do nosso País !!! É distorcer significados com o objetivo de nos submeter, nos escravizar... como se faz desde que o Brasil foi "invadido"...
Enquanto isso, combatendo o colonialismo atual, o imperialismo, a unipolaridade dominadora ... é que a gente avança na construção de um mundo multipolar e faz o mundo inteiro voltar os olhos ao Brasil... e seremos protagonistas nessa construção, junto com nossos 'hermanos'...
Combatendo outros pinóquios:
Lembrando: 17 de julho, dia do protetor das nossas florestas, CURUPIRA, salve, salve!!!
E terminamos com samba! Música de Jorge Mirim / Rodrigo / Sérgio Fernandes.
Sempre conheci estes seres do folclore, adorava ver historia de Monteiro Lobato ,Saci. Sou.cristã evangelica, amo saber sobre folclore, so não vou em quadrilhas ,poraue é como se estivesse louvando santos
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