Howard Zinn (1922-2010) foi um historiador, cientista político e ativista; e dramaturgo estadunidense, mais conhecido como autor do livro People's History of the United States, que vendeu mais de um milhão de cópias desde que foi lançado em 1980.
![]() |
"Você não pode ficar neutro em um trem em movimento" |
Zinn escreveu três peças: Daughter of Venus, Marx in Soho (que foi traduzida como Marx baixou em mim - uma comédia indignada) e Emma, Sobre a anarquista Emma Goldman.
Extraímos o trecho acima, fala de Zinn sobre esperança, do folder da peça, lembrando nosso grande Paulo Freire: ESPERANÇAR... vamos arregaçar as mangas e nos colocar como "construtores" de um mundo mais justo e mais bonito...
Sobre o personagem:
Karl Marx (1818-1883) Filósofo, economista, historiador, sociólogo, teórico político, jornalista e revolucionário socialista, Marx nasceu na Prússia; estudou direito e filosofia nas universidades de Bona e Berlim, onde se interessou pelas ideias da dialética de Hegel.
Casou-se com a crítica de teatro e ativista política alemã Jenny von Westphalen em 1843. Mudaram para Paris, onde escreveu em periódicos e conheceu Engels, que se tornaria amigo e colaborador. Devido às suas publicações políticas, Marx tornou-se apátrida viveu no exílio com a sua mulher e filhos em Londres durante décadas, onde continuou a desenvolver o seu pensamento em colaboração com o pensador alemão Engels e a publicar os seus escritos, pesquisando na Sala de Leitura do Museu Britânico. Os seus títulos mais conhecidos são o panfleto Manifesto Comunista de 1848 e o triplo volume O Capital (1867–1883). O pensamento político e filosófico de Marx teve uma enorme influência na história intelectual, económica e política subsequente. O seu nome tem sido usado como adjetivo, substantivo e escola de teoria social. Sua obra estabeleceu as bases para o entendimento sobre a relação entre capital e trabalho.
O levante popular teve uma natureza orgânica e espontânea, com vistas ao socialismo, influenciado pelo marxismo e outras correntes de esquerda. Este governo operário substituiu o republicano por cerca de quarenta dias, período que ficou marcado pelo naturalismo autogestionário e pelos princípios da Primeira Internacional dos Trabalhadores, incorporado pelos grupos revolucionários e pelas massas.
A Comuna (1870-71) que ocorreu quase cem depois da Revolução Francesa (1789-1799), pode ser considerada como o primeiro autogoverno de caráter proletário e popular dentro do contexto de ascensão do capitalismo, o que corroborou ao desenvolvimento de uma consciência de classe dos trabalhadores na França (e na Europa ocidental) no século XIX.
A força do exército francês, ligada à falta de organização da Comuna de Paris, resultou no fim desta. A “Semana Sangrenta”, como ficou conhecido o período entre 22 e 28 de Maio de 1871, entrou para a história dessa batalha, com mais de 20 mil parisienses mortos. Ao fim da Comuna, 17 mil parisienses foram executados, mais de 40 mil foram feitos prisioneiros e mais de 13 mil condenações se efetivaram
A Comuna demonstrou que é possível realizar uma transição de um regime capitalista para um regime operário efetivo e a Paris dessa época é lembrada como a precursora de uma nova sociedade. Ela foi o berço de correntes ideológicas que ficaram fortes no anarquismo europeu nos anos seguintes. Os ideais da Comuna repercutiram até em lugares distantes, como Portugal, Argentina, Brasil e México. No começo do século XX, os trabalhadores, camponeses e soldados da Rússia que constituíram os sovietes passaram a agir e a Revolução Russa ficou compreendida como uma modernização da Comuna de Paris, tendo em vista que utilizou da mesma como um instrumento teórico, porém adaptado a um outro contexto. A Comuna de Paris, falhando ou não, apareceu novamente em diversos momentos dos séculos XX e XXI, quando foi mencionada na Revolução Cultural da China e até mesmo durante o governo de Salvador Allende no Chile, quando continua a ser adotada a ideia de ascensão ao poder pela via revolucionária. A Comuna serviu de base e até de prova para a construção dos pensamentos anarquistas e marxistas, já que Marx e Bakunin a analisaram e conseguiram dela tirar diversas conclusões acerca da importância do Estado para uma sociedade.
E é sobre esse grande acontecimento que Marx conversa conosco na peça, lembrando do mesmo com grande emoção.
O SBC agradece a este grande grupo de teatro e espera estar contribuindo para a divulgação desse evento tão importante para os tempos atuais, assim como outros eventos do grupo