sábado, 9 de dezembro de 2023

Novos antídotos...


Ótimos comentários sobre o post anterior, antídotos contra novelas globais, obrigada a todas as pessoas  que nos leram. Comentários aqui no post, por whats e pessoalmente... um deles dizia que as da Record são piores, obrigada querida Iolene. 

Fizemos uma breve pesquisa: A novela Amor e Intrigas, de 2007 até 2008, parece que passando de novo, fala de duas irmãs, naturais de Ouro Preto, Minas Gerais.


Aí fizemos, também, pesquisa no SBT: dramalhões mexicanos, entre eles A Usurpadora, de 1998, refilmada em 2019, lembra a global em reapresentação agora Mulheres de Areia, de 1993. 

Além dos temas bíblicos, a mulher é retratada ainda de forma mais padronizada, as boas e as más, sempre, esse maniqueísmo que nos rouba nossa humanidade, comentou outra SBCence. 

Lembramos de Martha Medeiros e seu livro "Doidas e Santas", um livro com cem ótimas crônicas. 

"Dona de uma sensibilidade incomum, Martha Medeiros tem para tudo um olhar, uma reflexão e uma reação fresca, nova, de alguém que pela primeira vez se depara com o inesperado, seja o assunto o Dia dos Namorados, a decisão de se começar a fumar, um sentimento de desconforto por qualquer coisa, uma paranoia que se imiscui sub-repticiamente ou um amor que acaba. Sempre terna e indignada, amantíssima da cultura contemporânea e dona de um imbatível senso de humor, em suas crônicas – assim como em sua poesia – Martha torna, para todos nós e com muita destreza, mais palatável o imponderável da vida". 


Enfim, muito triste o feminino retratado ... o maniqueísmo boa-má que nos desumaniza, além da "perpetuação" da ideia do AMOR ROMÂNTICO como "único" modelo relacional, nunca, absolutamente nunca, realizando uma crítica, por mínima que seja, desse modelo que nos escraviza.  


Temos conversado sobre o amor romântico desde 2014, ou antes, e precisamos conversar muito mais. Encontrei este post de 8 de julho desse ano, quem animar de relê-lo vai lá nessa data. 

Sabemos que a arte, em geral, e especialmente a música, se presta tanto ao papel de reproduzir a cultura (valores, formas de viver e relacionar) de uma época, como ao papel transformador, revolucionário, que nos propicia o sentido crítico e a construção de novos valores e novas formas de vidas, mais bonitas e mais livres. Então, recebemos Whats do nosso querido poeta  SBCense Aníbal, tentando "defender" seu ídolo (meu também...) Zé Ramalho: 

"Gostei da análise da letra de Zé Ramalho... As pessoas não prestam atenção ao que dizem as músicas e ficam repetindo como papagaio de bocó  ... Só não acho que seja "redundância paupérrima" mas uma  "redução sem sentido"  esse refrão "Sinônimo de amor é amar "... Pobre Bob Dylan nordestino!... Ele tem coisas boas psicodélicas,  mas de vez em quando resvala fora da órbita ... Nem só de delírios vive o Homem".

Sim querido! Tod@s nós resvalamos, o importante é sabermos "enxergar"... e "virar a chave",  transformar, rir da gente, e aprender a superar, nos colocar como sujeitos, construirmos novos modelos relacionais ... 

Nessa toada de superação caminhamos nas nossas conversas, procurando lembranças (e trocas) de filmes, músicas e experiências de vida:

Ai nos veio a lembrança de um filme, assim como a música desse filme, uma obra prima:




Out of Rosenheim , no Brasil Bagdad Caféé um filme alemão de 1987 dirigido por Percy Adilon. Tem duas versões, uma de 91 minutos e outra de 108.

A turista alemã Jasmin (Marianne Sägebrecht) tem uma briga com seu marido e é abandonada na estrada. Caminha pelo deserto do Arizona até chegar ao posto-motel Bagdad Café. Recebida com aspereza por Brenda (CCH Pounder), a dona do local que acabou de colocar o marido para fora de casa, Jasmin aos poucos se acostuma com os clientes e hóspedes do motel.

"Na simplicidade de sua história, o filme passa uma mensagem otimista sobre o comportamento humano. Ao final, nos sentimos leves e impregnados da possibilidade de viver num mundo melhor. Nele, a aspereza é vencida pela suavidade, a esperança e a alegria se sobrepõem a angústia e a diferença une, não separa. O filme é lento na medida certa: para podermos nos deliciar com as pequenas coisas que tornam a vida mais bela. Aliás, em muitos momentos, a beleza nos é mostrada e está fora dos padrões convencionais, indicando a possibilidade de se olhar o mundo com uma visão mais abrangente e tolerante".


Roger Ebert, crítico americano à época, disse sobre o filme:  "o charme do Bagdad Café é que cada personagem e cada momento são inesperados, obscuramente motivados, de significado incerto e vibrando com vida."

Depoimento de SBCence: "Ainda jovem, vi esse filme duas ou três vezes. E, agora com 70 anos de idade, ao assisti-lo novamente, pude curtir um prazer maior e perceber detalhes com mais profundidade. Você que não gostou muito, deixe passar pelo menos uma década, pois talvez assim possa apreciá-lo melhor".


Ouçam a lindíssima música do filme,  com a tradução:


Seguimos nossa conversa homenageando duas mulheres brasileiras, aqui entre nós praticamente invisibilizadas, pouco conhecidas e até criticadas:



. MARINA SILVA, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, eleita como uma das mulheres mais influentes de 2003 pelo jornal britânico  Financial Times, é a única brasileira dentre 24 personalidades femininas. 

Autores escrevem sobre cada mulher eleita O texto de Marina é assinado por Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e alta comissária para os Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

“Marina se tornou a 1ª pessoa de sua comunidade eleita para o Senado Federal e construiu apoio para o desenvolvimento sustentável na região amazônica. […] Ela tomou medidas drásticas para proteger a floresta Amazônica, criando um serviço florestal, um instituto de biodiversidade e o Fundo Amazônia, o maior esforço internacional para a conservação da floresta tropical”, escreveu Bachelet.

A ex-presidente chilena também relembra no texto a trajetória pessoal de Marina e sua relação com o meio ambiente. “Crescendo perto da floresta tropical em uma pequena comunidade de seringueiros, ela testemunhou a devastação do desmatamento em primeira mão e dedicou sua vida a combatê-lo”, declarou.


. TARCIANA MEDEIROS, paraibana de Campina Grande, presidente do Banco do Brasil, primeira mulher a atingir este cargo em 215 anos nessa instituição, única brasileira em lista de mulheres mais poderosas do mundo em 2023,  lista feita pela Revista Forbes, nos Estados Unidos. Tarciana aparece na 24a colocação. 

No perfil de indicação da revista, foi destacada também a atuação de Tarciana no combate às alterações climáticas e no papel que os bancos têm nessa questão ao redor do mundo. A lista foi determinada por quatro métricas principais: dinheiro, mídia, impacto e esferas de influência.

A presidente do Banco do Brasil comemorou o reconhecimento e a importância que a indicação dela tem na lista das mulheres mais poderosas do mundo.

“É uma alegria imensa poder ser reconhecida, poder inspirar outras mulheres, poder inspirar outras meninas, do que é possível quando nós temos oportunidades. Agradeço demais ao presidente Lula em me nomear e aos acionistas do banco que acreditam que é possível sim conciliar uma atuação comercial com uma atuação pública”, ressaltou.
 
Essas duas notícias são dessa semana, sem nenhum destaque na mídia convencional, alguém ficou sabendo? 



E terminamos com Milton nos fazendo homenagem a nós, mulheres:

Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos leem... até a próxima...




Um comentário:

  1. Que bom essa passagem crítica sobre as novelas de nosso tempo. Elas repetem o mesmo estereótipo da mulher dependente e submissa de 20 anos atrás. Eu assisto algumas novelas, sobretudo a das 21 horas como o Lexotan dos tempos modernos. Ajuda a desconectar das coisas que a gente deixou na rua. O importante é sempre ter essa visão crítica como antídoto que vocês colocaram

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