Nosso
macarrão de sábado dia 30.julho.2016. Banquete Suiá: um antropólogo (não me
lembro o nome – a brincadeira sbcense é, quando não lembramos, dizer “pergunta
o nome para o Luiz... sabe tudo!!!”... mentira... ele é pior do que eu, não
lembra nada... rsrs) conta sobre a sua pesquisa numa tribo Suiá. Nas duas
primeiras semanas ele quase morreu de fome até descobrir o conceito Suiá de
banquete: havia uma mesa enorme cheia de coisas gostosas, mas participava do
banquete quem compartilhava alguma coisa na mesa, aí podia comer de tudo... não
fazendo isso a pessoa só recebia uma ração mínima...
Engraçado o banquete Suiá SBCense: eu compartilhei oito latonas de cerva... e o macarrão... no outro dia abri minha geladeira e tinham 12 latonas de cerva!!!!! Rsrsrs.
Bem...
o primeiro tema, como não poderia deixar de ser: política...
-
Política é um conceito muito amplo e não podemos entendê-la apenas como
política partidária. A política está em todos os níveis de relação...
-
Política feminina: Ora... tem que ser no mundo prá ser na cama... sejamos
sujeitxs no mundo!!!
-
Política no Brasil: não estamos isolados do resto do mundo... vamos olhar um
pouco mais amplamente para entender o que está acontecendo aqui conosco: o
capitalismo passa por um retrocesso conservador, olha a França, por exemplo...
olha os EUA, tem base esse candidato a presidente por lá¿ é um absurdo!!!
-
Uma coisa boa que está acontecendo por aqui é, diante do estado de perplexidade
de algumas pessoas, o movimento para a busca de um conhecimento mais amplo para
tentar compreender e tomar partido. Isso é ótimo, conheço muitas pessoas
fazendo esse movimento...
-
Agora, o que de ruim está acontecendo: o facismo... tanto de pessoas que se
colocam na “direita” quanto daqueles que se dizem de “esquerda”... em vez de
aumentarmos o diálogo, aparece a agressão, a falta de empatia, de educação
mesmo.
-
Caracteristicas do facismo, entre outras (além do fanatismo e do radicalismo
empobrecido):
Ataque
ao espírito crítico; medo da diferença, racismo e ataque à diversidade; não há
luta pela vida, mas a vida é vivida pela
luta; desprezo pelos mais fracos; levado pelo heroísmo e pela guerra, o facismo
universal reforça o sentimento machista; populismo seletivo, dando a impressão
de que o povo tem voz, enquanto é governado com mão de ferro; “novilíngua”:
empobrecimento do vocabulário e da sintaxe para limitar o pensamento e se
fechar em “verdades” (ou está comigo ou está contra mim...).
- Citado o livro “Como Conversar com um Fascista” - da
Marcia Tiburi: “ela propõe várias coisas
para enfrentarmos esse contexto político hipócrita, fascista, misógino,
racista, midiático. ... diz que só com diálogo poderemos mudar esse
analfabetismo político de nosso país. Sei que tem gente que vai responder que
não adianta conversar com os fascistas, mas tudo nessa vida tem que ser
enfrentado, até mesmo, e talvez principalmente o fascismo, o patriarcado, o
machismo, a cultura do estupro que aliás tem contado com avanços importantes.
Com a atuação forte do feminismo houve alteração recente no conceito de
estupro, agora a intenção sexual já é considerada estupro. As feministas estão
comemorando esse grande passo e eu como atualmente declarada feminista também.
Viva os passos importantes de formiga, pois ainda vivemos na barbárie”.
- Continuando o enfrentamento: Três noções são
básicas para a compreensão de uma relação dialógica: amigo, adversário,
inimigo. Amigo considerado aqui aquele que está a meu lado e a quem consinto o
“não”; adversário, o que se opõe e diverge da maneira como estou percebendo e
enfrentando a realidade; e inimigo, o que quer minha submissão a ele e não à
realidade, demolindo-me como alteridade.
“A
condição para uma relação dialógica é que ela se exerça entre homens livres,
portadores, portanto, de autonomia reflexiva. O objetivo da relação é a busca
da realidade. Por isso mesmo, quando não há concordância entre as ideias
defendidas e a realidade, essas pessoas são capazes de se tornarem adversárias,
comprometendo-se a fazer aparecer as divergências e a exigir oposições. A
relação dialógica é aquela que consente a presença do outro como diverso e
rompe a noção de unidade, enquanto coesão coerente entre pessoas, para
concebê-la como pluralidade que converge em interesses e objetivos comuns - os
fundamentos da cooperação.
Entretanto,
o que temos observado cotidianamente no Brasil é a confusão de identidades
entre adversário e inimigo. Essa transformação da relação dialógica em apenas
dois polos, que se comportam em contraposição antagônica e exclusiva, resulta
em nova identidade para os elementos. O amigo torna-se aquele que se encontra
incondicionalmente a meu lado e sempre me diz “sim”, passando a ser, portanto,
meu escravo; o adversário, aquele que está apenas numa posição contrária à
minha, passa a ser imediatamente o inimigo, a encarnação do mal.
Nas
concepções tanto de amigo - cúmplice quanto de amigo - contato, amigo - fã, não
se distingue adversário de inimigo. Em qualquer grupo humano em que adversário
é confundido com inimigo este assume o papel de bode expiatório e de portador
do mal, contra o qual o grupo luta. O mal passa a ter, então, o sentido de tudo
aquilo que não acordo com os interesses do grupo. Essa ambiguidade da noção de
adversário mostra que nossa concepção de mundo proíbe divergência e oposição,
que acabam sendo interpretadas como sinais de perigo e de destruição de nossa
identidade.”
- E,
concluindo nosso primeiro assunto: publicado no facebook pelo presidente da rádio inconfidência Flavio Henrique:
“desejo indignação sempre, resignação jamais. É necessário lembrarmos todas as
manhãs que precisamos lutar diariamente, com ternura e fibra, para restabelecer
a ordem democrática, combater a desinformação, alienação e o ódio, cultivando o
diálogo, o respeito, a arte, a cultura e principalmente o amor.” Este é o espírito SBCense que se transforma em
prática de vida, todos os dias e em todos os níveis de relação, do íntimo ao
público, passando pelas relações de amizades, trabalho, família...
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Segundo
tema: conversas tinderianas...
-
Sim!!! O SBC conversa com o Tinder!!! Tem até casal formado no Tinder!!! Não me
perguntam qual, mas tem...
-
Mas tem também muita reclamação: a maior delas diz respeito à falta de
conversa... parece que o povo não sabe mais conversar!!! Do tipo: oi linda,
tudo bem¿ bem... e vc¿ bem... é casada¿ ........... prá que vc quer saber isso
AGORA¿!¿!¿.... vai querer casar comigo¿¿¿¿¿¿¿¿
Outras...
as mais comuns: mora onde¿ gente!!! Lá no Tinder tá dizendo os kms que nos
separam... prá que o cara pergunta mora onde¿ ele vai vir na minha casa¿¿¿¿¿
O
que vc procura no Tinder¿ .......¿¿¿¿¿¿¿ heim¿ deveria procurar transar sem nem
saber quem é a pessoa¿ ... como diz a Rita: gosto de abraçar pessoas, fazer
amigos... conversar... kkkkkk
E
por aí vai... poucas pessoas conseguem desenvolver uma conversa....
Agora, esta abaixo ganhou de todas... muito boa!!!
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Agora, esta abaixo ganhou de todas... muito boa!!!
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O moderno e a tradição no SBC |
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Terceiro
tema: narcisismo, vaidade, auto estima
Narciso era um jovem
dotado de uma beleza singular. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias
vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria
figura. Com a sua beleza atraio o desejo de muitas ninfas, entre elas Eco, a
qual foi repelida. Desesperada, esta ficou doente e pediu a Deusa Némesis que a
vingasse.
Narciso, durante uma caçada, fez uma pausa junto a uma fonte de águas claras. Olhando-as, viu-se refletido nas águas e supôs estar a ver outro ser. Paralisado, nunca mais consegui desviar os olhos daquele rosto que era o seu. Apaixonado por si próprio, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar aquela imagem que não parava de se esquivar. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por entender que era ele mesmo o objeto do seu amor. Ficou a contemplar a sua imagem até morrer. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.
Narciso, durante uma caçada, fez uma pausa junto a uma fonte de águas claras. Olhando-as, viu-se refletido nas águas e supôs estar a ver outro ser. Paralisado, nunca mais consegui desviar os olhos daquele rosto que era o seu. Apaixonado por si próprio, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar aquela imagem que não parava de se esquivar. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por entender que era ele mesmo o objeto do seu amor. Ficou a contemplar a sua imagem até morrer. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.
Na tradição
grega, o termo narcisismo designa o amor de um indivíduo por si mesmo, por sua
própria imagem. “Me amo tal como sou ou sou tal como me amo¿”
Já o amor
próprio é o amor que as pessoas têm por si mesmas. É um
grande tema da psicologia e da psicanálise. Para ter amor próprio, não
significa que a pessoa devam ter sempre seus desejos satisfeitos, ser egoísta
ou pisar nos outros. O amor próprio faz com que as pessoas ajam
positivamente, procurem evitar pensar no passado, quando há tristezas ou
mágoas, que procurem sempre lembrar que foi mais uma experiência para poder
evoluir, procurando tirar proveito daqueles acontecimentos.
Quem se ama de verdade, procura possuir
controle emocional, procura compreender as pessoas, estar sempre, ou a maior
parte do tempo, de bem com a vida e esquecer a opinião alheia, não guarda
raiva, rancor, está sempre disposto a perdoar e ter coragem, confiança e
segurança para recomeçar.
Já a VAIDADE: Característica daquilo
que é vão; que não possui conteúdo e se baseia numa aparência falsa, mentirosa.
Excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento e/ou admiração de outras pessoas.
Excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento e/ou admiração de outras pessoas.
Quando a auto estima se transforma em vaidade ou em narcisismo e
passa a fazem mal à pessoa e ao seu redor¿ ... Quando o narcisismo “ao ponto”
significa amor próprio e faz bem à pessoa e ao seu redor¿ ... muito semelhantes
e ao mesmo tempo muito diferentes os conceitos. Talvez a distinção esteja no
auto conhecimento, na atitude de humildade e no encaminhamento da vida e das relações para o sentido
estético, o sentido do belo, do bom (prá mim mesmx e para ao meu redor...)
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E, por último... que eu me lembre... aliás, esse caso foi
posterior ao encontro do macarrão... mas eu achei muito divertido... muito
SBCense.
- Pode-se dizer de uma ótima estratégia para chamar a atenção de
uma amiga ou um amigo de uma maneira divertida, tipo: Minha avó viveu até os 95
anos... mas ela só cuidava da própria vida... rsrsrs... entenderam¿ nesse caso
quando a pessoa está muito fofoqueira... mas é aplicável a TUDO... ou quase:
- Minha avó morreu com 95 anos... mas ela não ficava reclamando
da vida...
- Minha avó viveu muito... até os 95 anos... e durante toda a
vida ... o que você quiser para brincar com a pessoa que fica monotemática... falando de uma coisa só até enjoar... rsrs
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E, por último, também não do macarrão... ouvi ontem... e passo prá frente um verbo novo que tem tudo a ver com o que estamos vivendo: ESPERANÇAR... grande Paulo Freire!!! obrigada!!!
Esperar é deixar que os outros resolvam, que o problema se resolva por si só ou o pior de tudo, se anestesiar e deixar que a situação fique cada vez pior por falta de atitude. Já esperançar é agir, é fazer a sua parte, é ser responsável, é dar o melhor de si, é ser um agente transformador da sociedade, é ter um perfil de liderança e correr atrás da realização de muitos sonhos de futuro.
TU
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