domingo, 7 de agosto de 2016

Macarrão SBCense: política, narcisismo e outros casos


Nosso macarrão de sábado dia 30.julho.2016. Banquete Suiá: um antropólogo (não me lembro o nome – a brincadeira sbcense é, quando não lembramos, dizer “pergunta o nome para o Luiz... sabe tudo!!!”... mentira... ele é pior do que eu, não lembra nada... rsrs) conta sobre a sua pesquisa numa tribo Suiá. Nas duas primeiras semanas ele quase morreu de fome até descobrir o conceito Suiá de banquete: havia uma mesa enorme cheia de coisas gostosas, mas participava do banquete quem compartilhava alguma coisa na mesa, aí podia comer de tudo... não fazendo isso a pessoa só recebia uma ração mínima...


Engraçado o banquete Suiá SBCense: eu compartilhei oito latonas de cerva... e o macarrão... no outro dia abri minha geladeira e tinham 12 latonas de cerva!!!!! Rsrsrs.

Bem... o primeiro tema, como não poderia deixar de ser: política...

- Política é um conceito muito amplo e não podemos entendê-la apenas como política partidária. A política está em todos os níveis de relação...

- Política feminina: Ora... tem que ser no mundo prá ser na cama... sejamos sujeitxs no mundo!!!

- Política no Brasil: não estamos isolados do resto do mundo... vamos olhar um pouco mais amplamente para entender o que está acontecendo aqui conosco: o capitalismo passa por um retrocesso conservador, olha a França, por exemplo... olha os EUA, tem base esse candidato a presidente por lá¿ é um absurdo!!!

- Uma coisa boa que está acontecendo por aqui é, diante do estado de perplexidade de algumas pessoas, o movimento para a busca de um conhecimento mais amplo para tentar compreender e tomar partido. Isso é ótimo, conheço muitas pessoas fazendo esse movimento...

- Agora, o que de ruim está acontecendo: o facismo... tanto de pessoas que se colocam na “direita” quanto daqueles que se dizem de “esquerda”... em vez de aumentarmos o diálogo, aparece a agressão, a falta de empatia, de educação mesmo.

- Caracteristicas do facismo, entre outras (além do fanatismo e do radicalismo empobrecido):

Ataque ao espírito crítico; medo da diferença, racismo e ataque à diversidade; não há luta pela vida,  mas a vida é vivida pela luta; desprezo pelos mais fracos; levado pelo heroísmo e pela guerra, o facismo universal reforça o sentimento machista; populismo seletivo, dando a impressão de que o povo tem voz, enquanto é governado com mão de ferro; “novilíngua”: empobrecimento do vocabulário e da sintaxe para limitar o pensamento e se fechar em “verdades” (ou está comigo ou está contra mim...).

- Citado o livro “Como Conversar com um Fascista” - da Marcia Tiburi:  “ela propõe várias coisas para enfrentarmos esse contexto político hipócrita, fascista, misógino, racista, midiático. ... diz que só com diálogo poderemos mudar esse analfabetismo político de nosso país. Sei que tem gente que vai responder que não adianta conversar com os fascistas, mas tudo nessa vida tem que ser enfrentado, até mesmo, e talvez principalmente o fascismo, o patriarcado, o machismo, a cultura do estupro que aliás tem contado com avanços importantes. Com a atuação forte do feminismo houve alteração recente no conceito de estupro, agora a intenção sexual já é considerada estupro. As feministas estão comemorando esse grande passo e eu como atualmente declarada feminista também. Viva os passos importantes de formiga, pois ainda vivemos na barbárie”.

- Continuando o enfrentamento: Três noções são básicas para a compreensão de uma relação dialógica: amigo, adversário, inimigo. Amigo considerado aqui aquele que está a meu lado e a quem consinto o “não”; adversário, o que se opõe e diverge da maneira como estou percebendo e enfrentando a realidade; e inimigo, o que quer minha submissão a ele e não à realidade, demolindo-me como alteridade.

“A condição para uma relação dialógica é que ela se exerça entre homens livres, portadores, portanto, de autonomia reflexiva. O objetivo da relação é a busca da realidade. Por isso mesmo, quando não há concordância entre as ideias defendidas e a realidade, essas pessoas são capazes de se tornarem adversárias, comprometendo-se a fazer aparecer as divergências e a exigir oposições. A relação dialógica é aquela que consente a presença do outro como diverso e rompe a noção de unidade, enquanto coesão coerente entre pessoas, para concebê-la como pluralidade que converge em interesses e objetivos comuns - os fundamentos da cooperação.

Entretanto, o que temos observado cotidianamente no Brasil é a confusão de identidades entre adversário e inimigo. Essa transformação da relação dialógica em apenas dois polos, que se comportam em contraposição antagônica e exclusiva, resulta em nova identidade para os elementos. O amigo torna-se aquele que se encontra incondicionalmente a meu lado e sempre me diz “sim”, passando a ser, portanto, meu escravo; o adversário, aquele que está apenas numa posição contrária à minha, passa a ser imediatamente o inimigo, a encarnação do mal.

Nas concepções tanto de amigo - cúmplice quanto de amigo - contato, amigo - fã, não se distingue adversário de inimigo. Em qualquer grupo humano em que adversário é confundido com inimigo este assume o papel de bode expiatório e de portador do mal, contra o qual o grupo luta. O mal passa a ter, então, o sentido de tudo aquilo que não acordo com os interesses do grupo. Essa ambiguidade da noção de adversário mostra que nossa concepção de mundo proíbe divergência e oposição, que acabam sendo interpretadas como sinais de perigo e de destruição de nossa identidade.”

- E, concluindo nosso primeiro assunto: publicado no facebook pelo presidente da rádio inconfidência Flavio Henrique: “desejo indignação sempre, resignação jamais. É necessário lembrarmos todas as manhãs que precisamos lutar diariamente, com ternura e fibra, para restabelecer a ordem democrática, combater a desinformação, alienação e o ódio, cultivando o diálogo, o respeito, a arte, a cultura e principalmente o amor.”  Este é o espírito SBCense que se transforma em prática de vida, todos os dias e em todos os níveis de relação, do íntimo ao público, passando pelas relações de amizades, trabalho, família...


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Segundo tema: conversas tinderianas...

- Sim!!! O SBC conversa com o Tinder!!! Tem até casal formado no Tinder!!! Não me perguntam qual, mas tem...

- Mas tem também muita reclamação: a maior delas diz respeito à falta de conversa... parece que o povo não sabe mais conversar!!! Do tipo: oi linda, tudo bem¿ bem... e vc¿ bem... é casada¿ ........... prá que vc quer saber isso AGORA¿!¿!¿.... vai querer casar comigo¿¿¿¿¿¿¿¿

Outras... as mais comuns: mora onde¿ gente!!! Lá no Tinder tá dizendo os kms que nos separam... prá que o cara pergunta mora onde¿ ele vai vir na minha casa¿¿¿¿¿

O que vc procura no Tinder¿ .......¿¿¿¿¿¿¿ heim¿ deveria procurar transar sem nem saber quem é a pessoa¿ ... como diz a Rita: gosto de abraçar pessoas, fazer amigos... conversar... kkkkkk

E por aí vai... poucas pessoas conseguem desenvolver uma conversa....

Agora, esta abaixo ganhou de todas... muito boa!!!

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O moderno e a tradição no SBC


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Terceiro tema: narcisismo, vaidade, auto estima

Narciso era um jovem dotado de uma beleza singular. No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Com a sua beleza atraio o desejo de muitas ninfas, entre elas Eco, a qual foi repelida. Desesperada, esta ficou doente e pediu a Deusa Némesis que a vingasse.
Narciso, durante uma caçada, fez uma pausa junto a uma fonte de águas claras. Olhando-as, viu-se refletido nas águas e supôs estar a ver outro ser. Paralisado, nunca mais consegui desviar os olhos daquele rosto que era o seu. Apaixonado por si próprio, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar aquela imagem que não parava de se esquivar. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por entender que era ele mesmo o objeto do seu amor. Ficou a contemplar a sua imagem até morrer. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.







Na tradição grega, o termo narcisismo designa o amor de um indivíduo por si mesmo, por sua própria imagem. “Me amo tal como sou ou sou tal como me amo¿”

Já o amor próprio é o amor que as pessoas têm por si mesmas. É um grande tema da psicologia e da psicanálise. Para ter amor próprio, não significa que a pessoa devam ter sempre seus desejos satisfeitos, ser egoísta ou  pisar nos outros. O amor próprio faz com que as pessoas ajam positivamente, procurem evitar pensar no passado, quando há tristezas ou mágoas, que procurem sempre lembrar que foi mais uma experiência para poder evoluir, procurando tirar proveito daqueles acontecimentos.

Quem se ama de verdade, procura possuir controle emocional, procura compreender as pessoas, estar sempre, ou a maior parte do tempo, de bem com a vida e esquecer a opinião alheia, não guarda raiva, rancor, está sempre disposto a perdoar e ter coragem, confiança e segurança para recomeçar.




Já a VAIDADE: Característica daquilo que é vão; que não possui conteúdo e se baseia numa aparência falsa, mentirosa.
Excesso de valor dado à própria aparência, aos atributos físicos ou intelectuais, caracterizado pela esperança de reconhecimento e/ou admiração de outras pessoas.

Quando a auto estima se transforma em vaidade ou em narcisismo e passa a fazem mal à pessoa e ao seu redor¿ ... Quando o narcisismo “ao ponto” significa amor próprio e faz bem à pessoa e ao seu redor¿ ... muito semelhantes e ao mesmo tempo muito diferentes os conceitos. Talvez a distinção esteja no auto conhecimento, na atitude de humildade e no encaminhamento da vida e das relações para o sentido estético, o sentido do belo, do bom (prá mim mesmx e para ao meu redor...)

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E, por último... que eu me lembre... aliás, esse caso foi posterior ao encontro do macarrão... mas eu achei muito divertido... muito SBCense.

- Pode-se dizer de uma ótima estratégia para chamar a atenção de uma amiga ou um amigo de uma maneira divertida, tipo: Minha avó viveu até os 95 anos... mas ela só cuidava da própria vida... rsrsrs... entenderam¿ nesse caso quando a pessoa está muito fofoqueira... mas é aplicável a TUDO... ou quase:

- Minha avó morreu com 95 anos... mas ela não ficava reclamando da vida...

- Minha avó viveu muito... até os 95 anos... e durante toda a vida ... o que você quiser para brincar com a pessoa que fica monotemática... falando de uma coisa só até enjoar... rsrs

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E, por último, também não do macarrão... ouvi ontem... e passo prá frente um verbo novo que tem tudo a ver com o que estamos vivendo: ESPERANÇAR... grande Paulo Freire!!! obrigada!!!


Esperar é deixar que os outros resolvam, que o problema se resolva por si só ou o pior de tudo, se anestesiar e deixar que a situação fique cada vez pior por falta de atitude. Já esperançar é agir, é fazer a sua parte, é ser responsável, é dar o melhor de si, é ser um agente transformador da sociedade, é ter um perfil de liderança e correr atrás da realização de muitos sonhos de futuro.


Abraços carinhosos...

TU




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