quarta-feira, 23 de abril de 2025

DOIS ASSUNTOS NUM SÓ... OU TRÊS...

                                          

Leila Diniz, nasceu em 1945 e morreu aos 27 anos, num acidente aéreo, em 1972.  Quebrou tabus de uma época em que a repressão do regime militar dominava o Brasil.  Escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia para a revista Cláudia. Também chocou o país inteiro ao proferir a frase: Transo de manhã, de tarde e de noite. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções, Leila foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de  1960 e 1970.

Causou um grande furor no país  a entrevista que deu ao jornal O Pasquim em 1969. Nela, Leila falava palavrões a cada trecho, que eram substituídos por asteriscos, O exemplar foi o terceiro mais vendido da história do jornal. E foi, também, essa publicação, que ensejou a censura prévia à imprensa - depois do Ato Institucional número 5, em 1968, do regime militar, que perseguiu, pendeu, matou, inúmeras pessoas -  mais conhecida como Decreto Leila Diniz

Anos 1970 do século passado, época de grande repressão política, não podíamos conversar sobre o que estava acontecendo no Brasil, os Generais Presidentes, as mortes, os desaparecimentos de pessoas, diziam que, nas faculdades, em cada sala tinha um(a) 'informante'. No entanto, conversávamos - e praticávamos - uma revolução nos costumes, uma revolução social: a pílula, os casamentos desfeitos, a busca de novos amores, os movimentos feministas, a luta por direitos ... Mulheres da segunda metade do século passado foram revolucionárias, rompemos com padrões femininos estabelecidos e começamos a apropriar  a dos nossos corpos. Por tudo isso #SEM ANISTIA!

"O poder requer corpos tristes. O poder necessita de tristeza porque consegue dominá-la. A alegria, portanto, é resistência, porque ela não se rende, Alegria como potência de vida, nos leva a lugares onde a tristeza nunca nos levaria" Gilles Deleuze

Leila Diniz, A Mulher de Ipanema, defensora do amor livre e do prazer sexual, é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus com sua alegria, suas  ideias e atitudes.

Naquela época, líamos e escrevíamos muito. E agora também...

                                                                💜💜💜


Deyse Magalhães, mais nova amiga, dos Vales, como eu digo, Grande Vale: Jequitinhonha, Mucuri e Norte de Minas. 

De Minas Novas, onde conheceu de perto a cultura, a arte e as tradições populares e religiosas. Aprendeu a se interessar pela história oral e pela escrita desde criança. 

Filósofa, produtora cultural, agente cultural, pesquisadora popular e escritora. Membro fundadora da Academia de Letras do Vale do Jequitinhonha - ALVA.

Autora do livro Janelas Azuis...  E seu segundo livro, Cidade de Pau a Pique, conta com poemas que passeiam pela infância, pelas memórias afetivas e pela vida cotidiana da cidade de Minas Novas.

Já a venda, já adquiri o meu, li "de cabo a rabo" e me emocionei com os poemas... Todos sobre o "resgate necessário" para a construção das nossas identidades, assim como as "ressignificações" : 

" Ressignificar-me  é ser inquilina de mim", diz Deyse. 💪


E a danada vai lançar o livro em Salvador!!! Eita sô!!! 


A foto de capa é lindíssima... Minas Novas, claro...

Pena que não vou... Fico torcendo daqui... e preparando nossa festa, do SBC - Samba Bobagem Cerveja.


Quem estiver na Bahia vá no Pelourinho, na Cantina da Lua... dia 03.05

Antes, quem estiver em Belo Horizonte vá no Bar da Nicinha, no Caiçara... dia 30.04

E quem puder ir nos dois... maravilha!!! Tudo SBCense... Arte que transforma vidas ... 


Terminamos com Drummond:

Abraços carinhos... até nossos encontros... 











quarta-feira, 16 de abril de 2025

FREUD E ROSA NO SBC

 

  Sigmund Freud , nascido Sigismund Schlomo Freud (1856-1939)

Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 59 anos, em 19 de novembro de 1967.               

Semana Passada, quarta feira dia 9 de abril, estava eu indo para nosso tradicional Sarau na ASA DE PAPEL. Pensando, no caminho, o que iria falar sobre G. Rosa, tema desse nosso encontro. e nesse dia eu estava relendo o Freud, O Mal estar na Civilização. No SBC temos nossos encontros que falam sobre "livros das nossas vidas", aqueles que nos provocaram "viradas de chave". E G. Rosa e Freud são dois dos meus autores mais citados nesses nossos encontros,  principalmente o Grande Sertão Veredas e O Mal estar nas Civilizações.

Foi então que me ocorreu um 'diálogo' entre esses dois grandes autores, grandes SBCenses - chamamos de SBCenses todas as pessoas que se identificam com nossos conceitos de bem viver, as pessoas inspiradoras nesse caso. Sim, diálogo! Licença poética... podemos elaborar diálogos entre grandes filósofos, escritores, poetas... que compartilham pensamentos semelhantes em relação à vida, às relações humanas.

Pois no sarau - fazemos rodadas, todas as pessoas se colocam em relação ao tema sugerido para a noite - quando chegou a minha vez, eu "elaborei" este diálogo:

Freud veio ao Brasil e encontrou com G. Rosa... estavam, os dois, numa roda de conversa, e mais o Manuelzão, o Riobaldo, Diadorim, além de alguns e algumas SBCenses... e eu. E Freud falou sobre uma das ideias do seu livro O mal estar... : 

- "Penso que a maioria das pessoas, no mundo ocidental, fomos educadas para a "evitação do sofrimento"... Algumas pessoas, especiais, conseguem 'virar a chave', como dizem vocês, e orientar a vida para a busca do prazer... Isso dá uma diferença enorme na vida!"

Pois Rosa respondeu: - Verdade... "Viver é muito perigoso... Pois a mesma coisa que me salva pode me matar".

E continuaram a conversa, daquelas parecidas com a gente do sertão, uns sentados em banquinhos, outros de cócoras, chapéu, até um galhinho verde no canto da boca...

- É cumpade... pois pelos mesmos poros entra tanto o prazer como o sofrimento... se a gente, no medo de sofrer, fecha os poros, também fica sem entrar o prazer, não é isso?, ponderou uma pessoa SBCense.

- No que retrucou Manuelzão: - Sim... "o que muito se evita se convive!"

- É... quanto a gente evita o sofrer a gente fica sempre 'rudiano" ele - fala de outro SBCense - e continua: - quando a gente 'vira a chave' e aprende a busca do prazer, o sofrimento - que faz parte do humano - entra e sai pelos nossos poros - e a gente volta pro nosso rumo - que é o prazer dos bons encontros, o prazer que a vida dá...

- E quando a gente fecha os poros, no medo de sofrer, desaprende o sentir prazer... fica que nem um(a) besta na vida... não sente amor... mas ódio sente... e faz da vida um inferno, pro outro e pra si mesma(o) - acrescentou.

Pois Diadorim entra na conversa: - "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

- Sim, coragem para buscar o prazer, há que se aprender... diz Freud

E a conversa - agora no sarau no ASA - continua ... Na melhor parte, nossa querida alada Iara nos lembrou algumas palavras criadas por Rosa, que dizia:  "Cada autor deve criar seu próprio léxico, do contrário não pode cumprir sua missão".   Entre elas, a mais conhecida,  “nonada”, palavra de abertura do nosso romance Grande Sertão: Veredas. Significa "coisa sem importância". "Urubuir".... "Desfeliz" ... Grande Rosa! Obrigada Iara... Obrigada ASA...

Terminamos o sarau nos abraçando...

E no sábado dia 12, no nosso evento de 53 anos de início da Guerrilha do Araguaia, fiz essa mesma prosa, para falar da arte como uma eficiente ferramenta para o letramento de visão de mundo, de sermos sujeitos, para a formação de cidadania, enfim.

Pois não é que, agora, tenho a alegria de receber convite para outro encontro com o G. Rosa! Dessa vez, G. Rosa com Milton Nascimento! E com querida amiga, Iolene, grande artista, grande SBCense.

Estreia à vista!!!

Será uma honra, poder  contar com sua presença em grande noite! Não perca!
A proposta do espetáculo teatral "UM DEDO DE ROSA" é prosear, contar histórias envolventes da nossa gente do sertão, tão bem sentida e descrita por Guimarães Rosa.  Após extensa pesquisa da produção, compomos então, quatro histórias, inspiradas pela obra do artista, nas suas "Primeiras Histórias". Foram escolhidos quatro textos como base: Irmãos Dagobé, Soroco sua Mãe e sua Filha, A Menina de Lá e A Terceira Margem do Rio.  Os contos são costurados com músicas de Milton Nascimento. Nessa concepção artística, promovemos um encontro desses dois grandes nomes da arte e cultura mineira/brasileira e trazemos para a cena teatral, a poética profunda da sensibilidade genial e genuína, de Guimarães Rosa e Milton Nascimento.
https://www.instagram.com/p/DIPKmCHxbwU/?igsh=YW5rMXdkcnJ3djA=
OBS: Não poderemos começar com atraso, por motivos técnicos de vazamento de som, posteriormente, de outra sala.
VENDAS EM:
https://www.sympla.com.br/evento/um-dedo-de-rosa/2901835
Garanta já o seu! 😘✨🎭

Agora, mire veja, como diria Rosa: Essa prosa com Rosa e Milton será um pouco antes da nossa festa!!!

Divulguem, chamem amigos e amigas! Esperamos todas e todos vocês !!! Será uma alegria, um prazer, bons encontros, boa música, boas conversas, dança... piropas... e tudo mais de bom...


Até lá... abraços carinhosos...

Santuza TU







quarta-feira, 9 de abril de 2025

Conversas SBCenses: DOIS FILMES SUPER ATUAIS

 

"O amor é extremamente seletivo. Se eu te amo, quero que você me ame de volta. E não quero que você ame outra pessoa. E não quero que outra pessoa te ame... E assim por diante. Então isso restringe as relações humanas... Enquanto o ódio é generoso! E caloroso... Ele une todos as pessoas contra outras pessoas. É por isso que é usado por políticos tão frequentemente. Eles não clamam por amor, clamam por ódio. "Você deve morrer lutando contra o inimigo". O governo nunca diz que você tem que amar uns aos outros. E a única forma de escapar da tentação do ódio é o humor". 

E nossa conversa começou com a citação acima de Umberto Eco (1932-2016), escritor, filósofo, semiólogo, linguista italiano de fama internacional.

E o primeiro comentário foi do Luiz: - No nosso estilo SBCense de praticar a "superação" do raciocínio maniqueísta, a fala do grande filósofo está certa mas está errada também. Vou explicar: Está certa nos padrões conhecidos de raciocinar, tanto o conceito de amor quanto o conceito de política. Sim, aprendemos a pensar o amor desse jeito exclusivista, possessivo, o amor romântico. E aprendemos, também, a "política" de alimentação do ódio, é a mais comum, pelo menos nos últimos duzentos anos! Mas pode ser diferente, gente!!! A própria história nos diz que podemos ser sujeitos, podemos rever conceitos, padrões aprendidos, e criar outros conceitos orientadores das nossas ações, ou seja, podemos mudar o curso da história, tanto no micro quanto no macro!

E a Marina, concordando com o Luiz, trouxe para a atualidade o debate: - Gente, agora só se fala nos "tarifaços" do Trump. E ouvi outro dia um comentarista trazendo uma comparação dos tempos atuais com os anos 20 pra 30 do século passado. Lembram da grande recessão dos EUA, a Grande Depressão? Foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Pós euforia econômica, pós primeira guerra mundial, EUA já maior economia do mundo... a especulação financeira, o boom das bolsas... aí a crise, a decadência do liberalismo econômico, pois toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. E também pelo mundo. O período mais crítico foi de 1929 a 1933. E essa crise explica, dá uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. E repercutiram na Segunda Guerra Mundial.

A Helena, SBCense cinéfila,  comentou: - Ótima síntese Marina! Você falando e eu lembrando de um filme imperdível, chocante, dessa época: A noite dos desesperados.

They Shoot Horses, Don't They? Nome do filme em inglês (Eles matam cavalos não matam? filme estadunidense  de 1969, dirigido por Sydney Pollack, com roteiro de Robert E. Thompson e James Poe baseado no  romance de Horace McCoy They Shoot Horses, Don't They?.

Sinopse: "Durante a Grande Depressão, nos anos 30 nos EUA, uma imensa maioria da população carecia de uma vida digna, sofrendo com o desemprego. Foi nessa época que, entre outras oportunidades inusitadas, apareceram os concursos de dança, que testavam ao extremo a resistência dos competidores em troca de comida, roupas e alguns míseros trocados".

Vale lembrar - o livro surgiu em 1935, durante a depressão econômica que se seguiu ao crack na Bolsa de 1929. A época era de crise, o desemprego adquiria níveis astronômicos e, nesse quadro, as maratonas de danças tornaram-se populares. As pessoas dançavam sem parar, até que só restasse um casal no salão para receber o prêmio. Os milhares de dólares faziam toda diferença para os deserdados da terra. O livro retratava com dureza esse universo competitivo e cruel. 

E a frase They Shoot Horses, Don't They?  - só um pequeno spoiler - é dita no final do filme, uma metáfora chocante sobre como somos levados à nossa desumanização, a nos odiarmos uns aos outros, a nos destruirmos, ser humano matando ser humano. 

Marcamos para rever o filme, numa rodada dupla, pois nossa outra grande cinéfila, Duda, lembrou outro filme, mais atual, desde século:

https://youtu.be/zG3TfjAhs30?si=6rmVd99IyTmmB-LA

Die Welle (A Onda) é um filme alemão de 2008 dirigido por Dennis Gansel, diretor de cinema, escritor e ator alemão.  É inspirado no livro homônimo de 1981 do autor americano Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda, realizado pelo professor de história norte-americano Ron Jones. 

No filme, Rainer é um professor a quem foi designada a tarefa de instruir seus estudantes de Ensino Médio sobre o Estado Autocrático. A escola está oferecendo alguns cursos de uma semana e Rainer ministra o de autocracia, após o professor do outro curso, o de anarquismo, que Rainer preferia, recusar-se a trocar de matéria.  Seus alunos, parte da terceira geração após a Segunda Guerra Mundial, não acreditam que uma ditadura poderia surgir na Alemanha moderna. Então Rainer começa um experimento para mostrar o quão fácil é manipular as massas.  

Professor favorito entre as crianças, Rainer decide deixar seus alunos desenvolver o assunto e pede a eles que construam sua própria autocracia. Durante este processo, vemos o impacto nos alunos, em suas relações internas e com outras pessoas da escola, família e cidade, incluindo o próprio professor. E o final é trágico...

Todos e todas nós já tínhamos visto os filmes, mas, como disse, ficamos de rever os dois sob essa ótica da atualidade, a crise do capitalismo, os "tarifaços", a fragilização da Europa, a "nova" corrida armamentista... a emergência do mundo multipolar, a China, o Sul Global... e as nossas subjetividades nesse quadro, assim como nossas relações.

Pois concluímos, voltando ao início com o Umberto Eco, que nosso movimento, necessariamente, é para a construção de sujeitos críticos e atuantes, em todos os níveis de relação, de um conceito de AMOR diferente daquele exclusivista, idealizador... desumano, enfim. Um amor que reúna humanidade, respeito, trocas simétricas, um AMOR POLÍTICO, um amor capaz de reunir, de criar o sentido de pertencimento e de construir um mundo mais bonito. Um AMOR ESPERANÇA, de pensamento aberto e de prática de possibilidades, do micro ao macro. 

Um AMOR ALEGRE, melhor combate ao fascismo. 

E seguimos com nosso grande filósofo brasileiro, Ariano Suassuna (1927-2014), poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Perguntado sobre a importância do humor na vida, ele respondeu: "Ah, é enorme. Ajuda a temperar o choro, né? Molière dizia: Não existe tirania que resista a uma gargalhada. É por isso que os tiranos normalmente tem tanto horror ao riso, não?"


O riso é uma coisa séria!!! o riso é revolucionário!!!

Grande slogan SBCense: AMOR E POLÍTICA, FAZEMOS NA CAMA E NO MUNDO!!! Um amor alegre, amplo e irrestrito... Outro grande slogan: FAÇA AMOR, NÃO FAÇA GUERRA!

E, para terminar, como sempre - ou quase - cantamos música do Chico... ASSENTAMENTO. A letra começa com uma citação de Guimarães Rosa: "Quando eu morrer, que me enterrem Na beira do chapadão, Contente com minha terra, Cansado de tanta guerra, Crescido de coração..."


Abraços carinhosos - e alegres -  a todas as pessoas que nos leem...

Santuza TU



quarta-feira, 2 de abril de 2025

VALE QUE VALE VIVER...

No dia 23 de março passado, domingo, no Museu Clube da Esquina, tivemos uma festa bacanérrima, de lançamento do livro da Professora DasDores, PÁSSARO AMARELO, uma importante obra que, entre prosa e verso, relembra e mantém viva a memória do saudoso artista Verono, filho da DasDores, nossa grande amiga SBCense. 

E, conforme convite acima, iremos em maio a Salvador, para outro lançamento! Maravilha! 

Claro que não faltará, também, lançamento no nosso grande FESTIVALE, neste ano o quadragésimo, em Diamantina, de 27 de julho a 02 de agosto. O FESTIVALE - Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, um dos maiores eventos de cultura popular do Brasil.



Terminando de ler o livro da DasDores. Emocionada... Me pareceu um parto ao contrário. Mark se foi em 2006, no auge da sua promissora carreira. 

"Partida 23 de outubro de 2006, com 26 anos de idade, na 381, há 5 min de Matias Lobato e 30 km de Valadares...Tomado pela 1620, cor azul, dirigida por Wanderley, da proprietária Cleni, da cidade de Bento Gonçalves, Canoas Rio Grande do Sul, carregada com uma Patrol, o caminhão estava carregado por máquina , o Siena , azul celeste de Mark Gladston / Verono , carregando 3 jovens, músicos, violão, baixo e percussão , que carregavam alegria , em cada canção ...quis o destino que Mark Gladston/ Verono e Fernando Tião , cantassem na luz e  Thiago Araújo , nesta terra , seus passos seduz". 

(relato da nossa querida DasDores).

Qualquer pessoa, mesmo no auge da sua empatia, nem passa perto de imaginar a dor da perda de um filho. E, quase 20 anos depois, ela consegue "parir" um livro de poemas, permeado de depoimentos lindíssimos de grandes amigos e amigas, nos dando a grande dica de superação: A AMIZADE. Me lembrei da metáfora da descida ao inferno, primeira parte da Divina Comédia, poema épico escrito pelo italiano Dante Alighieri, obra publicada no século XIV e considerada um dos maiores clássicos da literatura universal. 

Virgílio, o grande poeta romano autor de Eneida, surge para guiar Dante pelo inferno e purgatório em direção ao paraíso. Antes de encontrar Virgílio ele estava numa selva escura. Pois então,  a descida ao inferno acontece nas nossas vidas, grandes perdas, sofrimentos... e o caminhar para a superação será sempre mais bonito e enriquecedor com a companhia de pessoas amigas.


"Quem tem um amigo tem tudo", lembrando também nosso grande Emicida... "AmarElo", outra coincidência bacana! O nome do álbum faz referência  ao famoso poeta  Paulo Leminski (amar é um elo | entre o azul | e o amarelo), assim como também ao grande Belchior (Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano não morro). Tudo dialoga com Das Dores... toda poesia...


Seu nome: Mark Gladston... Verono, fiquei sabendo agora, Ver + Ono (Verão + Outono)  = transição, mudança. A metáfora PÁSSARO AMARELO me soou lindíssima, representa o amor de mãe que "deixa ir". E também fiquei sabendo que foi em Salinas, minha terra natal, em 2004, que ele ganhou o primeiro lugar no Festivale, com sua música, uma linda canção que fala do orgulho de um povo por seu lugar, sua terra, e que se transformou num hino do Vale:


E Das Dores nos conta, no livro, em poesias, a história desse "minino" (como falamos no Vale), a história da sua dor e da sua superação, sempre junto a amigas e amigos...


"Pra quem chega a conhecer o caminho,

Recebe, aconchega e convida,

já enxerga que o Vale é pra mostrar,

De trevas em mãos de coronel,

Sapiente, em astúcia canta que a cultura vai reinar."


Obrigada querida amiga DasDores, pela poesia... e pela amizade.

Espero estarmos juntas em julho na linda Diamantina, também lançando nosso segundo livro,  "Caminhando e cantado a liberdade", crônicas do SBC, "Uma bonita história, de um movimento que reúne liberdade, paixão e alegria". 


Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos acompanham... Inté...

SANTUZA TU