Sigmund Freud , nascido Sigismund Schlomo Freud (1856-1939)
Semana Passada, quarta feira dia 9 de abril, estava eu indo para nosso tradicional Sarau na ASA DE PAPEL. Pensando, no caminho, o que iria falar sobre G. Rosa, tema desse nosso encontro. e nesse dia eu estava relendo o Freud, O Mal estar na Civilização. No SBC temos nossos encontros que falam sobre "livros das nossas vidas", aqueles que nos provocaram "viradas de chave". E G. Rosa e Freud são dois dos meus autores mais citados nesses nossos encontros, principalmente o Grande Sertão Veredas e O Mal estar nas Civilizações.
Foi então que me ocorreu um 'diálogo' entre esses dois grandes autores, grandes SBCenses - chamamos de SBCenses todas as pessoas que se identificam com nossos conceitos de bem viver, as pessoas inspiradoras nesse caso. Sim, diálogo! Licença poética... podemos elaborar diálogos entre grandes filósofos, escritores, poetas... que compartilham pensamentos semelhantes em relação à vida, às relações humanas.
Pois no sarau - fazemos rodadas, todas as pessoas se colocam em relação ao tema sugerido para a noite - quando chegou a minha vez, eu "elaborei" este diálogo:
Freud veio ao Brasil e encontrou com G. Rosa... estavam, também, numa roda de conversa, os dois e mais o Manuelzão, o Riobaldo, Diadorim, além de alguns e algumas SBCensees... e eu. E Freud falou sobre uma das ideias do seu livro O mal estar... :
- "Penso que a maioria das pessoas, no mundo ocidental, fomos educadas para a "evitação do sofrimento"... Algumas pessoas, especiais, conseguem 'virar a chave', como dizem vocês, e orientar a vida para a busca do prazer... Isso dá uma diferença enorme na vida!"
Pois Rosa respondeu: - Verdade... "Viver é muito perigoso... Pois a mesma coisa que me salva pode me matar".
E continuaram a conversa, daquelas parecidas com a gente do sertão, uns sentados em banquinhos, outros de cócoras, chapéu, até um galhinho verde no canto da boca...
- É cumpade... pois pelos mesmos poros entra tanto o prazer como o sofrimento... se a gente, no medo de sofrer, fecha os poros, também fica sem entrar o prazer, não é isso?, ponderou uma pessoa SBCense.
- No que retrucou Manuelzão: - Sim... "o que muito se evita se convive!"
- É... quanto a gente evita o sofrer a gente fica sempre 'rudiano" ele - fala de outro SBCense - e continua: - quando a gente 'vira a chave' e aprende a busca do prazer, o sofrimento - que faz parte do humano - entra e sai pelos nossos poros - e a gente volta pro nosso rumo - que é o prazer dos bons encontros, o prazer que a vida dá...
- E quando a gente fecha os poros, no medo de sofrer, desaprende o sentir prazer... fica que nem um(a) besta na vida... não sente amor... mas ódio sente... e faz da vida um inferno, pro outro e pra si mesma(o) - acrescentou.
Pois Diadorim entra na conversa: - "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."
- Sim, coragem para buscar o prazer, há que se aprender... diz Freud
E a conversa - agora no sarau no ASA - continua ... Na melhor parte, nossa querida alada Iara nos lembrou algumas palavras criadas por Rosa, que dizia: "Cada autor deve criar seu próprio léxico, do contrário não pode cumprir sua missão". Entre elas, a mais conhecida, “nonada”, palavra de abertura do nosso romance Grande Sertão: Veredas. Significa "coisa sem importância". "Urubuir".... "Desfeliz" ... Grande Rosa! Obrigada Iara... Obrigada ASA...
Terminamos o sarau nos abraçando...
E no sábado dia 12, no nosso evento de 53 anos de início da Guerrilha do Araguaia, fiz essa mesma prosa, para falar da arte como uma eficiente ferramenta para o letramento de visão de mundo, de sermos sujeitos, para a formação de cidadania, enfim.
Pois não é que, agora, tenho a alegria de receber convite para outro encontro com o G. Rosa! Dessa vez, G. Rosa com Milton Nascimento! E com querida amiga, Iolene, grande artista, grande SBCense.
Estreia à vista!!!Será uma honra, poder contar com sua presença em grande noite! Não perca!
A proposta do espetáculo teatral "UM DEDO DE ROSA" é prosear, contar histórias envolventes da nossa gente do sertão, tão bem sentida e descrita por Guimarães Rosa. Após extensa pesquisa da produção, compomos então, quatro histórias, inspiradas pela obra do artista, nas suas "Primeiras Histórias". Foram escolhidos quatro textos como base: Irmãos Dagobé, Soroco sua Mãe e sua Filha, A Menina de Lá e A Terceira Margem do Rio. Os contos são costurados com músicas de Milton Nascimento. Nessa concepção artística, promovemos um encontro desses dois grandes nomes da arte e cultura mineira/brasileira e trazemos para a cena teatral, a poética profunda da sensibilidade genial e genuína, de Guimarães Rosa e Milton Nascimento.
https://www.instagram.com/p/
OBS: Não poderemos começar com atraso, por motivos técnicos de vazamento de som, posteriormente, de outra sala.
VENDAS EM:
https://www.sympla.com.br/
Garanta já o seu!
Agora, mire veja, como diria Rosa: Essa prosa com Rosa e Milton será um pouco antes da nossa festa!!!
Divulguem, chamem amigos e amigas! Esperamos todas e todos vocês !!! Será uma alegria, um prazer, bons encontros, boa música, boas conversas, dança... piropas... e tudo mais de bom...
Até lá... abraços carinhosos...
Santuza TU