quarta-feira, 16 de abril de 2025

FREUD E ROSA NO SBC

 

  Sigmund Freud , nascido Sigismund Schlomo Freud (1856-1939)

Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. Faleceu no Rio de Janeiro, aos 59 anos, em 19 de novembro de 1967.               

Semana Passada, quarta feira dia 9 de abril, estava eu indo para nosso tradicional Sarau na ASA DE PAPEL. Pensando, no caminho, o que iria falar sobre G. Rosa, tema desse nosso encontro. e nesse dia eu estava relendo o Freud, O Mal estar na Civilização. No SBC temos nossos encontros que falam sobre "livros das nossas vidas", aqueles que nos provocaram "viradas de chave". E G. Rosa e Freud são dois dos meus autores mais citados nesses nossos encontros,  principalmente o Grande Sertão Veredas e O Mal estar nas Civilizações.

Foi então que me ocorreu um 'diálogo' entre esses dois grandes autores, grandes SBCenses - chamamos de SBCenses todas as pessoas que se identificam com nossos conceitos de bem viver, as pessoas inspiradoras nesse caso. Sim, diálogo! Licença poética... podemos elaborar diálogos entre grandes filósofos, escritores, poetas... que compartilham pensamentos semelhantes em relação à vida, às relações humanas.

Pois no sarau - fazemos rodadas, todas as pessoas se colocam em relação ao tema sugerido para a noite - quando chegou a minha vez, eu "elaborei" este diálogo:

Freud veio ao Brasil e encontrou com G. Rosa... estavam, também, numa roda de conversa, os dois e mais o Manuelzão, o Riobaldo, Diadorim, além de alguns e algumas SBCensees... e eu. E Freud falou sobre uma das ideias do seu livro O mal estar... : 

- "Penso que a maioria das pessoas, no mundo ocidental, fomos educadas para a "evitação do sofrimento"... Algumas pessoas, especiais, conseguem 'virar a chave', como dizem vocês, e orientar a vida para a busca do prazer... Isso dá uma diferença enorme na vida!"

Pois Rosa respondeu: - Verdade... "Viver é muito perigoso... Pois a mesma coisa que me salva pode me matar".

E continuaram a conversa, daquelas parecidas com a gente do sertão, uns sentados em banquinhos, outros de cócoras, chapéu, até um galhinho verde no canto da boca...

- É cumpade... pois pelos mesmos poros entra tanto o prazer como o sofrimento... se a gente, no medo de sofrer, fecha os poros, também fica sem entrar o prazer, não é isso?, ponderou uma pessoa SBCense.

- No que retrucou Manuelzão: - Sim... "o que muito se evita se convive!"

- É... quanto a gente evita o sofrer a gente fica sempre 'rudiano" ele - fala de outro SBCense - e continua: - quando a gente 'vira a chave' e aprende a busca do prazer, o sofrimento - que faz parte do humano - entra e sai pelos nossos poros - e a gente volta pro nosso rumo - que é o prazer dos bons encontros, o prazer que a vida dá...

- E quando a gente fecha os poros, no medo de sofrer, desaprende o sentir prazer... fica que nem um(a) besta na vida... não sente amor... mas ódio sente... e faz da vida um inferno, pro outro e pra si mesma(o) - acrescentou.

Pois Diadorim entra na conversa: - "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

- Sim, coragem para buscar o prazer, há que se aprender... diz Freud

E a conversa - agora no sarau no ASA - continua ... Na melhor parte, nossa querida alada Iara nos lembrou algumas palavras criadas por Rosa, que dizia:  "Cada autor deve criar seu próprio léxico, do contrário não pode cumprir sua missão".   Entre elas, a mais conhecida,  “nonada”, palavra de abertura do nosso romance Grande Sertão: Veredas. Significa "coisa sem importância". "Urubuir".... "Desfeliz" ... Grande Rosa! Obrigada Iara... Obrigada ASA...

Terminamos o sarau nos abraçando...

E no sábado dia 12, no nosso evento de 53 anos de início da Guerrilha do Araguaia, fiz essa mesma prosa, para falar da arte como uma eficiente ferramenta para o letramento de visão de mundo, de sermos sujeitos, para a formação de cidadania, enfim.

Pois não é que, agora, tenho a alegria de receber convite para outro encontro com o G. Rosa! Dessa vez, G. Rosa com Milton Nascimento! E com querida amiga, Iolene, grande artista, grande SBCense.

Estreia à vista!!!

Será uma honra, poder  contar com sua presença em grande noite! Não perca!
A proposta do espetáculo teatral "UM DEDO DE ROSA" é prosear, contar histórias envolventes da nossa gente do sertão, tão bem sentida e descrita por Guimarães Rosa.  Após extensa pesquisa da produção, compomos então, quatro histórias, inspiradas pela obra do artista, nas suas "Primeiras Histórias". Foram escolhidos quatro textos como base: Irmãos Dagobé, Soroco sua Mãe e sua Filha, A Menina de Lá e A Terceira Margem do Rio.  Os contos são costurados com músicas de Milton Nascimento. Nessa concepção artística, promovemos um encontro desses dois grandes nomes da arte e cultura mineira/brasileira e trazemos para a cena teatral, a poética profunda da sensibilidade genial e genuína, de Guimarães Rosa e Milton Nascimento.
https://www.instagram.com/p/DIPKmCHxbwU/?igsh=YW5rMXdkcnJ3djA=
OBS: Não poderemos começar com atraso, por motivos técnicos de vazamento de som, posteriormente, de outra sala.
VENDAS EM:
https://www.sympla.com.br/evento/um-dedo-de-rosa/2901835
Garanta já o seu! 😘✨🎭

Agora, mire veja, como diria Rosa: Essa prosa com Rosa e Milton será um pouco antes da nossa festa!!!

Divulguem, chamem amigos e amigas! Esperamos todas e todos vocês !!! Será uma alegria, um prazer, bons encontros, boa música, boas conversas, dança... piropas... e tudo mais de bom...


Até lá... abraços carinhosos...

Santuza TU







quarta-feira, 9 de abril de 2025

Conversas SBCenses: DOIS FILMES SUPER ATUAIS

 

"O amor é extremamente seletivo. Se eu te amo, quero que você me ame de volta. E não quero que você ame outra pessoa. E não quero que outra pessoa te ame... E assim por diante. Então isso restringe as relações humanas... Enquanto o ódio é generoso! E caloroso... Ele une todos as pessoas contra outras pessoas. É por isso que é usado por políticos tão frequentemente. Eles não clamam por amor, clamam por ódio. "Você deve morrer lutando contra o inimigo". O governo nunca diz que você tem que amar uns aos outros. E a única forma de escapar da tentação do ódio é o humor". 

E nossa conversa começou com a citação acima de Umberto Eco (1932-2016), escritor, filósofo, semiólogo, linguista italiano de fama internacional.

E o primeiro comentário foi do Luiz: - No nosso estilo SBCense de praticar a "superação" do raciocínio maniqueísta, a fala do grande filósofo está certa mas está errada também. Vou explicar: Está certa nos padrões conhecidos de raciocinar, tanto o conceito de amor quanto o conceito de política. Sim, aprendemos a pensar o amor desse jeito exclusivista, possessivo, o amor romântico. E aprendemos, também, a "política" de alimentação do ódio, é a mais comum, pelo menos nos últimos duzentos anos! Mas pode ser diferente, gente!!! A própria história nos diz que podemos ser sujeitos, podemos rever conceitos, padrões aprendidos, e criar outros conceitos orientadores das nossas ações, ou seja, podemos mudar o curso da história, tanto no micro quanto no macro!

E a Marina, concordando com o Luiz, trouxe para a atualidade o debate: - Gente, agora só se fala nos "tarifaços" do Trump. E ouvi outro dia um comentarista trazendo uma comparação dos tempos atuais com os anos 20 pra 30 do século passado. Lembram da grande recessão dos EUA, a Grande Depressão? Foi uma forte recessão econômica que atingiu o capitalismo internacional no final da década de 1920. Pós euforia econômica, pós primeira guerra mundial, EUA já maior economia do mundo... a especulação financeira, o boom das bolsas... aí a crise, a decadência do liberalismo econômico, pois toda essa prosperidade estava amparada em bases extremamente frágeis. Os efeitos da crise para a economia dos Estados Unidos foram imediatos e espalharam-se pelo país como um efeito dominó. E também pelo mundo. O período mais crítico foi de 1929 a 1933. E essa crise explica, dá uma pista do motivo pelo qual o fascismo e os ideais de extrema-direita tiveram tanta repercussão nos quadros políticos da Europa durante a década de 1930. E repercutiram na Segunda Guerra Mundial.

A Helena, SBCense cinéfila,  comentou: - Ótima síntese Marina! Você falando e eu lembrando de um filme imperdível, chocante, dessa época: A noite dos desesperados.

They Shoot Horses, Don't They? Nome do filme em inglês (Eles matam cavalos não matam? filme estadunidense  de 1969, dirigido por Sydney Pollack, com roteiro de Robert E. Thompson e James Poe baseado no  romance de Horace McCoy They Shoot Horses, Don't They?.

Sinopse: "Durante a Grande Depressão, nos anos 30 nos EUA, uma imensa maioria da população carecia de uma vida digna, sofrendo com o desemprego. Foi nessa época que, entre outras oportunidades inusitadas, apareceram os concursos de dança, que testavam ao extremo a resistência dos competidores em troca de comida, roupas e alguns míseros trocados".

Vale lembrar - o livro surgiu em 1935, durante a depressão econômica que se seguiu ao crack na Bolsa de 1929. A época era de crise, o desemprego adquiria níveis astronômicos e, nesse quadro, as maratonas de danças tornaram-se populares. As pessoas dançavam sem parar, até que só restasse um casal no salão para receber o prêmio. Os milhares de dólares faziam toda diferença para os deserdados da terra. O livro retratava com dureza esse universo competitivo e cruel. 

E a frase They Shoot Horses, Don't They?  - só um pequeno spoiler - é dita no final do filme, uma metáfora chocante sobre como somos levados à nossa desumanização, a nos odiarmos uns aos outros, a nos destruirmos, ser humano matando ser humano. 

Marcamos para rever o filme, numa rodada dupla, pois nossa outra grande cinéfila, Duda, lembrou outro filme, mais atual, desde século:

https://youtu.be/zG3TfjAhs30?si=6rmVd99IyTmmB-LA

Die Welle (A Onda) é um filme alemão de 2008 dirigido por Dennis Gansel, diretor de cinema, escritor e ator alemão.  É inspirado no livro homônimo de 1981 do autor americano Todd Strasser e no experimento social da Terceira Onda, realizado pelo professor de história norte-americano Ron Jones. 

No filme, Rainer é um professor a quem foi designada a tarefa de instruir seus estudantes de Ensino Médio sobre o Estado Autocrático. A escola está oferecendo alguns cursos de uma semana e Rainer ministra o de autocracia, após o professor do outro curso, o de anarquismo, que Rainer preferia, recusar-se a trocar de matéria.  Seus alunos, parte da terceira geração após a Segunda Guerra Mundial, não acreditam que uma ditadura poderia surgir na Alemanha moderna. Então Rainer começa um experimento para mostrar o quão fácil é manipular as massas.  

Professor favorito entre as crianças, Rainer decide deixar seus alunos desenvolver o assunto e pede a eles que construam sua própria autocracia. Durante este processo, vemos o impacto nos alunos, em suas relações internas e com outras pessoas da escola, família e cidade, incluindo o próprio professor. E o final é trágico...

Todos e todas nós já tínhamos visto os filmes, mas, como disse, ficamos de rever os dois sob essa ótica da atualidade, a crise do capitalismo, os "tarifaços", a fragilização da Europa, a "nova" corrida armamentista... a emergência do mundo multipolar, a China, o Sul Global... e as nossas subjetividades nesse quadro, assim como nossas relações.

Pois concluímos, voltando ao início com o Umberto Eco, que nosso movimento, necessariamente, é para a construção de sujeitos críticos e atuantes, em todos os níveis de relação, de um conceito de AMOR diferente daquele exclusivista, idealizador... desumano, enfim. Um amor que reúna humanidade, respeito, trocas simétricas, um AMOR POLÍTICO, um amor capaz de reunir, de criar o sentido de pertencimento e de construir um mundo mais bonito. Um AMOR ESPERANÇA, de pensamento aberto e de prática de possibilidades, do micro ao macro. 

Um AMOR ALEGRE, melhor combate ao fascismo. 

E seguimos com nosso grande filósofo brasileiro, Ariano Suassuna (1927-2014), poeta, romancista, ensaísta, dramaturgo, professor e advogado. Perguntado sobre a importância do humor na vida, ele respondeu: "Ah, é enorme. Ajuda a temperar o choro, né? Molière dizia: Não existe tirania que resista a uma gargalhada. É por isso que os tiranos normalmente tem tanto horror ao riso, não?"


O riso é uma coisa séria!!! o riso é revolucionário!!!

Grande slogan SBCense: AMOR E POLÍTICA, FAZEMOS NA CAMA E NO MUNDO!!! Um amor alegre, amplo e irrestrito... Outro grande slogan: FAÇA AMOR, NÃO FAÇA GUERRA!

E, para terminar, como sempre - ou quase - cantamos música do Chico... ASSENTAMENTO. A letra começa com uma citação de Guimarães Rosa: "Quando eu morrer, que me enterrem Na beira do chapadão, Contente com minha terra, Cansado de tanta guerra, Crescido de coração..."


Abraços carinhosos - e alegres -  a todas as pessoas que nos leem...

Santuza TU



quarta-feira, 2 de abril de 2025

VALE QUE VALE VIVER...

No dia 23 de março passado, domingo, no Museu Clube da Esquina, tivemos uma festa bacanérrima, de lançamento do livro da Professora DasDores, PÁSSARO AMARELO, uma importante obra que, entre prosa e verso, relembra e mantém viva a memória do saudoso artista Verono, filho da DasDores, nossa grande amiga SBCense. 

E, conforme convite acima, iremos em maio a Salvador, para outro lançamento! Maravilha! 

Claro que não faltará, também, lançamento no nosso grande FESTIVALE, neste ano o quadragésimo, em Diamantina, de 27 de julho a 02 de agosto. O FESTIVALE - Festival de Cultura Popular do Vale do Jequitinhonha, um dos maiores eventos de cultura popular do Brasil.



Terminando de ler o livro da DasDores. Emocionada... Me pareceu um parto ao contrário. Mark se foi em 2006, no auge da sua promissora carreira. 

"Partida 23 de outubro de 2006, com 26 anos de idade, na 381, há 5 min de Matias Lobato e 30 km de Valadares...Tomado pela 1620, cor azul, dirigida por Wanderley, da proprietária Cleni, da cidade de Bento Gonçalves, Canoas Rio Grande do Sul, carregada com uma Patrol, o caminhão estava carregado por máquina , o Siena , azul celeste de Mark Gladston / Verono , carregando 3 jovens, músicos, violão, baixo e percussão , que carregavam alegria , em cada canção ...quis o destino que Mark Gladston/ Verono e Fernando Tião , cantassem na luz e  Thiago Araújo , nesta terra , seus passos seduz". 

(relato da nossa querida DasDores).

Qualquer pessoa, mesmo no auge da sua empatia, nem passa perto de imaginar a dor da perda de um filho. E, quase 20 anos depois, ela consegue "parir" um livro de poemas, permeado de depoimentos lindíssimos de grandes amigos e amigas, nos dando a grande dica de superação: A AMIZADE. Me lembrei da metáfora da descida ao inferno, primeira parte da Divina Comédia, poema épico escrito pelo italiano Dante Alighieri, obra publicada no século XIV e considerada um dos maiores clássicos da literatura universal. 

Virgílio, o grande poeta romano autor de Eneida, surge para guiar Dante pelo inferno e purgatório em direção ao paraíso. Antes de encontrar Virgílio ele estava numa selva escura. Pois então,  a descida ao inferno acontece nas nossas vidas, grandes perdas, sofrimentos... e o caminhar para a superação será sempre mais bonito e enriquecedor com a companhia de pessoas amigas.


"Quem tem um amigo tem tudo", lembrando também nosso grande Emicida... "AmarElo", outra coincidência bacana! O nome do álbum faz referência  ao famoso poeta  Paulo Leminski (amar é um elo | entre o azul | e o amarelo), assim como também ao grande Belchior (Tenho sangrado demais Tenho chorado pra cachorro Ano passado eu morri Mas esse ano não morro). Tudo dialoga com Das Dores... toda poesia...


Seu nome: Mark Gladston... Verono, fiquei sabendo agora, Ver + Ono (Verão + Outono)  = transição, mudança. A metáfora PÁSSARO AMARELO me soou lindíssima, representa o amor de mãe que "deixa ir". E também fiquei sabendo que foi em Salinas, minha terra natal, em 2004, que ele ganhou o primeiro lugar no Festivale, com sua música, uma linda canção que fala do orgulho de um povo por seu lugar, sua terra, e que se transformou num hino do Vale:


E Das Dores nos conta, no livro, em poesias, a história desse "minino" (como falamos no Vale), a história da sua dor e da sua superação, sempre junto a amigas e amigos...


"Pra quem chega a conhecer o caminho,

Recebe, aconchega e convida,

já enxerga que o Vale é pra mostrar,

De trevas em mãos de coronel,

Sapiente, em astúcia canta que a cultura vai reinar."


Obrigada querida amiga DasDores, pela poesia... e pela amizade.

Espero estarmos juntas em julho na linda Diamantina, também lançando nosso segundo livro,  "Caminhando e cantado a liberdade", crônicas do SBC, "Uma bonita história, de um movimento que reúne liberdade, paixão e alegria". 


Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos acompanham... Inté...

SANTUZA TU


quarta-feira, 26 de março de 2025

Final de março...

 



A propósito do 8M, dia internacional da mulher, tivemos eventos durante todo o mês, para lembrar da nossa luta histórica por igualdade de direitos. E no sábado dia 22 o Movimento Quem Ama não Mata promoveu, dentro da programação Sábados Feministas, o encontro com a Dra. Ela Wiecko, Jurista e Ouvidora Geral do MPF.

MPM - Movimento Popular da Mulher e SBC presentes. A Dra. Ela, segunda à esquerda na foto acima, de vestido branco, nos conta a história anterior à lei Maria da Penha,  a construção da lei e o que temos, atualmente, de impactos positivos e negativos, assim como debates em relação à mesma.

O que ficou, pra nós, em relação a esse encontro: 
. Sem dúvida, um dos impactos positivos é que a lei nos trouxe a discussão de gênero, a criação de comitês de gênero e raça, pois antes não tínhamos nada disso;
. Sabemos que, na nossa sociedade patriarcal, a mulher é subalternizada, objetificada.  E a lei vem a ser uma ação afirmativa em relação a isso. O coração da lei são as medidas protetivas, disse a Dra. Ela;
. E, com a lei e os debates suscitados, ficamos sabendo que violência de gênero não se reduz à violência doméstica, perpassa por todos os setores da sociedade (por exemplo no ambiente de trabalho);
. Algo relativamente novo na lei vem a ser a construção de "Grupos reflexivos para o agressor", ideia defendida por algumas pessoas e criticada por outras que defendem a punição; 
. Por último, estamos vivendo momento de transição, e o aumento da violência ocorre em função de disputa de poder.

E observamos, nas colocações após as palestras, como até mesmo o nosso raciocínio é maniqueísta, o ou/ou. E, na disputa de poder, raciocinamos dentro da noção de "poder sobre", o poder de dominação, que é o que aprendemos e internalizamos culturalmente. Difícil é raciocinar o "poder para" transformar o mundo, sermos sujeitos na construção de um mundo mais igualitário... o que vem a ser um exercício diário nessa direção. 

Pois a Lei Maria da Penha está construída a partir de um paradigma do que se conhece como "Justiça Restaurativa", em contraposição ao paradigma da "Justiça Punitiva", o mais conhecido e praticado. E mudança de paradigma - conjunto de conceitos, pressupostos, valores, ... que orientam (determinam, até...) nossa maneira de pensar, sentir, agir - nos posicionar no mundo e nas relações - já sabemos: como tudo no humano, vem a ser movimento... processo, transição... construção humana, enfim. 



Pois com o debate sobre a lei Maria da Penha pulamos diretamente para o "outro lado da mesma moeda", o lado masculino. Todas nós comentando sobre a série ADOLESCÊNCIA, na Netflix, quatro capítulos... todas impactadas com a série. Quase como se estivéssemos falando a mesma coisa sobre outro "ponto de vista" (expressão interessante e pertinente essa, pois se viramos o olhar enxergamos outras coisas, "outros pontos").


Inúmeras leituras e reflexões sobre a série, sob inúmeras perspectivas: a família, o pai (descrito pela mãe e mostrado na série como tendo reações impulsivas violentas), a perplexidade, o assombro da família toda com o acontecimento, o filho se esforçando para atender expectativas do pai...; a escola, o modelo de educação (uma escola pública inglesa, de classe média baixa); a violência do sistema policial com uma determinada classe social; a paternidade e seus dramas, seu distanciamento e ignorância - sentimento de culpa -  a respeito do que está ocorrendo com os filhos e filhas... e por aí vai.

E todas essas reflexões fazem uma convergência do nosso olhar sobre o sistema em que vivemos e sobre como as redes sociais estão interferindo decisivamente na construção histórico social e cultural do que está sendo chamado de MASCULINISMO. Pensamos que esse movimento, essa ampliação de visão da questão da violência na adolescência, por um lado, minimiza um sentimento de culpa profunda que sentimos enquanto pais, quando "absorvemos", como esponjas, as consequências da "educação" que damos aos nossos filhos e filhas... e o sentimento que culpa não produz absolutamente nada no sentido de caminharmos para qualquer alternativa possível. Por outro lado, quando ampliamos nossa visão para a perspectiva antropológica-histórica-cultural, criamos a possibilidade do movimento de CULPA para RESPONSABILIDADE na construção de masculinidades - e feminilidades também, evidentemente -  mais saudáveis e, enfim, de um mundo mais saudável, na perspectiva micro e macro. 

Lembrando que a adolescência nada mais é que um "fenômeno cultural" produzido pelas práticas sociais em determinados momentos históricos, manifestando-se de formas diferentes e nem sequer existindo em alguns lugares, em algumas culturas. Foi no século XVIII que surgiram as primeiras tentativas de definir, claramente, suas características.

Chegamos ao questionamento, à perplexidade: O que está acontecendo atualmente com essa faixa etária, esse tempo de transição para a vida adulta? Como chegamos a este ponto? A série nos aponta como a existência de comunidades online influenciam a juventude atual, seja exercendo pressão social para seguir tendências de comportamento... e até mesmo facilitando a circulação de discursos de ódio.

O que é INCEL? O que é red pill? Porque pais e mães - e todos e todas nós - precisamos saber sobre isso? A série aborda esses temas e a necessidade de conhecermos sobre isso, pois esses termos estão
associados a questões tão delicadas como misoginia e violência.

A princípio, o termo INCEL descreve indivíduos que, apesar de desejarem ter relacionamentos afetivo-sexuais, não conseguem encontrar parceirosA palavra “incel” é uma abreviação de “involuntary celibate”, que em português significa “celibatário involuntário”. No entanto, o conceito de “incel” vai muito além dessa definição literal. Na internet, “incel” se refere a uma comunidade online, predominantemente masculina, que compartilha uma visão de mundo pessimista e misógina. E se constrói uma ideologia, fundamentada na frustração, no ódio e na crença em um "direito" ao sexo. 

O movimento RED PILL surgiu e se popularizou por volta da década de 20 do ano 2000. Defende que homens não devem se casar ou namorar, mas apenas fazerem sexo, por dizerem que mulheres não são fiéis e nem possuem bom caráter para com os homens. 

E as "pesquisas científicas" desses movimentos dizem dos 20% das mulheres que se interessam pelos MACHOS ALFA - as "esposas tradicionais", belas, recatadas e do lar,  trad wives, e/ou as dondocas, arm candy, mulher troféu; e os 80% dos MACHOS BETA, pelos quais as mulheres não se interessariam, ou que estes serão enganados, roubados, explorados, pelas mulheres, as "putas", as interesseiras.  E que, por consequência, podem/devem ser violentadas, até mesmo exterminadas.




Concluímos propondo a questão levantada pela querida Iza Indômita, "especialista em homens", na sua tese de mestrado: O que é ser homem pra você? Se questione e questione os homens sobre isso, todos os homens ao seu redor? Questione também as mulheres...

E uma "conclusão-constatação" que veio à tona a partir dessas conversas: "agora entendo um pouco como o fascismo se instala muito mais facilmente entre os jovens, como a ideologia conservadora, maniqueísta, o raciocínio fácil, polarizado, vai se infiltrando... e "forma", os adultos... e como a tecnologia se presta a esse trabalho... assim como podemos, devemos, utilizar da tecnologia como ferramenta importantíssima para o letramento de "visão de mundo" - tanto no geral como no particular, nas relações humanas desde as íntimas até o exercício da cidadania.

E a querida Vicentina nos lembra linda canção, para terminarmos o mês de março:


A música 'Woman in Chains', da banda britânica Tears For Fears, é uma poderosa balada que aborda temas de opressão e libertação feminina. Lançada em 1989, a canção é marcada por sua melodia suave e pela emotiva performance vocal, que transmite uma mensagem de empatia e conscientização sobre as lutas enfrentadas pelas mulheres na sociedade. Ouçam a música e entendam a tradução da mesma.

Mulher Acorrentada

É melhor gostar de amar e é melhor se comportar

É melhor gostar de amar e é melhor se comportar

Mulher acorrentadaMulher acorrentadaEla chama seu homemDe A Grande Esperança BrancaEla diz que está bemEla sempre aguentará...Mulher acorrentadaMulher acorrentada
Bem, eu sinto que sentar e esperarÉ um péssimo negócio (um péssimo negócio)E me sinto desesperadamente oprimidoPelos seus olhos de aço (seus olhos de aço)
Bem, é um mundo enlouquecidoQue mantém a mulher acorrentada
...Mulher acorrentadaMulher acorrentadaTroca sua alma como pele e osso(É melhor gostar de amar e é melhor se comportar)
Vende a única coisa que ela possui(É melhor gostar de amar e é melhor se comportar)

...
Mulher acorrentada

(O Sol e a Lua)


Mulher acorrentada
Homens de pedra!Homens de pedra!Ei, babyNão, não...

Bem, eu sinto que no fundo do seu coraçãoExistem feridas que o tempo não pode curar(Feridas que o tempo não pode curar)E eu sinto que alguém, em algum lugarEstá tentando respirarVocê sabe o que quero dizerÉ um mundo enlouquecidoQue mantém a mulher acorrentadaIsso me incomodaMas não posso controlarVou destruí-loMas não vou entenderEu não vou aceitarA grandeza do homemÉ um mundo enlouquecidoQue mantém a mulher acorrentadaEnlouquecidoMulher acorrentada



Então liberte-a

Então liberte-a

Então liberte-a

...................



E o grito SBCensence: LIBERTEMO-NOS, TODAS, TODOS E TODES!!!

Abraços carinhosos...

Santuza TU








sexta-feira, 21 de março de 2025

Filme da semana

 


Em Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta, seu filme para a Netflix, a atriz e diretora Amy Poehler foca no momento em que a importância do feminismo e da sororidade entre mulheres bate à porta na juventude

O que acontece quando se junta uma garota de uma cidade pequena do Texas com o movimento feminista? Uma revolução! 

Sinopse: Inspirada por uma nova amiga confiante e pelo passado rebelde  da mãe - como antiga integrante do feminismo punk dos anos 90 -  Vivian (Hadley Robinson), uma adolescente tímida,  decide começar uma mobilização na própria escola. Começa a elaborar e circular textos anônimos na escola, convocando à revolução feminista.

O filme é baseado na obra homônima de Jennifer Mathieu.

Amy Poehler. Vivian Carter está cansada. Cansada da direção da escola, que nunca acha que os jogadores do time de futebol estão errados. Cansada das regras de vestuário machistas, do assédio nos corredores e dos comentários babacas dos caras durante a aula. Mas, acima de tudo, Viv está cansada de sempre seguir as regras, os padrões que nos aprisionam. 
No século passado, a mãe de Viv era dura na queda:  integrante das Riot Grrrls nos anos 90, era revolucionária...  Inspirada por essas histórias, Viv pega uma página do passado da mãe e cria um fanzine feminista que distribui anonimamente para as colegas da escola. Era só um jeito de desabafar, mas as garotas reagem. Logo Viv está fazendo amizade com meninas com quem nunca imaginou se relacionar. E então ela percebe que o que começou não é nada menos que uma revolução feminista no colégio.

O livro - e o filme - trazem  reflexões sobre regras impostas pela sociedade até no jeito que a mulher se veste... Assim como precisamos - nós, mulheres -  estarmos atentas sobre como reproduzimos esse mundo patriarcal e machista. Sim, pois fazemos parte dele. Daí começou nossa conversa:

. Vi a sinopse do Filme, indicado por minha filha hoje com 40 anos, e gostei. Ela me indicou dizendo que me identificou como "a mãe de passado rebelde"! Me senti orgulhosa, lisonjeada com a semelhança apontada por ela. Então fui ver o filme... e adorei! Claro que não é um filme francês, rsrs... no entanto serve de pretexto - ou pré-texto, nós fazemos o texto - para boas conversas e aprofundamentos. 

. A propósito, no dia 8 de março tivemos o nosso 8M, vários coletivos de mulheres se encontrando na Praça Raul Soares e caminhando em direção à Praça Sete para lá nos reunirmos com outros coletivos... muitas manifestações, muitos discursos, muitos encontros... Pois bem, já estávamos atravessando as avenidas que contornam a praça Raul Soares para começarmos nossa caminhada, o caminhão já se colocando para abrir o cortejo, e as falas continuavam. Foi quando ouvimos uma manifestante ao microfone: - Podemos ser frágeis? Penso que ela queria a resposta: SIM!!! pois sua fala girava em torno da necessidade de nossa humanização. Pois não é que o grito, em resposta, foi: NÃO!!! Nossa impressão foi que ela se assustou com a resposta... e gritou, em retorno: - Podemos sim!!! e continuou falando algo a respeito da nossa cultura que deseja que internalizemos que temos que ser sempre fortes, a fim de desempenharmos os papéis destinados a nós, de esposa perfeita, mãe perfeita... etc.

Já estávamos, umas cinco mulheres, seguindo a passeata, e continuamos a conversa - não sem antes rirmos do susto da pessoa ao microfone - e de nós mesmas. Concordamos que a obrigação de sermos fortes, perfeitas, nós vamos internalizando desde que nascemos. Temos que ser ótimas em tudo, ótimas esposas, ótimas mães, ótimas donas de casa... e ótimas profissionais ... e, ainda mais, lindas!!! e magras!!!

Daí outra das cinco continua a reflexão: concordo com a internalização dos padrões de forte, perfeita, etc... por outro lado, também internalizamos profundamente o estereótipo de fragilidade - para sermos "protegidas", para buscarmos, sonharmos com o "salvador", o "príncipe encantado", o "protetor" - este também é um estereótipo do patriarcado, não acham? 

No que concordamos.: ficamos oscilando entre essas duas polaridades, a frágil, meiga, a ser protegida...  e a forte, perfeita, que dá conta de tudo... e identificamos um "esticamento" entre essas duas posições - o maniqueísmo, ou/ou -  que nos desgasta enormemente, que nos faz sofrer, assim como causa danos às relações ao nosso redor. 

E mais: essa polarização constrói a impossibilidade de nos humanizarmos, nos descobrirmos - ou nos construirmos - enquanto serem humanos que somos. Esta é a grande estratégica de uma cultura que nos deseja objetos, reprodutoras - e infelizes... e perpetuadoras de relações assimétricas, de dominação e servidão, que vem a ser, também, uma característica dessa nossa sociedade.

. Então, disse outra de nós: com essa "descoberta", a "saída" é a busca do equilíbrio entre forte e frágil?

No que a outra respondeu: não se trata de busca de equilíbrio, e sim de busca de superação. Aquela superação dialética que já conversamos através de grande SBCense, Marx: Nem forte, nem frágil, HUMANAS, que contém forte e frágil...

Temos o direito de sermos frágeis quando "ser forte" nos descaracteriza; e temos o dever de sermos fortes quando ser forte não significa ser perfeita e, sim, torna-se necessário para a nossa humanização...



Abraços humanos e carinhosos a todas e todos que nos acompanham...
Santuza TU



sexta-feira, 14 de março de 2025

Revendo conceitos fundamentais do SBC


SÔ Marcelo, nos homenageando com a camisa do SBC, cantou seu mais novo samba na terça feira de carnaval, no desfile do nosso bloco. 

Olê olê olê olê olá, vamos sambar!

Viva o nosso samba, esse gênero musical criado no Brasil, cuja origem são os batuques trazidos pelos negros escravizados, misturados aos ritmos europeus, como a polca, a valsa, a mazurca, o minueto, entre outros. Viva as festas de roda dos negros na Bahia. Viva o Rio de Janeiro, nossa capital no início do século XX, para onde os negros foram em busca de trabalho, e qualquer manifestação cultural era reprimida e criminalizada, como a capoeira, o candomblé... e o samba, claro. Viva Tia Ciata e todas as   "tias" ou "vós", verdadeiras matriarcas afro-descendentes que acolhiam os batuques. 

Viva Chiquinha Gonzaga e Ernesto Nazareth... E Viva Donga! Em 1917 foi gravado no Brasil aquele que é considerado o primeiro samba com o título "Pelo Telefone", com letra de Mauro de Almeida e Donga.


E Viva SÔ MARCELO!!!

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História do Riso e do Escárnio. Georges Minois. UNESP - 2003. Tradução de Maria Elena Ortiz Assumpção.

O livro "História do Riso e do Escárnio" explora como o ser humano utilizou o riso ao longo da história. O autor analisa o humor como um fenômeno que pode esclarecer a evolução humana e revela os dilemas de cada época. Além disso, o livro investiga o grande mistério que envolve o riso, estudado por diversas disciplinas ao longo dos séculos.

  • O humor, para Minois, é um fenômeno que pode esclarecer, em parte, a evolução humana. O riso é uma das respostas fundamentais do ser humano perante o dilema da existência. Verificar como ele foi e é utilizado ao longo da História constitui o objetivo deste livro. Exaltar o riso ou condená-lo, para o autor, revela a mentalidade de uma época e sugere uma visão de mundo, podendo contribuir para esclarecer a própria evolução humana.
Não é simplesmente um livro de história. É um senhor livro. São 653 páginas de uma memorável pesquisa e que exigiram de seu autor um profunda dedicação e muita erudição. Esta pesquisa passa diversas vezes por toda a história, se detendo, especialmente, nos campos religioso, filosófico, histórico e literário. Também do leitor é exigido bastante. Não é um livro para principiantes.

O livro começa pelos gregos, passa pelos latinos, pela alta e baixa Idade Média, chegando ao Renascimento, ao Esclarecimento, passando pelas reformas religiosas, pelas revoluções, pelas guerras, até chegar ao século XX, parando por aí, uma vez que o livro foi publicado no ano de 2003. Todos os grandes nomes da teologia, da filosofia, da literatura, do teatro e do cinema merecem a análise do autor. Ao todo são 15 capítulos, além da introdução e da conclusão. O riso e o escárnio é visto em todas as suas formas, quer as maléficas, quer as benéficas. 

Georges Minois, historiador francês,  esquematizou a história do riso em três períodos: o riso divino, o diabólico e o humano. No primeiro, associado à Antiguidade clássica, o riso está ligado à suprema liberdade dos deuses. É, portanto, vinculado à recriação do mundo, seja nas sátiras escritas pelo grego Aristófanes seja nas críticas sociais dos comediógrafos latinos Plauto e Terêncio.

O cristianismo, na Idade Média, opõe-se a essa visão. Prega que o homem deve temer o inferno, regido pelo diabo, rei do riso, da zombaria e do escárnio, atitudes toleradas apenas em festas pagãs como o Carnaval. A partir do Renascimento, com o progressivo abalo de todas as crenças, o riso renasce, penetrando nas fissuras do absoluto para questionar a religião, no século XVIII, a monarquia, no século XIX, e o autoritarismo, no século XX.

Em pleno século XXI, para Minois, o ser humano, infelizmente, teria domesticado o poder do riso. No atual mundo do "politicamente correto", o seu componente agressivo estaria desvitalizado. Embora pareça estar por toda parte - na publicidade, na televisão, nos jornais, nas transmissões esportivas -, o riso não passaria, mais do que nunca, de uma máscara para esconder a profunda agonia do existir".

"O ser humano é o único que sabe que vai morrer... e que ri..."

O livro nos lembra filme famoso no SBC, já conversamos sobre ele:

"O Nome da Rosa" é um filme franco-teuto-italiano de 1986, dirigido por Jean-Jacques Annaud e baseado no romance "Il nome della rosa" de Umberto Eco. A história se passa em um mosteiro na Itália Medieval, onde ocorrem assassinatos misteriosos de monges. Enfim, o monge detetive descobre  que as mortes eram provocadas pelo veneno das páginas dos livros apócrifos, livros proibidos, que alguns monges conseguiam alcançar na biblioteca e, ao folhearem, passavam o dedo nas páginas e na boca...aí morriam envenenados. E o filme explora a tensão entre conhecimento e fé, criticando a repressão do conhecimento pela Igreja Católica e a utilização da inquisição para manter o poder. 

E sabem o principal livro apócrifo que era lido, e morriam por isso? O livro que falava sobre o riso!


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Por último, conversamos sobre  SENTIDO ESTÉTICO para a vida, grande valor para o SBC, a sensibilidade para perceber e valorizar a estética presente em tudo ao nosso redor.

Senso estético : faculdade de apreciar a beleza e a arte pelo prazer estético que estas proporcionam.

Senso moral : a consciência do bem e do mal. 

Senso prático : capacidade de agir com praticidade; entendimento do útil.

A palavra "estética" vem do grego aisthetiké, que significa "percepção" ou "sensibilidade".
A expressão "senso estético" é formada pela junção de "senso", do latim sensus, que significa faculdade de julgar, com "estético", do grego aisthetikós, que está relacionado com sentimento. 
"O sentimento estético é a alegria que se experimenta ao ver obras da natureza ou obras de arte. A alegria estética é doce, pacífica e desinteressada".
A estética é uma disciplina filosófica que se  preocupa com a natureza da beleza e do gosto. Examina a filosofia do valor estético, que é determinado por julgamentos críticos do gosto artístico. 
Enfim, concluímos nossa conversa reafirmando 
nossos conceitos fundamentais: 
. o valor do samba;
. o valor do riso;
. o sentido estético na vida, para além 
do sentido moral...
entre outros... 

Nossa gratidão a todas as pessoas que nos 
acompanham e compartilham nossos conceitos...
Santuza TU