Agora
vamos conversar sobre o ROMANTISMO ESTRUTURAL, irmão gêmeo do Machismo Estrutural,
e que nos faz tanto mal, a todxs nós, homens e mulheres. Por que é nosso dever
falar disso, e nosso objetivo criar consciência e combater esse vírus da nossa
existência.
O
amor romântico nos é imposto, desde muito cedo, como única forma de amor.
Contém a ideia de que duas pessoas se transformam numa só, havendo
complementação total e nada lhes faltando. Prega que o verdadeiro amor é para
sempre, que não é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo, que quem ama não
sente desejo sexual por mais ninguém, que o amado é a única fonte de interesse
do outro, que um terá todas as suas necessidades atendidas pelo outro, e por aí
vai...
Um
dos conceitos de MITO diz daquelas “verdades” que nos são incutidas desde que
nascemos e que jamais devemos questionar sobre as mesmas. E isso determina a
nossa maneira de pensar, sentir e agir. O mito do amor romântico nos diz que
para cada homem no mundo há uma mulher que “foi feita para ele” e vice-versa.
Além disso, o mito implica que há um só homem destinado a uma mulher e uma só
mulher para um homem e que isso foi predeterminado “nas estrelas”.
Imaginem
a horrível confusão e sofrimento que este mito gera: prá existir um NÓS tem que
existir dois EUS. Um EUZÃO, com um zero à esquerda, não forma um NÓS! Porém, um dos resultados da vivência do Amor
Romântico é, sem dúvida, a perda da individualidade, uma “juntividade” que
anula, quase sempre, os dois EUS. Outra confusão diz respeito à triste luta das
cobranças e insatisfações dos dois, cada um querendo que o outro se molde à sua
idealização. “Ele é uma pessoa linda... Ela é uma pessoa linda... Os dois
juntos formam um quadro feio e triste...”
“Desistem
de seus prazeres e projetos pessoais, se afastam dos amigos, sempre apostando
na satisfação mágica de todas as necessidades. Participam sem cerimônia da vida
do outro, mas o controle sufocante que daí decorre não é evitado. É aceito como
necessário para garantir a complementação total”... Esta afirmação é de Regina
Navarro, psicanalista e escritora, autora de vários livros sobre relacionamento
afetivo sexual.
O
amor romântico é um desses fenômenos psicológicos realmente arrasadores que
surgiram na história do Ocidente. Foi algo que alterou permanentemente nossa
visão do mundo. Vamos à história, pois ela está inteiramente presente, agora,
em nossas vidas...
"Não podendo suportar o amor, a Igreja quis ao menos desinfectá-lo, e então fez o casamento.” Baudelaire
Esse
ideal amoroso começou no século XII, mas só passou a ser uma possibilidade no
casamento a partir do século XIX. Antes, os casamentos se davam por interesses
financeiros. Como fenômeno de massa começou a partir da primeira metade do século
passado, segundo alguns autores e autoras, quando todxs passaram a desejar casar por
amor.
Antes
do Romantismo, o amor era algo representado de maneira ousada, provocante,
aventureira ou divina. Quem lê a epopeia de Camões e sua “Ilha dos amores”, ou
as farras sexuais nos poemas de Bocage, pode perceber um amor que vai muito
além de um par. Mas, com o final das grandes cruzadas e descobrimentos, nações
começavam a se estabelecer, e as pessoas começavam a prosperar em sua terra
natal. Havia a necessidade de um novo modelo a seguir, um modelo de amor que
poderia ser vivido dentro do lar, na vizinhança e entre os familiares. A dama
deve desejar o cavaleiro, que lhe corteja gentilmente; os dois se casam e vivem
felizes para sempre. Aos poucos, esse amor romântico entrava em nossa história
para nunca mais sair, pelo menos até os dias de hoje!
O ideal
do amor romântico foi aparecendo na sociedade ocidental durante a Idade Média,
pela primeira vez na literatura no mito de Tristão e Isolda, depois nos
poemas e nas canções de amor dos trovadores. Era conhecido como “Amor Cortês” e
tinha por modelo o intrépido cavaleiro que honrava uma bela dama e fazia dela
a sua inspiração, o símbolo de toda a beleza e perfeição, o ideal que o
incentivava a ser nobre, espiritualizado, refinado e voltado para assuntos “elevados”.
Li
há algum tempo um texto super interessante, minhas primeiras reflexões sobre
esse “estado de espírito arrasador”: “O amor cortês”, de C.S. Lewis, onde o autor
propõe-se delinear o surgimento do desse novo sentimento. Reconstrói, então,
historicamente, o que seria tal “estado de espírito” – suas causas e
características – perguntando-se sobre o que teria surgido primeiro: a poesia
nova ou a nova emoção – com o intuito de fornecer dados para compreendermos
melhor nosso presente e talvez até nosso futuro. O autor se pergunta: o novo
sentimento ou a poesia, o que veio primeiro? E afirma: a vida e a literatura
estão intrinsecamente ligadas. Sim, a arte em geral, e também a poesia e a literatura, ao
mesmo tempo, reproduzem/refletem um momento histórico e criam/constroem/antecipam a história, produzindo valores, formas de pensar
e sentir, “estados de espírito”. Vejam, por exemplo as letras do Djavan: “Só
sei viver se for por você”... e vejam, em contraposição, a linda letra do
Gilberto Gil “Drão”... onde ele mostra o amor necessariamente construído: “tem
que morrer prá germinar...”
Voltando
ao texto do Lewis: ele considera uma “revolução” o surgimento em fins do século
XI, no sul da França (Languedoc), de uma espécie nova de amor e da poesia de
forma lírica que o celebra e lhe dá forma. Trata-se da poesia trovadora, de
estilo artificialmente requintado, resplandecente ou enigmático. O sentimento
celebrado é o amor com as seguintes características ou forma peculiar de se
vivenciar:
·
humildade e cortesia (a paixão romântica surge do antigo molde da relação
vassalo-senhor. A bem amada era o senhor feudal a quem se prestava cortesias e a postura do cavaleiro era de humildade em relação à dama);
·
associação
amor-adultério (na sociedade feudal
o casamento nada tinha a ver com o amor, a mulher era dama e veneração dos
vassalos e, ao mesmo tempo, propriedade do marido. O casamento era o pano de fundo, contrastando
com a ternura e delicadeza do novo sentimento. Logo, qualquer idealização do
amor sexual nesta sociedade onde o casamento era simplesmente utilitário
deveria começar por uma idealização da dama e da relação);
·
e
a religião amorosa do deus amor (a
atitude do amante com a dama é semelhante à devoção à Virgem ou a adoração a
Deus).
O amante ou enamorado é um ser abjeto, escravo ou prisioneiro, sempre chorando, ajoelhado aos pés da dama inflexivelmente cruel. Ele aspira às virtudes de obediência à dama, de aquiescência as suas repreensões, as mais injustas. Trata-se de uma servidão de amor associada e modelada na servidão vassalo-senhor feudal, onde o amante é servo da dama e até a trata como “minha senhora” e tem atitudes chamadas de “feudalização do amor”.
O amante ou enamorado é um ser abjeto, escravo ou prisioneiro, sempre chorando, ajoelhado aos pés da dama inflexivelmente cruel. Ele aspira às virtudes de obediência à dama, de aquiescência as suas repreensões, as mais injustas. Trata-se de uma servidão de amor associada e modelada na servidão vassalo-senhor feudal, onde o amante é servo da dama e até a trata como “minha senhora” e tem atitudes chamadas de “feudalização do amor”.
O
autor situa tal Amor Cortês como uma parte da vida na corte, como a flor e a
semente dos costumes aristocráticos onde se distingue os cavalheiros dos
plebeus, sendo possível apenas aos “polidos”. Na poesia, o poeta ama a mulher de
outro homem e pouco se importa com o marido. Mas não é um leviano galanteador: seu
amor é uma emoção trágica e quase desesperada, salva por sua fé no Deus do Amor
que não abandona seus crentes adoradores.
Trata-se,
pois, de uma revolução, de uma quebra do passado clássico, que vai constituir a
base da literatura europeia durante 800 anos, a paixão romântica da literatura
inglesa do século XIX e até nossa ficção popular ainda revela o ideal de
“felicidade" baseada no amor romântico bem sucedido.
Ovídio, o “mal compreendido”, foi o escritor da Idade Média que mais cantou o Amor Cortês. Não se sabe se ele ironizava ou estava reproduzindo em verso e prosa a nova forma de amar emergente. Nos versos ele trata dos desejos das mulheres (amantes de sua fantasia e árbitros de seu destino, que o castigam com uma disciplina de ferro e impõem-lhe uma vida de escravo). Recomenda uma conduta vergonhosa e absurda com a mulher amada, fazendo uma confissão cômica dos abismos a que esse ridículo desejo pode levar o homem.
Ovídio, o “mal compreendido”, foi o escritor da Idade Média que mais cantou o Amor Cortês. Não se sabe se ele ironizava ou estava reproduzindo em verso e prosa a nova forma de amar emergente. Nos versos ele trata dos desejos das mulheres (amantes de sua fantasia e árbitros de seu destino, que o castigam com uma disciplina de ferro e impõem-lhe uma vida de escravo). Recomenda uma conduta vergonhosa e absurda com a mulher amada, fazendo uma confissão cômica dos abismos a que esse ridículo desejo pode levar o homem.
Enfim,
O amor romântico é o ideal sonhado por qualquer personagem de filme ou novela,
assim como também é o ideal de quase toda a sociedade ocidental moderna, o
nosso ideal, de todxs nós (ou quase...). Desde muito cedo somos levados a
acreditar numa relação amorosa fixa, estável e duradoura como única forma de
realização afetiva. Passamos então a vida esperando o momento de encontrar “a
pessoa certa”, para, a partir daí, vivermos felizes para sempre.
Mas,
já vimos, o amor romântico é uma mentira. Mente sobre as mulheres, sobre os
homens e sobre o próprio amor. É uma mentira contada há tantos séculos que as
pessoas querem vivê-la de qualquer jeito. Na realidade, amam o fato de estar
amando, se apaixonam pela paixão. Sem perceber, idealizam o outro e projetam
nele tudo o que desejam. No fim das contas, a relação não é com a pessoa real,
que está do lado, e sim com a que se inventa de acordo com as próprias
necessidades.
É
claro que é possível viver um tipo de amor bem diferente, sem projeções e
idealizações, longe da camuflagem do mito do amor romântico. Para isso
precisamos, primeiro, ter coragem de abrir mão das nossas antigas expectativas
amorosas e depois então, torcer para que mais pessoas façam o mesmo.
Descobrindo outras formas de amar podemos experimentar sensações até agora
desconhecidas, mas nem por isso menos excitantes.
Uma
mulher me contou que se sentia mal entre suas amigas. Sentia-se julgada como se
não fosse capaz de segurar um homem, de sustentar uma relação afetiva, um
casamento. Algumas mulheres estão se desenvolvendo na vida profissional mas continuam procurando um homem como se isso lhes fosse trazer o "sentido da vida", nada mais faz sentido. Outras namoram e casam sem amor só por medo de ficarem
sozinhas e ter de responder ao mundo – e a elas mesmas – essa pergunta chata:
“Nossa, mas vocêêêê, solteira? Porque, se é tão bonita?”. E o tanto que as circunstâncias descritas acima interferem na auto estima!!! É muito cruel!!!
Também já ouvi a revelação de mulheres, em relação à vida profissional, do medo de não serem bem sucedidas. Sabe-se que esse medo pode aparecer de maneira invertida: na verdade, o medo é de SER BEM SUCEDIDA, pois isso a faria rever de maneira drástica esses padrões tão enraizados. Uma escritora contou o caso de uma grande executiva que era solteira, mas usava uma aliança só para se sentir mais respeitada no seu meio de trabalho. Quer dizer, uma mulher solteira é menos competente do que uma casada? Ou será que ela faz isso para fugir da visão estereotipada “bem sucedida, mas sem vida pessoal”? É de assustar que ainda hoje algumas mulheres sejam julgadas negativamente apenas porque não estão dentro de um casamento! Sim, ainda vivemos esse “bulling social”.
E o que dizer dos homens que ainda vivem (em sua maioria, talvez...) a cisão puta/pura, as mulheres que servem para ficar e as que servem para casar?
Tudo isso não é muito triste e cruel? Crescemos com essa idealização do casamento e do amor romântico de modo que nos tornamos aprisionadxs psicologicamente e tentamos ajustar o espírito e a mente dentro de um roteiro prescrito há séculos.
Também já ouvi a revelação de mulheres, em relação à vida profissional, do medo de não serem bem sucedidas. Sabe-se que esse medo pode aparecer de maneira invertida: na verdade, o medo é de SER BEM SUCEDIDA, pois isso a faria rever de maneira drástica esses padrões tão enraizados. Uma escritora contou o caso de uma grande executiva que era solteira, mas usava uma aliança só para se sentir mais respeitada no seu meio de trabalho. Quer dizer, uma mulher solteira é menos competente do que uma casada? Ou será que ela faz isso para fugir da visão estereotipada “bem sucedida, mas sem vida pessoal”? É de assustar que ainda hoje algumas mulheres sejam julgadas negativamente apenas porque não estão dentro de um casamento! Sim, ainda vivemos esse “bulling social”.
E o que dizer dos homens que ainda vivem (em sua maioria, talvez...) a cisão puta/pura, as mulheres que servem para ficar e as que servem para casar?
Tudo isso não é muito triste e cruel? Crescemos com essa idealização do casamento e do amor romântico de modo que nos tornamos aprisionadxs psicologicamente e tentamos ajustar o espírito e a mente dentro de um roteiro prescrito há séculos.
O
cinema, as propagandas e diversos outros produtos culturais cooperam para
manter essa ideologia de que o casamento heterossexual é o máximo de realização
que uma pessoa pode esperar. Somos levadxs a transformar em “destino de vida” o que,
na verdade, é uma circunstância, um “bom encontro que dura enquanto for bom”. Nada
contra o casamento, nem contra a monogamia, mas é de se questionar que esse
tipo de relação seja idealizada como a forma mais viável e aceitável de
relação. Que seja considerada o “final feliz” do indivíduo, sua realização
pessoal, e que quem não segue esse roteiro é consideradx fracassadx e/ou
promíscux.
O
Amor Romântico se repete também com pessoas que saem do modelo homem/mulher. Quem
comenta sobre isso é Gilmaro Nogueira (psicólogo, especialista em Estudos Culturais, História e Linguagens) citando a feminista Adrinne Rocha: “...mas
essa não é uma questão apenas de mulheres. Muitos homens que buscam relações
afetivas com outros, assim como mulheres que buscam outras mulheres também
descrevem o parceiro(a) pretendido (a) como: a pessoa certa; alma-gêmea ou
pessoa que traga felicidade".
Ahhh... este modelo de idealização do outro acontece (não sem causar danos...) em todos os níveis de relação. Quem não conhece filhxs se matando emocionalmente, abandonando a construção da própria identidade, em função da realização do ideal da mãe/pai imposto a elxs? E o trabalhador que idealiza a figura do chefe? Não são, tais relações, de certa forma reproduções do modelo vassalo/senhor feudal?
Ahhh... este modelo de idealização do outro acontece (não sem causar danos...) em todos os níveis de relação. Quem não conhece filhxs se matando emocionalmente, abandonando a construção da própria identidade, em função da realização do ideal da mãe/pai imposto a elxs? E o trabalhador que idealiza a figura do chefe? Não são, tais relações, de certa forma reproduções do modelo vassalo/senhor feudal?
Outro dia ouvi de um terapeuta: "a cliente tinha me idealizado tanto, me colocado num pedestal tão elevado, que um encontro verdadeiro entre nós não era possível" (embora este caminho da idealização seja ainda muito procurado, tanto por alguns psicólogos como por outros profissionais). Um grande perigo dessas relações idealizadas (ou mitificadas) é
que perdemos a condição de humanização, muitas vezes pulamos da idealização
para o desprezo. Quanto mais alto o coqueiro maior é o tombo, perigo para os
dois protagonistas desse tipo de relação, o que mitifica o outro e o que é
mitificado.
Então,
conhecer os mecanismos do amor romântico nos dá a possibilidade de mudar esse
modelo enferrujado. A relação amorosa pode e deve ser livre, sem pressões,
questionamentos ou dúvidas. Existem mil e uma maneiras de amar, no lugar dessa maneira "romântica" de
limitar o amor!
Não
conheço ninguém, nenhum par que, ao se sentirem envolvidxs se perguntem: e
agora, o que faremos? que relação queremos construir? Talvez a essa construção poderemos dar o nome de AMOR. Conheço muito mais o que podemos chamar de PETRIFICAÇÃO, o "buraco" do "pronto", como se tudo estivesse dado (namorar, casar, ter filhos...); conheço, por outro lado, pessoas que, ao se
sentirem envolvidas e o outrx não quer (ou não pode) corresponder a essa
programação determinada, saem da relação (de repente ou de fininho, não sem causar traumas a ambxs). Também vejo tristes
desencontros causados por pessoas que, de certa forma, sabem o que não querem
(o padrão) mas não sabem o que querem, o que propor. Vejo ainda outras relações tristes porque
querem se enquadrar (e/ou enquadrar o outrx) nos padrões.
Enfim,
acredito que se todxs nós tentarmos compreender os mecanismos psicológicos que
atuam por trás do amor romântico e aprender a lidar com eles conscientemente,
teremos nas mãos a chave para novas possibilidades de relacionamento, tanto
com os outros como com nós mesmxs. A grande questão levantada não é amar ou não
amar... Trata-se de amar não rimando amor com dor, mora na filosofia!?!?
Vamos conversar mais sobre este assunto? Sim! considero a única maneira de crescer e criar novas possibilidades de amar melhor...
Beijos a todxs...
SantuzaTU
SantuzaTU
PS.: Por favor! Não confundam a IDEOLOGIA DO AMOR ROMÂNTICO com o ROMANTISMO enquanto postura de vida (otimismo, esperança, alegria, namorar com a vida). Não sejamxs céticxs!!! Amar sempre vale a pena... de todas as maneiras possíveis... quando a alma não é pequena, já dizia o poeta...
TU, texto maravilhoso!!! vamos, aos poucos, trocando o amor romântico pelo amor livre, livre dessas amarras cruéis. Beijos carinhosos. Rafhael
ResponderExcluirISSO RAFA!!! adorei!!! beijos carinhosos tb...
ExcluirLindo texto!!! Esclarecedor :) Bjos grandes com muito amor, sem idealização, Laura.
ResponderExcluirobrigada!!! beijos carinhosos... TU
ExcluirAdorei e compartilho de suas ideias. E tambem vejo isso constantemente aparecendo nos pensamentos dos clientes na clinica. Nao so dos clientes, mas de colegas de trabalho, de amigos, de familiares, etc. Isso é constante e aparece nas formas mais sutis de pensar sobre o assunto. Uma palavinha sempre escorrega. "Quanto mais alto o coqueiro maior é o tombo, perigo para os dois protagonistas desse tipo de relação, o que mitifica o outro e o que é mitificado. Então, conhecer os mecanismos do amor romântico nos dá a possibilidade de mudar esse modelo enferrujado. A relação amorosa pode e deve ser livre, sem pressões, questionamentos ou dúvidas. Existem mil e uma maneiras de amar, no lugar dessa maneira "romântica" de limitar o amor! " Eu, particularmente, penso que a maneira alegre e esperançosa de amar é a construcao de uma relacao. Nao penso diferente da monogamia porque meus padroes realmente me ensinaram assim, mas se tenho um parceiro que pensa igual, estamos pelo menos caminhando juntos. Planos juntos, ideias que se somam, viver o dia a dia acompanhada é muito bom. Amor... simplesmente amor, percebido conforme minha visao permite. Nao isolemos a nossa formaçao psicologica, apenas a entendamos e busquemos nosso caminho. É construcao diaria..
ResponderExcluirFernanda
Obrigada pela leitura e comentários Fê!!! vamos construindo formar de amar mais bonitas... beijos TU
ExcluirAdorei Tu! Texto lindo, profundo e esclarecedor. Estamos caminhando pra isso, não acha? Estou morrendo de saudades de vc e de tds sbcenses. Bjs, Rosária Rosa, rs
ResponderExcluirobrigada pela leitura e comentário Rosa!!! saudades também... beijos carinhosos... TU
ExcluirOlá SBCenses...
ResponderExcluirbom, vou ler o texto todo, com atenção e reflexão... mas apenas em relação à introdução:
DOIS NUNCA SERÁ UM... quando muito, conseguimos ser tres... eu, o outro e as vezes o nós...
e isso deveria se refletir na organização da vida amorosa... por exemplo: tres casas (a minha, a do outro, e a nossa, aquela quitnete ou casa de campo, onde podemos juntos nos fazer cada um mais de si.... mas sem estar no espaço alheio.... fica caro mas deve ser o suprasumo....
Tu.... então, voltando a nossa conversa daquele dia, esse conceito amor romântico, que eu até então desconhecia, não descreve bem a forma de amor que eu defendo... eu acredito demais no amor, e tambem no romantismo... não nesse sentido conceitual apresentado, mas no sentido de que amar é o principal sentimento que povoa meus desejos,,, um amor que liberte, que compartilhe crescimento pessoal, que seja repleto de desejos e de parcerias....
ResponderExcluirentão Fernando: estamos também defendendo a superação desse modelo que temos (o do amor romântico) e a proposta de construirmos o amor livre... não te parece melhor? ocorre que somos impregnados de "cultura" (a cultura é nossa segunda natureza, como dizia Nietzche...) e não basta "defendermos" outro tipo de amor, esse que liberta... pois para (cada vez mais...) praticarmos o amor que liberta precisamos estar super atentos à reprodução, nas nossas vidas, diariamente, desse outro tipo "cruel" de amor que reproduzimos... somos seres históricos, né? precisamos, com humildade, reconhecer sempre o que reproduzimos... a arrogância é péssima! faz a gente não enxergar... e reproduzir... e isso vem a ser o que falamos de "estrutural"... olha lá tb nosso post de 19/jan/2014...
Excluirobrigada pelas suas considerações... abraço carinhoso... TU
Excelente texto!! Condensa de uma forma bem direta um desejo que eu tenho: amar quem a pessoa é e ser amada por quem eu sou. Uma soma, e não uma fusão. Um companheirismo lado a lado. Mas, se me permite, gostaria de levantar uma lebre. Talvez, para se conseguir pôr em prática novas formas de amar, temos que dar conta de aprimorar a nossa comunicação. Tenho percebido uma dificuldade das pessoas simplesmente dizerem que elas pensam, o que elas querem. Talvez numa certa vinculação de que se deve dizer aquilo que a outra pessoa gostaria de escutar ou o que seria socialmente esperado. E isso não dá certo. Macula o processo em sua raiz. Se quero amar quem a pessoa é (afinal essa é a proposta, sem idealizações), preciso de saber quem a pessoa é; e se quero ser amada pelo que sou (essa também é a ideia), tenho que saber me apresentar como sou. E somente muita honestidade, humildade e desnudamento dos nossos sentimentos para completar essa processo. Ainda vejo as pessoas muita na defensiva, com falta de coragem de levar o diálogo na mais cristalina honestidade (não quero dizer falta de honestidade como falta de caráter não). A pessoa quer viver um amar diferente, ela quer isso, ela busca isso, mas na hora de se comunicar com o outro ela não saber expressar isso. Talvez devemos, primeiro, ou concomitantemente, aprimorar nossa comunicação, um diálogo mais transparente e cristalino, com a possibilidade de falar o que se ente sem ficar pensando na reação do outro (claro que existem forma s e formas de se expressar, não estou defendendo aqui a falta de educação ou a grosseria, mas a simples revelação do sentimento). Enfim, PARABÉNS PELO TEXTO!!! Amei. Vamos construir novas formas de amar! E vamos aprimorar nossas formas de dialogar!! Será que fica aqui um pedido de um novo post? hahaha. Será que podemos enxergar alguma espécia de vício na comunicação por ser ela, também, um problema estrutural? Essa pergunta só a mentora Santuza para responder. Beijos querida!!! Ana Flávia.
ResponderExcluirQuerida Ana! não é uma "lebre", trata-se de um ótimo acrescentamento!!! sim, o processo de aperfeiçoamento de nossas formas de amar está, necessariamente, vinculado à melhoria das nossas formas de comunicação: mais autênticas, mais simétricas, com menos necessidade de máscaras, da representação de papéis... legal d+ sua reflexão, viu? obrigada... ótima idéia, sim, para um post: comunicações distorcidas em função de papéis internalizados... por aí? mas não sou mentora!!! me recuso este papel!!! vamos pensar juntxs, meu convite... beijos carinhosos TU
ExcluirÓtimo texto, aos poucos vamos conseguir nos libertar desses preceitos religiosos que invadiram, com tanto sucesso, nosso imaginário e consequentemente, nossas relações afetivas (amizades, relações familiares, relações amorosas).
ResponderExcluirBeijão! Couto
obrigada pelo comentário Couto! verdade, a mudança é histórica!!! beijos carinhosos... TU
ExcluirMe impressiona (com tristeza) comentários (no blog, no face e pessoalmente, de amigos e amigas)) sobre o amor romântico, apreciando o post mas, de alguma maneira, se "ausentando" da vivência desse tipo de amor!!! gente!!! é isso que vivemos, de forma sutil, por isso estrutural!!! não é dizendo que é legal o tipo de amor "livre" etc e tal... que o praticamos... e sim, reconhecendo, com humildade, as práticas diárias desse tipo de amor...e se esforçando para superá-las... que criamos a possibilidade de construir algo mais próximo do que desejamos, relações mais livres, mas simétricas... a superação do modelo vassalo/senhor é histórica e em todos os níveis de relação... e também conversando é que a gente consegue... beijos e obrigada a todxs pelas "conversas". TU
ResponderExcluirMaravilhoso seu texto Tu !!! Me senti sentado tomando uma com vc !!!
ResponderExcluirDeixo um pensamento de um filosofo que para mim define bem o amor: " O amor é aquela confiança feita ao acaso" Alain Badiou
Saudades !!! bjão, Dudu ( Cartola/Paris).
querido, saudoso amigo!!! acabo de sentir também, a mesma coisa, um vinho, pois aqui em BH tá um frio danado!!! beijos carinhosos, leia e comente o post sobre a história do feminismo... TU
Excluir