A cidade de Caraí em Minas Gerais, foi fundada em 27 de dezembro de 1948, estando situada na região Jequitinhonha. A cidade integra a microrregião de Araçuaí e faz parte do Circuito Turístico Pedras Preciosas.
E o nosso mais novo SBCense é de Caraí! Jequitinhonhense!
Na foto praticando esporte, conhecido como TATU - apelido que ganhou na Universidade Federal de Viçosa que tem relação com a lagarta taturana e não com o bicho que faz buraco - Fagner é meio intelectual, meio de esquerda, como ele mesmo se define. Mestrando em Linguística e Língua Portuguesa e Especialista em Políticas Públicas, atualmente Superintendente de Participação Popular em Contagem. E mais: pai do Marco Stalin... e poeta! Grande poeta!
Cada vez descubro uma outra coisa desse Fagner... Pois não é que descobri que ele tem um heterônimo! Não é um pseudônimo, é um heterônimo, que nem o Fernando Pessoa. Na literatura, heterônimo vem a ser um nome imaginário que um criador identifica como o autor de obras suas e que, à diferença de pseudônimo, designa alguém com qualidades e tendências marcadamente diferentes das desse criador. Fernando Pessoa criou vários heterônimos, cada um com sua própria biografia, personalidade e estilo literário, que assinavam suas obras. Os mais conhecidos são Alberto Caieiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares.
Pois bem, o poeta criado pelo nosso Fagner se chama J Pinto Fernandes e tem um blog: UMA FACA SÓ LÂMINA, de onde printei esse poema lindo:
E o que ele, Fagner, me mandou - depois de inúmeros pedidos - para compartilhar no nosso blog, é lindíssimo: DECALQUE
“... assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de
andar mas que fazia de mim um tripé estável”.
Clarisse Lispector
“As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei”.
Carlos Drummond de Andrade
recalque-decalque
entre a prosa e a poesia
entre um tripé estável
e as duas pernas bambas
das leis
o som silencioso
(alarido)
de um lírio surdo
escorre, escapa
esparrama
o inatingível
encontro
do toque
do sussurro
de olhos
que
- atentos -
soletram um outro mundo.
Vejam que ele faz o decalque - a "arte de transferir uma imagem ou texto de um suporte para outro" - da Clarisse e do Drummond, produzindo um novo poema, assim como aqueles dois, de uma forma simples e direta, explorando tema profundo e complexo.
Ai... sorte a minha de ter reencontrado grande amigo e grande poeta, descobri uma nova pessoa depois que ele tirou o chapéu que o escondia...
Ahhh, também é Spinozista! Jequitinhonhense e Spinozista é muita coisa em comum... acho que vou criar, também, uma heterônima... Só tem uma coisa que ele combina menos com o SBC, ele adora forró e nós adoramos samba. Porém, visto sobre outro ângulo, é também uma coisa em comum: o gosto pela boa música... e pela dança ... desse jeito fechamos, combinamos ...
E também ele, Tatu - ou Fagner - nos convida para o nosso sarau:
Oba!
Retomamos nossos saraus mensais, o primeiro deles no próximo dia 4.setembro no nosso querido Bar taboca.
Voz linda, doce, repertório de música caipira da melhor qualidade.
E não é que o Alarico também é frequentador no nosso querido BAR TABOCA? e lançou seu último CD nesse aconchegante "reduto" dos jequitinhonhenses e amigos, com direito a show MARAVILHOSO!!!
Aqui está sua página no Instagram, para seguirmos:
E a TomTom querida fez um vídeo "bunitim dimais sô", comigo no final, toda feliz com a música do Alarico "na veia e na alma":
Ô sorte sô ...
"QUEM TEM AMIGOS TEM TUDO"
Obrigada ...
E, claro, Alarico será, também, convidado pro nosso sarau!!!
Oba!
Retomamos nossos saraus mensais, o primeiro deles no próximo dia 4.setembro no nosso querido Bar taboca.
E, nesse mesmo encontro, tivemos a alegria de ficar conhecendo mais gente que ama o Jequi: Grande Renato Campos Guimarães, Diretor do Jornal de Notícias do Jequitinhonha, que circula nos Vales do Jequitinhonha, Médio Espinhaço (Diamantina, Serro, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro e Morro do Pilar), Rio Pardo, Mucuri, Norte de Minas e Belo Horizonte...
Oh! Minas Gerais, Oh! Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais...
Biláh Bernardes nasceu Maria Angélica em Santo Antônio do Monte, 1950. Embaixadora da Paz pelo Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix - Suisse / France, colabora na organização do Belô Poético e do movimento Poetas pela Paz e Poesia. Mora em Belo Horizonte desde 1970. Trabalhou
como professora e psicopedagoga. Tem publicações em antologias, jornais e revistas, no Brasil, na Argentina (Buenos Aires) e no Chile (Roncágua). Pela Editora Anome Livros, publicou DesCasamento, livro de poemas, em Janeiro de 2008. Atua levando livros e poesia cênica com o grupo Gato Pintado, em Belo Horizonte no interior. Membro do grupo de escritores de Piracicaba, do Movimento Poetas del Mundo e da ACADSAL - Academia Santatoniense de Letras.
Essa linda nos chama para evento:
E lá fomos nós, representando o SBC:
E mais um convite:
Você sabia que o nome Maroca significa aquela que fala muito?
"Imagine alguém que goste de contar casos, ser impedida desde a infância ... de se expressar! Onde e como encontrará refúgio para suportar o que não pode falar? Em alguém diferenciado na família? Nos livros? Na escrita?
Maroca Amordaçada desenvolve uma história onde explora com delicadeza e força temas como a violência doméstica, o trauma, a resiliência, a busca por identidade, a complexidade dos laços familiares e o poder libertador da palavra escrita como instrumentos de superação e memória. E uma história sobre as muitas formas de silenciamento e a coragem necessária para, finalmente, falar e segredos serem revelados."
O LIVRO PODE SER 'ENCOMENDADO' PELO WHATSAPP
+55 31 99128 7347
E, claro, a Biláh está convidadíssima para o nosso sarau SBCense! e todas e todos vocês:
Oba!
Retomamos nossos saraus mensais, o primeiro deles no próximo dia 4.setembro no nosso querido Bar taboca.
Em tempos de colonização de corações e mentes, chique mesmo é conversarmos sobre ÉTICA... sobre MORAL... e sobre a possibilidade de construirmos uma moral autônoma (de dentro pra fora) em vez de nos submetermos à moral heterônoma (de fora pra dentro)... isso a partir do desenvolvimento do sentido crítico, da ampliação da consciência - sair do maniqueísmo certo/errado - e de uma visão de mundo mais ampla e inclusiva.
Chique mesmo, MALADO, DAORA, é conversar com SBCenses jovens sobre quem foi Aristóteles e sua importância para nossas vidas AGORA... e com ele aprender a juntar razão e emoção, cabeça e coração: quanto mais apaixonado - tomado por alguma emoção, mais racional devo estar, "eu administro minhas emoções", e não "elas tomas conta de mim", como aquele outro cara de trocentos anos atrás nos enfiou goela abaixo, o Platão, ele era da mesma época de Aristóteles.
Os dois estiveram por esse mundo, na Grécia, antes de um grande cara chamado Jesus, um revolucionário que mudou o mundo. E foi muitíssimo distorcido quando outros caras "foram escrevendo" a Bíblia, e reescrevendo de acordo com o que queriam que nos enfiassem goela abaixo como "moral cristã"...
E Sócrates!!! Ele dizia que a sabedoria é "quanto mais a gente fica sabendo das coisas" mais a gente "sabe que nada sabe", olha que malado! E não é mesmo! "Quanto mais eu sei, mais aumenta minha ignorância, ou minha curiosidade de saber mais". Irado demais! Sócrates chama isso de Ignorância Douta, Doutora... ou Ignorância Sábia...
Platão
Sócrates
Aristóteles, filósofo grego
Jesus Cristo
E mais chique ainda é saber que temos todas essas histórias na IAIA... não sabem o que é IAIA? A IAIA de IOIÔ... como a tratamos no SBC... não conhecem a música? aí vai: 'Linda Flor', samba-canção de 1929, composta por Henrique, Vogeler, Luis Peixoto e Marques Porto, cantada aqui por João e Bebel Gilberto.
Mas aqui no SBC a IAIA é a Inteligência Artificial, tudo que queremos saber ela nos diz... No entanto, o senso crítico, somos nós que desenvolvemos. Até mesmo para pesquisar a IAIA e obter informações que nos provocam reflexões, nos instigam, conhecimentos da história e essas coisas chiques, daora. O segundo nome da IAIA pode ser vários: GPT, META, GEMINI, GROK, entre outros.
Pois então... MALADO foi a nossa conversa entre SBCenses de 13 a 80 anos - assim como nossa pesquisa na IAIA, sobre um filósofo do século XVII:
Baruch (de) Espinoza (em hebraicoברוך שפינוזה; Baruch Shpinoza, também referido como Baruch (de) Espinosa ou Baruch Spinoza; na literatura em português, também como Bento (de) Espinosa e, após o Cherém ou Herém - o mais alto grau de punição dentro do judaísmo, em que a pessoa é totalmente excluída da comunidade judaica - como Benedictus de Spinoza.
Ética: Publicada postumamente em 1677, esta obra apresenta sua visão sobre a natureza de Deus, a mente humana e a ética, defendendo que a felicidade e a liberdade dependem do conhecimento racional das leis naturais.
Em resumo, Baruch Espinoza foi um pensador revolucionário que desafiou as normas de sua época e cujas ideias continuam a ressoar na filosofia contemporânea.
E daí começa conversa chiquérrima com grande amigo de juventude - tipo 'primeiro namorado' - a gente nunca se esquece:
- Nos anos 80 do século passado, uma reflexão sobre trecho desse Tratado "mudou minha vida" como falamos no SBC. Em algum lugar do mesmo, Espinoza diz mais ou menos isso: "Todo homem pertence a outro homem, por direito, tanto quanto caia sob seu poder... E se pertence a si mesmo na medida em que repelir toda violência, reparar os prejuízos e, em poucas palavras, fizer o que lhe aprouver"... mais tarde, no mesmo Tratado ele também diz que não existe 'poder de um', a não ser quando é exercido de forma autoritária... Você não imagina o tanto que essas duas frases me provocou: eu, uma mulher, "educada" para a subalternidade - 'pertencer' a um homem - comecei a perceber o significado de "repelir toda violência", reparar os danos causados por essa violência... e "fazer o que me aprouver", ou seja, caminhar no sentido de construir, conquistar... minha liberdade...
E mais: NOSSA liberdade, como diz Spinoza na segunda parte "não existe poder de um", ou seja, nos juntar, nós mulheres, na construção de um mundo mais livre e onde existam relações mais simétricas... começou a ser a minha batalha desde então... ou melhor, nossa batalha... Aprendi com ele que LIBERDADE não é algo dado, e sim uma conquista a cada dia... hoje sou um pouco mais livre do que ontem e um pouco menos do que serei amanhã... e NOS JUNTANDO, ou seja, o coletivo vem a ser POLÍTICA, no sentido que o Baruch Espinoza nos ensina...
- Então... o que mais me toca, me afeta, no Baruch, é o seu conceito de Deus. Li no seu livro Tu, PRA TUDO TEM UM SAMBA, no capitulo Carnaval 24: Faça amor não faça guerra, página 52 3 53, quando você fala do 'Espírito de Carnaval', você fala do conceito de Deus de Espinoza, Deus é Natureza, Deus é tudo ao redor e também 'Deus dentro'... Deus é a alegria do Carnaval, Deus é liberdade...
E mais: a IAIA me apresentou um vídeo sobre Espinosa que faz um questionamento esplêndido sobre Jesus Cristo, coisas que eu sempre pensei... Vou resumir aqui, já fazendo links com outros autores, filmes, músicas e a arte em geral que, como você diz, nos liberta, abre nossas corações e mentes:
- Dizendo que a 'verdadeira libertação' é questionar o que é proibido, Baruch questiona o mito Jesus Cristo, a fim de nos incitar a começar a sair da "cegueira do pronto e acabado, enfiado goela abaixo". Me lembrei imediatamente do Ensaio sobre a cegueira", livro e filme 'arrasantes'. Livro do grande português José Saramago, 'publicado em 1995, uma obra de ficção que explora temas como a humanidade, a sociedade e a condição humana, através de uma narrativa surreal e filosófica' ... resposta aqui da IAIA. E o filme, de 2008, de Fernando Meirelles, mesmo diretor - brasileiro - de "Cidade de Deus".
- TUZA, o Espinosa nos coloca, numa análise histórico crítica sobre a Bíblia, três argumentos que 'destroem' a natureza divina de Jesus Cristo:
1. Os textos bíblicos foram escritos por homens e refletem uma época histórica, ou seja, os textos que serviam àquela 'unificação doutrinária' específica. Tanto que em cada época alguns textos eram excluídos e outros acrescentados - li o que você já escreveu sobre Lilith, primeira mulher de Adão, feita do mesmo barro - uma matriz relacional simétrica homem mulher, transformado num livro apócrifo, proibido - depois Adão e Eva, nossa 'matriz' masculino-feminina, assimétrica, gravada (e reproduzida) a ferro e fogo no nosso espírito ... Ou seja, a Bíblia, longe de ser um 'ditado divino', é um documento humano, portanto, histórico, contextual; e imperfeito, como toda obra humana... um documento que reflete as crenças, preconceitos e 'agendas políticas' dos seus vários autores ao longo dos séculos;
2. A noção de milagre: por definição, "o que ultrapassa a compreensão humana", ou seja, buscar explicações sobrenaturais para o que não compreendemos, para o acaso, o unaudito, o desconhecido, o novo... aí então a exageração, a mitificação, se transforma em milagre.
Pois, para Espinosa, a noção de Deus não vem a ser uma "projeção antropomórfica" da tradição judaico-cristã - pois essa projeção 'criou' um Deus semelhante ao homem e diz que ELE nos criou à sua imagem e semelhança, ou seja, projetamos e invertemos, numa tentativa de 'humanizar o divino'.
Para ele, Deus é "a substância única que constitui a totalidade da existência", Deus está na natureza, Deus está em nós, pois fazemos parte dela;
3. A 'natureza divina' de Jesus: Espinoza nos fala como Jesus, que existiu, foi um revolucionário, tanto que uns trezentos anos depois aconteceu a queda do Império Romano - impérios demoram um pouco entre o declínio e a queda definitiva, como acontece agora! ...
Como - e porque - essa pessoa revolucionária foi divinizada vem a ser um questionamento importante. Ou seja, a construção do mito "filho de Deus" - mito no sentido de crenças, que vão sendo 'enfiadas" goela abaixo, que não questionamos, e se transformam em 'verdades absolutas' que estão "orientando" nossas vidas e nossas relações.
Pensando sobre Espinoza e suas reflexões sobre religião e política, não posso deixar de lembrar de filme recente - 2024, imprescindível para entendermos as consequências dessa mistura. O filme Apocalipse nos Trópicos, documentário de Petra Costa, já na Netflix:
- Enfim, meu caro CAN, nosso já SBCense Espinosa nos diz que Jesus foi um mestre da vida ética e humana. E diz mais: diz que o verdadeiro propósito da vida ética não é obter uma recompensa sobrenatural num além da vida... e, sim, alcançar plenitude na própria vida, no aqui e agora, na realidade e na nossa participação\construção\transformação dessa realidade para o que pensamos ser um mundo melhor. Brincamos no SBC que não é a toa que, depois dele, surgiram outros SBCenses famosos - Nietzsche, Marx...
E veja que a HUMANIZAÇÃO de Jesus feita pelo Espinoza o torna muito mais relevante! Despojá-lo da mitologia faz dele um modelo, uma referência a ser seguida, pois o motivo da construção de mitos vem a ser a alienação das pessoas e o exercício do PODER SOBRE elas (o poder de dominação-submissão). Dito de outra maneira: a obediência baseada no medo suprime o pensamento crítico e produz a submissão. E sabemos, por outro lado, que a o caminho para a LIBERDADE começa com o pensamento crítico.
Pensando numa música, a primeira que me vem à mente: Balada do louco, Os Mutantes, grande Rita Lee... e Arnaldo Baptista, interpretação majestosa de Ney Matogrosso: "Eu posso pensar que Deus sou eu!"(muito Espinosa, pois Deus é natureza, e eu faço parte da mesma).
- TUZA, recentemente tomei conhecimento de uma jovem francesa , possivelmente uma das primeiras feministas da história, no século XVII, que, tendo lido o Tratado de Espinosa, percebeu algo que ele talvez não tenha pretendido. Ela o questionou. Veja:
“- Li seu tratado e percebi algo que talvez não tenha pretendido. Se a autoridade religiosa é questionável por ser baseada em tradição humana em vez de verdade demonstrável, então o que dizer da autoridade masculina sobre mulheres? Você argumenta que governos derivam legitimidade do consentimento dos governados, porém, maridos governam esposas sem qualquer consentimento. Você diz que supressão do pensamento livre é tirania. Mulheres são proibidas de estudar filosofia, teologia, ciências. Suas ideias sobre liberdade de pensamento se aplicam apenas aos homens ou são universais?”
Esta pergunta deixou Espinosa perturbado. Ele havia focado suas críticas em autoridade religiosa e política, mas não havia considerado como seus princípios se aplicariam a relações entre homens e mulheres. Sua resposta foi cuidadosa, mas reveladora:
- “Cara leitora, você identifica uma inconsistência real em meu pensamento. Se a capacidade de raciocinar é o que distingue seres humanos e lhes dá direitos naturais, então essa capacidade não pode ser limitada por gênero. Mulheres que demonstram capacidade intelectual igual a dos homens deveriam ter direitos intelectuais iguais. A exclusão das mulheres do estudo sério é baseada em preconceito tradicional, não em evidência racional. Admito que não havia considerado completamente essas implicações, você me fez um favor intelectual ao apontá-las.”
Essa troca de cartas plantou sementes para desenvolvimentos futuros no pensamento de Espinosa sobre igualdade humana e direitos naturais, veja que interessante...
- Muito chique CAM! Malado! Daora! Talvez o primeiro 'homem feminista', com a característica principal da humildade, não muito própria, culturalmente, nos homens. A humildade, essa primeira de todas as virtudes, a base para todas as outras, segundo André Comte-Sponville, "Pequeno Tratado nas Grandes Virtudes": ..."é o reconhecimento das próprias limitações e o olhar honesto sobre si mesmo".
Assim terminamos - provisoriamente - nossa conversa, que não pode deixar de ser compartilhada, pois pra isso serve a amizade, para as trocas e crescimento mútuo. Não sem antes cantar Beto Guedes, Sol de Primavera:
"A lição sabemos de cor, só nos resta aprender..."
Gratidão querido amigo...
Obrigada a todas as pessoas que nos leem... até a próxima...
Arlindo Domingos da Cruz Filhonasceu em 1958 em subúrbio do Rio de Janeiro e foi criado em Madureira. Aos sete anos ganhou o primeiro cavaquinho. Empolgado com o instrumento, esperava ansioso o pai chegar do trabalho para aprender a tocar. Aos doze já tirava muitas canções de ouvido.
Na juventude, entrou para a escola Flor do Méier, onde estudou teoria, solfejo e violão clássico por dois anos. E já nessa época começou a trabalhar profissionalmente como músico, fazendo rodas de samba com vários artistas, inclusive Candeia. Com ele, gravou seus primeiros discos, um compacto simples, pela gravadora Odeon, e um LP chamado Roda de Samba (hoje encontrado em CD). Em ambos tocou cavaquinho. Ao completar 15 anos foi estudar em Barbacena, Minas Gerais, na escola preparatória de Cadetes do Ar, mas não abandonou a música. Cantava no coral da escola.
Ganhou festivais em Barbacena e Poços de Caldas. Quando deixou a Aeronáutica, passou a frequentar a roda de samba do Cacique de Ramos. Ia todas as quartas-feiras, aprender ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Ubirany, Zeca Pagodinho, entre outros.
Com a saída de Jorge Aragão do Fundo de Quintal, Arlindo Cruz foi convidado a participar do Grupo. Foram, então, 12 anos de trabalho. Neste período, gravou com muitos artistas do pagode e deu as canções Seja sambista também, Só Pra Contrariar, Castelo de Cera, O Mapa da Mina e outras ao Fundo de Quintal.
Em 1993, Arlindo sai do Fundo de Quintal para seguir carreira solo. No mesmo ano, Arlindinho, seu primeiro álbum solo, que contava com doze faixas, foi lançado O álbum Batuques do Meu Lugar, lançado em 2013, foi indicado à categoria de Melhor Álbum de Samba do Prêmio Contigol MPB FM de Música de 2013.
Em meados de 2009, é lançado o DVD e CD duplo MTV ao Vico Arlindo Cruz. Gravado em São Paulo, o projeto já era desejado por Arlindo Cruz desde sua participação no clipe de "Dor de Verdade" (de Marcelo D2) e a gravação do acústico do cantor Zeca Pagodinho. Arlindo ainda afirmou que, mesmo sabendo que a MTV não é uma emissora de música brasileira, ficou satisfeito com o resultado.
Em 2015, ganhou o 26º Prêmio da Música Brasileira na categoria Melhor Músico de Samba.
em 2016
Em 17 de março de 2017, o compositor sofre um AVC. Seu quadro era grave, porém estável. Três anos após a enfermidade, Arlindo voltou a falar algumas palavras, demonstrando uma melhora significativa de seu quadro inicial. Em 14 de setembro de 2018, no dia do aniversário de sessenta anos de Arlindo, o filho do músico, Arlindinho, realizou uma apresentação especial no Vibra São Paulo(antigo Credicard Hall.O show teve participação especial de Xande de Pilates, Tuma do Pagode, Leandro Lehar, Leci Brandão e outros.
Arlindo morreu no Rio de Janeiro, em 8 de agosto de 2025 aos 66 anos, de falência múltipla de órgãos em decorrência do AVC hemorrágico que sofreu em 2017 e de pneumonia.
O velório de Arlindo Cruz foi realizado no formato de gurufim no último dia 9 de agosto. A despedida iniciou com atabaques e cantos de candomblé, religião do sambista. Parentes, amigos e fãs estavam de branco, conforme a família havia pedido nas redes sociais. Também teve samba e a presença de personalidades famosas.
Ou seja, o ritual Gurufim celebra A VIDA... É uma tradição afro-brasileira que celebra funerais de forma festiva, misturando música, dança, comida e bebida para homenagear a vida de quem partiu, originada a partir de rituais trazidos pelos africanos escravizados ao Brasil.
A memória de Arlindo Cruz será celebrada em uma missa de sétimo dia hoje (14), às 19h, na Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Arlindinho, seu filho, compartilhou também em seu perfil na internet, nesta quinta, hoje, um vídeo de uma fala antiga do pai falando sobre religião antes de cantar "O bem". O sambista diz: "Acima de qualquer religião, eu defendi o Candomblé agora e já falei sobre minha religião, eu acho que o necessário nesse momento, o que a humanidade está precisando é que se pense e pratique o bem".
Arlindo venceu mais de vinte e seis prêmios, incluindo o 26o Prêmio da Música Brasileira, e é detentor de dezenove disputas de samba-enredo pelas escolas Império Serrano, Acadêmicos do Grande Rio, Unidos de Vila Isabel e Leão de Nova Iguaçu. Foi indicado ao Grammy Latino cinco vezes, sendo quatro na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode e um na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.
O SBC homenageia esse grande artista nosso, brasileiro por excelência, que resgata nossa ancestralidade através da arte e da cultura. E nos ajuda a celebrar a vida, sempre...
Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos acompanham...
Agradecer à vida... agradecer a mim mesma, auto reconhecimento pela minha caminhada na direção da autenticidade, "ser quem eu sonhei pra mim mesma", como disse Agrado, personagem de Almodóvar no filme Tudo sobre minha mãe, falei dessa personagem no lançamento do livro, vejam post de 1 de julho passado...
E agradecer às pessoas que nos reconhecem, nos validam:
- Gratidão à querida Sônia Lacerda Macedo, amiga de formação nos anos 80, fizemos o resgate da nossa amizade após anos de distanciamento, e ela foi nossa assessora de texto, nos empoderando e nos incentivando a seguir em frente;
- Gratidão à querida amiga Ilka Lopes, Ilkinha, que nos ajudou de maneira determinante para a nossa primeira tiragem, com a contrapartida da doação de livros para escolas de ensino médio, um projeto "a cara" do SBC:
Através da nossa amiga SBCense Cristina Oliveira, doamos para a biblioteca da Escola Municipal Professora Eleonora Pierruccetti, no Bairro Cachoeirinha.
Através da Iza, grande SBCense, doamos para a biblioteca da Escola Estadual Maria das Graças Costa, no Parque dos Turistas em Contagem-MG, que nos manda vídeo com alunos e alunas se divertindo - e aprendendo - com a leitura dos livros:
E para a Biblioteca Mauro Vilella, do Colégio Santo Antônio, através da querida Professora de Artes Iolene Di Stefano, nas fotos com a Bibliotecária Fabiana Iugão.
Ainda temos livros para doações. Destinados a alunos e alunas de ensino médio, o livro édividido por temas que permeiam a
nossa cultura: O carnaval, as músicas, samba e choro; preconceitos, sexualidade,
amor, amizade; poemas, músicas, etc...
Todos seguindo uma metodologia TAP –
Teoria, Afeto, Prática
A Teoria vem a ser o que já sabemos
sobre o tema, uma referência de um texto de autores célebres, ou seja, uma
reflexão anterior sobre o assunto;
O “A” de afeto refere-se às emoções
provocados pelo texto em seus leitores. No caso, as pessoas presentes na
discussão (sarau, mesa de bar, reuniões preparatórias de alguma atividade);
P de prática: como a pessoa junta
teoria e afeto na prática ali realizada, uma nova visão a respeito, um conhecimento
novo. Que, por sua vez, será uma nova teoria... e assim se segue o movimento do
conhecimento para a autonomia e o ‘ser sujeito’, atuando enquanto
transformadores da vida, das relações e do mundo.
"Essa metodologia - também
denominamos movimento TAP - provoca reflexões de acordo com as
características do público reunido, de acordo com o problema levantado. E vem a
ser um método bastante eficaz para professores de maneira geral, para ajudá-los
em seu cotidiano de sala de aula. Assim como o caráter didático e conteúdistico
do livro nos anima na perspectiva de maior humanização de nossos jovens", nas palavras da nossa querida Sônia.
Quem souber ou fizer parte de escola interessada faça contato no WhatsApp 31 996362288.
- Gratidão ao querido amigo jornalista Airton Guimarães, por feedbacks preciosos na seleção das crônicas, pelo reconhecimento... e pela contra capa do nosso livro.
- E mais uma doação precisa ser registrada: por ocasião do 40o Festivale em Diamantina, julho passado, tive oportunidade de visitar a Biblioteca Antônio Torres, na rua da Quitanda (a rua da Vesperata) a convite do querido amigo Ronney. E doamos, também, um livro para essa Biblioteca:
- E gratidão a todas as pessoas que nos leem e comentam sobre o livro, assim como nos acompanham no blog... e nos fazem crescer umas com as outras, exercermos a mais preciosa característica do ser humano, as trocas e o crescimento mútuo. Em meu nome e em nome do nosso coletivo SBC.
E os livros estão à venda na Livraria TABOCA DO JEQUI, na Rua Goiás 14 esquina com Rua Bahia, centro de Belo Horizonte, assim como direto com a autora no mesmo Whats acima.