"Enquanto a década de 1960 avançava, as tensões sociais generalizadas também se desenvolveram relativas a outros assuntos, e tendiam a fluir ao longo das linhas geracionais em relação à sexualidade humana, os direitos das mulheres, os modos tradicionais das autoridades, a experimentação com drogas psicoativas, e interpretações divergentes do 'sonho americano'."
Nossa reunião começou com esse slogan: Faça amor não faça guerra. E o SBC é geracional: temos gente desse século e gente do século passado. E praticamos o que existe de melhor no humano: crescer uns com os outros.
E temos velhinhas e velhinhos que viveram intensamente e adoram contar essa história da segunda metade do século passado. Também adoram serem chamadas de "velhinhas(os)"... "se acham" velhinhas(os) gostosas(os)!!! - e são...
Vamos à história:
Informações distorcidas, mentiras, fake news, já eram comuns.
“Na guerra, a verdade é a primeira vítima” foi dita pelo dramaturgo grego Ésquilo cerca de 500 anos a.C.
Havia uma grande disparidade entre o que a imprensa americana e o governo falavam, com os dados apresentados por ambos geralmente contrastando. Nos Estados Unidos e no Ocidente, a partir do final dos anos 60, começou um forte sentimento de oposição à guerra como parte de um grande movimento de contracultura.
No começo dos anos 70, os EUA começaram a retirar suas tropas do Vietnã. O que se seguiu, em janeiro de 1973, foi a assinatura do Acordos de Paz de Paris, porém isso não significou o fim das hostilidades.
O envolvimento militar americano direto na Guerra do Vietnã foi encerrado formalmente em 15 de agosto de 1973. Não demorou muito tempo e na primavera de 1975, os norte-vietnamitas iniciaram uma grande ofensiva para anexar o Sul de uma vez por todas. Em abril de 1975, Saigon foi conquistada pelos comunistas, marcando o fim da guerra, com o Norte e o Sul do Vietnã sendo formalmente unificados no ano seguinte.
O custo em vidas da guerra foi extremamente alto para todos os países envolvidos. Para os EUA, a Guerra do Vietnã resultou numa das maiores confrontações armadas em que o país já se viu envolvido, e a derrota provocou a Síndrome o Vietnã" , causando profundos reflexos na sua cultura e na arte - na música, no cinema, etc.
Nessa guerra - como em todas, ou quase todas - também houveram golpes de estado e assassinatos: Analistas políticos em Washington concluíram que o presidente (do Sul) Ngo Dinh Diem era incapaz de derrotar os comunistas e até em conseguir algum acordo com Ho Chi Minh (o comunista, o poeta... já falamos muito dele no nosso blog, vejam post de . Ngo parecia preocupado apenas em evitar um golpe de estado contra si e seu governo. Durante o verão de 1963, autoridades norte-americanas começaram a discutir a possibilidade de uma mudança no regime. A maior das mudanças propostas pela política norte-americana era a remoção do poder do irmão mais novo do presidente Ngo, chefe da polícia secreta do país e o homem por trás da repressão contra os monges budistas do Vietnã. Como conselheiro mais poderoso de Ngo Diem, seu irmão se tornou uma figura odiada no Vietnã do Sul e sua influência contínua era inaceitável para o governo Kennedy, que acabou eventualmente concluindo que o presidente não o substituiria. Assim, a CIA entrou em contato com os comandantes militares sul-vietnamitas que planejavam depor o presidente e lhes fez saber que os Estados Unidos não se oporiam à ação. Em 1 de novembro de 1963, Diem foi deposto e executado no dia seguinte junto com seu irmão, dentro de um blindado nas ruas de Saigon, a caminho do quartel-general do exército.
Em seguida ao golpe, o caos se instalou no Vietnã do Sul. O país entrou num período de grande instabilidade política, com governos militares sendo substituídos uns pelos outros em rápida sucessão. aumentou mais ainda o número de militares no país, O governo Kennedy aumentou mais ainda o número de militares no país... e dizia de todos os esforços na pacificação e em "conquistar os corações e mentes" da população.
O impacto ecológico do uso dessas armas químicas foi catastrófico para a cobertura vegetal e para a população que habitava a região. Até os dias de hoje a dioxina produzida pelo agente laranja continua biologicamente ativa. E, atualmente, as concentrações encontradas em várias regiões do Vietnã superam em 400 vezes o limiar de toxidade, conforme evidenciado pela Canada Hatfield Consultants. A dioxina foi culpada pela alta incidência de doenças de pele, malformações genéticas, câncer, incapacidades mentais e outros problemas que afetam a população vietnamita (e ex-militares dos EUA). Milhares de crianças nasceram com problemas de pais que não foram expostos ao herbicida durante a guerra, mas que comeram alimentos contaminados por ele. A maioria das vítimas pertenciam à famílias mais pobres. Em 2005, a Associação Vietnamita do Agente Laranja moveu uma ação judicial contra as companhias químicas norte-americanas produtoras do Agente Laranja. Mas o juiz federal, Jack Weisntein, não acolheu a queixa, alegando que não havia, nos autos do processo, "nada que comprovasse que o Agente Laranja tenha causado as doenças a ele atribuídas, principalmente pela ausência de uma pesquisa em larga escala". Desse jeito... Daí perguntamos: A justiça está a serviço de quem?
O movimento hippie foi um comportamento coletivo de contracultura dos anos 1960. A célebre máxima "paz e amor" (em inglês, "peace and love"), que precedeu a expressão "ban the bomb" ("proíbam a bomba"), a qual criticava o uso de armas nucleares. As questões ambientais, a prática de nudismo e a emancipação sexual eram ideias respeitadas e difundidas por estas comunidades.
O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos Estados Unidos que se envolviam com a cultura negra, como Harry The Hipster Gibson. A eclosão do movimento foi antecedida pela chamada Geração Beat, os beatniks, uma leva de escritores e artistas que assumiram os comportamentos que viriam a ser copiados posteriormente pelos hippies. Com a palavra "beat", John Lennon, transformado em um dos principais porta-vozes pop do movimento hippie, criou o nome da sua banda - The Beatles.
Optaram por um modo de vida comunitário, a um estilo de vida nômade e à vida em comunhão com a natureza. Negavam as guerras e abraçavam aspectos de religiões orientais como o budismo e o hinduísmo, e o Xamanismo indígena norte-americano. Estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana e das economias capitalistas. Enxergavam o patriarcalismo, o militarismo, o poder governamental, as corporações industriais, a massificação, o capitalismo, o autoritarismo e os valores sociais tradicionais como parte de uma instituição única sem legitimidade.
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Aqui entre nós, cantávamos a versão da música italiana C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones, um single de Gianni Morandi, lançado em 1966. A letra em português foi escrita por Brancato Júnior, empresário da banda OS INCRÍVEIS, primeiro single da banda, lançado em julho de 1967. Em 1990 a banda Engenheiros do Hawaii regravou, segunda faixa do disco "O Papa é POP".
E nos perguntamos - e conversamos, nós, os velhinhos e velhinhas que viveram essa história que foi contada aqui, e os jovens que nos ouviram com tanta atenção... e estão|estamos vivendo, agora, tamanha crueldade, tamanho cinismo, distorções da verdade... e tudo mais que envolveu recentemente - e ainda - a guerra Rússia x Ucrânia (leia-se EUA), e essa guerra cruel Palestina x Israel (leia-se EUA):
- são bastante óbvias as semelhanças dessa guerra Israel x Palestina com a guerra do Vietnã, como podemos ver;
- o que aprendemos com essa breve história da segunda metade do século passado sobre guerras, imperialismo, dominação, hegemonia... essas coisas;
- como se tornará possível a emergência, como ouvimos muito atualmente, de um mundo multipolar, que poderá se opor à polarização do pós segunda guerra mundial, cujas consequências podemos avaliar como super danosas, como a corrida armamentista para a manutenção do poder, do domínio;
- como também podemos aprender com aquela|essa geração da segunda metade do século passado: sobre visão de mundo; sobre consciência de classe, sobre luta, sobre conscientização do nosso poder, o poder das massas;
- como nos transformar de objetos - meros reprodutores do pensar, consumidos pelos sistemas de comunicação tradicionais - em sujeitos - pensantes, percebedores (e buscadores) de outras explicações e outras realidades possíveis - e sujeitos que agem - se juntam para a construção de um mundo mais justo?
Tantas perguntas... e terminamos com elas, possivelmente serão orientadoras para, talvez, nos apropriando da história, construirmos um jeito de pensar diferente do que nos é imposto...
E nossas conversas não terminam ... até a próxima...
Abraços esperançosos a todas as pessoas SBCenses
Presente uma velhinha, que vive novamente esta história e questionando sempre ...Realmente tornar a ouvir, contar, já nos deveria dar aquela sensação, que marchamos de costas agora e o Erethus vai se encurvar cada vez mais e encostar as "patas" dianteiras no chão. Regresso ao Neandertal. Ótimo texto Santuza. All you need and love!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário clau. Abraços carinhosos
ExcluirEscrevi sobre o amor, digo sempre que só o amor salva. Tudo que li , vivenciei, construí, se não teve amor, ruiu. E não é só o amor romântico ou literário; é o político, também. O amor pelo outro, é o que salvará esse planeta.
ResponderExcluirTexto instigante, lembra o ontem, no século passado e o hoje bárbaro e estupendo das guerras atuai
ResponderExcluirTexto instigante do ontem, século passado e do hoje, com as guerras brutais, estúpida, que so tem um objetivo a ganância do poder sobre outros e o lucro exorbitante do capitalismo bélico!
ResponderExcluirIsso... obrigada pelo comentário
ResponderExcluirIsso... obrigada
ResponderExcluirSantuza, que texto! Tenho cantado com meus alunos adolescentes, a música "Era um Garoto". A própria letra virou palco para discussões sobre as malditas guerras! Parabéns!
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