Escrevendo
agora, em Salinas, essa introdução... partindo do geral – o pensar sobre a
história do mundo – tinha acabado de ver em Belo Horizonte a mini série de 8
capítulos – a primeira parte - Cem anos
de solidão. O Livro do colombiano Gabriel Garcia Márquez, de 1967 conta a
história da família Buendía-Iguarána, que fundaram uma aldeia fictícia e remota
na América Latina, chamada Macondo. Devo ter lido o livro no final da
adolescência e, com a mini série, recordei – e me encantei. E com isso lembrei,
também, de uma série de 60 capítulos – e eu tinha parado no 12º - BOLIVAR ... Pois voltei a ela e 'maratonei'... Não conseguia dormir... e, ao final, chorei como se o Simon
Bolívar tivesse acabado de morrer... E não tem como não ligar com o livro,
também da adolescência, AS VEIAS ABERTAS
DA AMÉRICA LATINA.
Este é o
parágrafo final do livro de Eduardo Galeano, trecho citado no nosso blog em 2022,
quando fizemos o convite a conhecermos nossos "hermanos". Já
perceberam como o Brasil tende a se distanciar dos países vizinhos na nossa
América Latina? Não falamos a mesma língua, não fomos colonizados pelos
espanhóis, tampouco nos tornamos independentes desse império – e de outros - com
as lutas a partir do revolucionário Simón Bolívar.
E, acreditem... A Salinas que está na minha memória e – ainda - a Salinas que eu estou vendo agora, está contida nessas memórias – ou melhor, nessas reapropriações da história. As pessoas no mercado, os cheiros de comidas, ervas, o artesanato de barro... tudo. Claro que Salinas é outra, cresceu enormemente... No entanto Salinas ainda é a mesma... Assim como eu...
Os homens de
Salinas têm um quê de coronéis, mesmo os mais novos. São altivos, orgulhosos –
e ... arrogantes; são agradáveis, calorosos - ao mesmo tempo são agressivos,
machistas... E piropeiros... piropam
muito, piropas ora deliciosas e ora agressivas – como a origem do conceito, na
Espanha PIROPO, pode ser assédio ou cantada propiciadora de um bom encontro...
As mulheres são
agradáveis, receptivas, calorosas. E fazem o tempo todo “pesquisas
antropológicas” – falam de todas e de todos... e também piropam muito... e se
divertem...
O museu da cachaça foi uma super novidade pra mim, muito lindo...
E o mercado Municipal... o novo, que já não é tão novo... mas na minha infância tínhamos um outro mercado. Quando fui em Salinas a primeira vez depois que me mudei para Belo Horizonte fui procurar o mercado, que fazia parte das minhas memórias de infância, meu pai tinha uma loja de armarinho do lado do mesmo, aos sábados os feirantes enchiam o mercado com seus produtos, vendiam os mesmo e iam comprar coisas na loja do meu pai, tecidos, lãs, linhas... eu fazia sapatinho de tricô pra vender na loja... Quase morri quando não vi o mercado naquele meu retorno a Salinas. Sentei na calçada e chorei até... tinha uma praça moderna, com fontes e outras modernidades... esse mercado teria que ser transformado num museu, era uma construção linda na minha memória. Pois bem, custei a me acostumar com o mercado novo, mas agora gostei demais dele. Minhas memórias passam pelo cheiro, cheiro do pequi, das frutas, do umbu, dos queijos, dos biscoitos... da janela do meu quarto de hotel eu sentia o cheiro do mercado, o cheiro de Salinas...
Enfim, essa é uma das partes excluídas do livro, pra ficar de um tamanho razoável, de 200 a 250 páginas, como o anterior, Diário do SBC, que também levaremos, uma quarta tiragem do mesmo, no lançamento do segundo, PRA TUDO TEM UM SAMBA.
Adoraremos rever amigos e amigas do VALE, de Salinas, do SBC... aguardamos... agendem
Abraços carinhosos a todas as pessoas que nos acompanham...
Santuza TU
Ficou muito bom Santuza! Parabéns pela publicação do livro!
ResponderExcluirFoi até rápido! Você labutou bastante!
Bjs
Parabéns amiga 🌺
ResponderExcluirParabéns! Brilhou
ResponderExcluirQue lindo, Santuza!
ResponderExcluirParabéns pelo livro e pela organização da matéria. Você é especial!
ResponderExcluir