quarta-feira, 20 de novembro de 2024

TRÊS FILMES IMPERDÍVEIS... HISTÓRICOS

Uma semana antes fomos no SINPRO Minas - Sindicato das Professoras e Professores, ver o filme ZÉ, com a presença do diretor Rafael Conde, da querida Jô Moraes, encontro coordenado pela também querida Eliane de Andrade, psicanalista/SPRJ. Depois do filme tomamos vinho e conversamos:



Lançado em agosto de 2024, direção de Rafael Conde, roteiro dele e de Anna Flávia Dias Sales.

Inspirado no livro homônimo de Samarone Lima, o filme apresenta a trajetória de Zé (Caio Horowicz), jovem que foi líder do Movimento Estudantil Brasileiro e participou de um grupo de resistência contra a ditadura militar no Brasil. 

Zé foi um dos principais líderes do movimento estudantil contra a ditadura civil-militar no Brasil e dirigente da Ação Popular Marxista-Leninista. Como muitos jovens da época, ele era movido por sonhos e viveu na clandestinidade para escapar da repressão, enquanto lutava por um Brasil mais justo. 

Perseguido, ele escolhe a clandestinidade: deixa sua vida de classe média alta para viver com o povo, realizando o trabalho de alfabetização e conscientização política dos mais pobres. Durante esse período, Zé conhece sua parceira Bete, com quem tem 2 filhos. Ainda como clandestino, ele recebe Gilberto, irmão de Bete, como um novo militante. Gilberto é, no entanto, um informante do regime repressivo. Zé morre sob tortura aos 27 anos, falsamente acusado pelos militares de ter traído todos os seus companheiros, desaparecidos até hoje.

Filmes sobre a ditadura militar no Brasil não são novidade.  No entanto, ao ser questionado sobre o desafio de abordar esse período, o diretor e roteirista Rafael destaca a “grande responsabilidade” que a tarefa impõe. “É sempre importante revisitar esse tema. A ditadura é algo cíclico que, de tempos em tempos, volta à pauta. Precisamos continuar falando sobre isso, pois acreditávamos que esse período havia ficado para trás, mas a democracia e a liberdade estão sempre sob ameaça”, afirmou.

Embora trate de um dos momentos mais críticos da história do Brasil, o diretor oferece um olhar humano em seu filme, explorando a vida íntima das pessoas afetadas pelo regime. Além de retratar a violência física, a censura e as torturas, Conde buscou expor a violência psicológica sofrida pelas vítimas. “O silêncio, o medo, e a incapacidade de revelar o próprio nome aos filhos são temas centrais. A linguagem do filme cria uma tensão crescente”, explicou. Ele também destacou a atuação dos artistas, que “estão sempre olhando para fora do quadro, como se estivessem sendo observados”. 

Nos emocionou o depoimento da Jô, que contou parte da sua vida na clandestinidade, além de nos mostrar as inúmeras carteiras de trabalho, cada uma com um nome. E várias pessoas amigas deram depoimentos, trazendo o filme para a atualidade, algumas numa atitude desesperançosa. Mas terminamos apontando a esperança, ou melhor, o ESPERANÇAR de Paulo Freire, como atitude imprescindível às pessoas que estão, ativamente, na construção de um mundo mais justo, mais distributivo e mais bonito - um mundo sem fome e sem guerras...

Tão bom e tão importante quando o "Ainda estou aqui",  fazendo sucesso agora nos cinemas... Fomos assistir na semana seguinte.

"É possível resumir o filme como a história da mãe do escritor, Eunice Paiva (Torres), uma dona de casa de uma família influente que é obrigada a se reinventar após o assassinato de seu marido pela ditadura militar nos anos 1970".


Sinopses são reducionistas, mas essa parece ainda mais do que o normal. "Ainda estou aqui", dividido pelo desaparecimento do engenheiro e ex-deputado federal Rubens Paiva (Selton Mello), vai muito além.

A primeira metade é o retrato ensolarado de um casal apaixonado e seus cinco filhos, com uma bela casa na beira da praia no Rio de Janeiro.

Na segunda, cortinas se fecham e o lar se esvazia com a ausência de Rubens – e a interpretação imensa de Torres preenche esse espaço com o propósito furioso, porém contido de uma mãe que se recusava a chorar na frente dos filhos.

Walter Salles, grande diretor - Central do Brasil, Cidade Baixa, O céu de Suely - não precisa mostrar os horrores aos quais o engenheiro foi submetido até sua morte. O desespero da família com a falta de respostas e a absoluta falta de decência e respeito do regime estampadas na tela são mais do que suficientes para mostrar os perigos do fascismo. 


A história de Eunice – que se torna uma das ativistas de Direitos Humanos mais importantes do país após voltar à faculdade com mais de 40 anos, ao mesmo tempo em que luta para que militares reconheçam o que fizeram com seu marido – é impactante para nós, mulheres do século passado (e deste século também). Mas penso que todo mundo vai encontrar algo com que se identificar e se relacionar em "Ainda estou aqui".  A Iza, nossa querida SBCense, reclamou que o filme foi grande demais... no outro dia relata ter reconhecido que essa percepção sobre  o mesmo era proporcional à sua angústia. Relata ainda que ficou com pé e joelho doendo quando viu a imagem do Médici, pior época da ditadura, segundo ela.

Na medida que o filme avança, não seguramos as lágrimas diante da felicidade absurda da protagonista que se recusa a não sorrir, a deixar que roubem sua dignidade. E, mais pro final, primeira vez que presenciamos uma pessoa ficar "feliz" diante do atestado de óbito do marido. Isso aconteceu somente em 2012, quando a Comissão Nacional da Verdade, instituída pela ex-presidente Dilma Roussef, apresentou documentos e depoimentos que atestaram a entrada de Rubens Paiva no DOI-CODI, em 20 de janeiro de 1971, provando que o político foi torturado e morreu. Imaginem a dor do desaparecimento, sem saber de nada sobre a pessoa durante anos e anos. E imaginem que esse acontecimento não a "matou", pelo contrário, deu força a ela, força para a vida e a luta por um mundo melhor. 


E foi aí que lembramos do nosso terceiro filme imperdível:

O documentário de 2019 TORRE DAS DONZELAS, que revisita a história de mulheres que sofreram torturas e lutaram contra o regime militar, e foram encarceradas na chamada Torre das Donzelas, nome dado ao conjunto de celas femininas no Presídio Tiradentes em São Paulo, demolido em 1971.A Diretora Susanna Lira se interessou por esta prisão porque dela tinham saído mulheres potentes, importantes para a história do Brasil, entre elas nossa grande presidenta Dilma.



Vejam na techtudo alguns outros filmes imperdíveis... além de inúmeros outros... estão nas redes... nós é que precisamos selecionar - joeirar, separar o joio do trigo, dentro das redes, ou seja,  as "merdas" - Brasil Paralelo, por exemplo, das coisas que nos trazem "visão de mundo".


E, além do cinema memória, lembrar sempre para nunca repetir, outras manifestações da arte também se prestam a esse papel: a música! Terminamos cantando Geraldo Vandré:

Uma das músicas brasileiras mais bonitas e significativas...


ABAIXO A DITADURA!!! e ANISTIA NÃO!!!

Obrigada a todas as pessoas que nos acompanham...
Abraços carinhosos,
Santuza TU










quarta-feira, 13 de novembro de 2024

O encontro das Marias


Tenho a alegria de fazer parte do MARIAS Coletivas. Através do Marias acolhemos mulheres em situação de vulnerabilidade e as encaminhamos para o atendimento necessário.  

Mas o Marias é, também, uma oportunidade de nos encontrar e conversar sobre temas pertinentes à visão de mundo, à política em todos os níveis de relação. E,  nesse sentido, o Marias "combina" com o SBC e com nosso lema: "amor e política, fazemos na cama e no mundo". Outra "combinação" do SBC com o Marias é a ARTE como ferramenta, ou "pretexto" (o texto nós fazemos), para o debate e a construção de conceitos orientadores para o  ser sujeitos (e "sujeitas") transformadores do mundo (no micro e no macro).


Então, nosso último encontro foi no sábado dia 9.11, na Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB. E  foi sobre o filme BARBIE. 

E nossa grande convidada para comentar sobre o filme foi a querida Débora Junqueira, jornalista com atuação no movimento sindical há 30 anos e diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Débora nos trouxe preciosas reflexões sobre  A INFLUÊNCIA DA BARBIE NO DEBATE SOBRE FEMINISMO:

A evolução da boneca Barbie, criada em 1959, pela Mattel, reflete mudanças significativas no comportamento feminino e na sociedade em geral.  Ao longo do tempo, a Barbie tentou se adaptar às transformações nos papéis de gênero, aspirações profissionais, diversidade e representações culturais. Também,  sempre exerceu influência na construção social do comportamento feminino.

Uma das críticas feitas a marca Barbie é que, historicamente, ela perpetuou certos estereótipos femininos, principalmente relacionados aos padrões de beleza e comportamento. Símbolo de alienação para a ala progressista, ao mesmo tempo, a Barbie é rechaçada pelos conservadores que fizeram críticas ao filme Barbie, dizendo que ele era “ideologizado e feminista demais”.

Em resumo, ponderou Débora,  a Mattel quer passar a mensagem de que, ao longo das décadas, a evolução da Barbie reflete a transformação dos papéis das mulheres na sociedade.  “Desde uma ênfase inicial em moda e glamour, passando por profissões tradicionais e modernidade, até uma representação mais diversificada e inclusiva, a Barbie acompanhou as mudanças no comportamento feminino, promovendo uma visão de mundo onde as meninas podem ser qualquer coisa que quiserem.”

E o ponto alto do filme, segundo Débora:

O discurso sobre feminismo, no filme Monólogo da personagem Glória interpretada por América Ferreira:

“É literalmente impossível ser uma mulher. Você é tão linda, tão inteligente, e me mata ver que não se acha boa o suficiente. Tipo, temos que sempre ser extraordinárias, mas de alguma forma estamos sempre agindo errado. Você tem que ser magra, mas não muito. E você nunca pode dizer que quer ser magra. Tem que dizer que quer ser saudável, mas também tem que ser magra. Você tem que ter dinheiro, mas não pode pedir dinheiro porque é mal-educado.  Você tem que ser uma chefe, mas não pode ser má. Você tem que comandar, mas não pode arrasar as ideias dos outros. Você deve adorar ser mãe, mas não fale sobre seus filhos o tempo todo. Você deve ser uma mulher de carreira, mas também estar sempre cuidando dos outros.  Você tem que responder pelo mau comportamento dos homens, o que é uma loucura, mas se apontar isso é acusada de reclamar. Você deve estar sempre bonita para os homens, mas não tão bonita a ponto de tentá-los demais ou ameaçar outras mulheres, porque deve fazer parte da sororidade.  Mas sempre se destaque e sempre seja grata. Nunca se esqueça de que o sistema é manipulado. Portanto, encontre uma maneira de reconhecer isso, mas também seja sempre grata. Você nunca deve envelhecer, ou ser grosseira, se exibir, ser egoísta, cair, falhar, demonstrar medo, sair da linha.

É tão difícil! É muito contraditório e ninguém lhe dá uma medalha ou agradece! E acontece que, na verdade, você não apenas está fazendo tudo errado, como também é tudo sua culpa. Estou tão cansada de ver a mim mesma e a todas as outras mulheres se esforçando para que as pessoas gostem de nós. E se isso tudo também vale para uma boneca que apenas representa as mulheres, então nem sei".

E o espaço foi aberto para falas:

. E eu falei primeiro: "confesso que me recusei a ver o filme quando foi lançado. Fui resistente, muito resistente... Pra mim devia ser um filme que reproduzia nosso sistema opressor, pior, devia encobrir, invisibilizar  essa opressão, ... e continuo com essa crítica. No entanto, um dia antes desse debate, tive a "paciência" que Nietzsche me ensinou ("a paciência com o que me é mais antípoda", do seu livro "A Genealogia da Moral"). E, ao mesmo tempo que confirmei meu pressuposto, o filme também me surpreendeu. Exatamente no ponto que a fala aponta, ou seja, a necessidade absoluta do nosso processo de humanização, de nós, mulheres (não sei - ou não me cabe dizer - sobre o processo de humanização dos homens). É tão terrivelmente gravado a ferro e fogo na nossa "alma", nos nosso espíritos, que "temos que ser perfeitas para sermos amadas"!!! E isso nos causa tanto sofrimento! E esse sistema em que vivemos é tão cruel que, de alguma forma (sutil do tamanho de uma patada de elefante, como costumamos dizer) ainda captura isso e nos devolve na forma de mercadoria a ser consumida, em vez de na forma de reflexão transformadora..."

. E a querida Antonieta lembra da potente Marilena Chaui: "A pauta identitária, como demonstra Marilena Chauí, é uma tática que, sozinha, não resolve nenhum dos problemas estruturais do nosso país. Esses problemas são, sinteticamente: as desigualdades sociais o analfabetismo, a fome e os problemas ecológicos vigentes. Apenas a luta identitária, não consegue solucionar os grandes problemas dos países periféricos, como é o caso do Brasil . O sistema capitalista que é o nosso grande inimigo, tem que ser questionado e superado. O identitarismo nessa luta, tende a nos dividir e consequentemente nos enfraquecer. Para alcançarmos o socialismo, temos que nos unir para além das falas identitárias, pois, se não, ficaremos em "guetos" e bastante limitados na nossa estratégia máxima que é a luta  por um mundo mais justo, mais equânime, mais distributivo, mais bonito, enfim."

. A Bebela corrobora com nossos posicionamentos.  E acrescenta que, ainda, não podemos "abandonar" as lutas identitárias, como Gênero, Raça e Classe Social,  e a interseccionalidade entre todas elas; pois, será assim que encontraremos caminhos e soluções para chegarmos a uma convivência mais humana e respeitosa entre as pessoas. E, como o filme trata o feminismo com bastante superficialidade, nossa estrada ainda é longa! Sigamos juntas!

. E a querida Genoveva aprofundou nas considerações sobre o filme:

Primeiro, a forma como se dá a aparição da Barbie: Segundo a propaganda que o filme faz ele - o filme - veio para salvar as meninas de só brincarem de ser mães. E a Genô nos trouxe o dado: De acordo com a Famivita - Associação da união familiar e pais felizes (2023), 1 em cada 5 homens abandona as mulheres em caso de gravidez, 36% dos homens pedem a parceira para remover o feto e mais de 20 milhões de mulheres criam os filhos sozinhas. No ano de 2023 foram registrados 172,2 crianças sem o nome do pai. 

As cenas iniciais das meninas destruindo as bonecas/bebês, não são os bebês que elas querem destruir, mas a ideia romantizada de serem mães. Seus mundos minúsculos dentro do patriarcado. Então o filme já começa com a intenção de desconstruir essa formação social romantizada de maternidade.

Um segundo aspecto levantado pela Genô: Para capturar a realidade é necessário sair da bolha da ilusão ( da Barbilândia) e buscar com afinco compreender como o mundo funciona, como ele foi construído e como as mulheres sustentam essa forma patriarcal que está dada. Essa captura da realidade é difícil, em face a solidificação do modelo capitalista que cria essa ilusão da felicidade, de um mundo sempre feliz com oportunidades para todas as pessoas, sem considerar as limitações, as condições históricas. Assim, percebe-se no decorrer do filme os desafios que Barbie vai passando. Choro, primeiro uma lágrima, depois muitas.....

A Barbie estereotipada tem pensamento de morte, ansiedade e celulite. Percebe a exigência do modelo de perfeição inatingível que é exigido para uma mulher.

Ao passar pelo mundo real a Barbie sente que os homens estão lhe tratando com violência e relata isso ao Ken, mas o Ken,  que representa a autoestima do homem branco hétero, nega a violência como nossa sociedade a nega também. Ken diz que não percebe nada e se sente incrível. Esse fato retrata que a violência sexual é direcionada às mulheres, que é negada pelos homens e pelas Barbie estereotipadas.

Por último, Genô nos aponta os defeitos femininos que Barbie vai apresentando: medo da morte, celulite, ansiedade... Um pé que não se ajusta aos saltos altos... Trata-se de uma metáfora consistente  da perfeição exigida para as mulheres. Ao capturar a realidade a Barbie se torna estranha e passa a atuar na luta para auxiliar as outras Barbies estereotipadas a saírem da ilusão, da bolha e também perceberem a realidade. Genô conclui: Tarefa difícil... arregacemos as mangas...

E a fala voltou à nossa querida Débora, que apresentou questionamentos 1- Ser feminina seria a principal competência da Barbie? O quanto essa competência é suficiente para contrapor o patriarcado e a desigualdade de gênero? 2- Como a Barbie estereotipada impacta nos transtornos de imagens das mulheres e até que ponto as novas versões da boneca e a repercussão do filme alteram isso? 3- A Barbie contribui para o avanço do feminismo ou ainda reforça os clichês sexistas?


Ela ainda nos ofereceu dicas de aprofundamento: 

Modelos de Barbies: https://en.barbiepedia.com/ 
Será o filme “Barbie” verdadeiramente feminista? https://www.esquerda.net/artigo/sera-o-filme-barbieverdadeiramente-feminista/87193 
A boneca Barbie e a comuna lúdica das crianças https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2023/08/12/a-boneca-barbie-ea-comuna-ludica-das-criancas 
Filme “Barbie” simplifica demais o feminismo? America Ferrera responde https://rollingstone.com.br/cinema/filme-barbie-simplificademais-o-feminismo-america-ferrera-responde 

E terminamos com a brincadeira de SUGESTÕES À MATTEL de novas Barbies :
Barbie revolucionária
Barbie feminista raiz
Barbie idosa anti etarista
Barbie tatuada
Barbie orgástica que vem com vários vibradores
Barbie professora de ferro para lidar com sistema escolar
Barbie autista

e por aí vai... saímos alegres, gratas... e um pouco mais humanizadas...


O SBC agradece à Débora, Antonieta, Genoveva, Bebela... e a todas as Marias presentes nesse nosso encontro... desejando outros mais...

Até a próxima e obrigada a todas as pessoas que nos leem...
Santuza TU





quinta-feira, 7 de novembro de 2024

O assunto da semana... no SBC

 


Não... não foi essa eleição o assunto no SBC, só passamos por ele, como na imagem acima...

O assunto da semana, para nós, foi a fala da  juíza ao ler a sentença que condenou os assassinos de Marielle e Anderson à prisão

 



Um dos momentos mais emblemáticos da condenação dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, na quinta-feira dia 31 de outubro, foi a leitura da sentença pela juíza Lúcia Glioche, do 4º Tribunal do Juri do Rio de Janeiro.