1. Miguel Paiva, Jornalista e Cartunista - lembram do Pasquim? lembram da Radical Chic?
Aproveito aqui, a *posse* do Presidente *Lula*, dos ministros e governadores para tomar posse também de coisas que havia perdido ou estavam proibidas e esquecidas.
*Tomo posse* do ar mais tranquilo, da democracia, do clima mais feliz e ameno, da alegria e da risada.
*Tomo posse* do meu direito de ser como eu quiser, de amar quem eu quiser e me vestir como eu quiser.
*Tomo posse* do direito de acreditar no deus que eu escolhi, na religião que eu sigo ou mesmo de não acreditar em nada ou ninguém.
*Tomo posse* do direito de ser gordo, magro, negro, branco, amarelo, indígena ou europeu.
É meu direito também pensar como eu quero, ajudar o próximo, fazer da educação meu objetivo maior, ler o que eu quiser, ouvir a música que mais eu curto naquele momento. No momento seguinte, posso mudar.
*Tomo posse* também de todas as comidas e bebidas que existem nesse país e que estejam ao meu alcance.
*Tomo posse* do direito de matar a fome de todos, de restabelecer o amor entre as pessoas, de conviver com as diferenças, de ouvir as conversas, dar risadas, respeitar o entendimento e o trabalho coletivo.
*Tomo posse* da terra, da casa, do meu lugar preferido.
A *posse* das ruas, das praças, das praias, das planícies e das montanhas, dos rios, mares, lagos e praias.
*Posse* das riquezas que temos, do petróleo, da pecuária, das florestas, das plantas medicinais, do conhecimento dos povos originários, da tradição passada de boca em boca, dos ensinamentos, dos truques e da sabedoria.
Falando em sabedoria temos que *tomar posse*, novamente, da ciência, das vacinas, da medicina, do SUS, dos médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, de todos aqueles que nos ajudaram a combater a COVID.
Tomamos também *posse* da nossa relação de gratidão com os professores, alunos, funcionários, escritores, artistas, atores, músicos, comediantes, cartunistas, jornalistas, pesquisadores e doutores que nos ajudaram a manter de pé, não só o país, mas todos aqueles que resistiram ao fascismo que ameaçou a nossa identidade e a nossa cultura estes anos todos.
*Tomamos posse* também do país, do Brasil, dos seus símbolos, das suas características da sua bandeira, suas cores e sua paisagem.
*Tomamos posse* da Amazônia, para que não seja mais desmatada nem queimada.
*Tomamos posse* das riquezas deste solo-mãe gentil, que nos fornece o suficiente para sermos felizes.
Vamos *tomar posse*, novamente, do orgulho de ser brasileiro, da alegria de dividir o pão, de compartilhar o trabalho e olhar no rosto do outro, o sorriso que gostamos de dar e ver.
Este é o Brasil que eu quero novamente e, se faltou alguma coisa para *tomar posse*, é só juntar nessa lista.
Temos o direito e o dever de *tomar* não só *posse*, como tomar conta deste país para que não aconteça, novamente, de o perdermos de vista.
*Viva a democracia*, as eleições e o *presidente Lula.*
E possuído deste sentimento de Brasil, termino por aqui, para que todos nós possamos *tomar posse* da cidadania que tanto nos faltou.
2. Cecilia Valdéz, nossa conterrânea - nasceu em Salinas - mora em Havana:
Eu nunca tive medo de morrer. Deixei que a morte se aproximasse de
mim e sentasse ao meu lado para nossas conversas cotidianas,
com a consciência da minha pequenez e da minha inutilidade. Mas
uma coisa me incomodava: viver dos meus 71 a 75 anos - talvez os
últimos dessa desditosa vida - sob mais um governo fascista.
Sabia que cada ponto dado em um bordado, cada adesivo pregado
em uma camiseta ou no vidro do carro, cada hino entoado nos bares,
cada passo dado em manifestações seriam decisivos.
Depois de tudo, correr para ver, trepado em uma cadeira, cabelos brancos
ao lado de uma careca, sabendo que estavam em Rolls-Royce foi o
prenúncio do gozo. Assistir pelo telão, sentado na grama da Esplanada,
ao lado de uma multidão quieta e silenciosa, a cerimonia e o discurso da
posse no Congresso, me remeteu aos longos e famosos discursos de
Fidel. O gozo definitivo veio com a cena da subida da rampa, que
acontecia ao mesmo tempo que se tornava histórica. O beijo de língua
no palco do show já me encontrou deitado no quarto do hotel,
cansado e realizado. Enfim, pronto para morrer.
3. Antonieta Shirlene, ANGEL seu "nome de guerra":
Desde 1989 eu tenho um candidato à presidência da república. Seu nome: Luiz Inácio Lula da Silva. Desde essa data, foram várias candidaturas. Lula perdeu 3 das eleições que disputou a presidência do Brasil. A primeira para Fernando Collor de Mello, que mais tarde iria sofrer o processo de impeachment, e depois duas vezes para o então candidato Fernando Henrique Cardoso. Finalmente em 2002 Lula candidate-se novamente e é eleito presidente do país tendo como vice José de Alencar. No ano de 2006 é reeleito. Pois bem, em todos estes pleitos eleitorais Lula foi meu candidato por ser o político que representa, no geral, o anseio da classe trabalhadora. Seria " chover no molhado" descrever as realizações de Lula enquanto presidiu o país.
Não devemos esquecer entretanto, que Dilma Rousseff ,sua então sucessora, sofreu um processo de impeachment . E em 2018 foi então eleito o presidente Jair Bolsonaro. Também é "chover no molhado" discorrer sobre o péssimo governo realizado por esta pessoa. Foram quatro anos de intensas perdas trabalhistas, previdenciárias, educacionais e sociais. O Brasil vivia numa grande e grave polaridade em todo o período em que Bolsonaro estava como presidente. Depois de ser inocentado, em 2022 mais uma vez Luiz Inácio Lula da Silva é candidato à presidência da República. Seu grande opositor: Jair Bolsonaro. Foram dois turnos eleitorais onde estavam sendo propostos projetos totalmente antagônicos entre si.
Se por um lado nós temos um candidato que atende aos interesses da elite agrária, financeira, especulativa e de grandes proprietários rurais, por outro lado nós tínhamos Lula que representava os interesses principalmente da classe trabalhadora como sempre o fez. A disputa eleitoral foi muito, muito acirrada. Tínhamos esperança de que Lula fosse eleito no primeiro turno dessas eleições. Infelizmente tivemos que disputar o segundo turno.
Contra todos os fake News, compra de votos, orçamento secreto e tudo que há de mais sujo na política, saímos vencedores. Lula venceu a eleição presidencial com mais de 2 milhões de votos à frente de seu opositor. No dia primeiro de janeiro de 2023 vimos ,com muita alegria e emoção, mais uma vez Lula subindo a rampa do Planalto Central para assumir a presidência do Brasil. Eu não estava lá ,entretanto, me senti bastante representada pelos meus companheiros e companheiras de luta que estavam em Brasília para assistirem a posse.
Me senti representada, quando Lula subiu a rampa presidencial acompanhado de pessoas simples e verdadeiramente do povo. Mais representada ainda eu me senti, quando uma mulher colocou a faixa presidencial no "nosso "presidente. Chorei de emoção como muitas outras pessoas também não o fizeram. Mesmo estando em casa, assistindo pela televisão, vi que a esperança e a emoção chegou em milhões de corações. Nossa alma estava lavada. Sei que teremos um longo caminho a percorrer neste governo que se inicia. Mas estamos prontos para mais esta luta. É hora de esperançar.
Hasta la victória siempre!
4. Monica Cardoso, querida SBCense:
Após seis anos de desmonte das legislações trabalhistas, de tentativas de criminalização dos movimentos sociais, sindicais e estudantis, de muitos obstáculos enfrentados como fome, miséria, violência, opressão, mortes, perdas irreparáveis, fascismo... após muita resistência, resiliência, luta em defesa das minorias, dos trabalhadores e trabalhadoras, dos estudantes... após uma campanha linda, a campanha da diversidade, do amor, do povo brasileiro... e, finalmente, após a vitória legítima da democracia nas urnas, só nos restou estar presentes em Brasília para viver esse momento histórico, de recomeço, de ressurgimento da alegria, da primavera, da inclusão, da diversidade... Foi uma experiência única, emocionante, inexplicável, estar de frente para a rampa do Palácio do Planalto e ver subir de mãos dadas com o nosso presidente, representantes do povo, foi lindo! Estar ali e assistir a uma mulher negra, periférica, entregar a faixa para o maior líder da América Latina, que sofreu um golpe, injustamente foi preso e impedido de disputar o pleito eleitoral em 2018 e deu a volta por cima, foi revigorante. Ouvir o discurso de nosso querido presidente Lula, iniciar com um "boa tarde, povo brasileiro!", fazendo referência aos que estiveram em vigília nos acampamentos em Curitiba, saudando-o durante 580 dias, foi de deixar as lágrimas rolarem. Êxtase pode ser a palavra que mais se aproxime do que sentimos, foi intenso, algo jamais vivido e sentido por mim antes. E agora fica pra além do sonho, a força e a coragem pra continuar e ajudar o nosso presidente a governar, pois fácil não será recuperar tudo o que foi destruído nos últimos anos. "Conte conosco, presidente Lula!" Aqui ninguém solta a mão de ninguém, nós prometemos naquele fatídico 2018 que resistiríamos e cá estamos nós. Somos resistência!
O povo brasileiro experimentou o surrealismo trágico e paranóico do bozó e seus cúmplices, com seu mundo pequeno, pesadelo é assim mesmo atormenta mas quando.passar a gente num quer nem pensar . Agora é bola pra frente com Lula presidente com a esperança viva voando leve e solta com os sonhos de Darcy ribeiro pra nossa realidade. Que os artistas do poder emite esse grande mestre. Ano novo sonhos belos e reais..
ResponderExcluirAgradecemos o comentário
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