Em 20 de março deste ano publicamos nossa exposição fotográfica "TRONCOS", veja nosso post dessa data, lindíssima "exposição virtual" que rendeu muitos comentários... obrigada a todas as pessoas que leram, viram a exposição, e comentaram.
Pois continuamos a tirar fotos, que eu queria acrescentar, porém, renderam novas conversas, novas reflexões, que merecem outro post:
A impressão que temos é que, quando estamos atentxs a determinado tema, a gente "presta mais atenção", "foca" o tema e, portanto, começa a "ver" mais... já repararam, por exemplo, um casal, ou uma pessoa (mulher ou homem) , quando estão (ou está) grávida (ou grávidos), o tanto que a gente vê mulheres grávidas? parece que o mundo todo está grávido! depois que passa prestamos menos atenção, e "vemos" menos", não é?
Daí o assunto:
"O OLHAR"
Primeiro, as(os) poetas dizem :
Já sabemos e praticamos: a arte nos proporciona olhar o mundo e as relações orientadxs pelo sentido estético, o que abre nosso espírito e cria a possibilidade da construção de um mundo melhor, mais bonito...
Mas o nosso foco é a continuidade do olhar para os troncos... e fizemos mais fotos... e descobrimos troncos que se abraçam...
E descobrimos troncos tridimensionais...
E captamos "famílias" felizes passeando entre os troncos...
- Nós não somos educados para olhar observando, pensando o mundo, a realidade, nos pensando. Somos, sim, educados num modelo autoritário, estereotipado, que produz uma certa cegueira, uma paralisia. E, para romper com essa educação que nos limita tanto, precisamos exercitar, diariamente, o olhar que envolve ATENÇÃO e PRESENÇA. Atenção conosco, com o outro e ao redor de nós ... Olhar para dentro e para fora.
- O "olhar de monólogo" é um "olhar parado", quer ver só o que lhe agrada. O exercício do "olhar" (e também do "escutar") para além deste "olhar parado, estereotipado", implica em "sair de si mesmx" e ir ao outrx. Precisa de "entrega". "Só posso olhar o outro e sua história se tenho comigo mesmx uma abertura de aprendiz que se observa, se estuda, em minha (nossa) própria história". O "olhar de aprendiz" é necessário por toda a vida.
- Aprendi com uma linda SBCense sobre a REALIDADE: ela é externa e interna a nós. A realidade externa existe, independente de mim... porém, o meu olhar transformador sobre essa realidade (junto com a ação transformadora) pode torná-la mais "bonita", mais "humana", mais "justa"... assim como a nossa realidade interna, o olhar para dentro de nós, de uma maneira responsável e amorosa, nos faz crescer, ser quem queremos ser. Para isso precisamos lidar com nossas culpas, condenações, onipotências... e, assim, caminhamos para nos construir e construir um mundo mais bonito.
- O olhar está intimamente relacionado com a aprendizagem, já dizia Rubem Alves. Quanto mais eu sei, mais eu vejo... e quanto mais eu vejo mais eu nomeio... e aprendo. O esquimó, por exemplo, tem dezoito nomes diferentes para o que chamamos de BRANCO, me disse certa vez uma professora, não me lembro com precisão sobre o número dezoito, mas a ideia é essa.
- Rubem Alves, grande educador que partiu em 2014, nos deixa lindas reflexões sobre, principalmente, a sensibilidade do educador, que somos todxs nós (nos educamos conversando, olhando para dentro de nós e para fora de nós).
- No seu livro "Gaiolas e Asas", no texto "O olhar do professor", ele cita Nietzche (outro grande SBCense): ... "a primeira tarefa da educação é ensinar a ver... porque ..."é através dos olhos que as crianças tomam contato com a beleza e o fascínio do mundo". E "nossos olhos devem ser educados para que nossa alegria aumente".
"Olhos nos olhos, quero ver o que você diz..." O poeta deixa muito claro: os olhos é que dizem. A boca, no caso, está ocupada em beijar e outras carícias.
ResponderExcluirSensível, magnífico e emocionante!!!
ResponderExcluirgrata... abraços
ExcluirLindo!
ResponderExcluirque bom que vc gostou...
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