Já em processo de
gravação, nossa "Grande Diretoria Musical" promete para final de novembro a grande festa
de lançamento do samba. Será no Bar Opção, data a ser marcada (final de novembro, princípio de dezembro). Todos receberão
a letra para ensaiarmos e fazermos muitíssimo bonito na nossa já famosa terça
feira de carnaval, que no próximo ano de 2018 cairá no dia 13 de fevereiro.
Sejamos nós
Ronaldo Coisa Nossa (Ronaldo Antônio da Silva)
Politicamente
extrovertidos
Contra o comodismo
assumidos
SBC chegamos nós
soltando a voz
Descontentamentos
fluidos
Soltando a voz SBC
sejamos nós!
Sonho paz, amor,
saúde, educação
Indignado, lamentando
a depravação
Povão em cima do muro
é crucificação
Cai humilhado,
arrasado em depressão
Quem vota acredita,
merece respeito
Adeus preconceito,
discriminação
Samba desabafando
batendo no peito
Cantando almejando
maior atenção
SBC chegamos nós
soltando a voz!
Soltando a voz SBC
sejamos nós!
E este samba
maravilhoso nos inspirou o tema para o Carnaval 2018:
AMOR E POLÍTICA... NA
CAMA E NO MUNDO...
Já sabem que cada ano
temos um tema em que nos inspiramos pra fazer nossa festa. Já tivemos
“Preconceito não, Liberdade sim”, já tivemos “Morcego... Vendo a vida de cabeça
pra baixo”, entre outros. Neste ano de 2017 tivemos “Mulheres do Brasil”, nossa
homenagem às mulheres brasileiras de todos os segmentos, raças, idades, etc.
Pois é... em época de
muita polarização, desentendimentos, superficialidades, inimizades,
radicalismos e coisas tristes como estas, temos a coragem de propor este tema
como uma oportunidade de aprendermos um pouco sobre o AMOR e a POLÍTICA, pois o
objetivo último (e primeiro) do SBC é VIVER MELHOR...
Conte todos os
números que existem entre o 8 e o 80... cada um deles pode ser uma opinião
sobre qualquer assunto, que não precisamos seguir, mas respeitar ... a
liberdade de SER e de OPINAR ... e, mais ainda, de buscar conhecimentos para
além da mera opinião (e, pior, transformar a mesma em dogmas)...
E debater... só assim seremos SUJEITOS construtores de um mundo mais bonito... este é o desejo (e a ação) do SBC. A metáfora, linda... vi num filme , não me pergunta qual: a menininha quebrou um espelho grande, transformando-o em muitíssimos pedacinhos... ficou triste... mas a vó, sábia, disse a ela: querida, olhe pra cada pedacinho desse espelho, você vai se ver de mil jeitos diferentes, cada um deles é uma verdade, sobre você e sobre o mundo...
E debater... só assim seremos SUJEITOS construtores de um mundo mais bonito... este é o desejo (e a ação) do SBC. A metáfora, linda... vi num filme , não me pergunta qual: a menininha quebrou um espelho grande, transformando-o em muitíssimos pedacinhos... ficou triste... mas a vó, sábia, disse a ela: querida, olhe pra cada pedacinho desse espelho, você vai se ver de mil jeitos diferentes, cada um deles é uma verdade, sobre você e sobre o mundo...
E, claro, nosso tema
é fundamentado. Nossa “pesquisa antropológica” (ou “googlelística”) sobre o AMOR
e sobre POLÍTICA, compartilhando... não necessariamente nessa ordem...
O que é Política?
O
termo tem origem no grego politiká,
uma derivação de polis que
designa aquilo que é público. O significado de política é muito abrangente e
está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público. Política é a ciência
da governança de
um Estado ou
Nação e
também uma arte de negociação para
compatibilizar interesses.
O termo também pode ser utilizado como um conjunto de regras ou normas
de uma determinada instituição. Por exemplo, uma empresa pode ter uma política
de contratação de pessoas com algum tipo de deficiência ou de não contratação
de mulheres com filhos menores. A política de trabalho de uma empresa também é
definida pela sua visão, missão, valores e compromissos com os clientes.
Nas conversas SBCenses
sobre política surgiram essas ideias: “A política é algo como uma necessidade
imperiosa para a vida humana”. Como o ser humano depende de outros em sua
existência, precisa haver um provimento da vida relativo a todos, sem o qual
não seria possível justamente o convívio. “Tarefa e objetivo da política é a
garantia da vida no sentido mais amplo”.
E ainda: “A tarefa da
política está diretamente relacionada com a grande aspiração do homem moderno:
a busca da felicidade.”
Não é fácil discutir a questão da política nos dias
de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder.
Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossa ações são
políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem
consequências e somos responsáveis por nossa ações. A omissão, em qualquer
aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós.
Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja nos aspecto privado ou público. Vivemos com a família, relacionamos com as pessoas no bairro, na escola, somos parte integrantes da cidade, pertencemos a um Estado e País, influímos em tudo o que acontece em nossa volta. Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar da associação do nosso bairro ou fazer parte de uma pastoral ou trabalhar como voluntário em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político. Precisamos conhecer melhor as propostas, discursos e ações dos políticos que nos representam.
E também relembramos o
texto esquecido:
O analfabeto político
(Bertolt Brecht)
O pior analfabeto é o
analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos
políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da
farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não
sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor
abandonado e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra,
corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Agora... nossa grande
SBCense Hanna Arendt nos dá uma convincente noção de política... adotada pelo
SBC. Releiam nosso post de 25 de setembro de 2013, foi nesse dia que ela foi integrada
à galeria dxs SBCenses famosxs.
Para ela, a
“verdadeira política” está intimamente relacionada à LIBERDADE... e mais... à
LIBERDADE MUTUAMENTE GARANTIDA... LIBERDADE ENTRE IGUAIS... e ela conta pra
gente como esse conceito antigo de política vinculada à liberdade (do tempo de
Aristóteles) foi se perdendo... e foi tomando conta a identificação de política
com domínio, com violência... com essa distorção do significado de política não
estaria sendo disseminado o imobilismo, um sentimento de inutilidade de
qualquer ação, fazendo com que não nos reconheçamos como sujeitos históricos,
como seres capazes de interromper o “fluxo inexorável dos acontecimentos”? Super atual não é?
E o que é o amor?
Ou
melhor...de que amor queremos falar? Já sabem também: o SBC combate a “ideologia do amor
romântico” em todos os níveis de relação, pois este modelo de amor parte da
idealização... do outro e da própria relação, do próprio amor... e,
idealizando, perdemos nossa humanidade e também cobramos do outro algo fora do
humano, por isso que da idealização passamos ao desprezo, o que gera sofrimento
demais, pro outro e pra mim mesmx... Combateremos, sempre, este modelo de amor,
nosso lema é desconstruí-lo e construir algo do humano, da alegria, dos bons encontros
e do prazer. Vale a pena ler de novo nosso post de 08 de julho de 2014:
Estrutural (e cruel) é o amor romântico.
Queremos construir
todos os tipos HUMANOS de amor: desde EROS, o amor sensual, amor paixão,
passando pelo amor FILEO, que o SBC valoriza demais, o amor-amizade, fraternal, social... passando
também pelo amor STORGE,
o amor conjugal, familiar, doméstico... e chegando ao amor ÁGAPE: amar ao próximo como a ti mesmo, o amor incondicional, ou seja, não espera nada
em troca, amar a humanidade... em tempos de radicalismos, maniqueísmos,
fascismos, precisamos muito aprender este amor.
Os quatro tipos de amor acima aprendemos com
a cultura grega. Mas tem também a cultura afro, onde o AXÉ, princípio que torna
possível o processo vital, é considerado o arqueiro do amor entre os povos, a
energia que cria e mantém os relações sagradas entre pessoas, amigos, ou entes
que se amam. Muito AXÉ pra todos nós... no carnaval e na vida!!!
Já no budismo o AMOR está intimamente
relacionado à LIBERDADE (não em expectativas, muito menos na sua necessidade
pessoal), ao RESPEITO (a si mesmx e ax outrx), ao DESAPEGO e ao CRESCIMENTO mútuo.
Todas as visões de AMOR valem para todos os
níveis de relação!!! Na cama e no mundo..., assim como a política!!! Pois não
fazemos política na cama? claro que sim!!!
Então... para concluir e voltando a Arendt (e
amigxs SBCenses: Habermans, Marilena Chaui, entre outrxs) falamos de novo na nossa
reunião de planejamento do carnaval 2018 sobre as distorções tanto do amor
quanto da política: em síntese, a “práxis” da autonomia, que vem a ser a
constituição do sujeito, se é transformada em individualismo acontece que “para
eu ser sujeito transformo o outro em objeto” e aí aparecem os privilégios, a
violência... e isso é um grande dificultador... da solidariedade, da união, da
perspectiva coletiva de construção de um mundo melhor.
"A alegria é o que sentimos quando
percebemos o aumento de nossa realidade, isto é, de nossa força interna e
capacidade para agir.
A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras o ódio e o medo recíprocos. "
A tristeza é o que sentimos ao perceber a diminuição de nossa realidade, de nossa capacidade para agir, o aumento de nossa impotência e a perda da autonomia. A tristeza é o caminho da servidão individual e política, sendo suas formas mais costumeiras o ódio e o medo recíprocos. "
(não sei qual é a edição atualizada, mas são as capas do mesmo livro)
“Essa visão generalizada da política como
algo perverso, perigoso, distante de nós (passa-se no Estado), praticado por
“eles” (os políticos profissionais) contra “nós”, sob o disfarce de agirem “por
nós”, faz com que seja sentida como algo secreto e desconhecido, uma conduta
calculista e oportunista, uma força corrupta e, através da polícia, uma força
repressora usada contra a sociedade. Essa imagem da política como um poder do
qual somos vítimas tolerantes, que consentem a violência, é paradoxal pelo
menos por dois motivos principais. Em primeiro lugar, porque a política foi
inventada pelos humanos como o modo pelo qual pudessem expressar suas
diferenças e conflitos sem transformá-los em guerra total, em uso da força e
extermínio recíproco. Numa palavra, como o modo pelo qual os humanos regulam e
ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e obrigações enquanto seres
sociais. Como explicar, então, que a política seja percebida como distante,
maléfica e violenta? Em segundo lugar, porque a política foi inventada como o
modo pelo qual a sociedade, internamente dividida, discute, delibera e decide
em comum para aprovar ou rejeitar as ações que dizem respeito a todos os seus
membros. Como explicar, então, que seja percebida como algo que não nos
concerne, mas nos prejudica, não nos favorece, mas favorece aos interesses
escusos e ilícitos de outros? Que aconteceu a essa invenção humana para
tornar-se, paradoxalmente, um fardo de que gostaríamos de nos livrar?”
Esta é a visão distorcida (mas super operante) de política... que queremos combater... para construir a política libertadora... a do sujeito coletivo |
O que precisamos... e queremos... é a
construção do sujeito coletivo... e para isso é preciso reconhecer o outro
enquanto sujeito, é preciso o reconhecimento recíproco... e, claro, isso não
acontece sem conflito... mas conflito não é violência, não precisamos recear o
conflito pois ele gera crescimento (quando aberto e bem conduzido)...aí sim
construiremos a união, a solidariedade, o respeito, o amor... e isto é política!!!
Quando o poder (o “poder sobre”, o “poder de
dominação”)... e o dinheiro se sobrepõem à solidariedade vemos a construção do
autoritarismo, a injustiça e a exclusão. Quando a solidariedade é o modelo
podemos ver a construção do NóS.
Enfim... nossa inscrição na Belotur... é a de
número 683. Nosso desfile, como sempre na terça, em 2018 dia 13 de fevereiro...
Concentração na Rua Vila Rica com Francisco
da Veiga... as 14 horas... saída as 16 horas e dispersão as 18 horas... já
sabem que gostamos demais da dispersão não é¿
PERCURSO: seguiremos a rua Vila Rica por um
quarteirão, viramos a direita na rua Apolo... mais um quarteirão viramos a
direita de novo na Henrique Gorceix... até a Francisco da Veiga... aí descemos
a Francisco da Veiga e já chegamos à esquina com Vila Rica de novo... a dispersão...
E recordando nosso lembrete (dado no início deste
post) :
O LANÇAMENTO DO SAMBA “Sejamos nós” no Bar
Opção (final de novembro... princípio de dezembro). Levaremos cópias da letra
pra todo mundo ter e decorar pro carnaval viu!!!
AGUARDEM!!! Evento do face... what zap...
ligações... contamos com os SBCenses e amigxs para divulgação...
E nosso último lembrete: relembrando que o SBC é ECOLóGICO (além de aberto,
inclusivo, anárquico, democrático e feminista... não necessariamente nessa
ordem...), nossa decoração de carnaval (e estandarte também) será de reciclagem
DVDs e CDs que não prestam (como no SBC: tem gente que não presta... são as
melhores pessoas...). Então... quem tiver e quiser doar entre em contato.
Faremos decoração no percurso, no estandarte, nas fantasias... não me perguntem
a ligação de amor e política com CDs e DVDs... mas que tem... tem...rsrs
Abraços carinhosos a todxs... até lá!!!
SantuzaTU